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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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terça-feira, fevereiro 03, 2009

GOVERNO LULA/''LULISMO'' [In:] POR QUEM OS SINOS "DOBRAM"

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PMDB domina o Congresso e já mira vaga de vice para 2010



Bra­sí­lia - Com a elei­ção de Jo­sé Sar­ney (AP) e Mi­chel Te­mer (SP) pa­ra as pre­si­dên­cias do Se­na­do e Câ­ma­ra, res­pec­ti­va­men­te, o ­PMDB pas­sa a do­mi­nar o Con­gres­so, mas sob as bên­çãos do Pa­lá­cio do Pla­nal­to - sem se es­que­cer, co­mo é da tra­di­ção do par­ti­do, de que co­bra­rá ca­ro pe­lo ­apoio ao pre­si­den­te ­Luiz Iná­cio Lu­la da Sil­va em ­seus ­dois ­anos fi­nais de go­ver­no. O re­sul­ta­do de on­tem sa­tis­faz ao Pla­nal­to que ­atrai o ­PMDB pa­ra 2010. Vi­ta­mi­na­do, o ­PMDB fa­la em no­me pró­prio pa­ra a su­ces­são de Lu­la, mas na rea­li­da­de mi­ra a va­ga de vi­ce.

  A es­tra­té­gia de Lu­la na Câ­ma­ra foi cla­ra: ope­rou pa­ra aju­dar Te­mer, na Câ­ma­ra, exi­gin­do fi­de­li­da­de dos pe­tis­tas, e li­be­ran­do os mi­nis­tros de ou­tras le­gen­das pa­ra fa­zer a cam­pa­nha em ­seus par­ti­dos. No Se­na­do, bas­tou dei­xar que o no­vo lí­der do ­PMDB, Re­nan Ca­lhei­ros (AL), coor­de­nas­se a can­di­da­tu­ra de Jo­sé Sar­ney.

  Sar­ney e Te­mer fo­ram elei­tos com fol­ga e sem sus­tos. No Se­na­do, não foi pos­sí­vel exe­cu­tar a es­tra­té­gia em fa­vor de Sar­ney sem tor­nar os­ten­si­vo ao aban­do­no ao can­di­da­to do PT, ­Tião Via­na (AC). ­Quem sus­ten­tou a can­di­da­tu­ra de ­Tião, du­ran­te lon­go tem­po, foi o dis­si­den­te pee­me­de­bis­ta Jar­bas Vas­con­ce­los (PE). O mi­nis­tro das Re­la­ções Ins­ti­tu­cio­nais, Jo­sé Mú­cio, do PTB, que par­ti­ci­pou de to­das as reu­niões pró Te­mer rea­li­za­das no do­min­go, cui­dou ape­nas de pro­du­zir fra­ses bu­ro­crá­ti­cas di­zen­do acre­di­tar nas chan­ces de Via­na. E os go­ver­na­do­res pe­tis­tas do Nor­des­te - Mar­ce­lo Dé­da (Ser­gi­pe), Ja­ques Wag­ner (Ba­hia) e Wel­ling­ton ­Dias (­Piauí) - via­ja­ram pa­ra Bra­sí­lia pa­ra fa­zer cam­pa­nha pa­ra Te­mer, man­ten­do-se in­di­fe­ren­tes ao can­di­da­to do PT no Se­na­do. Es­te, que con­ta­bi­li­za­va 43 vo­tos, te­ve 11 a me­nos e per­deu.

  Tan­to Sar­ney quan­to Te­mer anun­cia­ram, em ­seus dis­cur­sos, que vão mon­tar uma agen­da que aju­de a com­ba­ter a cri­se fi­nan­cei­ra glo­bal. Dis­se­ram ain­da que vão vo­tar to­dos os pro­je­tos apre­sen­ta­dos pe­lo go­ver­no con­tra a cri­se, pe­la ma­nu­ten­ção do em­pre­go e do cres­ci­men­to eco­nô­mi­co e ­maior dis­tri­bui­ção de ren­da.

  Pre­va­le­ceu na elei­ção das ­duas Ca­sas do Con­gres­so o que o mun­do po­lí­ti­co já cha­ma de ‘‘lulismo’’, que se ca­rac­te­ri­za pe­lo ­apoio ao pa­lá­cio, in­de­pen­den­te­men­te do que pen­se o PT. Des­de que o pre­si­den­te ini­ciou o se­gun­do man­da­to, em ja­nei­ro de 2007, o ‘‘­lulismo’’ pre­va­le­ce so­bre o ‘‘­petismo’’. O que ge­ra rea­ções preo­cu­pa­das e, al­gu­mas ve­zes, in­dig­na­das, de pe­tis­tas.

