PENSAR "GRANDE":

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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quinta-feira, abril 02, 2009

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

02 de abril de 2009

O Globo

Manchete: Brasil participa de socorro de US$l tri à economia mundial

Lula oferece dinheiro ao FMl; protestos contra G-20 deixam um morto em Londres

O Brasil participará do esforço para levantar US$ 1 trilhão que será usado para socorrer a economia mundial e reformar o FMI. "O Brasil não vai agir como um paisinho pequeno e sem importância", disse o presidente Lula, que ontem deixou Paris rumo a Londres, onde participará da Cúpula do G-20. O dinheiro, no entanto, terá contrapartida: só poderá ser destinado a países pobres e emergentes. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, encontrou-se com o presidente americano, Barack Obama, com quem conversou sobre as críticas de Lula aos países ricos. Nos protestos contra o G-20, que se espalharam pelo mundo, houve um morto e 63 presos em Londres. O Greenpeace parou a Ponte Rio-Niterói, provocando engarrafamento de 18 quilômetros e mais poluição do ar. (págs. 1 e 19 a 21)

Foto legenda: No Palácio de Buckingham, líderes do G-20 e de organismos multilaterais posam para foto oficial com a rainha Elizabeth II, que teve Lula ao seu lado e Obama na fileira de trás

Foto legenda: Manifestantes quebram vidraças do RBS, banco britânico que teve ajuda oficial

Foto legenda: Na ponte Rio-Niterói: "Clima e pessoas primeiro"
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‘Quando eu era sindicalista, eu culpava o governo; quando era da oposição, culpava o governo, quando virei governo, culpei a Europa e os EUA’. Lula, segundo relato de Gordon Brown a Obama.

STF: relator vota por fim da Lei de Imprensa

Após fazer veemente defesa da liberdade de expressão e do papel da imprensa na democracia, o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, votou ontem pela revogação total da Lei de Imprensa, considerada por ele inconstitucional. "Ou a imprensa é inteiramente livre, ou dela já não se pode cogitar senão como jogo de aparência jurídica", disse. Seu voto foi seguido pelo ministro Eros Grau, mas a votação só terminará dia 15. (págs. 1 e 3)

Senado cria bancada dos 'brazucas'

Depois de passar dois meses sem votar nada, o Senado aprovou, em 1º turno, proposta de emenda que cria nova bancada no Congresso: a dos deputados escolhidos entre os três milhões de brasileiros que vivem no exterior.
A Câmara acabou com a prisão especial para parlamentares. (págs. 1, 8 e 10)

Federais não aceitam cotas obrigatórias

A Andifes, associação de reitores de universidades federais, é contra a proposta de cotas obrigatórias no ensino superior em discussão no Congresso. Em audiência na CCJ do Senado, o presidente da entidade, Amaro Lins, disse que as cotas - raciais ou socioeconômicas - ferem a autonomia universitária. (págs. 1 e 10)

Charge Chico: Entreouvido entre Doha, Paris e Londres

- Dá licença, eu estou convencido de que nunca antes na história deste G-20... (pág. 1)

Editorial: Fim de modelo

Diante da grande deterioração das contas públicas em fevereiro, com o primeiro déficit primário verificado neste mês desde 1997, quando a indicador passou a ser calculado, o governo se defende com o argumento de que uma coisa é uma fotografia, outra, um filme.

Ele garante que a situação melhorará à medida que transcorrer o ano —o filme será muito melhor que a foto. Há dúvidas.

O instantâneo é mesmo preocupante: o déficit primário de R$ 926,7 milhões no mês — o resultado do confronto entre despesas e receitas, sem incluir os juros da dívida — foi basicamente causado porque os R$ 37,4 bilhões arrecadados em impostos eram insuficientes para arcar com a conta de salários e encargos do funcionalismo (R$ 11,1 bilhões), o custeio propriamente dito da máquina burocrática (R$ 8,4 bilhões) e com os benefícios da previdência (R$ 15,7 bilhões), somados. Faltou, então, dinheiro para pagar os juros, o que significa aumento da dívida interna em maior velocidade. (pág. 6)

Opinião: Solange Amaral: Rua da sucessão, número 171

Em 2005, o presidente Lula anunciou investimentos no setor da habitação da ordem de R$ 4,5 bilhões. No ano seguinte, o governo acenou com R$ 18,7 bilhões para a construção de casas populares.

Já em 2007, incluiu no Plano de Aceleração do Crescimento mais R$ 9,7 bilhões para saneamento e moradia.

Menos de três semanas antes das eleições de 2008, o Planalto bradou um pacote para baratear o preço dos imóveis, abrindo linha de crédito de R$ 8,7 bilhões.

Agora, embalado no propósito de passar a faixa presidencial para a ministra Dilma Rousseff, eis que surge o maior pacote habitacional sob sua gestão, em torno de R$ 34 bilhões. (pág. 7)

Opinião: Merval Pereira: Qual Lula?

