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terça-feira, fevereiro 26, 2013

MERCADO ACIONÁRIO. "SE SUBIU TEM QUE DESCER...'' (Raul Seixas)



O que move as ações na bolsa de valores?



Autor(es): Por André Rocha
Valor Econômico - 26/02/2013
 

No fim das contas, as ações acabam refletindo o resultado operacional das companhias. Contudo, por um bom período, a evolução dos papéis pode estar descasada do desempenho das atividades das empresas. Nesse caso, um dos maiores desafios do analista é descobrir o evento que trava sua apreciação e, a seguir, o catalisador que pode impulsionar os ativos. Veja o que têm movimentado as ações de algumas companhias brasileiras nos últimos três anos, usando o coeficiente de correlação de Pearson.
A análise fundamentalista apresenta duas abordagens para a escolha dos ativos. A primeira conhecida como "top-down" valoriza os aspectos macroeconômicos. Desta forma, traçam-se as perspectivas da economia para os próximos anos e escolhem-se as ações que mais se beneficiarão deste contexto. Assim, caso se espere uma desvalorização cambial, aplica-se em ações de exportadoras e se houver um incremento dos juros, evitam-se companhias endividadas, por exemplo. Já a estratégia "bottom-up" se preocupa exclusivamente com aspectos relacionados à companhia.
Fiz uma análise simplificada relacionando o comportamento das ações de importantes companhias brasileiras - Petrobras (PETR4), Vale (VALE5), a de bebidas Ambev (AMBV4), a de varejo Lojas Renner (LREN3), a concessionária rodoviária (CCRO3), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) - com dados macroeconômicos (PIB, IPCA e Selic) e microeconômicos (evolução do lucro, retorno sobre o patrimônio líquido e margem Ebitda) nos últimos três anos, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson. Valores próximos a 1 significam que há correlação perfeita entre as variáveis; zero que, a princípio, não há relação de dependência entre elas; e -1 que há uma correlação negativa perfeita entre as variáveis, ou seja, elas se movem em sentidos opostos. Se uma aumenta, a outra se reduz.
Como esperado, a correlação entre as ações e os dados macroeconômicos foram fracos. É fácil entender. A inflação medida pelo IPCA não representa a inflação de custos da Vale, assim como o crescimento econômico claudicante não impediu que Ambev e Lojas Renner apresentassem excelentes resultados nos últimos anos.
Já a relação entre a evolução das ações e o desempenho operacional das companhias foi mais contundente, como provam PETR4, AMBV4, LREN3 e CCRO3. Isto significa que, no período analisado, essas ações responderam aos resultados apresentados. Por outro lado, os papéis dos bancos e os da Vale não tiveram grande aderência aos desempenhos operacionais. Isto é comum. Há momentos nos quais algumas situações - como eventos societários (troca de controle ou fechamento de capital, por exemplo), interferência governamental ou ruídos causados por má governança corporativa - se sobrepõem ao desempenho operacional influenciando de forma mais direta o preço em bolsa.
As ações dos bancos sofreram com o sentimento negativo dos investidores sobre o setor causado pela crise soberana europeia que poderia (ou ainda pode) se transformar em uma crise bancária e com a decisão do governo federal de reduzir os "spreads", utilizando-se dos bancos oficiais. Já as ações da mineradora Vale têm reagido mais diretamente ao preço spot do minério de ferro como demonstrado no post "As ações de Vale sob a Navalha de Ockham", de 03/02/12.
O leitor pode questionar: mas se as ações acabam em algum momento refletindo o desempenho operacional, por que não comprá-las de imediato relevando-se outros aspectos? Destaco três razões que reduzem o interesse dos investidores, especialmente os institucionais, em adotarem esta postura. Primeiro, existem aspectos comportamentais. É incômodo para o investidor manter ações que não apresentem bom desempenho enquanto outras se valorizam. Segundo, fundos de ações apresentam cotas diárias. Um mau desempenho no curto prazo pode gerar resgates dos aplicadores. Assim, é recomendável que esses fundos possuam clientes comprometidos com o longo prazo. Como quase nunca é o caso, os gestores acabam por assumir um comportamento imediatista. Por fim, há um custo de carregamento enquanto o preço do papel não deslancha. Bom exemplo aconteceu na década passada quando problemas de governança corporativa impediam que as ações da Telemar (atual Oi) refletissem a boa posição de caixa mantida pela empresa. As ações patinaram por cerca de quatro anos.
Comprar a ação certa na hora errada pode significar o mesmo que comprar a ação errada. Assim, cabe ao analista buscar não somente papéis com potencial atrativo, mas também entender quais variáveis estão influenciando o preço da ação e descobrir os catalisadores que poderão fazer o preço deslanchar.
André Rocha é analista certificado pela Apimec e atua há 20 anos como especialista na avaliação de companhias listadas na bolsa.
As opiniões contidas neste espaço refletem a visão do analista sobre as companhias, e não a do Valor Econômico. O Valor e o autor não se responsabilizam por prejuízos decorrentes do uso dessas informações (Veja os termos de uso completos em www.valor.com.br/valor-investe/o-estrategista).
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