Convenção do PSDB de SP não cita nome de Aécio
Aécio é ignorado em ato do PSDB paulista
A convenção que escolheu ontem a direção do PSDB no Estado mais populoso do País ignorou o nome do provável candidato do partido à Presidência da República, em 2014. Os líderes tucanos de São Paulo, incluindo o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra, não citaram o senador mineiro Aécio Neves durante o evento, realizado na Assembleia Legislativa.
Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira, inclusive, fizeram comentários sobre a situação política nacional, com ataques ao PT e seus aliados, e destacaram o esforço que o PSDB deve realizar para reconquistar a Presidência no ano que vem.
O grupo de Aécio teme que seu palanque paulista fique enfraquecido por falta de empenho dos correligionários. Nas últimas campanhas presidenciais, quando Serra e Alckmin foram os candidatos tucanos, Aécio foi acusado pelos colegas de fazer "corpo mole" em Minas Gerais. Daí o temor de que os paulistas "deem o troco" na eleição do ano que vem.
O deputado federal Duarte Nogueira, eleito ontem para a presidência da executiva do diretório estadual paulista, procurou minimizar o fato de o senador mineiro não ter sido lembrado em nenhum momento no evento de ontem. O parlamentar disse que se tratava de uma convenção estadual e que as atenções estavam completamente voltadas para o desempenho do partido no Estado.
Indagado sobre o projeto de seu antecessor no cargo, o deputado estadual Pedro Tobias, de promover reuniões entre lideranças tucanas do interior do Estado com Aécio, Nogueira disse que o plano será mantido. Logo em seguida, no entanto, acrescentou: "Serão encontros com Aécio e outras lideranças. Entre essas outras lideranças, acrescentou, estariam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra, Alckmin e prefeitos tucanos cujas administrações foram consideradas "exemplares".
Serra apareceu na convenção ao lado de Alckmin e, ao discursar, deixou implícita sua disposição de continuar interferindo na vida do PSDB e na disputa política. "Já tive muitos cargos na minha vida e quero ter ainda mais", afirmou o ex-governador, que já disputou duas vezes o Planalto, em 2002 e 2010.
O novo presidente da executiva estadual comemorou a manifestação do ex-governador. "Como presidente estadual, vou estimular o Serra a disputar cargos. Afinal, trata-se de uma maiores lideranças do partido."
Serra chegou à Assembleia quando os líderes tucanos já dis-cursavam. Entrou e saiu sem dar declarações à imprensa.
No discurso, disse ser contrário ao acúmulo de cargos e lembrou que, ao assumir a liderança do PSDB no Senado, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, desistiu de presidir o diretório do partido em São Paulo. Neste momento, um dos assuntos debatidos entre os tucanos é justamente a conveniência de Aécio assumir a presidência nacional do PSDB. O tema deverá aparecer na convenção nacional, prevista para 18 de maio, em Brasília.
Sem definição» Questionado por jornalistas sobre a definição da candidatura do partido ao Palácio do Planalto, o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, aliado de Serra, afirmou que nada está definido ainda. "A eleição é daqui a um ano e meio. O partido não tem nada definido até agora. Depende da convenção (nacional do partido, em 18 de maio)" afirmou o tucano» “O (nome) mais provável é do Aécio, o que não quer dizer que é questão fechada”, completou Goldman.
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