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sexta-feira, setembro 17, 2010
CASA CIVIL/ERENICE GUERRA [In:] O QUE PODERIA TER SIDO FEITO ?
17/09/2010 - 07h59
Consultor diz ter alertado Casa Civil sobre extorsão
FERNANDA ODILLA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
O consultor Rubnei Quícoli diz ter alertado a Casa Civil sobre a existência do esquema de lobby que era operado dentro do órgão pelo filho da então secretária-executiva, Erenice Guerra.
A Folha obteve cópias de dois e-mails, que ele alega ter enviado em 1º de fevereiro, endereçados a assessores e secretárias de Erenice. Na época, a ministra da Casa Civil era Dilma Rousseff (PT).
Nos textos, o consultor reclamava da cobrança de dinheiro para que a empresa de energia EDRB recebesse um empréstimo no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e pedia que Erenice e Dilma fossem avisadas.
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O projeto pleiteado pela EDRB previa a captação de recursos junto ao banco para a construção de torres geradoras de energia solar no Nordeste. Quícoli foi contratado pelos donos da EDRB para, segundo eles, "fazer virar o negócio".
A ideia foi apresentada em audiência na Casa Civil em 10 de novembro. Pela EDRB, estavam um dos sócios, Aldo Wagner, e Quícoli. Ambos dizem que Erenice participou da reunião, o que ela nega.
Ontem a Folha revelou que a Capital Consultoria, firma do filho de Erenice, encaminhou à EDRB uma minuta de contrato, cobrando R$ 240 mil e 5% de "comissão de sucesso" sobre o empréstimo, caso fosse aprovado.
As suspeitas de tráfico de influência resultaram na demissão de Erenice, que havia substituído Dilma no comando da Casa Civil em abril.
Quícoli e Wagner confirmaram à Folha o recebimento em 10 de dezembro da minuta de contrato --que o consultor chamou de "extorsão". A EDRB negou-se a assiná-lo. Em março, o BNDES rejeitou o pedido de crédito.
Quícoli disse ontem que, com a recusa, o projeto parou de andar. Ele, então, decidiu avisar a Casa Civil.
Num e-mail, o consultor ameaçou revelar o pedido de dinheiro feito pela empresa Capital. Em outro e-mail, Quícoli escreve não ter "vínculos com bandidos". Ele encerra, em tom de ameaça, com o pedido de que a mensagem fosse encaminhada ao comando da Casa Civil.
"Se vocês não fizerem chegar [a mensagem], eu faço chegar", escreveu.
Colaborou FILIPE COUTINHO, de Brasília
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