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sexta-feira, dezembro 21, 2012
PRODUTO INTERNO BRUTO menor QUE A META FIXADA (Simples assim...)*
BC vê Pibinho de 1%
Autor(es): VÂNIA CRISTINO » ANTONIO TEMÓTEO |
Correio Braziliense - 21/12/2012 |
O Banco Central finalmente se curvou à realidade e assinou embaixo o que já anteviam os analistas: a economia brasileira terá um crescimento pífio em 2012. A autoridade monetária reduziu de 1,6% para 1% o avanço do Produto Interno Bruto (PIB). A nova projeção consta do Relatório de Inflação divulgado ontem. Para 2013, a autoridade monetária não apresentou uma estimativa fechada, mas ressaltou que, nos 12 meses terminados em setembro próximo, a variação acumulada chegará a 3,3%.
Ao mesmo tempo em que admitiu crescimento, o BC reajustou para cima a expectativa de inflação deste ano. A taxa esperada agora é de 5,7%, ante os 5,2% anteriores, com a taxa básica de juros (Selic) constante em 7,25% e o dólar a R$ 2,05. Em 2013, destacou a instituição, a inflação começará pressionada, até chegar ao fim de dezembro em 4,8%, ligeiramente acima do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mas a alegria durará pouco: os preços voltarão a passar dos 5% ao longo de 2014. Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, mesmo com o quadro adverso, a instituição sempre persegue o centro da meta da inflação. “A estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”, disse. Apesar de declarar que o BC não está confortável com o atual nível da inflação, bem como a expectativa futura, ele listou os motivos que fizeram os preços dispararem neste ano, mesmo diante da fragilidade da atividade. Um deles, a forte seca nos Estados Unidos. Mesmo acima do desejado, os números de inflação anunciados pelo BC não levam em consideração o aumento da gasolina e do diesel em 2013 confirmando pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A autoridade monetária também não contabiliza o não cumprimento da meta de superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida), de 3,1% do PIB. No Orçamento de 2013 em tramitação no Congresso, o Ministério do Planejamento admitiu a possibilidade de abatimento de até R$ 45 bilhões da meta fiscal. O BC já disse que o superavit cheio é vital para o controle dos preço e para a manutenção dos juros em 7,25%. Na avaliação de Hamilton e do chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, mais do que a questão fiscal, é a pressão dos salários que atormenta a autoridade monetária. Como os reajustes têm sido elevados, mas a produtividade no chão da fábrica é baixa, as empresas estão repassando os custos com a mão de obra para os consumidores. Os dois deixaram claro ainda que o BC não permitirá o dólar ir além de R$ 2,10, pois, a cada 10% de desvalorização do real, a inflação sobe 0,6 ponto percentual ao longo de 12 meses. Apesar das explicações do Banco Central, os analistas definiram as projeções como otimistas demais. Para Flávio Serrano, do BES Investimento, além de o governo não cumprir integralmente a meta fiscal, a inflação não cederá para menos de 5% tão cedo. » Energia compensará O economista-chefe do ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, disse que o documento do BC nasceu defasado. Segundo ele, não é surpresa para o mercado a instituição não incluir qualquer previsão de reajuste da gasolina e do diesel. “Apenas uma vez o BC estimou reajuste, e deu uma confusão danada”, observou. A seu ver, o encarecimento dos combustíveis poderá ser compensado quase que integralmente pela prometida redução das tarifas de energia. Ele disse ainda que o PIB deverá ficar abaixo de 4% em 2013. PAÍS DE CONTRADIÇÕESContas apresentadas pelo BC causam estranheza » Superavit primário A autoridade monetária assegura que o governo cumprirá a meta cheia de ajuste fiscal em 2013, para manter a inflação sob controle e os juros em 7,25% ao ano. Mas, no Orçamento de 2013 enviado ao Congresso, o Ministério do Planejamentoprevê abatimento de até R$ 45 bilhões na economia necessária para o pagamento da dívida pública. » Combustíveis O Banco Central não prevê reajuste da gasolina e do diesel no ano que vem, apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter avisado, publicamente, que os combustíveis ficarão mais caros muito em breve. Esse aumento não está previsto na estimativa do BC de inflação de 4,8% em 2013. » Evolução do IPCA (Em %) O principal indicador de preços da economia ficará sempre distante do centro da meta, de 4,5% 4º tri/12 5,7 1º tri/13 5,7 2º tri/13 5,5 3º tri/13 4,9 4º tri/13 4,8 1º tri/14 5,1 2º tri/14 5,1 3º tri/14 5,1 4º tri/14 4,9 » Atividade fraca PIB vai demorar para reagir, atingindo apenas 3,3% dos 12 meses terminados em setembro Indicadores 2012 3º tri de 2013 PIB 1,0 3,3 Agropecuária -1,0 4,8 Indústria -0,5 2,8 Serviços 1,6 3,2 Consumo das famílias 3,0 4,0 Consumo do governo 3,2 2,9 Investimentos -3,5 3,1 Exportação 0,3 3,2 Importação 0,3 4,8
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(*) N.B.: Economicamente explicado e linguisticamente correto.
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