22 de março de 2011
O Globo
Manchete: Desarticulação de aliados ameaça operação na Líbia
Países divergem sobre quem comandará ofensiva e limites da intervenção militar
Divergências entre os países aliados sobre os limites da ofensiva militar e a indefinição a respeito de quem irá liderá-la após a retirada dos EUA do comando marcaram um dia tenso na ONU e na Otan e já comprometem a operação contra a Líbia do ditador Muamar Kadafi. A desarticulação já ameaça a participação de países como Itália e Noruega. França, Reino Unido e EUA, que lideram a coalizão, ganharam tempo para seguir com o bombardeio até quinta-feira, quando o Conselho de Segurança volta a se reunir. Ontem, houve novos ataques em Trípoli e Benghazi, e denúncias de que Kadafi estaria usando civis como escudos humanos. Horas após o presidente Obama deixar o Brasil, de onde deu autorização para a ofensiva, o Itamaraty pediu o cessar-fogo na Líbia. (Págs. 1, 27 a 30, Merval Pereira e editorial "Outra doutrina em teste na Líbia")
Editorial
As relações bilaterais subiram a um novo patamar diante do reconhecimento de Obama de que o futuro, para o Brasil, já chegou. (Págs. 1 e 6)
Luiz Garcia
Em nenhum de seus discursos no Brasil, Barack Obama referiu-se ao fato de ser o primeiro presidente negro dos EUA. Nem deveria. (Págs. 1 e 7)
Com Obama, Dilma exibe estilo 'próprio’
O brinde com Fernando Henrique foi mais um sinal de que Dilma Rousseff tenta imprimir estilo pessoal a seu governo, sem ficar à sombra de Lula - que faltou ao jantar de Obama e foi homenageado ontem por muçulmanos em SP. No Rio, manifestantes anti-0bama presos sexta-feira tiveram as cabeças raspadas. (Págs. 1 e 3 a 5)
Direita, esquerda
O presidente Barack Obama foi pressionado pela imprensa chilena sobre a participação dos EUA no golpe de Estado e nos crimes cometidos pela ditadura do país. Não pediu desculpas, mas se disse disposto a colaborar com investigações, Obama enviou um recado a Cuba e defendeu a liberdade de voto e expressão na América Latina. (Págs. 1 e 29)
Com barreiras dos EUA, Brasil perde US$ 2 bi
A visita de Obama está longe de ajudar a derrubar barreiras comerciais que fazem o Brasil perder US$ 2 bi ao ano. A mudança depende do Congresso americano. (Págs. 1, 21 e Miriam Leitão)
Cosme Velho tem surto de dengue
Pela primeira vez em 2011, a dengue chega à Zona Sul do Rio. O Cosme Velho entrou ontem na relação dos 14 locais da capital em situação gravíssima, onde a taxa é de 314 casas por cem mil habitantes, indicando um surto. Em três meses, a cidade registrou 8.315 notificações de dengue, mais do que o total dos dois últimos anos. (Págs. 1 e 14)
Piora radiação de alimentos no Japão
A Organização Mundial de Saúde anunciou ontem que o nível de radiação em alimentos produzidos e na água originários de Fukushima, no Japão, é maior do que se imaginava. Não há sinal de que esses itens tenham chegado a outros países. (Págs. 1 e 31)
Sem investir, Brasil pode ter falta d'água
Dono da maior bacia hidrográfica do mundo, o Brasil pode sofrer com a falta d'água até 2015, se não investir R$ 22 bilhões no setor. Segundo a Agência Nacional de Águas, o problema ameaça 55% dos municípios. (Págs. 1 e 13)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Brasil pede cessar-fogo na Líbia
Coalizão com EUA, França e Reina Unido diverge sobre se operação deve derrubar o ditador Muammar Gaddafi
No mesmo dia em que o presidente dos EUA, Barack Obama, se despediu do país, o governo do Brasil lamentou a morte de civis e pediu cessar-fogo na Líbia.
Em sua nota oficial, o Itamaraty preferiu adotar um tom de "chamamento positivo" em vez de crítica, informa Eliane Cantanhede. (Págs. 1 e Mundo)
Rebelde espera mais ataques das forças aliadas
Repelidas de Benghazi, a capital rebelde, tropas de Gaddafi impuseram baixas aos insurgentes, que pedem mais bombardeios internacionais contra o governo.