O presidente Lula sem dúvida alguma se transformou em participante proeminente da reunião do G-20, que começa hoje em Londres, e tem sabido aproveitar a importância relativa que o Brasil representa neste momento para vocalizar posições bastante claras, embora algumas equivocadas. Sair ao lado da rainha Elizabeth na foto oficial da reunião do G-20 é apenas a parte mais glamourosa desse papel de destaque. A união com a França para exigir uma regulação mais rigorosa dos mercados internacionais está correta, e seria ridículo acusar Nicolas Sarkozy de estar defendendo posições “esquerdistas”. Mas a defesa do “Estado forte” como tese permanente, com base na necessidade de intervenção estatal no momento de crise que o mundo vive, é uma visão apressada que não deve ter o respaldo da maioria dos seus pares no G-20.

Enquanto Lula defende a estatização dos bancos como solução, o presidente Barack Obama resiste à ideia, mesmo que muitos deles estejam praticamente “federalizados” nos Estados Unidos com o dinheirão que o governo vem colocando neles. (pág.4)

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Folha de S. Paulo

Manchete: G-20 deve liberar US$ 1 tri contra crise

Segundo ministros brasileiros, dinheiro irá para órgãos como o FMI; mundo não pode ser 'refém' dos EUA, diz Obama

A reunião do G-20, em Londres, deve fechar acordo para injetar US$ 1 trilhão em instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional. A informação foi divulgada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Celso Amorim (Relações Exteriores), relatam Pedro Dias Leite e Clóvis Rossi.

Esse valor é dois terços da estimativa para o PIB brasileiro em 2008 (US$ 1,5 trilhão) e quatro vezes a verba do FMI para economias em dificuldades (US$ 250 bilhões). Questionados, Mantega e o presidente Lula não disseram de quanto pode ser a contribuição do Brasil. (págs. 1 e Dinheiro)

Foto legenda: Manifestante ensanguentado após conflito com a polícia durante a reunião do G-20, em Londres; protesto reuniu cerca de 5.000

Tasso utilizou verba oficial do Senado para fretar jatinhos

Desde 2005, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) usou R$ 469 mil de sua verba oficial de bilhetes aéreos para fretar jatinhos, o que é vetado, relatam Fernando Rodrigues e Fábio Zanini.

O senador confirmou ter fretado jatinhos com verba do Senado, mas só assume gastos de R$ 358 mil. O tucano tem jato, mas diz que, quando não pode usá-lo, freta aviões. Segundo ele, o então primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), autorizou a prática. (págs. 1 e A4)

Comissão veta prisão especial para autoridades

Para entrar em vigor, projeto ainda tem de passar pelo plenário do Senado, voltar à Câmara e então seguir para sanção do presidente

Segundo o relator do projeto na CCJ, Demóstenes Torres, a decisão de enviar o preso a cela especial será do juiz, que avaliará se existe risco

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado derrubou ontem a prisão especial para ministros, governadores, prefeitos e membros de Judiciário e Ministério Público.

No mês passado, a comissão vetou o benefício para pessoas com diploma universitário e religiosos. Mas ele continuava valendo para autoridades sob o argumento de que poderiam correr riscos em cela comum. Como o projeto sofreu uma emenda, foi votado de novo na CCJ, que decidiu acabar de vez com a prisão especial.(págs. 1 e A6)

Investigação liga Camargo Corrêa a suposta fraude em notas fiscais

A Polícia Federal diz ter indícios de que a Camargo Coma tentou fraudar notas fiscais. O principal é um conjunto de diálogos interceptados entre a secretária de um executivo da empresa, um suposto doleiro e outro homem, nos quais se fala em "montagem" de notas.

A construtora é acusada de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e doações ilegais a partidos. Para o advogado da empresa, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, não há provas. (págs. 1, Al0 e All)

Japão oferece dinheiro para decasséguis deixarem país

Com o desemprego no maior nível em três anos, o governo do Japão começou a oferecer dinheiro para que descendentes de japoneses, entre eles brasileiros, deixem o país. Pela proposta, cada decasségui receberá do governo cerca de R$ 6.700.

Quem aceitar a oferta, porém, não poderá retomar ao país com o visto de trabalho. A condição é rejeitada por parte dos brasileiros, que formam a maior comunidade de decasséguis no Japão, com 310 mil pessoas. (págs. 1 e B6)

Em março, venda de veículos volta a bater recorde

As montadoras brasileiras registraram seu maior resultado de vendas no mês de março e o melhor primeiro trimestre da história: foram 271.494 veículos vendidos no mês e 668.314 de janeiro a março deste ano. Para o setor, medidas como a redução do IPI ajudaram. (págs. 1 e B10)

Editorial: O G20 e seus limites

Grupo tende a tomar o lugar do G8 como fórum global, mas divergências reduzem expectativa de resultados em Londres

Em linhas gerais, os debates preparatórios para a cúpula do G20, que reúne hoje em Londres os países de maior peso econômico, se concentraram em quatro grandes temas. São eles uma ação global contra a crise, o compromisso de não impor novas restrições ao comércio, um novo sistema de regulação bancária mundial e o reforço das instituições multilaterais (FMI e Banco Mundial).

