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24/06/2013 - 15h38
Meirelles depõe à PF sobre participação de Lula no mensalão
FERNANDO MELLO
DE BRASÍLIA
O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, depõe nesta segunda-feira (24) à Polícia Federal no inquérito aberto a partir de acusações feitas pelo publicitário Marcos Valério.
Trata-se da investigação para apurar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o caso.
A investigação contra Lula e o ex-ministro Antonio Palocci começou após Valério declarar ao Ministério Público, em setembro, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT.
Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do mensalão.
Meirelles foi ouvido para esclarecer sobre supostas idas de Valério ao BC , no período em que era presidente do banco. Ele foi ouvido na condição de testemunha e acompanhado no depoimento por Isaac Ferreira, procurador-geral do BC.
Na saída, Meirelles disse apenas que "é bom colaborar com o Poder Público".
Valério foi ouvido em Minas Gerais pela delegada Andrea Pinho, a responsável na PF pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado.
| Zanone Fraissat/Folhapress | |
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Ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, depõe à PF no inquérito aberto a partir de acusações feitas por Marcos Valério |
CASO
Editoria de Arte/Folhapress |
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Ao prestar o depoimento em setembro, Valério fez outras acusações, pediu proteção e disse estar disposto a aceitar a delação premiada, que agora recusou.
As negociações entre o Ministério Público Federal e o empresário não prosperaram porque, na opinião do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério queria apenas "melar o julgamento" do mensalão.
Segundo a Folha apurou, ao ser ouvido em abril ele não tirou a principal dúvida dos investigadores: descobrir quando exatamente teria acontecido a suposta reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.
No mensalão, Valério foi condenado no STF pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato e evasão de divisas.
A lei que trata da delação premiada prevê, por exemplo, que em casos de crimes como lavagem de dinheiro, o beneficiado pode ter a pena reduzida "de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto".
O juiz pode decidir pela concessão da medida a "qualquer tempo". Há casos de delações premiadas aceitas inclusive durante a execução da pena pelo acusado.
OUTRO LADO
Na ocasião da abertura do inquérito, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou não haver informação nova "em relação às publicadas há cinco meses", se referindo ao depoimento de Valério ao Ministério Público. Ele nega envolvimento de Lula com o mensalão.
À época, o advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento de Valério de "invencionice" e afirmou que o próprio Horta já havia negado publicamente qualquer pedido de ajuda financeira ao PT.
Na opinião de Batochio, a investigação da PF é sobre algo que não ocorreu.
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