Perto da aldeia de Zwetyna, centenas de jovens combatentes, com fuzis kalashnikov, aguardam ordens superi ores. (Págs. 1 e Mundo A14)
Foto legenda: Rebelde líbio armado com foguetes se prepara para batalha contra as forças de Muammar Gaddafi pelo controle da cidade de Ajadabiya, no leste do país.
Vladimir Safatle
Decisão de se abster na votação da ONU foi acertada (Págs. 1 e Opinião, A2)
Viagens de avião superam as de ônibus
No ano passado, o Brasil registrou 66 milhões de passageiros de avião em ligações entre Estados. No primeiro bimestre de 2011, já houve crescimento de 10%.
Pesquisa inédita a qual a Folha teve acesso mostra que o total de viajantes de ônibus ficou perto de 67 milhões em 2010, nível que está em queda desde 2003. (Págs. 1 e Mercado B3)
Para 83%, inflação irá permanecer em alta
Para 41% da população, a inflação vai aumentar nos próximos meses e 42% acham que ela continuará no alto patamar em que está. É o que mostra pesquisa Datafolha feita neste mês.
Apesar disso, os brasileiros continuam otimistas. A maioria prevê que o desemprego vai diminuir ou ficar - A nota dos alunos da como está e que o poder de compra vai crescer ou permanecer igual. (Págs. 1 e Poder A4)
Pane cancela todos os voos de Buenos Aires
Todos os voos dos três aeroportos da região metropolitana de Buenos Aires foram cancelados ontem por falta de comunicação entre aviões e torres de controle.
Às 13h, os aviões comerciais perderam contato com o sistema. Ao menos 125 voos foram cancelados ou desviados. À noite, a situação começou a voltar ao normal. (Págs. 1 e Mundo A17)
Séries iniciais vão melhor na rede municipal de SP
A nota dos alunos da quinta à oitava série piorou na Prova SP 2010. Da primeira à quarta, melhorou. Para a prefeitura, as series iniciais indicam que o caminho está certo. (Págs. 1 e Cotidiano C5)
Radiação em comida no Japão é séria, diz OMS
A Organização Mundial da Saúde informou que a contaminação de a1imentos por radiação no Japão é mais séria do que se pensava. O país identificou níveis acima do normal em espinafre e no leite em cidades próximas a usina. (Págs. 1 e Mundo A19)
Editoriais
Leia "Visita protocolar", com um balanço da passagem de Barack Obama pelo Brasil, e "O problema de Kassab", sobre a má avaliação do prefeito. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Após saída de Obama, Brasil pede cessar-fogo na Líbia
Nota é divulgada horas após o embarque do americano; China, Índia e Rússia também exigem trégua
Horas depois de o presidente americana, Barack Obama, ter deixado o Brasil - de onde deu a ordem para iniciar as ataques às forças leais ao ditador da Líbia, Muamar Kadafi -, a Itamaraty emitiu ontem uma nota na qual pede um cessar-fogo “no mais breve prazo possível". China, Índia e Rússia, parceiros brasileiros no Bric - que, a exemplo do Brasil, abstiveram-se na votação da ONU que aprovou o uso da força na Líbia -, emitiram mensagens semelhantes, mas o Itamaraty assegurou que não se tratou de uma ação coordenada. Os bombardeios foram retomados ontem. Uma derrota dos rebeldes em Ajdabiya, porém, mostra os limites da ação coalizão, relata Lourival Sant'Anna, enviado especial. No Chile, Obama voltou a dizer que Kadafi tem de sair. (Págs. 1 e Internacional A15 e A18)
Análise: Ross Douthat
Moralismo e guerra são parceiros difíceis. (Págs. 1 A18)
Mantega faz pressão para que Agnelli deixe a Vale
Após dois anos de bombardeio pela imprensa, o governo pediu pela primeira vez ao Bradesco, de forma direta, o cargo de Roger Agnelli, presidente executivo da Vale, informa o repórter David Friedlander. Foi na sexta-feira, num encontro entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e Lázaro Brandão, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, um dos principais acionistas da Vale. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
Parlamentares dos EUA intensificam lobby por caças
Os líderes democrata e republicano no Senado enviaram carta de apoio à venda dos F -18 Super Hornet, da Boeing, informa repórter Denise Chrispim Marin. O texto indica que o contrato e a oferta de transferência de tecnologia não sofrerão mudanças. (Págs. 1 e Nacional A14)
