PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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terça-feira, agosto 31, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ''O MEU DESEJO É SEMPRE O TEU DESEJO..." (*)

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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(*) Letra de música popular.
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QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA,

31 de agosto de 2010

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Folha de S. Paulo

Manchete: A cada 4 dias, Lula divide algum palco com Dilma
Número de atos públicos com presidente e candidata cresceu após horário na TV

Em linha com a estratégia de colar a imagem de Dilma Rousseff à do presidente Lula, o roteiro da campanha do PT na reta final das eleições prevê pelo menos mais dez comícios dos dois lado a lado a partir de amanhã.

A dupla chegará às urnas com a média de um ato público conjunto a cada quatro dias. Até as eleições, haverá comícios em seis Estados. O último deve ser na praça da Sé, em São Paulo.

Será dada prioridade ao Sudeste (11 eventos previstos) e ao Sul (6), regiões nas quais a vantagem da petista sobre o tucano José Serra é menor - 12 e 7 pontos, segundo o último Datafolha.

O total de atos públicos com Dilma e Lula juntos foi turbinado após o início da propaganda na TV, no dia 17. Até então, em 45 dias, haviam feito cinco eventos. Depois, houve seis comícios em duas semanas. (Págs. 1 e A4)

'Sonho americano' custou R$ 24 mil, dizem familiares

A família de Hermínio Cardoso dos Santos, 24, pagou R$ 24 mil para atravessadores ajudarem o rapaz a entrar ilegalmente nos EUA.

Seus documentos foram achados no local da chacina, mas seu corpo não foi identificado. Santos já havia sido deportado da Itália e barrado em Portugal.

Cerca de 70% dos ilegais da região de Governador Valadares usam agenciadores e pagam até R$ 26 mil, mostra estudo. (Págs. 1 e A16)

Foto legenda: “Ele queria ganhar um dinheirimnho para comprar uma casa e, se sobrasse, um carro velho para descansar as pernas”
Maria Cardoso, 58, mãe de Hermínio Cardoso dos Santos, 24

Maria Cardoso dos Santos, mãe de Hermínio; rapaz deixou a região de Governador Valadares para tentar entrar nos EUA

Aécio cobra mais ousadia e clareza da campanha de Serra (Págs. 1 e A8)


Servidora da Receita afirma que sua senha era socializada

Acusada de participar da violação do sigilo fiscal do dirigente tucano Eduardo Jorge, a funcionária da Receita Federal Adeildda Ferreira dos Santos declarou à Folha que colegas na agência de Mauá tinham acesso livre ao seu terminal.

Santos afirmou ter cometido apenas um erro: "Como servidora, deveria ter sido mais cuidadosa". (Págs. 1 e A7)

Dirigente do Incra e mais 19 são presos em operação da PF

Operação da Polícia Federal prendeu o superintendente do Incra de Mato Grosso do Sul, Waldir Cipriano Nascimento, e outros 19 suspeitos de fraude em lotes da reforma agrária.

De acordo com a investigação, áreas eram reservadas para líderes de movimentos sociais e vendidas. Exonerado, Nascimento negou as acusações. (Págs. 1 e A12)

Grupo pede mais transparência de painel que faz a análise do clima (Págs. 1 e A18)


Editoriais

Leia "Por um ensino melhor", sobre iniciativa de entidades sociais em prol da educação; e "Império do tráfico", acerca da violência no México. (Págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo


Manchete: Após freada, mercado espera reação do PIB no 3º trimestre

Economistas calculam taxa anualizada de menos de 4%, em comparação com 11% no primeiro trimestre

A economia brasileira pisou no freio no segundo trimestre e tornou a acelerar no terceiro - mas sem voltar ao ritmo alucinante do primeiro, de 2,7%. Assim se resume a visão quase consensual do mercado sobre o PIB do segundo trimestre, que será divulgado na sexta-feira, e o momento atual da atividade econômica. Para o segundo trimestre, economistas calculam expansão entre 0,6% e 0,9%. 0 ministro Guido Mantega (Fazenda) fala numa taxa entre 0,5% e 1%. Se as previsões se confirmarem, isso significa que o crescimento da economia desacelerou de um ritmo anual de 11% para menos de 4% - reforçando a expectativa de manutenção da atual taxa de juros até o fim do ano. (Págs. 1 e Economia B1)

Cenário: Sérgio Vale
Economia tem tudo para crescer 4,5% em 2011

Após dois anos de estímulos das políticas monetária e fiscal, foi natural a expansão de 7% projetada para 2010. 0 crescimento não deve se repetir em 2011, mas não se acredita que haja desaceleração exagerada. (Págs. 1 e Economia B3)


Avaliação critica painel da ONU sobre clima

Investigação de acadêrnicos solicitada pela ONU sobre o IPCC, o painel intergovernamental sobre rnudanças climáticas, concluiu que ele precisa de reformas, para evitar noves erros de avaliação e restaurar sua credibilidade. 0 trabalho destacou falta de liderança e de controle sobre as informações, além de conflito de interesses e uso de rnétodos científicos inadequados. (Págs. 1 e Vida A18)

Uma fraude de até € 40 bi

ONU investiga indústrias chinesas suspeitas de armar esquema de venda de crédito de carbono. (Págs. 1 e Vida Al8)

Serra muda slogan e fala em 'hora da virada'

Depois de articular ofensiva para fazer frente aos resultados das pesquisas, a nova estratégia de comunicação de José Serra (PSDB) tem "tribuna popular" na internet e um slogan que traduz o momento da campanha tucana: “É a hora da virada.” (Págs. 1 e Nacional A4)

Índio da Costa, Candidato a vice

'Serra precisa do seu apoio agora' (em mensagem eletrônica a eleitores). (Pág. 1)

Dilma descarta Dirceu em sua eventual gestão

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afastou a possibilidade de o ex-ministro José Dirceu compor o primeiro escalão do governo caso ela seja eleita. "Não acho muito provável. Ele não está participando diretamente da atividade de governo." (Págs. 1 e Nacional A8)

México demite 10% da polícia por corrupção

Depois do massacre de 72 imigrantes ilegais, a Polícia Federal mexicana demitiu 3,2 mil agentes, o equivalente a 10% do seu efetivo, por suspeita de corrupção e envolvimento com o crime organizado. Outros 1.500 serão exonerados.(Págs. 1 e Internacional A12)

Rio planeja abertura de 21 mil vagas de hotéis (Págs. 1 e Cidades C4)

Notas & Informações

Areia nos olhos do público

O que estarrece é a facilidade com que ilícitos podem ser cometidos nas entranhas do Fisco. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Fundos imobiliários deslancham

Os fundos imobiliários vão receber uma avalanche de recursos em breve, depois de terem despertado a atenção de investidores externos e dos maiores bancos nacionais. Só na última semana, o BTG Pactual entrou com pedido de análise na Comissão de Valores Mobiliários para quatro fundos de R$ 1 bilhão cada um. Com outra carteira do banco em análise desde junho, são R$ 5 bilhões, quantia que quase se iguala ao patrimônio total dos fundos em operação, de R$ 5,9 bilhões. Em fase de registro ou captação, há cerca de R$ 9 bilhões, bem mais que os R$ 3,44 bilhões de 2009.

A demanda de investidores internacionais por ativos imobiliários no país está muito aquecida, diz Marcelo Pereira, sócio da TAG Investimentos. "Tem muito banco americano comprando terrenos diretamente, estruturando operações para que sua área de 'private banking' lá fora ofereça aos clientes, ou entrando via fundo imobiliário". (Págs. 1 e D1)

Para empresários, novo governo deve dar prioridade à educação

A educação deve ser a prioridade do próximo governo, segundo a maioria dos executivos que participaram ontem da cerimônia de premiação das campeãs setoriais do "Anuário Valor 1000" e da
"Empresa de Valor 2010" - a escolhida foi a Cielo, antiga Visanet, maior empresa em credenciamento de lojas e captura de transações com cartões.

A precária infraestrutura do país está também no topo das preocupações dos empresários, que avaliam que a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada, em 2016, são uma oportunidade para o país corrigir defasagens nessa área. Se for capaz de manter uma boa gestão, não faltarão recursos - domésticos ou externos - para bancar os investimentos necessários. (Págs. 1, A6 e A7)

Foto legenda: Rômulo Dias, da Cielo, a 'Empresa de Valor 2010': grandes desafios com a abertura do mercado

Carlyle se abrasileira e investe US$ 1 bilhão

Com a compra da fabricante de roupas Trifil, anunciada no fim de semana, a gestora de fundos de "private equity" Carlyle já investiu no Brasil neste ano US$ 1 bilhão. Para alcançar esse volume, contribuiu muito a mudança de estratégia. Anteriormente, os negócios eram feitos a distância e duas investidas tiveram, até o momento, resultados abaixo do esperado. Agora, o fundo se "tropicalizou" e montou uma equipe no Brasil.

"Depois da China, onde já estamos há 12 anos, o Brasil é hoje o país mais importante para o Carlyle", diz Fernando Borges, contratado em 2008 para montar a operação brasileira. A maior proximidade com o mercado local também levou a uma parceria com o Banco do Brasil para a gestão de um fundo de R$ 400 milhões captados de fundos de pensão e do próprio banco. (Págs. 1 e C1)

Com apoio de Lula, Campos reconstrói sua carreira em PE

Governador mais bem avaliado do país, Eduardo Campos (PE) pode vir a se reeleger como recordista de votos. Se for confirmada nas urnas a preferência de quase 70% nas pesquisas, ele pretende reconstruir uma imagem nacional diferente daquela que, 14 anos atrás, o expôs como pivô do chamado "Escândalo dos Precatórios", no qual foi absolvido pela Justiça.

Herdeiro político do avô Miguel Arraes, mas com temperamento mais liberal, Campos conquistou a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao articular no Congresso sua defesa no escândalo do mensalão. Implantou métodos de gestão do Movimento Brasil Competitivo - liderado pelo empresário Jorge Gerdau - na segurança, reduzindo em 12% o número de homicídios do Estado. O feito ampliou a base herdada do avô, principalmente no interior do Estado, para a classe média da Região Metropolitana do Recife. Pegou carona na popularidade de Lula e nas obras do PAC. O grande volume de empregos gerados pelo Complexo Portuário de Suape é um de seus principais cartões de visita.

Com trânsito junto ao PSDB, pretende levar o partido que preside, o PSB, a mediar as relações com o PT em eventual governo Dilma Rousseff. (Págs. 1 e A16)

Empresas brasileiras da cadeia aeronáutica buscam negócios no mercado externo (Págs. 1 e B8)


Carros elétricos terão mesmas alíquotas de IPI dos veículos flex (Págs. 1 e A3)


Crescimento econômico

O governo elevou de 6,5% para 7% a previsão oficial de crescimento da economia neste ano. Para a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o nível de investimentos, a previsão passou de 20,4% para 22,1%. (Págs. 1 e A3)

Avanço da TI

Brasil, Chile, Peru e Argentina lideraram o crescimento na utilização de recursos da tecnologia da informação na América Latina no segundo trimestre, segundo estudo da consultaria espanhola Everis. (Págs. 1 e B2)

Schulz cresce com exportações

A catarinense Schulz, fabricante de autopeças e compressores, fechou contrato de US$ 250 milhões para exportação de peças de caminhões para a Volvo na Europa. (Págs. 1 e B7)

Damco assume logística da NH

A multinacional de logística Damco venceu concorrência para gerenciar as operações de exportação da fabricante de máquinas agrícolas e de construção Case New Holland no Brasil. (Págs. 1 e B9)

Exportação de patos

Após vender 40% de seu capital à Mercatto Investimentos, a Vila Germania, de Indiaial (SC), maior empresa de abate e comercialização de patos do país, prepara-se para iniciar exportações para a Europa. (Págs. 1 e B14)

Tesouro amplia oferta de NTN-F

Aumento da demanda dos investidores domésticos e estrangeiros leva o Tesouro a reforçar a oferta de títulos prefixados de prazo mais longo. Neste mês, a oferta de NTN-F terá três vencimentos. (Págs. 1 e C3)

Ideias

Antonio Delfim Netto

Governo chinês sabe que não sustentará crescimento atual sem suprimento externo garantido, a preço controlado. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Felipe Salto e Alexandre Andrade

Operações compromissadas continuarão a pressionar endividamento e exigirão do próximo governo medidas de ajuste. (Págs. 1 e A15)

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Estado de Minas


Manchete: Terror sem fim

Juliard Aires Fernandes e Hermínio Cardoso do Santos foram executados por narcotraficantes, no México, quando tentavam entrar nos EUA. Agora, parentes dos dois, em Minas, vivem mais um drama: estão recebendo ameaças por telefone de pessoas ligadas aos chamados coiotes. “Todos foram ordenados a ficar de boca fechada”, contou em prantos Maria da Gloria Aires, tia de Juliard. Em meio ao sofrimento, um alívio: foi descartada a morte de três mulheres do Vale do Rio Doce, uma delas grávida, que se temia terem também sido assassinadas pelos mexicanos. (Págs. 1, 21 e 22)

