Renan mantém sigilo sobre documentos e diz que deseja viver "calvário" sozinho.O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que preferiu manter sob sigilo os novos documentos de sua defesa encaminhados à Corregedoria do Senado para preservar a identidade de pessoas que não têm envolvimento no caso. Ele é acusado de envolvimento com o lobista Cláudio Gontijo, da Construtora Mendes Júnior, que arcaria com o pagamento de pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso --com quem Renan tem uma filha. Renan disse que deseja viver sozinho o "calvário" a que foi submetido depois de ser acusado de utilizar recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento dessas despesas. "Meu advogado entregou hoje as últimas respostas que precisavam ser entregues porque dependiam de movimentações bancárias, sigilos fiscais. Não é importante envolver outras pessoas. Esse calvário eu prefiro viver sozinho", disse. Ele disse estar "tranqüilo" em relação à representação por quebra de decoro protocolada pelo PSOL no Conselho de Ética do Senado. "A questão do Conselho de Ética eu estou absolutamente confiante na verdade. A verdade vai preponderar." O PSOL quer apurar se o senador utilizou recursos da empreiteira para o pagamento de pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha de três anos fora do casamento. O presidente do Senado disse que não vai emitir opinião sobre a representação do PSOL. Segundo Renan, cabe ao país e aos senadores julgarem sua conduta. "Com todo o respeito que tenho ao PSOL, eu não tenho nada o que falar. Essa avaliação não é minha, é do país, dos senadores. Eles é que têm que decidir se tudo foi suficientemente respondido", afirmou. O senador reiterou que já apresentou todas as explicações necessárias para comprovar que utilizou seus próprios recursos nos pagamentos a Mônica Veloso. "Não há nada que não tenha sido respondido, nenhum documento que não tenha sido fornecido", afirmou. O advogado de Renan, Eduardo Ferrão, encaminhou hoje à Corregedoria do Senado o restante da documentação que comprovaria os pagamentos de Renan à jornalista. No início da semana, Renan encaminhou documentos à Corregedoria, mas não conseguiu comprovar que usou seus próprios recursos para pagar pensão de R$ 8.000 à jornalista antes de dezembro de 2005 --quando o senador ainda não havia reconhecido a paternidade da filha. O senador mostrou que, desde fevereiro de 2006, desconta em seu contracheque pensão mensal de R$ 3.000 à jornalista. "Não há nada que não tenha sido respondido ou explicado. Não há nenhum documento que não tenha sido fornecido", afirmou. Ao ser questionado se teme que seu nome apareça em novas gravações telefônicas reveladas pela Polícia Federal na Operação Navalha, Renan foi enfático. "Você acha que alguém com a responsabilidade de exercer um cargo de presidente do Senado poderia estar temendo gravação ou algo semelhante que pudesse funcionar nessa direção? Eu disse na tribuna do Senado que responderia por qualquer coisa". Folha Online, Brasília, Gabriela Guerreiro.
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