Governo negocia alternativa ao Código Florestal
O governo Dilma Rousseff negocia uma nova versão de reforma do Código Florestal que tire da ilegalidade a maior parte dos produtores rurais do País. Sem, no entanto, promover anistia geral para quem cortou vegetação nativa acima dos limites da lei. (Págs. 1 e Vida A23)
Kassab lança PSD e diz que partido é 'independente'
Ao lançar seu novo partido, o PSD (Partido Social Democrático), o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, admitiu aproximação com o governo federal, embora tenha destacado a manutenção da aliança com o PSDB. Mas ele disse que o PSD é “independente". (Págs. 1 e Nacional A4)
Resfriamento de reatores é suspenso no Japão (Págs. 1 e Internacional A20)
Dora Kramer
Nem carne nem peixe
Segundo Gilberto Kassab, o PSD é independente, fará "uma espécie" de oposição a Dilma, mas se propõe a ajudá-la, e não se oporá a Alckmin. (Págs. 1 e Caderno 2, D12)
Rubens Barbosa
Perda de competitividade
A ausência de uma política de comércio exterior bem definida tem acarretado graves prejuízos à indústria brasileira. (Págs. 1 e Espaço Aberto, A2)
Notas & Informações
Atoleiro na Líbia
Os aliados não podem deixar Kadafi onde está e não podem tirá-lo sem um ataque direto. (Págs. 1 e A3)
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Valor Econômico
Manchete: Lucro de produtores bate recorde na safra de grãos
Está difícil conter a euforia em algumas lavouras. É tempo de colheita de grãos no "Brasil profundo" e os produtores de soja, milho e algodão já suspeitam estar diante de uma das mais lucrativas safras da história do país. Com bons volumes e preços elevados, nas áreas de produção mais desenvolvidas as margens de lucro baterão recordes. Diferentemente do que costuma ocorrer no campo, muito poucos perderão dinheiro nesta safra.
O Valor visitou de 14 a 19 de março 51 lavouras de soja, milho e algodão em 15 localidades mineiras, goianas e baianas. Acompanhou a Agroconsult, que há oito anos organiza a expedição "Rally da Safra", participou de trabalhos de campo, conversou com agricultores e confirmou o cenário bastante positivo desenhado há meses por órgãos oficiais e especialistas, apesar de algumas adversidades climáticas. (Págs. 1 e B16)
Oferta da Gerdau será de R$ 5,2 bi
A Gerdau confirmou informação publicada ontem pelo Valor e anunciou que prepara uma oferta pública de ações. O lançamento deve atingir R$ 5,2 bilhões, para reforçar sua estrutura de capital e seu programa de investimentos.
A forma da divulgação desagradou o mercado, que esperava detalhes sobre o destino dos recursos. Sem isso, a empresa alimentou as especulações sobre uma possível oferta para compra de participação estratégica de 26% na Usiminas. (Págs. 1 e D1)
Ditador do Iêmen está prestes a cair
A crise política no Iêmen se aprofundou com a decisão de generais influentes, embaixadores e de alguns líderes tribais de retirar seu apoio ao presidente Ali Abdullah Saleh. Há 32 anos no poder, Saleh tem sido pressionado há várias semanas por manifestantes que exigem sua saída. Na semana passada, mais de 50 pessoas foram mortas.
Ontem, a França exigiu a renúncia do presidente, classificando sua saída de "inevitável", na primeira manifestação pública de um país ocidental pelo fim do regime.
China, Rússia e Alemanha condenaram ontem os ataques à Líbia, enquanto crescia a apreensão por um conflito de longa duração no país, que impedirá no curto prazo a normalização do fornecimento de petróleo líbio. (Págs. 1 e A12)
Foto legenda: Oficial do Exército do Iêmen se une às manifestações populares pela renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder.
Comando da aviação civil continua indefinido
Após esperar em vão por uma resposta do presidente do banco Safra, Rossano Maranhão, a presidente Dilma Rousseff pode nomear o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes para comandar a recém-criada Secretaria de Aviação Civil. Ligado ao PP e ao senador Francisco Dornelles (PP-RJ), Fortes é tido como um "coringa" pela presidente, que pensou, inicialmente, em nomeá-lo para dirigir o Eximbank, subsidiária a ser criada no âmbito do BNDES para financiar exportações.