Um vício que traga primeiro as mulheres

Pesquisa mostra que o brasileiro começa a fumar em média aos 17 anos. Nessa faixa há 22% a mais de mulheres entre os tabagistas. Elas deixam o cigarro mais depressa. Kelly Cristina Madureira, de 31 anos, culpa o estresse pelo mau hábito. (Págs.1 e 2)

Eleições 2010: Dilma foge de convites. Serra aposta em Minas

Confiante em vitória apontada por pesquisas, a presidenciável Dilma Rousseff rejeita apelo para reforçar campanha de aliados nos estados. Serra volta a Minas e tenta colar imagem à dos candidatos tucanos a governador, Antonio Anastasia, e a senador, Aécio Neves. (Págs. 1, 3 a 5 e 7)

Eleições 2010: Hélio se vê bem em pesquisas

Candidato ao governo de Minas, Hélio Costa (PMDB) avalia que, na média, números de sondagens eleitorais são favoráveis a ele. (Págs. 1, 3 a 5 e 7)

Eleições 2010: Tucano ironiza choro de rival

Anastasia critica queixa de Hélio Costa sobre falta de dinheiro na campanha. “Daqui a pouco, vai reclamar dos eleitores”, brincou. (Págs. 1, 3 a 5 e 7)

INSS: Aposentado volta à ativa e aumenta benefício em 30%

Roberto Bitar, aposentado que continua a trabalhar em BH, é um dos primeiros brasileiros a conseguir revisar na Justiça a aposentadoria e recalcular o valor a ser recebido. Com a nova contagem de tempo, o benefício subiu R$ 550. (Págs. 1 e 13)

Teste de resistência

Chilenos presos em mina terão de retirar escombros para acelerar resgate (Págs. 1 e 18)

Chamada para trabalhar

Empresa de call center abre 7,4 mil vagas no país, 1 mil delas em Minas (Págs. 1 e 15)

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segunda-feira, agosto 30, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ''... E TENHO DITO ! "

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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GOVERNO LULA ''by'' LULA [In:] BOB PAI, BOB FILHA (gênero, número, grau).

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A última tarefa de Lula

Autor(es): Denise Rothenburg
Correio Braziliense - 30/08/2010

Antes de terminar o mandato, o presidente quer organizar a base aliada para evitar deixar Dilma, caso eleita, refém do PMDB.

Certo da vitória de sua candidata, Dilma Rousseff, no próximo dia 3 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedica àquela que considera uma de suas últimas tarefas antes de passar a faixa presidencial: organizar a base política do futuro governo e evitar que Dilma se veja obrigada a atender todos os pedidos do poderoso PMDB — que deve sair das urnas com a maior bancada(1) na Câmara e no Senado. Àqueles aliados que Lula considera eleitos, ele tem discutido a ideia de formar um bloco parlamentar para aglutinar partidos que sempre foram ligados ao PT, caso do PSB, do PCdoB, por exemplo. O projeto de Lula é deixar todos em pé de igualdade para a formação da equipe de Dilma Rousseff, caso ela venha mesmo a ser eleita como prevêem todas as pesquisas eleitorais.

Nas conversas que mantém desde que Dilma ultrapassou o tucano José Serra nas pesquisas, Lula tem dito aos aliados que “vocês agora têm que ajudar na política”. A preocupação do presidente é que, diante de uma base tão grande e heterogênea, Dilma termine refém dos grupos do PMDB. Por isso, vem desde já, discretamente, ensaiando os movimentos que fará tão logo a eleição termine. A proposta do bloco passou a ser discutida porque o presidente ainda não vislumbra clima político para fundar de pronto um novo partido capaz de abrigar o que seria a linha auxiliar ao PT. E, formado esse bloco, tanto na Câmara, quanto no Senado, a ordem é chamar o PMDB e dividir, primeiro, o comando das duas Casas Legislativas: se o PMDB ficar com a Câmara, o PT ficará com o Senado. Depois, os cargos do governo. Nessa ordem.

Ainda não está fechado quem fará parte desse novo nicho. Inicialmente, já estão escalados PSB e PCdoB e PDT. Paralelamente, a ordem é buscar um diálogo com que os aliados chamam de “PMDB mais saudável”, isto é, mais republicano e que não demonstra tanta avidez pela ocupação de cargos. E, ao mesmo tempo, por meio desse bloco, abrir uma avenida para conversar com a parcela do PSDB que governará estados(2) importantes.

Paz
Lula não vê a hora de estabelecer a paz política com os tucanos. E acha que isso só será possível se “desligar o trator” em alguns estados como Minas Gerais. Pelo que Lula tem dito a aliados, ele não planeja investir todas as suas fichas na eleição de Hélio Costa ao governo mineiro. Até porque, depois da última semana, em que a pesquisa Ibope demonstrou uma virada na eleição em Minas, as pessoas próximas ao presidente o aconselharam a não entrar muito por lá. Assim, Lula sempre poderá dizer que, indiretamente, “ajudou” o governador mineiro e, assim, ter um Aécio grato, capaz de dar uma força para a abertura desse diálogo, especialmente, no primeiro ano de governo. Para completar, no caso do Senado, os lulistas acham muito difícil reverter a eleição em favor do PT. Por isso, entre Minas e São Paulo, a prioridade das conversas do partido com o presidente tem sido no sentido de buscar o segundo turno no território paulista.

1 - Esperança
Os caciques do PMDB esperam eleger nas eleições de 3 de outubro 100 deputados e pelo menos 16 senadores — o partido, assim, entraria 2011 com 19 parlamentares no Senado.

2 - Territórios
Os estados que o PT calcula que o PSDB pode vencer são Paraná e Minas Gerais. Pará, Goiás e São Paulo, que os tucanos contabilizam como promissores, ainda são, na opinião de Lula, territórios em disputa.

O número
162
Candidatos a governador estão aptos a participar do processo eleitoral, sendo que 13 tiveram seus pedidos negados pelos TRE.

GOVERNO LULA/CORREIO [In:] POMBO CORREIO, VOA LIGEIRO (*)

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CONTRATO DE DIRETOR DA ECT SERÁ INVESTIGADO

CORREIOS PODEM ROMPER CONTRATO SUSPEITO


Autor(es): Leonencio Nossa
O Estado de S. Paulo - 30/08/2010

Se comprovado o vínculo do diretor de Operações da Empresa de Correios e Telégrafos, coronel Eduardo Rodrigues Silva, com a Master Top Linhas Aéreas (MTA) - ou com consultorias que prestam serviços para companhias do setor aéreo -, o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, avisou que recomendará a extinção dos contratos. Indicado ao cargo com apoio de Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, o coronel presidia a MTA, que tem contrato de R$ 44,9 milhões com os Correios, como revelou o Estado. Hoje, a filha de Silva comanda a MTA.

