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quinta-feira, março 13, 2008
BRASIL: AUMENTO DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS CLASSES C e D
Para o economista José Luiz Rossi Júnior, professor do Ibmec São Paulo, a expansão do PIB, acima da média história brasileira, registrou um bom resultado em todos os setores - serviços, agricultura e indústria -, com destaque especial para o consumo das famílias, com alta de 6,5%, maior que o próprio índice. "O aumento do consumo sinaliza principalmente a cultura do crédito e também o aumento da massa salarial", diz Rossi. "Em 2007, o consumo cresceu até mais que o PIB. E, no geral, se você observar várias economias, geralmente o consumo tende a crescer mais suavemente que o PIB."
Para o economista, este aumento é significativo para ter um novo raio-x do que é a cultura de consumo do Brasil hoje. "O fato de o consumo estar aumentando é um bom indicador porque há várias pessoas das classes C e D que estão entrando neste mercado." Rossi chama atenção também para o crescimento do investimento. "O investimento estar em alta já dá um alívio na economia", diz, e destaca ainda a agropecuária, com índice considerado por ele como "uma boa notícia". Segundo o IBGE, a agropecuária foi o setor que mais cresceu, com 5,3%. A expansão deveu-se principalmente à lavoura, com destaque positivo para trigo (62,3%), algodão herbáceo (33,5%), milho em grão (20,9%), cana (13,2%) e soja (11,1%).
Imposto
O consumo em alta também se reflete no crescimento do recolhimento de impostos sobre produtos, de 9,1%, o maior desde 1996, de acordo com o IBGE -- no ano passado, a tributação de produtos havia crescido 5%. Entre os segmentos que mais contribuíram para o resultado dos tributos estão o automotivo e o de serviços da informação. "Se a economia está crescendo, a tendência é que os impostos cresçam, é uma relação direta. Se você tem crescimento onde o consumo está com taxa alta, vai ter impacto no ICMS, como os serviços de informação. Atividades que têm incidência de IPI muito alta estão crescendo. O grande impacto é IPI e ICMS", explica Roberto Olinto, coordenador de contas nacionais do IBGE.
Demanda
Segundo Olinto, com o aumento na taxa de investimento - também verificada pelo instituto - a economia está se preparando para uma manutenção da demanda. Isso é evidenciado, segundo o coordenador, pelos investimentos maiores em capacidade produtiva. "É uma qualidade de investimento importante, porque você não cresce baseado nas exportações, mas tem um mercado interno sendo construído e fortalecido", ressalta. Alicia Uchôa e Isabelle Moreira Lima Do G1, no Rio e em São Paulo. 1303. VEJA O VÍDEO.
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