  ‘‘O que acon­te­ceu foi mui­to ­ruim pa­ra o PT. Com as ­duas Ca­sas, o ­PMDB vai man­dar na su­ces­são do pre­si­den­te ­Lula’’, de­cla­rou alar­ma­do o de­pu­ta­do Wal­ter Pi­nhei­ro (BA), um dos pe­tis­tas vi­ce-lí­de­res do go­ver­no no Con­gres­so. ‘‘Va­mos aca­bar fi­can­do nas ­mãos de­les nas pró­xi­mas elei­ções pa­ra a Pre­si­dên­cia.’’

  Pi­nhei­ro lem­brou que em 2010 se­rá a pri­mei­ra vez que o pre­si­den­te Lu­la não par­ti­ci­pa­rá da dis­pu­ta, des­de 1989, de­ven­do ­apoiar a mi­nis­tra Dil­ma Rous­seff (Ca­sa Ci­vil). Is­so, de acor­do com ele, tor­na o ­PMDB for­ça fun­da­men­tal pa­ra a vi­tó­ria de ­quem ­quer que se­ja - go­ver­no ou opo­si­ção.

  Já o pre­si­den­te do PT, Ri­car­do Ber­zoi­ni (SP), tam­bém con­cor­dou que o ­PMDB se for­ta­le­ceu mui­to. Mas ele dis­se que é pre­ci­so es­pe­rar um pou­co pa­ra ver aon­de os pee­me­de­bis­tas vão. ‘‘A for­ça do ­PMDB é gran­de. Ho­je es­tá com o pre­si­den­te Lu­la, mas po­de vir a ­apoiar ou­tro can­di­da­to. Te­mos de es­pe­rar. Ain­da é ce­do. É pre­ci­so sa­ber co­mo o go­ver­no es­ta­rá da­qui a al­guns me­ses.’’

De ­olho em 2010

  For­ta­le­ci­do, o ­PMDB já fa­la aber­ta­men­te na su­ces­são pre­si­den­cial de 2010. Di­zem ­seus lí­de­res que se can­sa­ram de se­rem coad­ju­van­tes; que­rem ser os pro­ta­go­nis­tas. ‘‘Te­mos no­mes e con­di­ções de dei­xar de ser a noi­va pa­ra pas­sar à con­di­ção de ­noivo’’, dis­se o de­pu­ta­do Eu­ní­cio Oli­vei­ra (­PMDB-CE), fu­tu­ro pre­si­den­te do par­ti­do, que de­ve­rá subs­ti­tuir Te­mer nu­ma elei­ção que ocor­re­rá em ­abril ou ­maio.

  Mas, co­mo sem­pre acon­te­ce com o ­PMDB, não exis­te con­sen­so so­bre a can­di­da­tu­ra pró­pria, por­que o par­ti­do pos­sui ­duas ­alas dis­tin­tas. Uma é a que ­atua na Câ­ma­ra e que tem o co­man­do par­ti­dá­rio, com Mi­chel Te­mer, Eu­ní­cio Oli­vei­ra e Ged­del Viei­ra Li­ma (mi­nis­tro da In­te­gra­ção Na­cio­nal); a ou­tra é a que foi mon­ta­da no Se­na­do, e que tem, en­tre ou­tros lí­de­res, Sar­ney, Re­nan Ca­lhei­ros, Hé­lio Cos­ta (mi­nis­tro das Co­mu­ni­ca­ções), Edi­son Lo­bão (mi­nis­tro de Mi­nas e Ener­gia) e Sér­gio Ca­bral (go­ver­na­dor do Rio de Ja­nei­ro).

  Des­se mo­do di­vi­di­do - e des­se mo­do trans­for­ma­do em ­dois a fa­zer co­bran­ças ao go­ver­no -, o ­PMDB fa­la tam­bém em apre­sen­tar um can­di­da­to a vi­ce-pre­si­den­te, tan­to na cha­pa do go­ver­no, pro­va­vel­men­te com a can­di­da­tu­ra da mi­nis­tra Dil­ma Rous­seff (Ca­sa Ci­vil), ou da opo­si­ção, com o tu­ca­no Jo­sé Ser­ra (go­ver­na­dor de São Pau­lo). No­mes há. O pró­prio Eu­ní­cio enu­me­rou al­guns de­les: Sér­gio Ca­bral, Ged­del Viei­ra Li­ma, Mi­chel Te­mer e Edi­son Lo­bão.
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João Domingos
Agência Estado

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http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id=858&dt=20090203

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