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quinta-feira, junho 05, 2008

ESTADOS UNIDOS: DEMOCRATAS ou REPUBLICANOS? [OBAMA ou McCAIN?]

Após vitória, Obama concentra-se em unir democratas

WASHINGTON - Após conseguir a história indicação democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama se volta nesta quarta-feira, 4, à tarefa de unificar um partido dividido por uma disputa interna de cinco meses para a disputa com o republicano John McCain. Obama saiu do obscurantismo político para se tornar o primeiro negro a conseguir a indicação à Presidência por um grande partido americano. O senador por Illinois conseguiu na terça-feira os 2.118 delegados necessário para vencer na convenção partidária de agosto.
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Sua rival Hillary Clinton, ex-primeira-dama que entrou na disputa há 17 meses como franca favorita, não admitiu a derrota e afirmou que consultará líderes partidários e simpatizantes para decidir qual será seu próximo passo. Hillary disse a representantes de Nova York no Congresso que está aberta a ser candidata a vice-presidente na chapa de Obama. Simpatizantes da ex-primeira-dama intensificaram a pressão para que Obama a escolha como sua número dois. Obama será coroado o candidato democrata na convenção de agosto e enfrentará McCain em novembro, quando o sucessor do atual presidente George W. Bush será escolhido. "Hoje marcamos o fim de uma jornada histórica com o início de uma outra", disse Obama a simpatizantes durante o comício da vitória em St. Paul, Minnesota, mesmo local da convenção republicana, marcada para setembro. "Hoje posso me colocar diante de vocês e dizer que serei o indicado democrata para presidente dos Estados Unidos", disse ele à platéia de 17 mil pessoas. Outras 15 mil estavam do lado de fora da arena. A vitória de Obama, filho de pai queniano negro e de mãe branca do Kansas, colocou o nome do senador na história dos Estados Unidos. Sua vitória vem 45 anos depois do auge do movimento pelos direitos civis. Ela vem depois de uma das mais apertadas e longas batalhas por uma indicação partidária na recente história política dos EUA. Hillary, que seria a primeira mulher indicada à Presidência norte-americana, conquistou mais de 1.900 delegados. Obama conseguiu a vitória após uma onda de mais de 70 delegados, que não haviam tomado partido, anunciarem seu apoio ao senador na terça-feira, o que levou seu total de delegados para 2.156, segundo contagem da MSNBC. Os cinco meses de disputa Estado a Estado pelo apoio dos delegados chegaram ao fim com Obama vencendo em Montana e Hillary triunfando em Dakota do Sul. A expectativa é de que mais líderes partidários e superdelegados apóiem Obama nesta quarta-feira, enquanto o partido tenta se unir em torno de seu indicado, para o que promete ser uma dura campanha eleitoral com McCain. "Estou comprometido em unir nosso partido para que possamos seguir em frente mais fortes e mais preparados do que nunca para conseguir a Casa Branca em novembro", disse Hillary para uma multidão de simpatizantes em Nova York. Mas ela não fez nenhuma proposta para Obama.
Os dois devem se reunir em breve para discutir a campanha eleitoral e o papel que será desempenhado pela ex-primeira-dama. Os dois conversaram no início da quarta-feira, e Obama disse a Hillary que gostaria de "sentar quando fizer sentido para você", Mas nenhuma reunião foi marcada.
Tanto Obama quanto Hillary falarão para um grupo de lobby pró-Israel nesta quarta-feira em Washington, num momento em que o senador por Illinois começa a concentrar-se na disputa de novembro.
McCain garantiu a indicação republicana em março. "Essa foi uma longa campanha e não tomarei nenhuma decisão hoje", disse Hillary. "Nos próximos dias eu consultarei simpatizantes e líderes partidários para determinar como seguir em frente, levando em conta os interesses do meu partido e do meu país." Obama elogiou a adversária após derrotá-la. "A senadora Hillary Clinton fez história nessa campanha, não somente porque ela é uma mulher que fez o que nenhuma mulher fez antes, mas porque ela é uma mulher que inspirou milhões de americanos." McCain deu início à disputa com Obama com um comício na Louisiana, no qual procurou afastar-se de Bush e questionou o julgamento de Obama. Ele classificou o senador de oponente "formidável", mas que não mostrou disposição de deixar de lado interesses partidários. "Ele é um homem impressionante, que deixa uma grande primeira impressão", disse McCain, de 71 anos, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã. "Mas ele não tem mostrado disposição de tomar decisões difíceis, de desafiar seu partido, de arriscar receber críticas de seus simpatizantes e trazer a verdadeira mudança para Washington. Eu tenho."
Reuters [0406], Estadão.

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