Os credores estrangeiros de Eike Batista começaram a se organizar temendo um eventual dificuldade do grupo EBX em honrar seus compromissos externos. Um grupo desses investidores participou de um evento ontem em Nova York e conversou com advogados brasileiros e estrangeiros para entender o que está acontecendo com as empresas X e qual o cenário futuro.
Os credores externos do grupo, em sua maioria, têm bônus emitidos pela petroleira OGX, que possui US$ 3,6 bilhões de dívidas em dólar. Nas conversas de ontem, não se falou ainda em litígios contra o grupo EBX. Mas os investidores demonstraram preocupação com um eventual calote nos bônus da OGX e preveem algum tipo de reestruturação nos passivos.
O primeiro vencimento será em outubro, com um pagamento de cerca de US$ 45 milhões de bônus emitidos no exterior que vencem em 2022. Há outro vencimento previsto para dezembro, com mais US$ 110 milhões referentes ao pagamento anual do cupom (juro nominal) de um bônus com vencimento em 2018.
O diretor executivo de Finanças Corporativa e Reestruturação Societária da FTI Consulting no Brasil, Sam Aguirre, deu uma palestra no evento e disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que alguns credores queriam entender como os brasileiros veem os problemas da EBX. O assunto tem tido repercussão na imprensa norte-americana, com matérias de capa no New York Times e Wall Street Journal.
O diretor destaca que, como a holding que controla as empresas do grupo, a EBX, tem capital fechado, as dúvidas sobre os reais passivos das companhias de Eike Batista aumentam. "Os credores estão buscando caminhos e tentando achar uma solução que faça sentido para os dois lados", disse Aguirre.
O encontro, que visava discutir a Lei de Falências brasileira e oferecer um panorama do grupo EBX, teve a presença de representantes de fundos de pensão, gestoras e fundos de hedge.
Rebaixamento. A reunião dos credores ocorreu no mesmo dia que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da OGX para Ca, de Caa2, com perspectiva negativa.
"O novo rating reflete a alta alavancagem financeira em relação à produção e o fluxo de caixa da companhia, além do perfil de liquidez fraco, com a cobertura de ativos depreciados para os títulos sem seguro. O rating também reflete a alta incerteza sobre as projeções para a empresa, com o risco de default, reestruturação de dívida ou pedido de falência", disse a Moody's, em comunicado. /
COM DOW JONES
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