Diferenças no valor dos assentos
Cerca de R$ 49 milhões poderiam ser economizados no Brasil, se construtoras e administradores de sete dos 12 estádios da Copa do Mundo comprassem assentos mais baratos. Com a cadeira mais em conta, o estádio do Mineirão pagou um preço médio de R$ 128,68 por unidade. Já o Maracanã, palco da final do Mundial, optou por um assento que custa o dobro: R$ 268,80. O recorde, porém, está com a Arena Amazônia, que gastou R$ 373,19 no modelo mais barato, usado nas arquibancadas. Um valor quase três vezes maior.
A economia perdida com os altos valores gastos em cadeiras é, provavelmente, ainda maior do que o apontado pelo levantamento do Correio. Isso porque as empresas e secretarias da Copa responsáveis pelas arenas Fonte Nova, Beira-Rio e Pernambuco não repassaram as informações até o fechamento desta edição. Além disso, foi usado — como base para o cálculo — o valor dos assentos mais simples de cada estádio. Mas cadeiras de espaços VIPs e camarotes são diferenciadas e mais caras.
No início do mês, as discrepâncias entre os preços dos assentos nos estádios levou o Ministério Público do Estado de Mato Grosso a sugerir o cancelamento da licitação da Arena Pantanal. Para fornecer e instalar 44.500 cadeiras, a empresa vencedora da concorrência cobraria R$ 19,4 milhões. Ou seja, cerca de R$ 436,80 por assento. A recomendação do MP se baseou nos valores pagos no Mané Garrincha. Em Brasília, a cadeira das arquibancadas custaram, cada uma, R$ 140. Embora os modelos dos assentos sejam diferentes, o órgão entendeu que ambos atendiam aos critérios de qualidade exigidos e que, portanto, não havia necessidade de adquirir um material mais caro.
O balanço entre qualidade e preço, contudo, não foi questionado pelo Tribunal de Contas do Amazonas. Quando a construtora da Arena Amazônia escolheu a empresa Kango e acordou o pagamento de quase R$ 400 no modelo mais simples do estádio, o Tribunal auditou e aprovou o valor, segundo a Unidade Gestora da Copa em Manaus.
A escolha das cadeiras nesse e em outros nove estádios foi feita sem licitação, já que as construtoras venceram, anteriormente, processos licitatórios para a construção das arenas. Apenas Brasília/Mané Garrincha e Cuiabá/Arena Pantanal abriram licitações.
Estádio ainda sem cadeiras
Ontem, a nova licitação foi suspensa pela Secopa de Cuiabá, e a Arena Pantanal segue sem cadeiras a pouco mais de dois meses para o prazo de entrega do estádio. A justificativa para interromper o certame estava na suspeita de que uma das empresas seria inidônea, o que a impediria de assinar contratos com a administração pública.
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