Nos bastidores, percebendo que não conseguiria deixar facilmente o Safra, Rossano teria sugerido o nome do presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, que foi executivo da TAM por 20 anos. Uma possível restrição à indicação seria o fato de a Oi ter, entre seus sócios, o grupo Andrade Gutierrez, que constrói e opera aeroportos no exterior e tem planos de fazer o mesmo no país. Além disso, a Oi tem associação com empresa de um dos filhos do ex-presidente Lula. (Págs. 1 e A6)
Obras de Jirau ainda sem prazo para reinício
A Camargo Corrêa, sócia e responsável pela obra da usina de Jirau, em Rondônia, ainda não sabe quando será retomada a construção da hidrelétrica, após os episódios de vandalismo e violência no canteiro às margens do rio Madeira. "O que se disser agora é precipitação", afirmou ao Valor o presidente da empresa, Antonio Miguel Marques. "O cronograma vai ser afetado, mas se a obra vai atrasar, ainda não sei". A empresa mobilizou uma equipe especial de executivos para "replanejar" todo o cronograma do empreendimento. As ordens ainda não chegaram a Porto Velho. O trabalho está concentrado em São Paulo.
O conflito que paralisou a usina de Jirau e ameaçou "contaminar" a obra da vizinha Santo Antônio virou pano de fundo para uma feroz disputa entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. As duas centrais disputam o controle do sindicato da construção civil de Rondônia, que comanda os 40 mil trabalhadores das duas usinas. A questão ganhou mais relevo com a aprovação, na Comissão de Trabalho da Câmara, de um comitê de acompanhamento da crise em Jirau. Entre os deputados designados para o grupo está o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). A Força venceu a CUT na eleição para o sindicato no início de 2009, mas o resultado foi suspenso pela Justiça. (Págs. 1 e B1)
Falha nos sistemas de controle de voos faz Argentina viver dia de caos aéreo (Págs. 1 e Al3)
Previ vai investir R$ l bi em imóveis de alto padrão (Págs. 1 e C16)
Consolidação na TV a cabo alemã
A Liberty Global, que controla a Unitymedia na Alemanha, acertou a compra da Kebel Baden-Württemberg por 3,2 bilhões. O negócio cria a maior operadora de TV a cabo do país. (Págs. 1 e B2)
Fabricantes de rede desafiam Cisco
Fabricantes de equipamentos de redes, como switches e roteadores, lançam mão de diferentes estratégias para aumentar sua participação no mercado, dominado mundialmente pela Cisco. (Págs. 1 e B3)
Camarão com passaporte
Já presente no Paraguai, a rede de restaurante Vivenda do Camarão chega em abril a República Dominicana. A empresa também está reforçando a aposta na área de "food service". (Págs. 1 e B5)
Peguform aumenta produção
A Peguform, fabricante de componentes plásticos para a indústria de automóveis, vai aumentar em 50% sua produção de pára-choque, para 4,8 mil unidades/dia em São José dos Pinhais (PR). (Págs. 1 e B10)
Exportação de carne
Para encerrar disputa na OMC, a União Europeia fechou acordo garantindo acesso adicional para a carne bovina canadense, por meio de uma cota que exclui o produto brasileiro e de outros parceiros. (Págs. 1 e B15)
Pressão sobre biocombustíveis
Relatório conjunto da FAO, OCDE e outras agências internacionais, que será levado aos representantes do G-20, retoma, ataque aos biocombustíveis que estariam “competindo" com a produção de alimentos. (Págs. 1 e B15)
Execução fiscal
Superior Tribunal de Justiça derruba previsão da Lei de Execuções Fiscais (nº 6.830, de 1980) que estendia em seis meses, além dos cinco anos, o prazo de prescrição das dívidas tributárias. (Págs. 1 e E1)
Pequenas fora do Refis da Crise
Tribunais Regionais Federais tem rechaçado tentativa de micro e pequenas empresas que participam do Supersimples de parcelar dívidas no Refis da Crise. (Págs. 1 e E1)
Água/Caderno Especial
Medidas simples e baratas também podem ter resultados significativos na redução do consumo de água por grandes consumidores, como a indústria de alimentos e bebidas. "Uma peça de R$ l0,00 garantiu uma economia mensal de 5 mil metros cúbicos de água", conta Jorge Tarasuk, da PepsiCo. (Págs. 1 e F6)
Ideias
Antonio Delfim Netto
Novas políticas fiscal, monetária e cambial estão dando à inflação no Brasil o cuidado que ela merece. (Págs. 1 e A2)
Ideias
Raymundo Costa
Ao não ir ao almoço no Itamaraty, o ex-presidente Lula cometeu uma descortesia com Dilma e uma grosseria com Obama. (Págs. 1 e A10)
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