Ministro das Comunicações disse que analisará existência de vínculos entre o diretor da estatal e a MTA, que ganhou licitação de R$ 44,9 milhões


Se comprovado o vínculo do diretor de Operações da Empresa de Correios e Telégrafos, coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva, com a Master Top Linhas Aéreas (MTA) - ou com consultorias que prestam serviços para companhias do setor aéreo - o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, vai recomendar a extinção dos contratos.

"Se confirmar que existe (o vínculo), recomendo que esse contrato deva ser rompido", afirmou Filardi, em entrevista ao Estado. O ministro disse que fará a análise para ver "se existe conflito (de interesses)".

Reportagem publicada na edição de ontem mostrou que 20 dias antes de o coronel ser escolhido para a direção de Operações dos Correios, a Master Top Linhas Aéreas arrematou o contrato de uma das principais linhas da estatal, a Linha 12, que opera no trecho Manaus-Brasília-São Paulo (ida e volta).

A empresa, com sede em Campinas (SP), venceu o pregão eletrônico com lance de R$ 44,9 milhões - o equivalente a 13% do valor total da malha e 14% da capacidade de carga da estatal.

Ao assumir a diretoria nos Correios, em 2 de agosto, o coronel entregou o comando da MTA nas mãos da filha Tatiana Silva Blanco. O resultado dessa triangulação é que a empresa tem agora a família Rodrigues da Silva como contratada e contratante.

O ministro disse que não conhecia o coronel antes de ele ser empossado diretor dos Correios. Segundo Filardi, na reunião em que foi apresentada a lista dos nomes que assumiriam a presidência e as diretorias de operações e de gestão de pessoas da empresa - que incluía o nome do coronel - apenas foi perguntado aos presentes se havia alguma objeção aos indicados.

O Estado apurou que o nome do coronel foi uma indicação sustentada pela Casa Civil e teve o apoio do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como não houve manifestação contrária às indicações, disse o ministro, foi feita uma checagem para ver se havia algum impedimento legal ou fiscal. Nada foi constatado e os indicados foram empossados.

O ministro das Comunicações disse ao Estado que desconhecia ligações de coronel Artur, também conhecido como "coronel Quaquá", com o setor aéreo. "Se houver, parece incompatível (com o cargo)."

Nomeações. Dos três nomes indicados para assumir a direção dos Correios, nenhum partiu do Ministério das Comunicações. Uma fonte do governo disse ao Estado que o PMDB, partido que comanda a pasta, não indicou ninguém diante do caos que tomou conta da estatal e da iminência de um apagão postal na véspera das eleições porque "era melhor tirar o ministério do poder do que deixar acontecer o apagão postal".

Na gestão anterior, vários integrantes da direção da estatal, incluindo o ex-presidente Carlos Henrique Almeida Custódio, haviam sido indicados pelo PMDB.

Segundo outra fonte do governo, a indicação do coronel Artur para a Diretoria de Operações faz parte do lobby para tirar do papel a criação de uma empresa de logística, dotando os Correios de uma frota própria de aeronaves para fazer o transporte de cargas. Uma das propostas em discussão prevê que a estatal compre ou arrende aviões, em vez de ter participação em uma companhia aérea cargueira.

A entrada do coronel nos Correios teria como estratégia usar sua "expertise" do mercado para fazer aquisição de aviões usados, já que, com a crise, muitas empresas não estão dando conta de pagar os financiamentos dessas aeronaves.

A medida provisória que poderá dar aos Correios poderes para ter uma subsidiária de logística ficou para o próximo governo. O presidente Lula já sinalizou que a MP não será editada este ano. O ministro Filardi, então, retirou a proposta do Planalto.

PARA LEMBRAR

Troca de comando
No dia 28 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu a cúpula dos Correios por temer que o fisiologismo partidário ampliasse a crise administrativa na estatal e respingasse na campanha da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. A troca no comando da empresa ocorreu depois que o presidente Lula encarregou a Casa Civil e os ministérios das Comunicações e do Planejamento de fazer uma reestruturação da empresa.

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(*) Moraes Moreira.

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BRASIL/AGRONEGÓCIOS [In:] NECESSIDADES ILIMITADAS (Cartilha econômica).

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O Brasil deles é melhor


Autor(es): Carlos Alberto Sardenberg
O Estado de S. Paulo - 30/08/2010

A agricultura brasileira, incluindo a criação de gado, sofre dois tipos de crítica por aqui: 1) destrói o meio ambiente, especialmente a Amazônia; e 2) por seu caráter capitalista-global, concentra renda, não emprega nem garante comida para os brasileiros.

A exportação de alimentos, em especial, é vista não como uma virtude, mas como um tipo de atraso econômico. Neste ponto de vista, o País não poderia ou não deveria ocupar no mundo o papel de "mero" exportador de comida e de matérias-primas (commodities) como o minério de ferro.

Tratados no exterior, esses temas viram de ponta-cabeça. Na edição desta semana, a revista The Economist não mede palavras. Em editorial e reportagem, observa que a agricultura brasileira é um milagre e sugere que outros países adotem o mesmo modelo para "alimentar" o mundo.

Ou seja, o caráter exportador de alimentos aparece como uma virtude global, especialmente neste momento em que, diz a revista, prolifera mundo afora um "agropessimismo" - a sensação de que não há como, a humanidade não consegue se alimentar a não ser destruindo o planeta. O Brasil, diz a respeitada publicação, seria a alternativa: como produzir sem destruir.

Ter comida para exportar é, pois, um fator extremamente positivo neste ambiente global. O Brasil poderia alimentar o mundo pelas próximas décadas.

O mesmo tema, com abordagem parecida, surgiu durante um debate promovido na semana passada pelo HSBC brasileiro. O banco trouxe seus principais executivos da Ásia e um representante do governo chinês para debater as perspectivas de negócios Brasil-China, nas duas direções. Todos os participantes trataram de uma "complementaridade": a China desesperadamente em busca de recursos naturais e o Brasil com abundância desses recursos.

Obviamente, a questão seguinte do debate estava posta: mas é essa a posição brasileira esperada, de fornecedor de alimentos e minério de ferro e importador de manufaturados e máquinas?

O representante do governo chinês Chen Lin, diretor do Ministério do Comércio, não entendeu. Mas qual problema existe aí? - foi sua primeira reação.

Explicados os contornos do tema, respondeu com franqueza. O ponto principal: recursos naturais estão escassos, especialmente para um país de 1,35 bilhão de habitantes que desejam produzir e enriquecer. Ter esses recursos é uma vantagem estratégica espetacular no mundo de hoje. E a prova disso, acrescentou, é que os preços dos produtos exportados pelo Brasil subiram extraordinariamente nos últimos anos. (Lembram-se dos reajustes de até 100% que a Vale conseguiu para seu minério de maior qualidade, o de Carajás?) E os produtos industrializados chineses, ao contrário, tiveram quedas de preços.