Há divergências em cada um desses temas. Sobre as medidas para deter a crise global, os EUA pressionam a União Europeia para que adote estímulos fiscais equivalentes a 2% do PIB neste ano e no próximo. Outra proposta em debate é a criação de um fundo para reanimar o crédito ao comércio mundial. (págs. 1 e A2)

Editorial: Metas municipais

A Prefeitura de São Paulo apresentou anteontem um conjunto de 223 metas a serem cumpridas pela administração local até o final da gestão Gilberto Kassab. Cumpre, assim, a primeira etapa de auspiciosa lei aprovada em fevereiro de 2008, que prevê a fixação de objetivos quantificáveis até 90 dias após a posse do prefeito.

A iniciativa resulta de uma emenda à Lei Orgânica do Município, proposta pelo Movimento Nossa São Paulo, que mirou experiência positiva realizada em Bogotá. A norma foi aprovada na Câmara Municipal por 54 votos a zero, numa votação que mobilizou a sociedade civil. (págs. 1 e A2)

Opinião: Rubens Ricupero: Expectativas exageradas

"Não tão bom quanto o mundo precisava nem tão ruim quanto poderia ter sido." Antes de começar a reunião do G20, arrisco prever esse resumo dos comentários sobre o resultado. A razão é simples: toda reunião que desperta expectativas exageradas devido à manipulação dos políticos (leia-se Gordon Brown, Obama, Sarkozy, Lula etc.) acaba sempre por criar a sensação de que o copo está meio cheio (ou meio vazio, conforme se prefira).

Ao menos se deixou de falar de um "novo Bretton Woods", a não ser que seja na base da frase de Marx de que a história, quando se repete, em geral o faz como farsa. De fato, a histórica conferência de 1944 recriou a ordem monetária e financeira destruída pela Segunda Guerra, estabeleceu o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, com a participação das 44 nações aliadas, perto do total dos países soberanos da época, praticamente encerradas em regime de internato durante quase um mês. (págs. 1 e B4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: G-20 vai lançar pacote de US$ 1 trilhão contra a crise

FMI e Banco Mundial receberão recursos; sistema financeiro será regulado

A cúpula do G-20, hoje, em Londres, deve resultar no anúncio de US$ 1 trilhão para irrigar a economia mundial, socorrer os países emergentes e em desenvolvimento e estimular as trocas comerciais. Desse valor, US$ 750 bilhões seriam destinados ao FMI e US$ 200 bilhões ao Banco Mundial, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda). Representantes dos países-membros do grupo, que responde por 85% da produção mundial, aparentemente chegaram a um acordo sobre a regulação do sistema financeiro, tema que dividiu os principais líderes. O presidente dos EUA, Barack Obama, se disse “confiante" em um consenso sobre como atacar a crise. (págs. 1, B1 a B6)

Foto legenda: Violência - Policiais reprimem manifestantes que criticavam a reunião do G-20 em Londres: uma pessoa morreu durante os choques

Indústria brasileira vive lenta retomada

A produção industrial cresceu menos que o esperado em fevereiro, indicando uma recuperação lenta da atividade econômica. Em comparação com janeiro, a produção aumentou 1,8%. Quando comparada com fevereiro do ano passado, porém, ela foi 17% inferior. A situação geral da indústria brasileira contrasta com a do setor automobilístico, que registrou em março um aumento de 36,1% nas vendas. (págs. 1 e B8 e B9)

Exportações devem cair 20%

Previsão do Ministério do Desenvolvimento é de que volume de exportações volte ao nível de 2007. Será a primeira queda em dez anos. (págs. 1 e B7)

Jersey bloqueia US$ 22 milhões que seriam de Maluf

A Prefeitura e o Ministério Público de São Paulo obtiveram liminar na ilha de Jersey para bloquear US$ 22 milhões supostamente desviados do município na gestão de Paulo Maluf. Outros US$ 93 milhões teriam sido convertidos em ações da Eucatex, da família do ex-prefeito. Maluf nega. (págs. 1 e A15)

EUA e Rússia aceitam reduzir arsenal nuclear

Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, concordaram em negociar a redução dos arsenais nucleares dos dois países. O acerto, o primeiro desse nível desde 1997, marca a retomada dos laços entre Washington e Moscou. (págs. 1 e Al6)

Municípios cobram perda com a crise

Prefeitos se reuniram na Câmara para discutir a reação à redução de R$ 2,1 bilhões no Fundo de Participação dos Municípios. Para o governo, não será possível compensar as perdas por causa das medidas anticrise. (págs. 1 e A4)

Notas & Informações: De Doha para Vila Euclides

Um mistério cerca o furioso discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda Cúpula América do Sul-Países Árabes, em Doha, capital do Catar. Afinal, a quem ele tentava impressionar com mais uma peroração contra o mundo rico? Talvez a seus colegas venezuelano, Hugo Chávez, e boliviano, Evo Morales, ou a seu antigo público dos comícios sindicais de Vila Euclides. Os árabes têm interesses políticos e econômicos bem diferenciados, em nada semelhantes ao terceiro-mundismo infantil ainda encontrado em alguns governos sul-americanos. Não seriam, portanto, o auditório mais interessado no irado palavrório de Lula nem o mais sensível à sua convocação, repetida pela milésima vez, de uma união dos emergentes - e ali havia poucos destes - para defender seus interesses e evitar um "terremoto social e político" provocado pela recessão global.

