A trinca de relatores do Conselho de Ética do Senado –Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE)— reúne-se na próxima quarta-feira (8), para definir os nomes das pessoas que serão inquiridas antes do julgamento do processo contra Renan Calheiros. Entre os convocados devem figurar supostos compradores de gado do presidente do Senado. Além do próprio Renan, cujo depoimento é considerado essencial, cogita-se ouvir também a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador teve uma filha, e Cláudio Gontijo, funcionário da Construtora Mendes Júnior. Mônica ainda não falou aos senadores. Só o advogado dela, Pedro Calmon Filho, compareceu ao Conselho de Ética. Gontijo já depôs. Mas deve ser chamado para elucidar dúvidas remanescentes. Na terça-feira (7), um dia antes do encontro dos três relatores, haverá reunião da Mesa Diretora do Senado. Renan não estará presente. Sob o comando do vice-presidente da Casa, Tião Viana, os senadores decidirão o que fazer com a segunda representação protocolada pelo PSOL contra Renan. Têm duas alternativas: ou enviam ao Conselho de Ética ou mandam para o arquivo. Tião Viana encomendou, nesta quinta-feira (2), um parecer da Advocacia Geral do Senado acerca da segunda representação do PSOL. Ficará pronto até o final da tarde de segunda-feira (6). No dia seguinte, a Mesa tomará a sua decisão. Na hipótese de abertura de processo, terá de ser nomeado um outro relator no Conselho de Ética. Na segunda representação, o PSOL requer a apuração de duas denúncias: a de que Renan e seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) teriam feito gestões em favor da Schincariol junto ao INSS e a de que ambos teriam grilado terras no município alagoano de Murici. É a mesma cidade de onde teria saído o gado que Renan diz ter vendido. Ele alega que amealhou, entre 2003 e 2006, R$ 1,9 milhão em negócios agropecuários. Segundo diz, viria daí, não dos cofres da Mendes Júnior, o dinheiro que usou para pagar a pensão da filha que teve fora do casamento. Entre os compradores de gado que devem ser convocados pelo Conselho de Ética estão os responsáveis pelas empresas GF da Silva Costa e Carnal. Há duas semanas, o conselho despachara técnicos do Senado para Alagoas. Tinham a missão de noticiar as duas empresa, para que apresentassem comprovantes da compra de gado. Não foram, porém, localizadas. Súbito, quando as duas firmas já eram dadas como organizações fantasmas, um ex-contador de ambas, Roberto Gomes de Souza, surgido do nada, enviou pelo Correio um lote de documentos. Foram remetidos à Polícia Federal, que realiza, a pedido do Senado, uma perícia no papelório que compõe a defesa de Renan. O grosso dos papéis exigidos pela PF para a conclusão da perícia já foi providenciado. A polícia ainda aguarda, porém, uma relação com as datas e os valores repassados à jornalista Mônica Veloso. Renan prometera entregar os dados nesta quinta. Até o meio da noite, o Conselho de Ética não sabia informar se o senador cumprira a promessa. Escrito por Josias de Souza, Folha Online.
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