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quarta-feira, junho 13, 2007
CPI DA NAVALHA: "DE TANTA USADA A NAVALHA JÁ NÃO CORTA..."
Sem 15 votos do DEM, a oposição não conseguiu avançar ontem na coleta de assinaturas em favor da criação da CPI da Navalha e deixou para hoje um último esforço. No sentido contrário, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), fez até corpo-a-corpo no plenário para evitar novas adesões à proposta de investigação sobre o envolvimento de parlamentares na máfia das obras. No início da noite, o número de assinaturas era o mesmo da véspera: 172, apenas uma a mais do que o mínimo necessário para instalação da CPI. “Vou criar o departamento anti-CPI na liderança, porque não faço outra coisa”, brincou o líder do governo depois de convencer dois parlamentares do PMN a não assinarem o pedido de CPI. O requerimento foi levado até o plenário pelo deputado Júlio Delgado (MG), da ala independente do PSB. “Com 172 assinaturas, estamos no limite. É melhor esperar mais adesões, porque os líderes do governo já estão até com requerimento pronto para retirada de assinaturas”, afirmou, depois da tentativa frustrada de ampliar a adesão com o PMN. O líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), também não escondia o constrangimento, uma vez que boa parte dos deputados da Bahia e de Sergipe se recusaram a apoiar a CPI por causa da suspeita de envolvimento do deputado Paulo Magalhães (DEM-BA) e do ex-governador sergipano João Alves Filho no esquema de corrupção para beneficiar a Construtora Gautama, tida como chefe da máfia. Também não assinaram o pedido de criação da CPI deputados do DEM do Maranhão e do Piauí. “Ainda estou tentando fazer alguns assinarem. Mas não dá para botar a culpa na gente”, disse Lorenzoni.Embora tenha proposto a CPI por causa do desvio de verba pública que a Operação Navalha vem investigando, a oposição trabalha para incluir nela a Operação Xeque-Mate, por causa da suspeita de envolvimento de Genival Inácio da Silva, o Vavá, e de Dario Morelli Filho, respectivamente irmão mais velho e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se a CPI da Navalha naufragar, a tentativa da oposição será emplacar a CPI dos Jogos Ilícitos, proposta pelo tucano Carlos Sampaio (SP). “Precisamos ter humildade para saber que a oposição sozinha não consegue 171 votos para abrir uma CPI. Temos que ter 40 ou 50 votos do outro lado (governistas)”, reconheceu Lorenzoni. Estdão, Luciana Nunes Leal.
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