Lula atribuiu aos países desenvolvidos a responsabilidade pela crise econômica, pela degradação ambiental, pelos desequilíbrios comerciais e pela insegurança internacional. Nada essencialmente novo, portanto, para quem acompanhou sua retórica nos últimos meses. Dispensou-se, no entanto, de repetir a tolice a respeito da perversidade econômico-financeira dos louros de olhos azuis. (págs. 1 e A3)

Artigo: Rolf Kuntz: Defensores do Estado balofo

É hora de marcar missa em memória do Ipea. Se algo restava de sua boa imagem, foi liquidado com a publicação de um panfleto em favor do aumento do emprego público. Esse "estudo" é tosco. (págs. 1 e B2)

Opinião: Demétrio Magnoli: O militante perfeito

Delúbio Soares, o famoso militante que quer retornar ao PT, é homem de Lula. Pelas mãos de Lula ele chegou à direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, pelas mesmas mãos, saltou da central sindical à tesouraria do partido. Depois que Lula entrou triunfante no Palácio do Planalto, Delúbio cumpriu duas missões sucessivas: operou o esquema do mensalão e, em seguida, imolou-se para salvar o núcleo duro da direção petista, enquanto José Dirceu se sacrificava na pira ardente da segurança presidencial. O seu pedido de reingresso no PT pode ser interpretado apenas como o gesto de alguém que almeja uma cadeira parlamentar a fim de cavar uma trincheira diante da ameaça posta pelos tribunais. Mesmo se assim for, Delúbio cumpre, agora inadvertidamente, uma terceira missão estratégica.

Lulismo e petismo são fenômenos distintos, porém entrelaçados. Lula é um político conservador, salvacionista, de rara sagacidade. No ocaso da ditadura, o suposto mago Golbery do Couto e Silva o imaginou como o agente da destruição da esquerda no Brasil. O PT é um fruto estranho, mas cheio de vitalidade, do encontro tríplice, no outono do socialismo soviético, entre a velha esquerda castrista, a militância católica da "Igreja da libertação" e uma nova burocracia sindical. Lula precisa do partido enquanto não puder substituí-lo. O partido precisa do apelo popular e do simbolismo histórico de Lula. (págs. 1 e A2)

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Jornal do Brasil

Manchete: US$ 1 tri e 20 líderes para achar uma saída

Encontro do G-20 enfrenta protestos, mas se torna esperança contra a crise

Os principais dirigentes do planeta tentarão hoje, em Londres, chegar a um acordo sobre os rumos da economia diante da crise econômica internacional. Países como Brasil e França vão propor maior regulação no sistema financeiro. Outros, como EUA e Alemanha, querem foco nos planos de socorro e estímulo às economias. Deve ser anunciada a criação de um megafundo de US$ 1 trilhão para irrigar a economia. Na véspera do encontro, mais de 4 mil ativistas protestaram contra o evento no centro financeiro da capital britânica. (págs. 1 e Tema do Dia A2 a A10)

Foto legenda: Bem na foto - Lula posou ao lado da rainha Elizabeth e à frente de Obama

Foto legenda: Luta - Policiais tentam proteger dos manifestantes sede do Banco da Inglaterra

Protesto custou 100 novas árvores

Ao provocar o engarrafamento de três horas e meia ontem na Ponte Rio-Niterói, o Greenpeace fez com que os motores dos carros emitissem 20 toneladas a mais de CO2, principal vilão do aquecimento global. Para compensar essa poluição, seria necessário o plantio de 100 árvores, segundo cálculos da Iniciativa Verde. (págs. 1 e Tema do Dia A10)

Foto legenda: Suplício – Protesto contra o G-20 provocou engarrafamento na Ponte Rio-Niterói

Foto legenda: Paradox - Faixa pediu que líderes mundiais tivessem consideração prioritária pelo clima e pelas pessoas, mas a ONG causou poluição e estresse

Anac pode ter seus atos contestados

O mandato de um dos diretores da Agência Nacional de Aviação Civil, Ronaldo Serôa da Mona, venceu no dia 21 de março. Ele continua participando de reuniões da diretoria, o que torna contestável juridicamente os atos da Anac decididos em colegiado neste período. (págs. 1 e Informe JB A4)

Editorial: Pedras no caminho da recuperação

A presença de entorpecentes como pano de fundo no cenário da violência urbana carioca cresceu assustadoramente nos últimos anos. A prisão do morador de rua Augusto César de Souza, de 27 anos, que matou a estagiária Karla Leal dos Reis, 25, na noite de domingo, no Estácio, trouxe à tona o nome do fantasma atual: o crack. Segundo a polícia, o assassino estava sob efeito das pedras alucinógenas quando disparou o tiro fatal na vítima que se recusou a entregar-lhe a mochila. A pergunta que fica é se o Estado está preparado para prover a necessária ajuda à recuperação e ressocialização dos usuários dessa droga devastadora. A resposta parece óbvia.

