24/06/2013 - 13h19
Fifa e governo se defendem de críticas sobre gastos com Copa
DO RIO
Colocados na mira dos protestos populares que tomaram as ruas do país, por causa dos gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa-2014, a Fifa e o governo federal apresentaram na manhã desta segunda uma série de dados sobre benefícios que os eventos trarão ao país.
O argumento principal foi que 75 % do total de gastos estimados até o momento (R$ 28,1 bilhões) são para obras que já teriam de acontecer no país.
"A Copa permite alavancar e adiantar investimentos essenciais em infraestrutura e serviços, que teriam de ter sido feitos independentemente dos eventos", disse Luis Fernandes, secretário do Ministério dos Esportes.
"O ponto básico no nosso planejamento é que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo são uma oportunidade histórica para o desenvolvimento do país".
O valor atual do "plano estratégico de investimentos" é de R$ 28,1 bilhões --R$ 8,7 bilhões vindos de financiamento federal (crédito de bancos públicos), R$ 6,5 bilhões do orçamento federal, R$ 7,3 bilhões de recursos locais (Estados e prefeituras) e R$ 5,6 bilhões de recursos privados.
A maior parte destes recursos (cerca de R$ 9 bilhões) será investida nas obras de infraestrutura de transportes.
Outro ponto muito citado nas manifestações --o de que o governo deveria priorizar os investimentos em saúde e educação, em vez da Copa-- foi contestado pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo.
"Não há nenhum desvio de recursos destinados à saúde e à educação para as obras da Copa ou de estádios, pelo contrário. Os investimentos para a saúde são parte do legado da Copa", disse Rebelo, que afirmou que o orçamento federal de saúde e educação para 2013 é de R$ 177 bilhões.
GASTOS DA FIFA
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, citou gastos da entidade no Brasil para tentar anular "a imagem de que estamos vindo aqui, enchendo os bolsos e não dando nada em troca para o país".
Segundo ele, a Fifa gastará R$ 32 milhões no Brasil durante a Copa das Confederações e mais R$ 448 milhões na Copa-2014 --boa parte dessas despesas em quartos de hotel.
Mais de 7.000 empregos temporários foram criados para a competição atual apenas nos seis estádios --nos 12 estádios da Copa, a estimativa é de mais de 15 mil empregos temporários.
Valcke também minimizou os problemas de organização e infraestrutura vividos durante a competição atual.
"Não há grandes problemas na organização da Copa das Confederações, mas pequenos ajustes internos que precisam ser feitos. Eu comparo a Copa com o time brasileiro: antes de começar, a mídia internacional e a brasileira se perguntavam sobre a qualidade da seleção e de Neymar. O Brasil foi capaz de unir os talentos e criar um time. É exatamente isso que estamos fazendo na organização do evento".
O secretário-geral da Fifa também procurou mostrar tranquilidade em relação aos incidentes com a segurança -veículos e hotéis usados pela entidade foram atacados em algumas cidades.
Segundo ele, todo o procedimento de segurança está a cargo do governo brasileiro e vem sendo cumprido como acordado. Valcke foi enfático ao descartar qualquer chance de os eventos serem transferidos para outros países.
"A final da Copa das Confederações vai acontecer no Rio e a Copa do Mundo vai ser jogada no Brasil. Não há plano b, e não recebemos oferta de outros países para substituir a sede do evento".
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