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Copom eleva Selic pela 2ª vez e taxa vai a 12,25%
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O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic), para 12,25% ao ano. Foi a segunda alta consecutiva. A decisão, unânime e sem viés, já havia sido amplamente antecipada pelo mercado financeiro por causa da piora no cenário de inflação para 2008 e 2009. Por isso, a certeza de uma alta era geral. Só havia uma pequena dúvida em relação à intensidade do aperto monetário. A aposta majoritária era de 0,5 ponto, mas alguns arriscaram 0,75. No comunicado para anunciar o resultado e o placar da reunião, o Banco Central (BC) foi sucinto. Declarou apenas que deu "prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica, iniciado na reunião de abril". Com isso, a autoridade monetária evitou dar dicas do que pode vir nas próximas reuniões e mostrou que não se compromete com nenhuma linha de atuação daqui pra frente (com aceleração ou manutenção do ritmo de alta dos juros), destacou o economista do banco Santander, Constantin Jancsó. O economista da Paraty Investimentos Marco Franklin tem opinião semelhante. "O que consigo ver neste momento é que a Selic sobe até onde a vista alcançar." Para ele, a alta só não foi maior por causa do grau de investimento concedido ao País pelas agências Standard & Poors e Fitch e pela intenção do governo de elevar o superávit primário para 4,3%. Para as próximas reuniões, diz Franklin, a intensidade do ciclo de aperto monetário dependerá das expectativas de inflação e dos indicadores de demanda agregada. "Hoje a taxa de desemprego está nas mínimas históricas, o nível da capacidade instalada (83,2%) é um risco grande para a inflação e o crédito não pára de crescer acima de 30%." Diante deste quadro, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, a alta dos juros ontem era inevitável, tendo em vista a pressão mais forte da inflação. "Não vai ser o último aumento na Selic e a MB espera que no fim do ano ela chegue a 14% ao ano." Para ele, há praticamente um consenso entre os analistas de que a inflação feche 2008 entre 5,5% e até acima de 6%, graças à combinação do choque de oferta, com altas de petróleo e de alimentos, além de demanda forte.O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero também considerou inevitável o aumento de 0,5 ponto. Ele criticou, porém, a falta de ação do Copom, por não ter feito cortes mais profundos quando a inflação estava controlada no Brasil e no mundo. "O erro do Copom não foi agora, foi há um ano e meio, quando poderia ter baixado muito os juros e não baixou. Era uma época sem inflação mundial e, por excesso de cautela, manteve os juros em um nível muito alto", disse Ricupero. Além da redução na taxa de juros, Ricupero cobrou outras medidas fiscais por parte do governo, como a adoção de um "superávit nominal e não apenas primário, que pague os custos da dívida interna".
Renée Pereira, Fernando Nakagawa e Gustavo Porto. Estadão, 0506. Figura/gráfico, via blog do Josias-Folha.
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