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quarta-feira, abril 07, 2010

RJ/CHUVAS [In:] HÁ CULPADOS ?

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Maior chuva dos últimos 44 anos já matou 103 no RJ

Aumenta o total de vítimas da chuva. Sérgio Cabral, governador do Estado, diz que é "a maior enchente da história da cidade".


O maior temporal da história do Rio de Janeiro nos últimos 44 anos deixou 103 mortos até o final desta tarde, de acordo com o governo do Estado. A chuva que caiu nas últimas 24 horas no Rio já está entre as dez maiores já registradas no município em um único dia, segundo avalia o meteorologista Lúcio de Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet-RJ).Como a previsão é de mais chuvas, as escolas públicas não vão funcionar e a Prefeitura do Rio pediu que as particulares também continuem fechadas amanhã.

A prefeitura do Rio também informou que há 1.410 desabrigados, 368 desalojados, 56 feridos e quatro desaparecidas. Oito bombeiros ficaram gravemente feridos na tentativa de resgate em Niterói.

A cidade está em alerta. O presidente da Light, Jerson Kelman, não descarta a possibilidade de um blecaute caso volte a chover forte. Os batalhões da Polícia Militar estão recebendo desabrigados. A prefeitura do Rio lançou a Campanha de Arrecadação de Donativos para auxiliar a população desabrigada.

O Corpo de Bombeiros ainda procura por cinco pessoas desaparecidas em um deslizamento de terra no bairro de Santa Teresa, no Rio. Equipes dos bombeiros também foram acionados para atender ocorrências de deslizamentos de terra em Niterói, Jacarepaguá e em São Gonçalo.

A Prefeitura do Rio informou hoje que o prefeito Eduardo Paes vai publicar decreto para prorrogar em um dia o prazo de pagamento para a terceira cota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A decisão objetiva manter os moradores do Rio em casa em função das chuvas que caem na cidade desde o fim da tarde de ontem.

O documento adia também para amanhã o vencimento de ISS para o grupo 1 e prorroga para sexta-feira (9) os vencimentos do grupo 2 e dos autônomos localizados. A decisão será publicada no próximo Diário Oficial do Município.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que esta é "a maior enchente da história do Rio de Janeiro". Ele disse que desabamentos em áreas de risco foram a principal causa das mortes e criticou governantes "que, por demagogia, permitiram, no passado, que áreas de risco fossem ocupadas".

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Lula fez um apelo para que pessoas que moram em áreas de risco no Estado do Rio de Janeiro deixem suas casas o mais rapidamente possível e esperem a chuva passar para ter noção dos danos provocados.

"Por favor, saiam. É preciso que as pessoas estejam vivas para enfrentar o problema. Contra as intempéries, não há ser humano que possa enfrentar, quando são muito grandes. Eu soube que esta é a pior enchente do Rio de Janeiro, pior que a de 1966, a de 1988 e a de 1996. Vamos esperar a chuva passar para ver quais são as necessidades mais imediatas", afirmou o presidente, que está desde a noite de ontem no Rio.

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Lula deixou o hotel Copacabana Palace para participar de uma reunião na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente disse que a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) vai incluir um amplo planejamento de dragagem e de contenção de áreas de risco.

O presidente ressaltou que os problemas de enchentes atingem vários Estados do País e que a maior parte é causada pela ocupação desordenada. "Se você for ao meu apartamento em São Bernardo, até lá tem água, tem infiltrações", disse.

Prejuízo

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A Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) da Prefeitura do Rio recuperou até esta tarde 87 veículos enguiçados abandonados pelos motoristas nas ruas da cidade.
Segundo a prefeitura, os veículos foram deslocados para lugares mais altos, como calçadas e postos de gasolina das imediações.
Também foram retirados veículos inundados ou com problemas mecânicos na Praça da Bandeira, em ruas da Tijuca, do Humaitá, Jardim Botânico e no entorno da Central do Brasil.
Energia elétrica
A Light divulgou esta tarde o segundo informativo sobre as condições de fornecimento de energia no Rio diante do caos das chuvas que atingiram a cidade. A Light registra interrupções em trechos de ruas dos seguintes bairros: Tijuca, Botafogo, Ilha do Governador, Barra da Tijuca, Laranjeiras, São Conrado, Santa Teresa e Rio Comprido. Especificamente em Botafogo, o alagamento de galerias subterrâneas e acúmulo de detritos dificultam o acesso aos cabos e equipamentos. Na estrada Grajaú-Jacarepaguá, os técnicos da empresa continuam trabalhando para restabelecer o fornecimento, onde houve queda de postes após deslizamento de terra.