Dados oficiais indicam que a legião de viciados em crack nas grandes metrópoles brasileiras aumenta em progressão geométrica. O último levantamento do Instituto de Segurança Pública sobre o assunto constatou que, no primeiro semestre do ano passado, as apreensões triplicaram na capital fluminense, na comparação com os primeiros seis meses de 2007. E de acordo com números de 2008 da Polícia Federal, 40% de toda a cocaína apreendida no estado já se encontrava na forma do subproduto – um total de 250 quilos divididos em 50 mil pedras de crack. (pág. A8)

Sociedade aberta: Roberto Teixeira da Costa: Expectativas justificadas

Uma das características da crise financeira mundial é o temor ao desconhecido. Como ninguém experimentou uma crise na escala e dimensão da que estamos vivendo, ficamos sem referenciais para fazer projeções. Apesar do esforço dos chamados países desenvolvidos em encontrar mecanismos para superar principalmente os problemas no sistema bancário, até agora os resultados têm sido modestos, para não dizer decepcionantes. O fator credibilidade, que é o mais importante para que o sistema volte a funcionar dentro da normalidade, está muito longe de ser alcançado.

Desde o momento em que a crise teve seus contornos claramente denunciados, as reuniões se sucederam entre os países mais duramente afetados. As nações da comunidade europeia tiveram um grande número de encontros, por meio de chefes de Estado e ministros de Finanças, que tinham como objetivo fazer um diagnóstico preciso do quadro crítico que havia se instalado e buscar através de uma ação coordenada soluções, quer a nível nacional ou coletivo, para mitigar os efeitos devastadores e seus desdobramentos na economia desses países. Programas maciços de intervenção estatal foram desenhados e colocados em prática, com investimentos relevantes para minimizar os efeitos recessivos e diminuir o desemprego. (págs. 1 e A2)

Sociedade aberta: Kirk Buckman: Estimular ou regular, eis a questão do G-20

Há quase 400 anos, depois de Hamlet e Shakespeare declarar a famosa frase: "Ser ou não ser, eis a questão", hoje, a nova questão existencial é estimular ou regular.

Na reunião do G-20, em Londres, hoje, líderes políticos tentarão chegar a um denominador comum para solucionar a crise mundial.

Franceses e alemães, sob a liderança do presidente Nicolas Sarkozy e da chanceler Angela Merkel, insistem em regulação financeira mais forte. (págs. 1 e A7)

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Correio Braziliense

Manchete: Devassa no Senado

Diretor da FGV diz ao Correio que começará pela gráfica e pelo Prodasen a auditoria encomendada para medir o inchaço da Casa e o desperdício de dinheiro público. Os dois setores são considerados críticos, movimentaram R$ 27 milhões no ano passado e nos últimos 15 anos estiveram sob controle do ex-diretor Agaciel Maia (págs. 1 e 4)

Foto legenda

Bem na foto - O brasileiro Lula ocupou um lugar de honra no registro oficial dos líderes presentes na reunião do G-20. Ao lado da rainha Elizabeth II, o presidente ficou à frente de Obama e Sarkozy (págs. 1 e Tema do Dia, 14)

Bairro para militares e professores

Ibama libera a primeira licença ambiental para loteamento em Planaltina destinado a 800 servidores com renda de até 10 salários mínimos. Obras de infraestrutura devem começar este ano, mas dependem de nova licença. (págs. 1 e 32)

Crise: G-20 deve bancar ajuda de US$ 1 tri

Com mais divergências do que entendimentos, os líderes do G-20 tentam costurar um acordo em Londres que permita a liberação de US$ 1 trilhão para estimular a economia e socorrer os países atingidos pela crise. Confronto no centro da capital inglesa resultou na morte de uma pessoa e na prisão de 23 manifestantes. (págs. 1 e Tema do Dia, 14 a 18)

Crianças: Infecção pode levar à leucemia

Pesquisadores britânicos descobrem que molécula liberada pelo corpo em resposta a processos infecciosos faz com que células-tronco pré-cancerosas se multipliquem de forma desordenada, causando a leucemia. Cientistas querem criar vacina para reduzir o risco do câncer pediátrico. (págs. 1 e 28)

Regra caduca

Dois votos contra Lei de Imprensa no Supremo (págs. 1 e 7)

Visão do Correio: A violência no DF

A escalada do crime no Distrito Federal parecia haver atingido o ápice na noite de terça-feira da semana passada, quando três viciados em crack — um casal que aterrorizava a Asa Sul desde o início do ano e um adolescente — proporcionaram cinematográfica sequência de barbáries. Em quatro horas, o trio roubou oito carros em bairros nobres da capital federal, matou um motorista e feriu outro à bala, com tiros no tórax e no braço. Na ação, tiveram a ousadia, ainda, de invadir a garagem de um prédio no Sudoeste, onde largaram um Focus roubado e pegaram uma caminhonete L-200, usada para arrombar o portão de saída.

