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quinta-feira, abril 10, 2008

OPOSIÇÃO NO BRASIL: EM QUAL "POSIÇÃO" ?


Atendendo aos reclamos do governo, PSDB e DEM perfilaram-se, na noite desta quarta-feira, ao lado dos projetos de dois expoentes do petismo. Aprovou-se, num piscar de olhos, proposta de Tião Viana (PT-AC) que injeta R$ 23 bilhões no orçamento da Saúde até 2011. Mais: foi de roldão emenda de Paulo Paim (PT-RS). Enganchou num projeto do Planalto emenda que estende os reajustes do salário mínimo aos aposentados do INSS.
Curiosamente, coube a José Agripino Maia (RN), líder do DEM, sugerir à mesa que apressasse a análise de emendas provisórias que travavam a pauta, para chegar às propostas dos petistas. Obteve o apoio entusiasta do colega Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. Aloizio Mercadante (PT-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR), que, até a véspera, reclamavam da tática obstrucionista da oposição, puseram-se a fazer reparos aos projetos dos seus colegas de bancada. Jucá disse que a proposta de Tião Viana cria dificuldades para o governo ao vincular receitas do Orçamento à área da Saúde. Espera que a Câmara, próximo estágio do projeto, promova ajustes. Mercadante ponderou que os aposentados não poderiam receber os mesmos percentuais de reajuste do salário mínimo. Disse que o projeto de Paulo Paim não indica a fonte da nova despesa. Lembrou a providência agravará os desequilíbrios de caixa da Previdência, já às voltas com um déficit anual de cerca de R$ 44 bilhões. O governo cobrava da oposição que deixasse de birra e começasse a tratar de temas que interessam ao brasileiro. Por uma noite, tucanos e ‘demos’ mudaram de assunto. A julgar pela cara feia de Jucá e de Mercadante, o Planalto talvez preferisse a manutenção da operação padrão oposicionista.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online. 1004.

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