Jobim foi sócio e professor do advogado de Renan Calheiros
O ministro Nelson Jobim (Defesa) foi sócio do escritório de advocacia que defende o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, no processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Casa. Renan é acusado de utilizar recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha fora do casamento. Segundo informou o escritório de advocacia, Jobim foi sócio de Eduardo Ferrão, advogado de Renan, e Paulo Baeta, em Brasília, quando era deputado federal. De acordo com Ferrão, Jobim se desligou do escritório para atuar no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro também foi professor de Ferrão na Faculdade de Direito de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Neste sábado, Jobim se reuniu com Renan e Ferrão na residência oficial do presidente do Senado --às vésperas da votação do relatório em que o peemedebista é acusado de quebra de decoro parlamentar. Ex-presidente do STF, Jobim, após o encontro, deixou o local no carro do advogado de Renan. De acordo com Ferrão, a reunião tratou apenas de "questões político-partidárias do PMDB". "Não se falou em momento nenhum na defesa de Renan". Nos bastidores, no entanto, a especulação é que Jobim esteja auxiliando na defesa do presidente do Senado. O Conselho de Ética do Senado vai colocar em votação, na próxima quarta-feira, o relatório dos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) que aponta oito motivos para o senador perder o mandato. Renan é alvo de nova denúncia, revelada pela Folha e pelas revistas "Época" e "Veja". Ele é acusado de participar de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios comandado pelo PMDB, que teria à frente o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho --pai de uma funcionária de Renan. O advogado Bruno Brito Lins, ex-marido da funcionária, fez as acusações em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal em meio ao processo de separação litigiosa. Ontem, em nota oficial, o senador disse que a Justiça "não deu nenhum valor jurídico" às denúncias reveladas por Lins, além de enfatizar que o objetivo do advogado tem "visível expediente de provocar escândalo e pressões processuais sobre pessoas que nada tem a ver com briga de casais". Renan afirma que os fatos são "inteiramente falsos, fruto de imaginação e má fé". Débora Prado, Folha Online.
Nenhum comentário:
Postar um comentário