Devido aos alagamentos, as equipes encontram dificuldades para acessar alguns locais que necessitam de reparos ou manutenção corretiva. Nessas circunstâncias, para prevenir que as pessoas fiquem presas nos elevadores devido a eventuais interrupções no fornecimento de energia, a Light recomenda que, sempre que possível, deem preferência ao uso das escadas. O fornecimento foi restabelecido em trechos da Taquara, Recreio, Vila Isabel e São Cristóvão.


Transporte

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Os trens no Rio voltaram a operar normalmente às 15h30. Segundo a concessionária SuperVia, a chuva que atinge a cidade desde ontem causou transtornos e alterou a circulação nos ramais Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e Saracuruna. A operação no Saracuruna, na Baixada Fluminense, foi a última a ser normalizada.

Os aeroportos Santos Dumont e o Internacional, o Galeão, operam com auxílio de instrumentos nesta tarde. Devido ao mau tempo, o Santos Dumont ficou fechado entre 6h34 e 9h10 de hoje, de acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Dos 102 voos previstos até às 16h no Santos Dumont, 28 (27.5%) sofreram atrasos e 68 (66.7%) foram cancelados.

Relatos de repórteres sobre as condições da cidade do Rio de Janeiro


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Por Daniela Dacorso, fotógrafa

Durante a madrugada, ouvi um forte estrondo. Uma árvore caiu atrás do bloco 2 do meu prédio, que fica ao lado de uma encosta, na Gávea, zona Sul (perto do Shopping da Gávea). Uma senhora que mora no primeiro andar disse que vários galhos cairam dentro do seu quarto. De manhã, a Gávea - um bairro bucólico, muito arborizado - parecia ter sido varrida por um tsunami. Houve um deslizamento de terra na minha rua ( Embaixador Carlos Taylor ), derrubando um poste e destruindo varias cameras de segurança. Formou-se uma cachoeira bem em frente ao meu prédio. Dois carros foram atingidos por árvores na rua. O comércio na Rua Marques de São Vicente - principal via do bairro - está praticamente fechado. Há lama no meio da rua, e , quando a chuva dá uma estiada, as pessoas tentam varrer a lama das calçadas. Testemunhei um garçom do restaurante Garota da Gavea desobstruindo um bueiro com as proprias mãos!

Dá para andar pelo meio da rua em frente ao Jockey Club, onde um lago se formou. Mas poucos carros conseguem passar. Não me arrisquei a passar pela água nojenta cheirando a esgoto. Contratei os serviços de seu Wilton, um senhor que improvisou um sistema de transporte em seu carro, tipo burrinho sem rabo - uma carroça puxada por uma pessoa. Ele cobra R$ 5 para fazer a travessia pelo rio que se formou na Rua Jardim Botanico. Vi vários populares atravessando o Jardim Botanico, se equilibrando na grade. O problema é que, quando os onibus passavam faziam ondas enormes e molhavam as pessoas.

Vários curiosos andavam pela rua , fotografando os estragos. Conversei com uma francesa que contou que estava indo para casa colocar uma galocha para ver oJardim Botanico. "Tem um senhor fazendo transporte numa carroça, ele cobra R$ 5,00 pra atravessar", sugeri. "Que maravilha! " - ela disse . "Só um brasileiro poderia ter essa ideia."

Curioso: apesar de tudo, tem gente tentando correr, fazer cooper, pelo que sobrou de pista seca na Lagoa Rodrigo de Freitas.

OBS: Daniela Dacorso mora na Gávea, zona Sul.

Por Ronaldo Herdy

(da coluna do Ricardo Boechat, especial para a IstoÉ online)

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Um dos bairros mais tradicionais da Zona Sul do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico, na manhã desta terça-feira 6, era um mar de lama e lixo. Um constraste com suas ruas sempre bem cuidadas, pois é local de moradia de boa parte da classe média-alta e alta da cidade.

Sua principal via, a Rua Jardim Botânico, importante eixo viário da Zona Sul carioca, que liga os bairros da Gávea ao Humaitá e também dá acesso à Barra da Tijuca, ficou fechada ao trânsito por horas.

Cercado por montanhas, a geografia do bairro acaba favorecendo as cheias das ruas, já que dos pontos mais altos a água escorre buscando galerias pluviais para escoar.

Nesta terça-feira a situação se complicou, pois a Lagoa Rodrigo de Freitas, bem próxima e que poderia receber parte do excesso das águas, estava comprometida. O nível do espelho d´água apresentava-se cerca de um metro e meio acima do normal, portanto, jogando água para seu entorno.

