Airbus pousou a 250 km/h e bateu a 175 km/h
O avião da TAM que se chocou contra o prédio da TAM Express no último dia 17, tocou a pista a uma velocidade aproximada de 250 km/h, considerada normal para um Airbus A-320 lotado. No entanto, em quase 1,5 Km de pista, reduziu-a em apenas 75 km/h, atingindo o prédio da TAM Express de lado – e não de nariz, a 175 km/h. As novas informações são dos deputados da CPI da crise aérea que acompanham a análise da caixa-preta do avião nos Estados Unidos. Eles passaram duas horas no laboratório da Agência Americana de Segurança de Transportes, em Washington, e preferiram não ouvir os diálogos registrados na caixa-preta. “Primeiro porque elas são protegidas por uma convenção internacional e também em respeito às famílias nós preferimos não ouvir as gravações”, disse o presidente da CPI na Câmara, Marco Maia. Nesta terça-feira, a Polícia Civil ouviu dois comandantes que pilotaram o Airbus com o reversor da turbina direita travado e dois técnicos da Infraero que liberaram a pista pouco antes do acidente. "Segundo o relato dos funcionários da Infraero não havia lâmina d'água na pista. Ela estava molhada, mas não havia lâmina, motivo pelo qual ela foi liberada para os pousos seguintes”, disse o procurador Antonio Carlos Batista. A análise se baseou apenas no olhar, sem uso de equipamento. Os investigadores querem saber se era possível enxergar uma lâmina de água de três milímetros - o que determinaria o fechamento da pista. Três milímetros é pouco mais que a espessura de uma moeda de cinqüenta centavos. Na segunda-feira (23), o deputado da CPI do Apagão Aéreo Efraim Filho (DEM-PB) chegou a afirmar que os pilotos da TAM não teriam tentado arremeter (recuperar altitude) no momento do acidente, mas a Aeronáutica negou que qualquer informação das caixas-pretas tivesse sido divulgada. Entre as possíveis causas do acidente levantadas por especialistas até o momento estão: a pista escorregadia, versão contestada pela Infraero; o reversor direito travado, o que não impediria o uso da aeronave por 10 dias segundo TAM e Airbus; e falha humana. A pressão para acelerar a obra foi registrada na ata da audiência pública que aconteceu em 2 de abril, antes do início da reforma. O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas manifestou a preocupação de que as obras fossem concluídas até o final de junho, antes do início da alta temporada. A pista foi reinaugurada no dia 29 de junho e bastou chover para que, pelo menos, três aviões derrapassem. G1, JG.
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