Esta semana, o brasiliense voltou a ser sacudido pela violência. Ampla reportagem do Correio descortinou um palco de exploração sexual infantil em funcionamento a cerca de 20km da Esplanada dos Ministérios. Às margens de um ribeirão da Fercal, em Sobradinho, crianças e adolescentes se prostituíam em troca de drogas. Os pagamentos podiam ser com maconha, cocaína, crack, merla, haxixe ou menos de R$ 15. (pág. 24)

Opinião: Gustavo Krieger: Nas Entrelinhas

É fundamental que a corrupção seja combatida e os corruptos presos. Para isso, a PF precisa ser conhecida por sua eficiência e não por sua pressa


Eu gosto de filmes policiais. Se eles envolverem intrigas políticas e os bastidores do poder, melhor ainda. Supostamente então, deveria achar eletrizante o drama que se segue à Operação Castelo de Areia, em que a Polícia Federal escarafuncha os arquivos da Camargo Corrêa, uma das maiores empresas do Brasil e dona de polpudos e polêmicos contratos com a administração pública. Mas não consigo. O caso tem cara de filme velho e sua parte política apresenta um enredo a que todos nós já fomos expostos à exaustão.

É sempre assim: a Polícia Federal faz uma operação de grande repercussão. O noticiário do dia é tomado por imagens de gente importante sendo presa. Engravatados espremendo-se na parte de trás de camburões são sucesso garantido de audiência. Horas depois, aparecem os vazamentos. (pág. 4)

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Valor Econômico

Manchete: Resultado das companhias abertas piora no trimestre

O pior da crise financeira mundial para a atividade das empresas ainda está por vir. É no resultado do primeiro trimestre deste ano que as reduções nas vendas e nas margens devem ficar mais evidentes. Apesar da instabilidade global ter se acentuado em setembro, as companhias ainda conseguiram no quarto trimestre sustentar os indicadores operacionais dos negócios. Esse feito ficou escondido nos balanços anuais, pois a disparada do dólar multiplicou as despesas financeiras, reduzindo o lucro líquido.

O faturamento e o lucro operacional de 221 companhias abertas subiram no quarto trimestre do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2007, quando a economia ainda estava a todo vapor. A receita líquida cresceu 13,8%, de R$ 203,8 bilhões para R$ 232 bilhões, segundo levantamento do Valor. O lucro operacional acompanhou a tendência, com alta de 13,1%, para R$ 37,9 bilhões. Ou seja, as empresas conseguiram ampliar o resultado das vendas e também administrar custos de forma a manter os ganhos - as margens no quarto trimestre de 2007 e de 2008 foram iguais: 16%. (págs. 1 e D4)

BC compra US$ 3,5 bi, mas dólar cai

Pela primeira vez desde 15 de setembro, quando a crise mundial se agravou e derrubou o valor do real, o Banco Central deixou de rolar swaps cambiais. Nesta semana, venceram US$ 7,5 bilhões desses contratos, mas o BC só rolou US$ 4 bilhões. Na prática, a autoridade monetária fez uma compra líquida de US$ 3,5 bilhões no mercado futuro. Apesar disso, não houve pressão de alta do dólar. Ontem, a moeda caiu 1,63%, para R$ 2,28. Isso indica que houve fluxo suficiente, no mercado à vista ou futuro, para repor os US$ 3,5 bilhões e até um pouco mais. Analistas veem sinais de que a crise de desvalorização do real está chegando ao fim e preveem que a cotação do dólar possa se aproximar dos R$ 2. (págs. 1 e C2)

Pacote do G-20 terá US$ 1,15 tri

Com a estimativa de que a recessão global já criou 38 milhões de desempregados, o presidente Lula vai sugerir hoje, na reunião do G-20, que a crise precisa ser combatida com coragem pelos EUA e pelos demais países ricos. Apesar da cobrança, Lula reduziu as expectativas sobre os resultados de hoje. Disse que a reunião "não será fácil", por causa de divergências. "Se o G-20 brecar a crise nos países ricos, já está bom", afirmou, durante viagem de trem de Paris a Londres. Lula "afinou a orquestra" com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para cobrar reformas no sistema financeiro mundial.

O G-20 deve aprovar hoje um pacote de US$ 1,15 trilhão para restabelecer o fluxo de créditos para os países emergentes, duramente afetados pela crise. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o FMI terá mais US$ 250 bilhões para uma linha de crédito ampliada. Outros US$ 250 bilhões virão com a emissão de Direitos Especiais de Saque (DES). O Japão concordou em fornecer US$ 100 bilhões do pacote, a União Europeia, US$ 100 bilhões e a Noruega, US$ 40 bilhões. O Banco Mundial oferecerá até US$ 250 bilhões. O Brasil também está disposto a conceder empréstimo ao Fundo, segundo Lula. (págs. 1 e A14)

Foto legenda: Chefes de Estado do G-20 posam no Palácio de Buckingham: primeiro-ministro Gordon Brown à direita da rainha Elizabeth e Lula, à esquerda

Indústria tem a pior queda desde 1994

Nos últimos 15 anos, nenhuma das cinco crises que afetaram o Brasil teve um impacto sobre a indústria tão grande como a atual. Entre setembro e dezembro, a produção industrial recuou 20,1%, taxa nunca antes atingida nas crises anteriores, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Anteriormente, a pior retração foi decorrente do colapso do México, quando a indústria caiu 12% entre dezembro de 1994 - o início da crise - e o fundo do poço, alcançado em setembro de 1995.

