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quinta-feira, abril 12, 2007

CPI "NOSSA CAIXA"/SP: OUTRA "CAIXA PRETA" ???

Caso Nossa Caixa abre crise entre Serra e Alckmin.

Voltaram a azedar as relações entre os tucanos José Serra, governador de São Paulo, e o antecessor dele, Geraldo Alckmin. A faísca que fez reacender as divergências é a perspectiva de instalação na Assembléia Legislativa paulista de uma CPI para investigar contratos de publicidade da Nossa Caixa. Ausente do país, Alckmin ficou extremamente contrariado com declarações feitas na última terça-feira (10) por Aloysio Nunes Ferreira, secretário da Casa Civil de Serra. Foram publicadas pela Folha (assinantes). Referindo-se à CPI anti-Alckmin, Aloysio Nunes disse: "Quando formos contra uma CPI, vamos dizer que somos contra e por que ela é inconveniente para o governo. Não é o caso dessa. Não temos absolutamente nada a ver com essa história." Por ora, integrantes do grupo político de Alckmin evitam atacar publicamente os companheiros de partido. Em privado, porém, afirmam que foi “inaceitável” o tom empregado pelo auxiliar de Serra. Consideraram que ele foi “desleal”. Como Serra não desautorizou o auxiliar, os partidários de Alckmin passaram a ruminar a suspeita de que a falta de lealdade não é de Aloysio Nunes, mas o chefe dele. Os porta-vozes da contrariedade do ex-governador paulista afirmam que esperavam de Serra a mesma solidariedade que Alckmin dispensou a Mario Covas. Lembram que, ao assumir o Palácio dos Bandeirantes, Alckmin foi confrontado com denúncias de irregularidades na obra do Rodoanel, iniciada sob Covas. Em vez de lavar as mãos, arregaçou as mangas para defender o amigo e companheiro de partido. Alckmin contratou uma consultoria jurídica para atestar a regularidade do Rodoanel. Concluiu a obra e pagou as contas. “Isso foi feito porque havia a convicção de que Covas não faria nada de irregular”, disse um dos partidários de Alckmin ouvidos pelo blog. “O mesmo vale para a Nossa Caixa [um caso que veio à tona em março do ano passado].” Um segundo aliado de Alckmin ouvido pelo repórter disse que Serra e sua equipe não têm motivos para se esquivar de assumir a defesa da gestão da Nossa Caixa. Sustenta que foi a própria direção do banco estatal paulista quem pediu ao Ministério Público para investigar contratos de publicidade tisnados como suspeitos. Afirma que os diretores da instituição compareceram à Assembléia Legislativa, no ano passado, para prestar esclarecimentos. Afirma, de resto, que, graças às gestões de Covas e de Alckmin, serra herdou uma Nossa Caixa que figura em nono lugar no ranking das instituições bancárias do país. “Por tudo isso, a hesitação da equipe de Serra em assumir a defesa da gestão de Alckmin é inaceitável”, disse. A abertura da CPI da Nossa Caixa foi autorizada, em decisão unânime, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, na última segunda-feira. A despeito disso, os aliados de Alckmin avaliam que, se quisesse, o grupo que dá suporte político a Serra, amplamente majoritário na Assembléia Legislativa, poderia negar assinaturas ao requerimento de abertura da comissão. Algo que o atual governador não parece disposto a fazer. Escrito por Josias de Souza, Folha Online.

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