Executivos do HSBC da Ásia, Anita Fung e Che-Ning Liu observaram ainda que o Brasil simplesmente deveria aproveitar a bonança, os preços elevados de alimentos e commodities, em boa parte puxados pela voracidade da China. É um bônus do momento, notou Che-Ning Liu. E se o País acha melhor para o futuro produzir máquinas e tecnologias, o.k., exporte commodities hoje e junte os recursos para desenvolver novos setores.

Pagamos mais caro. Sobre o artigo da semana passada, Pagamos mais caro. E agora?, recebi esta colaboração do professor Carlos Pio, da Universidade de Brasília:

"1) A excessiva proteção comercial do Mercosul foi uma imposição brasileira aos parceiros menores e tradicionalmente mais liberais. Ela é a maior responsável pelas diferenças de preços de produtos globais. No Peru, por exemplo, um Honda Civic custa US$ 20 mil, enquanto custa o dobro aqui.

2) Os formuladores de políticas de desenvolvimento e os políticos professam uma crença enganosa de que a proteção comercial gera empregos no Brasil... Ora, a proteção encarece o produto produzido localmente (pela falta de concorrência, falta de liberdade para importar tecnologia e insumos), que acaba sendo vendido quase que exclusivamente aqui mesmo (salvo quando o empresário leva um subsídio à exportação). Pois bem, os consumidores locais (família e empresas) têm de comprar mais caro o que existe disponível na economia internacional por preço muito mais em conta e, com isso, perdem bem-estar (as famílias) e competitividade internacional (as empresas). A acumulação de capital sai prejudicada. No conjunto, empobrecemos.

As empresas de aluguel de veículos têm de optar entre adquirir carros baratos e de má qualidade e os carros "nacionais" de luxo mais caros do que no resto do mundo. Com a impossibilidade de importar, elas oferecem a seus clientes carros ruins e caros a preços internacionais e empregam menos pessoas do que poderiam se os carros tivessem preços competitivos e elas pudessem ter uma frota mais ampla em todo o território nacional. O resultado é que o emprego gerado nas cidades onde se instalam as montadoras é compensado pelo desemprego de potenciais trabalhadores de empresas que deixam de adquirir automóveis em quantidade maior e que se espalham por todo o território nacional.

O burocrata acaba decidindo onde haverá demanda por emprego e por qual tipo de emprego, mas não é capaz de determinar um aumento geral do nível de emprego do País por meio da proteção comercial à indústria.

3) Câmbio flutuante e metas de inflação em nível internacional eliminam a possibilidade de crise cambial em decorrência da decisão de unilateralmente abrir a economia nacional às importações. Quanto mais se importar, mais o real se desvalorizará automaticamente, encarecendo as importações. Da mesma forma, se nenhum outro país comprar produtos e serviços de empresas brasileiras, não entram dólares aqui e o real fica muito barato, barateando os preços do que se exporta daqui e encarecendo os produtos estrangeiros. Que não há crise cambial em economias abertas ao comércio e com regime de câmbio flutuante e inflação baixa é um fato que poucos brasileiros reconhecem."

ELEIÇÕES 2O1O/CONGRESSO NACIONAL [In:] GAZOFILÁCIO

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Em “recesso”, Congresso desembolsa R$ 3,5 milhões

Plenário esvaziado, horas extras no bolso


Autor(es): Josie Jeronimo e Larissa Leite
Correio Braziliense - 30/08/2010


Em 50 dias de recessos parlamentar e branco, por conta das eleições, Câmara e Senado pagaram R$ 3,5 milhões em serviços extraordinários aos servidores. Assessoria justifica que a ausência de políticos não reduz o ritmo de alguns setores.

Carlos Moura/CB/D.A Press - 3/8/10
Plenário do Senado em agosto: número reduzido de parlamentares durante o recesso em função das eleições


O Congresso ganhou, há 50 dias, carta branca para as férias eleitorais e os parlamentares foram para seus estados pedir votos. Apesar de as Casas permanecerem vazias, Câmara e Senado pagaram juntas, de julho a 23 de agosto, mais de R$ 3,5 milhões em horas extras para servidores. De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o Legislativo teve despesa de R$ 3.586.668 com serviços extraordinários.

A Câmara gastou um pouco mais em horas extras no recesso branco. Foram R$ 2 milhões contra R$ 1,5 milhão do Senado. Apesar de as Casas não conseguirem acabar com o penduricalho nos vencimentos dos servidores, as reformas administrativas reduziram em grande parte o pagamento pelos chamados serviços extraordinários. É importante notar que não se trata de gastos fixos, impossíveis de serem interrompidos sem prejuízo à máquna funcional.

A assessoria de imprensa da Câmara alega que o fato de a Casa ter despesas com horas extras “não é irregular, nem estranho”, porque o Legislativo mantém serviço de visitação, aberto aos cidadãos, e o grande trânsito de pessoas exige a presença constante de equipe médica de prontidão, o que justificaria o serviço extraordinário. Ainda de acordo com o Departamento de Comunicação da Câmara, servidores se revezam 24 horas para assegurar o patrimônio da Casa, e só nesse departamento há vários funcionários trabalhando fora do expediente. “O recesso é parlamentar, não férias coletivas. Em cada mês, os pagamentos são referentes a 439 servidores, lotados no Centro de Documentação e Informação, no Centro de Informática e na Secretaria de Comunicação”, justifica a assessoria.

A Secretaria de Comunicação do Senado também alegou que as horas extras dizem respeito, em grande parte, aos funcionários que cuidam da visitação(1) e do pessoal de segurança. Em julho de 2009, período de recesso — o Senado pagou R$ 8,6 milhões em horas extras. Na Câmara, o montante de despesas com a rubrica foi de R$ 4,9 milhões.

Em fevereiro, servidores da Câmara e do Senado começaram a usar o ponto eletrônico para comprovar presença no Congresso e horas trabalhadas. O sistema foi implantado para reduzir o montante de horas extras pagas e para coibir a existência de funcionários fantasmas nas Casas. Câmara e Senado também adotaram regras para não permitir que nenhum servidor fizesse mais de duas horas extras por dia. A medida tinha o objetivo de reduzir os gastos com serviços extraordinários, que aumentaram 64% de 2008 para 2009, quando a despesa subiu de R$ 27 milhões para R$ 44 milhões, na Câmara. De 2008 para 2009, o Senado gastou R$ 3,7 milhões a mais com a rubrica. Apesar do ponto eletrônico, senadores têm usado o artifício de encaminhar ao Recursos Humanos da Casa requerimento liberando funcionários do ponto.