O estudo realizado pela entidade pesquisou ainda o tempo que a indústria demorou para voltar ao patamar de produção anterior à crise. Nas últimas cinco crises, também foi a mexicana que se prolongou por mais tempo - foram 33 meses até o setor recuperar o padrão perdido. (págs. 1 e A4)

Após 15 anos, credores ainda esperam pelo 'espólio' da CAC

Quinze anos depois da quebra, a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC), então a maior do país, continua a ser desmontada. Na sexta-feira passada, foi realizada a primeira rodada de leilões de ativos deste ano, com 55 terrenos e imóveis avaliados em R$ 48,3 milhões. Os lances superaram R$ 25 milhões, mas alguns pediam parcelamento ou descontos e não foram efetivados imediatamente.

Mesmo com a intensificação dos leilões - a partir deste ano serão feitos a cada dois meses, o próximo no fim de maio -, a tarefa de pagar todos os credores será impossível. Em setembro de 1994, os débitos chegavam a US$ 900 milhões, em valores da época. Hoje, atualizadas até 28 de fevereiro, as dívidas são de pouco mais de R$ 3,3 bilhões. Isso sem contar R$ 484 milhões em débitos tributários com a União, Estados e municípios. (págs. 1 e B12)

Demissões elevam receita de laboratórios

Com a onda de demissões pelo país, mais pessoas estão correndo para os consultórios médicos e os laboratórios estão vendo suas receitas crescerem. Com o agravamento da crise, de novembro a fevereiro o número de exames realizados no país aumentou 9,3%, segundo a Aon Consulting. O Grupo Fleury registrou essa demanda em seu balanço financeiro. No quarto trimestre, a receita bruta cresceu 24,5%, para R$ 183 milhões. "Percebemos uma 'superutilização' dos planos por parte dos nossos clientes. Muita gente está com medo de ser demitida e perder o benefício e por isso faz uma série de exames", explica Mauro Figueiredo, presidente do Fleury. A Dasa também teve faturamento maior no quarto trimestre.

Os planos de saúde estão na outra ponta desses gastos. Os usuários demitidos, ou com medo de serem dispensados, estão provocando um aumento das despesas das operadoras. (págs. 1 e B4)

Crise também atinge estrelas de Hollywood

Com a necessidade de cortar custos, Hollywood decidiu espremer seus astros. Durante quase dez anos, as maiores estrelas do cinema fechavam acordos pelos quais recebiam uma porcentagem - de até 20% - da receita de um filme mesmo que ele fracassasse e desse prejuízo ao estúdio. Essa era ficou para trás. Para dois novos projetos, a Paramount Pictures acabou com os acordos, embora tenha conseguido atores populares. Em "Dinner for Schmucks", com Steve Carrell, e "Morning Glory", com Harrison Ford, os atores aceitaram contrato no qual recebem parte da receita, mas só depois que o estúdio recuperar os custos. (págs. 1 e B2)

Entrevista: estrutura de combate aos crimes financeiros vai ser ampliada

O paulista Roberto Troncon Filho, 46 anos, é o chefe da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR), o que lhe dá o status de número três na corporação a qual entrou em 1994. Fez toda a sua carreira na Superintendência da PF em São Paulo, onde atuou na Delegacia de Polícia Fazendária, de Repressão de Entorpecentes, de Repressão a Crimes Financeiros e no aeroporto internacional de Guarulhos. Chegou ao atual cargo depois que o delegado-geral, Luis Fernando Corrêa, assumiu em 2007.

Responsável direto por todas as operações de repressão a crimes financeiros do país, Troncon defende a mais recente delas, a Castelo de Areia. Avalia que há um desvirtuamento do seu enfoque financeiro para político em razão de uma estratégia de defesa da empresa. Critica ainda a atuação do delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha e disse que a PF ainda paga por seus erros, principalmente o de usar a instituição como plataforma para entrar na política. Ele ainda refuta as críticas de que a polícia recebe de altas autoridades brasileiras a cada operação deflagrada. Segundo diz, por pura "falta de informação".

Troncon também diz que ainda não chegaram à PF informações de irregularidades envolvendo os grandes bancos brasileiros. Acrescenta ainda que a estrutura de combate aos crimes financeiros deve aumentar com um projeto de lei que será encaminhado ainda neste ano ao Congresso, o qual permitirá que todos os Estados tenham uma delegacia especializada em combate a crimes financeiros. Hoje, somente São Paulo, Rio e Distrito Federal possuem essas estruturas. (págs. 1 e A18)

PPPs em medicamentos

Governo federal anuncia parcerias público-privadas (PPPs) entre laborat6rios oficiais e indústrias farmacêuticas para a produção de insumos farmacológicos. A intenção é economizar até R$160 milhões por ano com compras governamentais. (págs. 1 e A6)

Recessão americana

Os gastos no setor de construção nos EUA em fevereiro diminuíram 0,9%, marcando o quinto mês consecutivo de queda. Na área residencial, a retração foi de 4,3%, o que levou a atividade nesse segmento ao menor patamar em 11 anos. No segmento não residencial houve pequena alta 0,3%. (págs. 1 e A15)

Uma visão diferente da crise

Essilor (Varilux) e Carl Zeiss Vision, as duas maiores fabricantes de lentes para óculos no Brasil, investem para aumentar a produção. A fábrica da multinacional francesa em Manaus vai crescer 25% e a de sua concorrente alemã, em Petrópolis, 15%. (págs. 1 e B1)

