Jobim pode ter mais conforto na Varig, diz executivo da Gol
A companhia aérea Gol sugeriu nesta quinta-feira uma opção para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, caso queira voar com mais conforto. Segundo David Barioni Neto, vice-presidente técnico da empresa aérea, o ministro pode viajar pela Varig --comprada pela Gol em março deste ano.
Durante depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado, ontem, Jobim falou sobre o desconforto durante os vôos e determinou o aumento do espaço entre as poltronas das aeronaves. "A idéia da Gol em relação à Varig é exatamente ter um serviço melhor para clientes premium. Caso a vontade do ministro Jobim e da demanda é esta [de ter maior espaço nos assentos], vamos ampliar a Varig para atender este perfil", disse o executivo durante coletiva da apresentação dos resultados do primeiro semestre deste ano. O ministro tem 1,9 m, e se coloca como uma "vítima" do pequeno espaço entre as poltronas. "Os vôos foram inferiores à demanda. As empresas passaram a usar aviões maiores comprimidamente. Eu, com 1,90 metro, tenho dificuldade de sentar nos vôos das empresas",
disse Jobim no Senado. O ministro informou durante o depoimento que o
Conac (Conselho de Aviação Civil) terá até o dia 23 de agosto para formalizar esse pedido à
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), entre outras determinações que serão cumpridas pelo órgão até lá. Especialistas
ouvidos pela Folha Online criticaram a decisão de pedir às empresas aéreas que aumentem o espaço para os passageiros dentro das aeronaves brasileiras através da redução do número de poltronas. A conseqüência imediata será o aumento do preço das passagens por causa da redução da oferta, afirmaram os especialistas.
Como se não bastasse, dizem eles, é provável que a redução da oferta acarrete também em mais overbooking (venda de passagens maior que o número de assentos disponíveis).
Durante a teleconferência, Barioni afirmou também que o preço das passagens aéreas no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo)
deve ter aumento e as de Cumbica (Guarulhos) uma redução após a reorganização da malha, que sairá em até 60 dias. "Não haverá aumento de tarifas, mas certamente ocorrerá esta diferenciação porque o custo de operar em Congonhas aumentará", explicou. A companhia anunciou
prejuízo líquido de R$ 35,4 milhões no segundo trimestre do ano, ante lucro líquido de R$ 106,7 milhões no mesmo período em 2006. A empresa atribuiu o resultado negativo deste trimestre à crise aérea e à aquisição da Varig (VRG), que teve seu controle comprado por US$ 275 milhões em março deste ano. A receita líquida somou R$ 1,2 bilhão, número 36,4% superior ao desempenho registrado no segundo trimestre de 2006.
Folha Online, Ygor Salles.
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