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sexta-feira, abril 16, 2010
GOVERNO LULA ''BY'' LULA [In:] A ONU É AQUI...
O campeão do faz-de-conta inventou as casas de aço
O comício improvisado em Brasília animou a manhã e prenunciou outro Dia do Espanto. Ainda ressabiado com a descoberta de que não consegue mais que 3 minutos e 45 segundos na agenda de Barack Obama, o presidente Lula foi pouco inventivo na discurseira para pequenos e microempresários. Só lhe ocorreu recomendar à plateia que exija a imediata criação de um ministério encarregado de cuidar exclusivamente de pequenas e microempresas.
E o que está esperando para atender à reivindicação?, intrigaram-se os ouvintes. Não se faz isso em ano eleitoral, desconversou o chefe de governo que faz qualquer negócio em ano eleitoral. Campanha eleitoral antecipada, proibida por lei e castigada com multas, por exemplo. Como a maior obra de um presidente é eleger o sucessor, Lula ignorou mais uma vez o Judiciário e chegou para o almoço em São Paulo com sede de palanque.
Criticou o slogan adotado por José Serra, elogiou Dilma Rousseff , reafirmou que nunca antes neste país houve um presidente tão admirável e foi almoçar. Voltou do almoço com pose de consultor-geral do mundo, repreendeu Barack Obama por não ter procurado Mahmoud Ahmadinejad para uma conversa olho no olho, avisou que saberá representar o planeta na visita aos vigaristas atômicos do Irã e decolou para outro comício no Congresso Brasileiro do Aço.
Animado com o que lhe mostraram os anfitriões, deu por resolvida a questão habitacional e disse o que disse no vídeo abaixo. Num país menos delirante, chegaria ao ponto final transformado em forte candidato a uma camisa de força. No País do Carnaval, o palavrório de napoleão-de-hospício terminou não com o barulho da sirene da ambulância, mas ao som de aplausos.
“O povo tem de escolhê o que quisé”, diz num dos tantos momentos assombrosos. “Si qué uma.. sabe… de chão batido, sem acabamento, ou uma casinha bem feitinha de aço”. Faz a pausa numa vírgula e ordena ao companheiro Márcio Fortes que viaje pelo Brasil para mostrar aos interessados as opções disponíveis ─ com destaque para as moradas de aço, mas aceitando democraticamente a preferência pelo chão batido.
Já nos acréscimos, o especialista em tudo critica o currículo das faculdades de engenharia, incapazes de enxergar o que não escapa ao olhar do estadista. Quem foi que disse que as casas têm de ser de concreto?, indaga. Os engenheiros aprendem na escola que precisam usar concreto, continua a viagem. É errado, porque as casas podem perfeitamente ser de aço. Ou do jeito que a freguês quiser.
Sobre os barracos obscenamente miseráveis das favelas do país, nada. Nem sobre os mortos dos morros do Rio, ou os cadáveres ainda insepultos em Niterói, ou os flagelados ainda à caça de abrigo. Não convém tratar de coisas trágicas em ano eleitoral. Melhor cobrir com um oceano de concreto imaginário o que pareça incômodo ao caçador de votos. Melhor tratar dos problemas do Oriente Médio. Ou do Irã.
Segundo o IBGE, quase 100 milhões de brasileiros estão fora da coleta de esgoto, 34 milhões não dispõem de abastecimento regular de água. O PAC promete investir R$ 40 bilhões nos próximos quatro anos em saneamento básico. Os especialistas no assunto informam que, para que o país inteiro fosse atendido, seriam necessários investimentos anuais de R$ 10 bilhões durante 20 anos. Lula só sabe do que lhe convém. E faz de conta que não sabe disso.
O mais recente estudo da ONU sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todos os países constatou que o Brasil, oitava economia do mundo, é o 75° no ranking. No campo do saneamento básico, os indicadores na área urbana são inferiores aos da Jamaica, da República Dominicana e ─ é difícil acreditar ─ dos territórios palestinos ocupados.
Na recente incursão pelo Oriente Médio, Lula comunicou, com a arrogância de pobretão metido a novo-rico, que estava lá para ajudar os moradores da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. O documento da ONU avisa que deveria ter pedido ajuda.
A conversa do cara com Obama durou 3 minutos e 45 segundos
“O Obama já disse que eu sou o cara”, gabou-se Lula no inverossímil comício para a plateia de sindicalistas em que Dilma Rousseff rebaixou o exílio a ato de covardia e o presidente da República anunciou que se afastaria por algumas horas do palanque para ensinar um gringo inexperiente a lidar com o Irã. Decolou tão invocado quanto naquele dia em que ordenou a George Bush que proibisse a crise econômica de cruzar o Atlântico.
Viajou tão grávido de autoconfiança quanto na excursão que lhe permitiu resolver a crise do Oriente Médio. Pousou em Washington pronto para ministrar à turma presente ao debate da questão nuclear outro curso intensivo de diplomacia moderna. E avisou que queria uma conversa na Casa Branca ─ sem hora para terminar. Depois de muita insistência, conseguiu 15 minutos, divididos com o companheiro Recep Erdogan, primeiro-ministro da Turquia.
Teve de conformar-se com sete minutos e meio. Como não fala sequer boa tarde em inglês, os intérpretes engoliram metade do diálogo. Como Obama ocupou dois minutos da conversa com Lula, o mais falante dos presidentes precisou comprimir em um minuto e 45 segundos a discurseira em favor dos trapaceiros atômicos do Irã.
“Obama não vê nenhum problema em que se tente uma solução negociada”, disse o óbvio, à saída da curtíssima reunião, o chanceler Celso Amorim. O ministro que chama Lula de “Nosso Guia” nem terminara a frase quando o presidente americana informou que as sanções aplicadas ao regime dos aiatolás serão ainda mais severas do que se previa.
Lula viajou para os EUA como candidato ao cargo de secretário geral da ONU. Configurado o isolamento internacional, voltou como candidato a ex-presidente do Brasil. Ainda vai descobrir que foi o tradutor, e não Obama, quem disse que ele era o cara. Ao inquilino da Casa Branca, um minuto de falatório bastou para penitenciar-se, de novo, por ter sido gentil com o cara errado.
Pena que Obama não tenha visto a foto do ministro Miguel Jorge entregando a camisa da Seleção Brasileira ao companheiro Ahmadinejad. O País do Futebol lhe pareceria mais lógico se acreditasse que, em troca do endosso à aventura nuclear, o Itamaraty conseguiu o apoio da torcida iraniana à ofensiva dos guerreiros do Dunga nos campos da África do Sul.
E pena que a conversa tenha sido tão breve. Se durasse meia hora, tanto Obama quanto Erdogan descobririam que, para Lula, todos os árabes são turcos e pacifistas. Inclusive os persas atômicos do Irã.
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http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
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