PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

quinta-feira, novembro 04, 2010

DILMA PRESIDENTE [In:] CPMF... PROMESSAS DE CAMPANHA

...

Dilma negocia com Estados recriação da CPMF

Autor(es): Cristiano Romero e Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
Valor Econômico - 04/11/2010

Em sua primeira entrevista coletiva, a presidente eleita, Dilma Rousseff, admitiu negociar com governadores proposta de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), tributo conhecido como "imposto do cheque" e que foi extinto em 2007 pelo Congresso, na maior derrota sofrida pelo governo Lula. Ela admitiu dar um aumento maior para o salário mínimo que vai vigorar em 2011, antecipando parte do reajuste que só valeria para 2012. Prometeu, ainda, elevar a 100% a cobertura do Bolsa Família e mandou um recado ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST): "Eu não compactuo com ilegalidades, com invasão de prédios públicos nem de propriedades que estão sendo produtivamente administradas".

Durante a campanha eleitoral, Dilma fez declarações assegurando que não proporia a recriação da CPMF. Um de seus principais assessores chegou a afirmar ao Valor que "o Brasil já disse que não quer [o imposto]". Ontem, ela afirmou que se preocupa com a criação de impostos e que preferiria ter "outros mecanismos". Acrescentou, no entanto, que tem visto uma mobilização de governadores pela volta do tributo.

"Não posso fingir que não vi", disse ela. "É necessário que se abra uma discussão com os governadores eleitos", defendeu. "Do ponto de vista do governo federal, não há uma necessidade premente [de recriar a CPMF], mas do ponto de vista dos governadores sei que há esse processo."

Na avaliação de Dilma, os governadores necessitam de recursos para cumprir a Emenda 29, que definiu o mínimo de recursos a serem aplicados na saúde. No caso da União, a emenda diz que o valor corresponde ao total gasto nessa área no ano anterior, corrigido pela variação do PIB nominal. Já os Estados têm que aplicar 12% das receitas próprias e os municípios, 15%. "Para a União, é mais fácil. Para os Estados e municípios, é mais difícil", observou a presidente eleita.

Dilma disse, ainda, que as áreas de saúde e segurança pública terão "grande destaque" em seu governo, e que sua meta é completar a implantação do Serviço Único da Saúde (SUS). "No caso da segurança pública, vamos ter que investir recursos significativos. Não é possível resolver uma questão de envergadura nacional, primeiro, sem a cooperação entre Estados e municípios e a União; segundo, não é possível sem que a União participe efetivamente com recursos; e terceiro, sem que a gente dê uma clara prioridade para essa área", assinalou.

A proposta de recriação da CPMF já tramita no Congresso. Rebatizada para Contribuição Social para a Saúde (CSS), está prevista, como contribuição social para a seguridade, no projeto de lei complementar que regulamenta a Emenda 29.

A presidente eleita disse que, em seu governo, terá diálogo com os governadores. Ela elogiou telefonema dado por Geraldo Alckmin, eleito governador de São Paulo pelo PSDB. "Fiquei muito contente porque recebi uma ligação muito correta e republicana do governador eleito de São Paulo, o nosso governador Alckmin, em que ele apresenta o que considero que é a forma correta de relacionamento. Pretendo ter com ele, não só com os governadores da situação, mas da oposição, uma negociação em alto nível. Vou estar atenta às necessidades deles", prometeu.

A iniciativa da entrevista coletiva partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que falou a jornalistas durante 30 minutos no saguão do Palácio do Planalto, tendo Dilma ao seu lado. Depois, ele saiu e deixou a presidente eleita dar a própria entrevista. Partiu de Lula a primeira referência à CPMF. Segundo ele, a oposição - "essas pessoas" - tirou R$ 40 bilhões das receitas anuais do governo ao rejeitar, em 2007, a prorrogação da CPMF. "160", corrigiu Dilma. "Se for levar o mandato inteiro, dá mais de R$ 160 bilhões da saúde", corrigiu-se Lula.

