Kassab oferece sigla a governador do Ceará
Por Raquel Ulhôa | De Brasília
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, convidou o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu grupo político a filiar-se à legenda, caso decidam sair do PSB.
O governador admitiu a possibilidade de deixar o PSB se o presidente nacional, governador Eduardo Campos (PE), confirmar a candidatura presidencial, mas não se comprometeu com o PSD.
Cid reafirmou apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff e disse que a candidatura de Campos o deixará em situação delicada. Mas avaliou que ainda não é hora de decidir. A conversa ocorreu em almoço há duas semanas, em Fortaleza. Também estavam o presidente estadual do PSD Almircy Pinto, secretário-adjunto da chefia de gabinete do governador, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB), o vice-governador, Domingos Filho (PMDB), e outros aliados.
Segundo presentes, Kassab pôs o PSD "à disposição" de Cid, sendo ou não candidato a qualquer cargo ou ficando sem mandato. "Kassab colocou o partido nas mãos do governador", relatou o dirigente do PSD. Cid agradeceu e admitiu que poderá sair do PSB, sem apontar o destino.
O partido de Kassab foi criado no Ceará com apoio do governador, com quem mantém "identidade total" segundo dirigentes. O PSD também decidiu apoiar Dilma em 2014. "Se o governador entender que não tem como continuar no PSB, a lógica seria ele migrar para o PSD", disse Pinto.
O ex-deputado federal Sérgio Novaes, integrante da executiva nacional do PSB e do grupo histórico do partido que é rompido com Cid no Ceará, defendeu a saída dos irmãos Gomes e seu grupo político do partido. "Neste momento, eles prejudicam o partido, porque, no privado, articulam contra os interesses do PSB, inclusive com o PT", disse. "Eles são predadores. Um clã com origem no interior do Ceará, com práticas extremamente atrasadas, patrimonialistas, e capa de modernidade. Seria bom eles saírem do PSB."
Além do PSD, os Gomes têm convites do PRB e do PT. A assessoria do governador negou que a reunião com Kassab tenha sido para tratar de troca de partido. Informou que não é a primeira vez que eles se encontram e classificou como "visita de cortesia". No almoço, a avaliação feita por Cid e Kassab é que a candidatura de Campos não tem sentido neste momento, já que o partido participou da campanha à eleição de Dilma e integra o governo, cujo projeto é apoiado pela população. E Campos seria candidato de oposição.
Cid discute com aliados a formação da chapa à sua sucessão, mas ela depende das alianças. Os mais cotados para disputar o governo são o ministro Leônidas Cristino (Portos), o vice-governador, Domingos Filho (PMDB), e o secretário de Fazenda do Estado, Mauro Filho (PSB). Cid disse que cumprirá o mandato até o fim, não disputará eleição e irá para o Banco Mundial.
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