Informações do Siafi também mostram que as despesas do Senado aumentaram 13,8% entre janeiro e agosto de 2009. No ano passado, a Casa gastou no período R$ 1,5 bilhão e este ano já foram R$ 1,7 bilhão, acréscimo de R$ 200 milhões. Na Câmara, a diferença na execução orçamentária das despesas não ultrapassou R$ 21 milhões, 1% do gasto registrado de R$ 2 bilhões.

Reajuste
As duas Casas aprovaram este ano um plano de carreira que concedeu reajuste para uma ampla faixa de servidores. Só no Senado, o impacto do projeto de valorização de servidores era estimado em R$ 217 milhões, despesas distribuídas de julho até o fim do ano. O que não explica os R$ 200 milhões já contabilizados em agosto. O impacto estimado no plano de carreira da Câmara é de R$ 500 milhões a partir de 2011.

Durante a semana, servidores da Câmara se reuniram com o sindicato que representa o Legislativo para protestar contra o resultado do plano de carreira sancionado pelo presidente. Algumas categorias reclamam que tiveram reajuste de até 17% enquanto outros foram beneficiados com 50% nos vencimentos. Os funcionários da Câmara também querem manter a gratificação por especialização e se organizam para pressionar os deputados a derrubarem os vetos presidenciais que reduziram benefícios.

1 - Investimento na imagem
O serviço de visitação do Congresso Nacional recebeu 178 mil interessados em 2009. O Turismo Cívico é uma das apostas para desfazer a imagem desfavorável do Legislativo frente à população. O programa funciona todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados. Conta com guias treinados para explicar o funcionamento do Congresso, o papel de cada uma das Casas e passagens pelo acervo artístico e cultural do espaço.
Ter despesas com horas extras não é irregular nem estranho. O recesso é parlamentar, não férias coletivas”
Trecho de informe do Departamento de Comunicação da Câmara para justificar o pagamento das horas adicionais

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

30 de agosto de 2010

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Folha de S. Paulo

Manchete: Ação afirmativa privilegia ensino público e não raça
70% das universidades federais ou estaduais já adotam cota ou bônus; maioria beneficia a origem do estudante

Sete em cada dez universidades públicas já adotam algum critério de ação afirmativa segundo levantamento feito em 98 instituições federais ou estaduais.

Mesmo sem nenhuma lei federal que as obrigue, 70 dessas universidades têm programa de cota ou bônus no vestibular para alunos de escolas públicas, negros, índios e outros grupos.

O estudo, feito por instituto ligado à UERJ (Universidade Estadual do RJ), mostra que alunos da rede pública são os mais beneficiados e que cotas são mais utilizadas do que bônus.

Entre as universidades que dispõem de cotas raciais (a pesquisa não inclui faculdades ou centros), o critério é, em 85% dos casos, a autodeclaração. (Págs. 1 e C1)

Foto legenda: Professor com estudantes cotistas da Universidade Federal do Paraná

Assassinados no México eram da zona rural de MG

Juliard Aires Fernandes, 20, e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, os brasileiros já identificados entre os mortos da chacina no México viviam na área rural de Governador Valadares (MG).

Ambos deixaram o Brasil há cerca de um mês. Fernandes juntou dinheiro para a viagem trabalhando como auxiliar de obras no Rio. Santos trabalhava no sítio da família. (Págs. 1 e A13)

Recarga de celulares vira prêmio para atrair classe C

Bancos e redes varejistas oferecem minutos para aparelho pré-pago como programa de recompensa para clientes de baixa renda.

Empresas planejam distribuir mais de R$ 100 milhões em crédito em 2012 para consumidores C, D e E.

A fidelidade das classes A e B também será premiada, com programas para celulares pós-pagos. (Págs. 1 e B1)

Entrevista da 2ª Ricardo Hausmann: Países como o Brasil creem em um mundo de fantasia

"A sorte do Lula foi ter tido ótimo antecessor", diz Ricardo Hausmann, de Harvard, crítico das políticas externa e econômica atuais.

Houve avanços desde que o sr. escreveu sobre as barreiras ao crescimento do país?

A crise foi bem administrada. Mas o principal problema com países como o Brasil é que, quando as coisas começam a parecer bem, passam a crer em um mundo de fantasia. (Págs. 1 e A16)

Editoriais

Leia "Reforma possível", acerca de alterações desejáveis no sistema tributário do país; e "Em retirada", sobre a presença militar dos EUA no Iraque. (Págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Dilma 'senta na cadeira de presidente' antes da hora, acusa Serra

Tucano vê desrespeito e diz que 'quem decide quem vai sentar na cadeira é o povo'

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acusou a adversária Dilma Rousseff (PT) de ter sentado na cadeira de presidente antes da eleição e advertiu que essa atitude pode demonstrar falta de respeito com os eleitores. Foi uma referência à declaração de Dilma segundo a qual não está de "salto alto" com a liderança nas pesquisas, mas que pretende "estender a mão" a Serra num eventual governo do PT. "Essa declaração tem uma certa falta de respeito. É alguém sentando na cadeira (presidencial) a um mês da eleição. Quem vai decidir quem vai sentar na cadeira é o povo", disse o tucano. (Págs. 1 e Nacional A6)

Reação
A petista Dilma Rousseff disse que jamais se sentou na cadeira presidencial. Para ela, Serra não honra a biografia quando a acusa de conivência com o MST. (Págs. 1 e Nacional A6)

Lula lidera ofensiva para obter maioria no Senado

O presidente Lula deflagrou ofensiva na TV e nos palanques para garantir ampla maioria no Senado para um eventual governo de Dilma Rousseff (PT). Das 54 vagas em disputa, os oposicionistas PSDB, DEM e PPS têm candidatos competitivos em apenas 17, segundo as últimas pesquisas. Foi justamente no Senado que Lula sofreu suas derrotas mais importantes, como o fim da CPMF. Lula começou a lançar ataques diretos contra adversários. Na última sexta-feira, seu alvo foi Marco Maciel (DEM-PE). (Págs. 1 e Nacional A4)

Contrato de diretor da ECT será investigado

Se comprovado o vínculo do diretor de Operações da Empresa de Correios e Telégrafos, coronel Eduardo Rodrigues Silva, com a Master Top Linhas Aéreas (MTA) - ou com consultorias que prestam serviços para companhias do setor aéreo -, o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, avisou que recomendará a extinção dos contratos. Indicado ao cargo com apoio de Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, o coronel presidia a MTA, que tem contrato de R$ 44,9 milhões com os Correios, como revelou o Estado. Hoje, a filha de Silva comanda a MTA. (Págs. 1 e Nacional A9)

Negócios: Empresas médias rumo ao topo

De energia a fast-food, passando por desenvolvimento de softwares e análise ambiental. Bancos de investimento, consultarias e fundos de participação indicam dez empresas de diferentes áreas que prometem crescimento acelerado nos próximos anos. (Pág. 1)

'Ele só queria ajudar o pai'

O brasileiro Juliard Aires Fernandes, um dos 72 imigrantes ilegais assassinados por traficantes mexicanos, queria arranjar trabalho nos EUA para ajudar a família, relatou ao Estado Rosângela Fernandes, sua prima. Ele morava em Santa Efigênia de Minas (MG). "Falamos para o Juliard não ir. Ele foi tentar a vida fora e, no fim, perdeu a vida", disse ela. (Págs. 1 e Internacional A10)

Ministério Público defende ortotanásia

O Ministério Público Federal passou a defender a legalidade da ortotanásia - pacientes terminais recebem só remédios contra a dor. (Págs. 1 e Vida A13)

Custo de capital de giro afeta indústria

O custo de despesas como água e salários representa 6,7% do preço dos produtos fabricados no Brasil, o triplo de países como Chile e Japão. (Págs. 1 e Economia H1)

Carlos A. Sardenberg: O Brasil deles é melhor

Ao contrário do que acontece por aqui, o caráter do Brasil como exportador de alimentos é visto no exterior como uma virtude global. (Págs. 1 e Economia B2)

Notas & Informações: A nova cena venezuelana

A combinação de crise e violência deve subtrair de Chávez o controle parlamentar absoluto. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: 'Pacote' para alongar crédito sai após eleição

O governo já definiu algumas das medidas do pacote de incentivo a captações e aplicações financeiras de longo prazo. Logo após as eleições, vai isentar do Imposto de Renda as empresas que aplicarem em Letras de Crédito Imobiliário, equiparando pessoas físicas e jurídicas. Além disso, autorizará o BNDES a emitir Letras Financeiras e adotará estímulos à securitização do crédito imobiliário. Já as propostas para desoneração do Imposto de Renda nos títulos de longo prazo poderão ficar como sugestões para o próximo governo.

O programa de incentivo ao crédito de longo prazo compreende três eixos: definir qual o tamanho possível do BNDES no futuro e quais suas fontes de financiamento disponíveis; aumentar a oferta de crédito imobiliário, que cresce a taxas mais elevadas que a captação de poupança; criar um mercado de captação de recursos a partir da desoneração ou mesmo isenção do IR nos papéis de prazos mais longos. Pode-se optar pela desoneração conforme o prazo dos títulos ou, ainda, de acordo com o direcionamento dos recursos, como, por exemplo, isentar o que for investido em infraestrutura. (Págs. 1 e C10)

Foto legenda: Em busca da sustentabilidade

A PepsiCo iniciou o rastreamento ambiental das batatas usada nos produtos na América do Sul. No Brasil, começa a ser feito em 2011, diz Jorge Tarasuk, vice-presidente da empresa. (Págs. 1 e B14)

'Valor' premia campeãs setoriais

O anuário "Valor 1000" vai premiar hoje à noite, em São Paulo, as melhores empresas de 25 setores da economia, em cerimônia com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Além das campeãs setoriais, será anunciada a "Empresa de Valor 2010". Com 450 páginas, o anuário apresenta o ranking das 1.000 maiores companhias do país por receita líquida e circula amanhã para assinantes do Valor e venda em bancas. No conjunto, essas empresas tiveram queda de 1,1% na receita no ano passado, causada pelo freio que a crise internacional impôs aos negócios. Apesar disso, a rentabilidade sobre o patrimônio subiu de 13,9% em 2008, para 14,7% em 2009. (Pág. 1)

Aécio defende aproximação entre tucanos e PSB e PDT

Recusando-se a comentar a provável derrota do candidato tucano à presidência, José Serra, o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) começa a estruturar uma linha de ação para 2011 "que independa do resultado da eleição presidencial". O projeto de Aécio envolve aproximar seu partido do PSB dos irmãos Cid e Ciro Gomes, governador e deputado federal pelo Ceará respectivamente, e do PDT, já que a polarização entre petistas e tucanos deve permanecer. "Ainda vamos ter esta polarização por mais algum tempo. O que é necessário é criar no Congresso uma agenda de Estado que permita convergências e assim não cair no que chamei algumas vezes de 'armadilhas plebiscitárias."

Com 70% de intenções de voto para o Senado, Aécio inclui na agenda as reformas política e previdenciária e o que chamou de "refundação da federação": um pacto entre o Congresso e governadores que reduza a dependência econômica dos Estados em relação à União e assim permita maior autonomia política frente ao Palácio do Planalto. "Não podemos ter um Congresso tutelado." (Págs. 1 e A12)

Samsung vai fabricar telas de cristal líquido em Manaus

A coreana Samsung terá uma fábrica de telas de cristal líquido (LCD) no Brasil, no maior investimento nesse tipo de produto já feito por multinacionais de eletrônicos no país. O orçamento da nova estrutura, conforme apurou o Valor, vai ultrapassar os R$ 290 milhões, dinheiro que será aplicado nos primeiros três anos de operação, que será feita na Zona Franca de Manaus.

Os investimentos na produção de LCD foram os mais relevantes entre os 56 projetos industriais aprovados na semana passada pela Suframa. Juntos, eles somam US$ 985 milhões de um total de US$ 2 bilhões que receberam o sinal verde do órgão neste ano. (Págs. 1 e B1)

Disputa no FMI ameaça o Brasil

Brasil e outros países emergentes estão ameaçados de perder suas representações na diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), depois que os EUA tomaram medida que, na prática, reduz de 24 para 20 o número de membros da cúpula. Países europeus eram o alvo, mas Brasil, Argentina, Índia e Ruanda entraram na linha de tiro. (Págs. 1 e C1)

O grupo JBS estuda se desfazer de três unidades de abate de gado na Argentina (Págs. 1 e B14)


Tesouro espera receita extra com dividendos de estatais este ano (Págs. 1 e A2)


Guerra fiscal

Sentindo-se prejudicado pela perda de uma fábrica de motocicletas da Kasinski, o governo do Amazonas irá ao Supremo Tribunal Federal contra incentivo fiscal concedido pelo Rio de Janeiro. (Págs. 1 e A7)

Pequenas e médias empresas

Os negócios da Copa de 2014 não ficarão restritos às grandes companhias. Micro e pequenas empresas de vários setores poderão ser muito beneficiadas, diz José Carlos Pinto, da Ernst & Young. (Pág. 1)