"Acho que foi um engano ter derrubado a CPMF, e acho que alguma coisa tem que ser feita para a área da Saúde", insistiu o presidente.

Quanto ao reajuste do salário mínimo, a presidente eleita declarou que considera "muito bom" o critério de correção aplicado pelo governo Lula desde 2006. Por essa regra, o mínimo é corrigido pela inflação corrente (medida pelo INPC), acrescida da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. Como o crescimento do PIB de 2009 foi negativo - em 0,2% -, o reajuste do salário mínimo de 2011 seria feito apenas com base na inflação de 2010 - estimada em 5,52%.

Aplicada a regra, o mínimo seria corrigido, em janeiro, de R$ 510 para R$ 538,15. Como o PIB deve crescer 7,5% em 2010, o reajuste a ser concedido no fim de 2011 poderá chegar a 13%. A presidente eleita admitiu a possibilidade de mudar a regra de correção para este e o próximo ano, de forma que haja um aumento maior agora e outro, menor, no fim do próximo ano. Seria uma forma de compensação entre um momento e outro.

"Vou debater com o governo se é possível fazer essa compensação", informou Dilma. "Num cenário de PIB crescendo às taxas que nós esperamos, vamos ter o salário mínimo no horizonte de 2014 bem acima de R$ 700 e poucos reais, mantido o critério. Se não tiver nenhuma alteração [da regra], já em 2011 [no fim do ano] ele estaria acima de R$ 600", previu. "Agora, nós vamos fazer esse ajuste", avisou.

A presidente eleita disse que o país tem terras "suficientes" para continuar fazendo reforma agrária. Ela se comprometeu em avaliar o índice de produtividade, que está sendo elaborado pela Embrapa, para efeito de reforma agrária. Declarou também que não tratará o MST como um "caso de polícia" e que não permitirá a ocorrência de novos "eldorados do Carajás [massacre de trabalhadores sem-terra ocorrido em 1996]". Ao mesmo tempo, fez questão de deixar claro, num estilo que a diferencia de Lula, que não vai tolerar invasões de terras produtivas e de prédios públicos pelo MST.

Em outra declaração que rompe com a conduta adotada pelo atual presidente, Dilma condenou a aplicação da pena capital à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani por apedrejamento. "Sou radicalmente contra o apedrejamento da iraniana. Não tenho nenhum status oficial para fazer isso [interceder junto ao governo de Teerã], mas externo aqui que acho uma coisa muito bárbara o apedrejamento da Sakineh. Mesmo considerando os usos e costumes de outros países, continua sendo bárbaro o apedrejamento", criticou.

Durante a entrevista, ao saudar a sua sucessora, eleita com seu empenho pessoal, Lula disse que a chegada de Dilma ao poder "é a vitória daqueles que perderam em 1968". Na sua vez de falar, a presidente eleita afirmou que só a história dirá se sua geração cometeu erros.

"Eu pessoalmente acho que a gente não tinha a menor chance de ganhar, a menor chance de transformar o Brasil", reconheceu. "Nós temos um mérito. Com a cabeça e as condições que a gente tinha, lutamos contra a ditadura. Então, do meu ponto de vista, essa geração teve outro mérito: ela participou da luta pela redemocratização do primeiro ao último dia. E nesse processo ela não só transformou o Brasil, como também se transformou."

Dilma voltou a elogiar a liberdade de imprensa. "Por que eu tenho um valor muito grande da democracia e da liberdade de imprensa, de opinião e de expressão? Porque eu sou de uma época em que a liberdade de imprensa era extremamente subversiva. Uma peça de teatro, o Roda-Viva [de Chico Buarque], era o cúmulo da subversão", exemplificou. "Essa geração sofreu uma coisa terrível, que é a restrição do caminho. O caminho de vida tinha encurtado."

Nos próximos quatro dias, a presidente eleita descansará na praia de Itacaré, na Bahia. Na segunda-feira, ela participará da primeira reunião de transição de governo e, na noite desse dia, viajará para Seul, a convite do presidente Lula, para participar da reunião do G-20.

Nenhum comentário: