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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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quinta-feira, outubro 03, 2013

VERGONHA ALHEIA

03/10/2013
Monumento às Bandeiras é pichado


Edison Veiga


Personagem central da pró­pria noção de identidade pau­lista, a figura do bandeirante protagoniza uma dicotomia histórica: de um lado, o valen­te desbravador que envere­dou pelos sertões consolidan­do o País. De outro, o assassi­no de índios. Na manhã de on­tem, o Monumento às Bandei­ras, principal homenagem paulistana ao bandeirante, amanheceu pichado.

O local não foi escolhido por acaso. Afinal, não se tratava de um ato de vandalismo qualquer. As inscrições em um dos mais famosos cartões-postais de São Paulo - conhecido popu­larmente como "empurra-empurra" ou "deixa que eu empur­ro" - eram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que pretende tirar do Execu­tivo a definição sobre a delimita­ção de terras indígenas e passá- la ao Congresso Nacional.

A Prefeitura agiu ontem mes­mo. À tarde, a empresa de limpe­za contratada pelo Departamen­to de Patrimônio Histórico - ór­gão da Secretaria Municipal de Cultura - encarregou-se de dei­xar o monumento tinindo. De acordo com a secretaria, o servi­ço foi feito por "jateamento de água limpa e quente, com pres­são determinada para o tipo de material do monumento", mas também foram "utilizados removedores químicos". Até o iní­cio da noite de ontem, não foi especificado quanto a operação custou aos cofres públicos.


Com 240 blocos de granito de 50 toneladas, a monumental obra é assinada pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret (1894-1955). Nela, estão repre­sentadas 29 figuras humanas, entre bandeirantes, índios, ma­melucos e negros.


"Meu pai orgulhava-se da soli­dez dessa obra. Ele costumava brincar que, mesmo que caísse uma bomba atômica em São Paulo, ela permaneceria intac­ta", afirmou ontem o engenhei­ro Victor Brecheret Filho, de 71 anos, ao Estado.

Sobre a pichação, Brecheret Filho disse estar "espantado", "chocado" e ""horrorizado". "Es­tamos vivendo um período de pré-barbárie. Até pouco tempo atrás, o vandalismo não atingia locais que as pessoas foram edu­cadas a respeitar", comentou. "Agora, nada mais é respeitado. A convivência harmônica está acabando."

Ele sugeriu que seja adotada em São Paulo uma solução se­melhante à que protege a escultura La Carreta, de José Belloni, em Montevidéu, no Uruguai. "É um detector de passagem, com feixe de luz, capaz de acionar uma sirene quando alguém pas­sa", explicou.


Intervenções. Não é a primei­ra vez que o icônico monumen­to é alvo de intervenções. Em maio do ano passado, um dos bandeirantes da escultura teve as unhas do pé pintadas com giz de cera azul, como se tivessem sido esmaltadas.

Também em 2012, um grupo de artistas resolveu colocar ore­lhas de burro nos cavalos do mo­numento. Nesse caso, entretan­to, a escultura não foi danifica­da: as orelhas eram feitas de plástico e ficaram ali apenas por cerca de 5 horas - tempo sufi­ciente para que os artistas foto­grafassem o, digamos, novo vi­sual da escultura.

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