Compras sustentáveis

Supermercados de Jundiaí (SP), inclusive Carrefour e Pão de Açúcar, passam a cobrar pelo uso das sacolas plásticas. A intenção é reduzir a produção de lixo. (Págs. 1 e B9)

Odebrecht avança nos EUA

A Odebrecht venceu concorrência para construção e exploração de um complexo empresarial, comercial e hoteleiro junto ao aeroporto de Miami (EUA). O projeto é avaliado em US$ 700 milhões. (Págs. 1 e B11)

Iesa em Navegantes

A Iesa Óleo & Gás vai construir uma unidade da fabricação de módulos para plataformas de petróleo no porto de Navegantes, em Santa Catarina. (Págs. 1 e B11)

STJ julga 'esqueleto' do Noroeste

O Superior Tribunal de Justiça deve julgar na quinta-feira recurso dos ex-controladores e herdeiros do banco Noroeste em ação de indenização milionária contra a PricewaterhouseCoopers. (Págs. 1 e C3)

Nova chance aos bancos

O Supremo Tribunal Federal suspendeu a tramitação das ações sobre a correção da poupança durante os planos econômicos, que agora serão julgadas no STF. (Págs. 1 e C5)

Resíduos sólidos

Governo espera regulamentar a Política Nacional de Resíduos Sólidos antes das eleições. "O setor produtivo precisa de regras claras para definir novos investimentos", diz Victor Bicca, do Cempre. (Pág. 1)

Capitalização cruzada

A União vai capitalizar a CEF e o BNDES com a transferência de ações da Petrobras em poder do Tesouro para os dois bancos. A medida pode aumentar o aporte de dinheiro vivo na capitalização da Petrobras. (Págs. 1, C10 e D3)

Lavagem de dinheiro

Relatório do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro (Gafi) aponta deficiência nas informações brasileiras. Situação é pior no Judiciário. (Págs. 1 e E1)

Ideias

Sergio Leo

Queixas sobre perda de competitividade brasileira não serão atendidas integralmente com decisões do atual governo. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Luiz Werneck Vianna

Não se pode deixar de cogitar que é Lula, e não Dilma Rousseff, o candidato às próximas sucessões. (Págs. 1 e A10)

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Estado de Minas


Manchete: O drama dos mineiros a caminho da morte

Os dois jovens do Vale do Rio Doce assassinados por traficantes mexicanos pagaram R$ 24,5 mil cada um para entrar em território americano. Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, e Juliard Aires Fernandes, que na próxima semana completaria 20, saíram da zona rural em 3 de agosto em busca de um sonho. Amigos de infância, planejaram juntos a viagem que seria a mudança total de uma vida dedicada ao trabalho na lavoura. Não imaginavam que, 19 dias depois, morreriam antes de atravessar a fronteira com os Estados Unidos, na chacina que executou 72 imigrantes latino-americanos.

Duas mulheres do Vale do Rio Doce que teriam embarcado com os jovens executados estão desaparecidas

Foto legenda: Alírio Fernandes quer dar enterro digno ao filho, Juliard. O rapaz não teve a mesma sorte da tia, Maria da Glória, que já viveu nos EUA

Foto legenda: Antônio Ramos dos Santos e Maria Cardoso não sabem quando verão o corpo de Hermínio, o mais novo dos sete filhos
(Págs. 1, 19 e 20)

Anastasia a um passo de Hélio Costa

Pesquisa do Instituto EM Data revela que 39% dos eleitores pretendem votar no senador Hélio Costa (PMDB) para governador do estado. Ele é seguido de perto pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), preferido por 32% dos mineiros. A tendência é de uma arrancada do tucano, considerando que 55% das pessoas pretendem votar no candidato que represente a continuidade. Além disso, mais da metade dos entrevistados (52%) aprovam a gestão do atual governo de Minas. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. (Págs. 1, 3 e 4)

Economia

Custo BH é atrativo aos novos negócios (Págs. 1 e 12)

Consumidor

Internet atrasada na segurança de dados (Págs. 1 e 14)
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domingo, agosto 29, 2010

A HORA DO "ÂNGELUS" [In:] OS NOVOS VENDILHÕES... (3)

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Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira


Ricardo Alexandre


Sites como Pavablog, Veshame Gospel, Irmãos.com, Púlpito Cristão, Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.

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Felipe Redondo
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“O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar. É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”
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VALTER RAVARA, “ecocapelão”, criador do Instituto Gênesis 1.28 e da Bíblia verde


A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”

Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.

A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.

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Felipe Redondo
DA WEB ÀS RUAS
Blogueiros que organizam a Marcha pela ética, um movimento de protesto incrustado dentro da Marcha para Jesus, promovida pela Renascer.

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O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”

A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.

reprodução/Revista Época



Leia as últimas notícias
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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI161475-15228-3,00-A+NOVA+REFORMA+PROTESTANTE.html
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A HORA DO "ÂNGELUS" [In:] OS NOVOS VENDILHÕES ... (2)

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Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira.


Ricardo Alexandre
Leo Caldas
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“As pessoas não querem mais dogmas, elas querem autenticidade. Minha postura é, juntos, buscarmos algumas respostas satisfatórias a nossas inquietações”
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ED RENÉ KIVITZ, pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo

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“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”

Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”

Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.

Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.

O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”

A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”

Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

Felipe Redondo
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“O que importa é buscar a essência do cristianismo, que acabou diluída porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas”
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MIGUEL UCHÔA, pastor anglicano (à esquerda na foto, ao lado do bispo Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife).
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Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.

O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”

A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”

Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”

O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis (leia a entrevista com ele) condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.

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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI161475-15228-2,00-A+NOVA+REFORMA+PROTESTANTE.html

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A HORA DO "ÂNGELUS'' [In:] OS NOVOS VENDILHÕES...

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14/08/2010 - 00:12 -
Atualizado em 17/08/2010 - 17:59


A nova reforma Protestante


Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira.


Ricardo Alexandre
Almeida Dias
EM CONSTRUÇÃO
Ilustração de um monumento em forma de cruz

Irani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.

Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.

Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.

Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade” (leia o quadro na última pág.). Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.

Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”

Almeida Dias
SÍMBOLO
O cirurgião Irani Rosique (sentado, de camisa branca, com a Bíblia aberta no colo). Sem cargo de clérigo, ele mobiliza 2.500 pessoas no interior de Rondônia

Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”

Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”

Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

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Felipe Redondo

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“É lisonjeador saber que nos consideram ‘pensadores’. Mas o grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência. É de ética e honestidade”
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RICARDO AGRESTE, pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera, em Campinas, São Paulo.

Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”

No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.





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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI161475-15228,00-A+NOVA+REFORMA+PROTESTANTE.html
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