Toyota mantém planos

A Toyota inicia este mês os trabalhos de terraplenagem no terreno de Sorocaba (SP) onde construirá sua nova fábrica. Fornecedores japoneses de autopeças também vão se instalar no país para abastecer a unidade, que deve ser inaugurada em 2011. (págs. 1 e B6)

Pacote habitacional

De olho nos recursos do pacote habitacional do governo, anunciado na semana passada, a construtora mineira MRV já encaminhou à Caixa Econômica Federal (CEF) uma planilha com projetos para 90 mil moradias. Em 2008, a empresa lançou 14 mil. (págs. 1 e B8)

Carne em recuperação

As exportações de carne bovina in natura voltaram a recuar em março, em relação a igual período de 2008, mas o ritmo de queda diminuiu, sinalizando um movimento de recuperação após meses de perdas em decorrência da crise global. Como resultado, os preços internos mostram elevação. (págs. 1 e B11)

Estrangeiros voltam à Bolsa

Com números não tão ruins da economia americana e puxada pelo investidor externo, a Bovespa subiu 2,57% ontem, aos 41.976 pontos. Só em março, até o dia 27, o saldo líquido dos estrangeiros era positivo em R$ 2,1 bilhões, o maior desde abril de 2008. (págs. 1 e D2)

Editorial: Gasto de custeio sobe muito e piora as contas públicas

Em todas as crises pelas quais o Brasil passou nas últimas três décadas, as dívidas externas e interna compunham a essência da vulnerabilidade. É um motivo de conforto saber que elas não estão mais presentes entre as preocupações imediatas quando o mundo enfrenta uma hecatombe econômica como não se via há 80 anos. Mas há diferenças significativas no comportamento das duas. A vulnerabilidade externa continua sendo reduzida, enquanto o manejo dos gastos públicos deixa a desejar, como demonstraram os números de fevereiro. O governo central teve o primeiro déficit primário desde janeiro de 1997 - R$ 926,2 milhões, segundo a contabilidade do Tesouro. O endividamento líquido em relação ao Produto Interno Bruto subiu quase nada, para 37%, mas a economia feita pelo conjunto do setor público para pagar juros caiu de 6,21% do PIB no primeiro bimestre do ano passado para apenas 2% agora.

O governo começa a colher os resultados das escolhas ruins que fez em 2008. As receitas caíram 3%, enquanto que as despesas deram um salto de 19,6%. A redução das receitas ocorreu pelo efeito combinado da rápida desaceleração da economia e, em menor grau, pelas renúncias fiscais concedidas em boa parte como arma contracíclica. Ela era esperada e já levou à revisão do Orçamento, pois o governo contava com receitas totais (Tesouro, INSS e BC) 5,5% acima das de 2008. Grande parte dos analistas projetam queda. O maior problema, portanto, está na magnitude e na qualidade das despesas. (pág. 16)

Ideias: Eliana Cardoso: Diário de viagem

Com direito a concerto de jazz no "Snug Harbor", não havia como recusar o convite. Lá fui eu à Universidade de Tulane em New Orleans para a conferência do Banco Mundial sobre as políticas comerciais dos Brics.

Cada um deles tem seu acordo regional. O Brasil, o Mercosul. A Rússia, o Eurosec. A China, o Asean+3. A Índia, o Safta. Cada um a seu modo percorreu estrada parecida com a do Brasil, cujo caminho (nas décadas de 50 e 60) começou com forte protecionismo em busca da industrialização. O país prosseguiu viagem através da promoção de exportações nos anos 70, até chegar à liberalização unilateral e, finalmente, desembarcar na assinatura de acordos preferenciais de comércio.

Depois de 18 anos de vida, o acordo que deveria integrar Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai permanece permeado de contradições. (págs. 1 e A2)

Ideias: Maria Inês Nassif: Todos partidos para o castelo de areia

Então, ficamos combinados: quando uma operação policial pegar um partido com a boca na botija, fazendo caixa dois com dinheiro de empreiteira, o responsável pela investigação deve acessar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e copiar e colar (ctrl C, ctrl V) o nome de todos os partidos registrados oficialmente. Segundo os líderes dos partidos de oposição que foram citados na Operação Castelo de Areia - uma investigação originalmente motivada por denúncias de que a empreiteira Camargo Corrêa teria cometido supostos crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e de evasão fiscal - é pouco elegante denunciar como implicados na Operação apenas aqueles contra os quais foram levantadas provas. Não acusar o PT, o PV e o PTB é prova do partidarismo da Polícia Federal, que teria sido governista, segundo seus detratores, mesmo apontando igualmente, como beneficiários de supostas doações ilegais que teriam sido feitas pela construtora, os partidos governistas PP, PSB, PDT e PMDB.

A regra não conta, todavia, quando o PT e seus aliados são o centro da investigação. No escândalo do "mensalão", o caso levado de forma mais discreta foi o do caixa dois da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que usou em 1998 o mesmo esquema que o PT e seus aliados, para arrecadar dinheiro de campanha. Não seria de bom tom, afinal, dar grande publicidade ao caso do tucano mineiro. (pág. 12)
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