Parlamentar afirma em nota que não renuncia
Suplente no Senado é o próprio pai de Cassol, que já defendeu o uso de chicote em presidiários
BRASÍLIA
De sua casa em Brasília, o senador Ivo Cassol (PP-RO) acompanhou pela televisão o julgamento de seu processo no Supremo Tribunal Federal (STF) e, logo que saiu a condenação, avisou, pela assessoria de imprensa, que vai recorrer sem renunciar ao mandato. Em nota, o senador disse que é inocente e negou que tenha havido direcionamento às empresas beneficiadas e fracionamento dos processos licitatórios, conforme julgou o Supremo.
"Sou inocente e vou recorrer em liberdade da sentença a que fui condenado! Continuarei a exercer normalmente meu mandato de senador da República, mandato este que me foi outorgado pela população de Rondônia e para a qual continuarei trabalhando", diz a nota.
Apesar disso, pessoas que conversaram com o senador ontem revelaram que ele está disposto a renunciar para evitar mais desgastes e deixar que seu pai, Reditário Cassol, que é seu suplente, assuma a cadeira e exerça os cinco anos restantes de mandato. Isso para evitar o desgaste de um processo de cassação, que deverá ocorrer no Senado a pedido do PSOL.
- A nossa providência no Senado será a mesma tomada na Câmara em relação ao deputado Natan Donadon: pedir a cassação a partir da condenação pelo STF - disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). -
O Senado terá de atender com urgência e proceder à abertura do processo de perda de mandato, da forma como a Câmara agiu. Será uma boa prova para o Senado mostrar se está de fato consoante com as manifestações populares.
O pai de Ivo Cassol é um empresário do ramo hoteleiro que vive em Balneário Camboriú (SC), mas que já atuou no Senado representando o estado de Rondônia quando exerceu temporariamente o mandato do filho. Em outubro de 2011, Reditário defendeu da tribuna do Senado o uso do chicote em presidiários que se recusarem a trabalhar na cadeia.
- Temos que modificar um pouco a lei aqui no nosso Brasil, de modo que venha favorecer as famílias honestas, que trabalham, que lutam, que pagam imposto para manter o Brasil de pé e não criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que devia estar atrás da grade de noite e de dia trabalhar, e quando não trabalhasse de acordo, o chicote, que nem antigamente, voltar - defendeu Reditário.
Apesar dos rompantes do pai, o que mais preocupa o senador, segundo interlocutores, não é deixar a cadeira para Reditário, mas abrir mão da candidatura ao governo do estado em 2014. Segundo um aliado de Cassol, ele já estaria admitindo que o sonho "ficou no passado".
adicionada no sistema em: 09/08/2013 04:10 |
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