Quando a chuva diminuiu, por volta das 8h30, algumas pessoas arriscaram ir para os pontos de ônibus e tentar chegar ao trabalho. O trajeto entre o Jardim Botânico e o Centro da Cidade, normalmente percorrido entre 20m e 30m, levou cerca de 1h.

Os poucos coletivos que circulavam, lotados, ao longo do trajeto, sobretudo na Rua Voluntários da Pátria (principal via de saída do bairro de Botafogo) muitas vezes não tinham condições de deixar os passageiros nos pontos, pois as calçadas estavam tomadas de água. Várias vezes, as pessoas desceram quatro ou cinco quadras além do local desejado, em função das cheias.

Somente nos pontos existentes ao longo das praias de Botafogo, Flamengo e Glória as pessoas puderam desembarcar em melhor situação. Muitas, dentro dos coletivos, ligavam para os patrões relatando as dificuldades enfrentadas até o momento.

Aliás, somente no trecho das praias, principalmente no Flamengo, deu para ver uma turma de garis varrendo uma calçada. Trabalho injustificado, considerando que a menos de dois quilômetros do local onde estavam, a situação era mais grave: uma enorme árvore caída na rua Dona Mariana, em Botafogo, por exemplo, impedia por completo o trânsito de pessoas e veículos. Típico caso de tarefa mais organizada.

Ontem, segunda-feira 5, o mesmo trajeto (Centro / Jardim Botânico), debaixo de chuva, era feito em 2h. O tempo está fechado nesse instante. Se as águas novamente caírem, como alerta a Defesa Civil, a cidade poderá viver no fim da tarde de hoje um novo caos.

OBS: Ronaldo Herdy mora no Jardim Botânico, zona Sul do Rio.

Por Sheila Marques

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Hoje, no trajeto entre a Vila Isabel (zona Norte) e o Centro da cidade do Rio, as cenas eram desoladoras: vi muitas pessoas botando móveis molhados nas calçadas, tentando limpar a mobília, a maioria de lojas, e também o interior, que foi tomado pela água suja e pela lama desde a noite de ontem. Observei um portão que estava amassado de um jeito que sugere que um carro bateu de frente. Até as 11h da manhã de hoje, quase não tinha lojas abertas em Vila Isabel e Tijuca, bairros vizinhos da zona Norte. Nem mesmo as padarias e farmácias estavam funcionando.Fui para o trabalho de metrô, sem problemas. O ar refrigerado tinha voltado a funcionar, os vagões não estavam abarrotados, o movimento parecia normal.

Mas ontem à noite, quando retornei do trabalho para a casa, a cena era de tragédia. Peguei o metrô da Carioca em torno de 20h e, quando cheguei à estação São Francisco Xavier, na Tijuca, caía uma chuva muito forte e estava tudo parado. Entrei no metrô de novo em direção à praça Saenz Peña, na Tijuca, onde iria para casa, em Vila Isabel, de táxi ou ônibus. Mas a situação estava muito caótica. Não havia alagamento, mas chovia torrencialmente e poucos carros estavam conseguindo passar. Após 40 minutos, consegui pegar um ônibus - o trajeto que é feito, normalmente, em 15 ou 20 minutos, ontem levou 1h30m. A água batia forte contra os carros e as ruas estavam estavam sem visibilidade.

OBS: Sheila Marques mora em Vila Isabel.

Por Eliane Lobato

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O que mais se ouve aqui no Rio de Janeiro, independentemente de onde se esteja, é este conselho: não saia de casa. A não ser, é óbvio, que a pessoa more em área de risco. Caso contrário, o apelo é uma tentativa de tentar controlar o caos que se instalou na cidade a adjacências.

A chuva incessante ainda castiga o Rio e não permite que os alagamentos - que se formaram desde ontem à noite, quando começou o temporal se desfaçam. Há pontos críticos em todos os bairros. A linda Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo, virou uma espécie de rio de lama, subiu mais de um metro acima do normal. Aqueles pedalinhos nos quais turistas e cariocas passeiam pelas águas da Lagoa nos fins de semana, parte do cartão postal do bairro, estão boiando soltos pelas águas barrentas que tomaram conta das vias em volta e se nivelaram à lagoa.

O governador Sérgio Cabral disse, agora há pouco, que o número de mortos confirmados é 54 pessoas. Segundo Cabral, 210 pessoas foram resgatadas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros do Estado e da Prefeitura. O governador disse que falou com o presidente Lula que está, neste momento, em reunião na sede do BNDES, no Rio, e que Lula colocou todo o governo federal à disposição da cidade. Cabral reafirmou a orientação básica: "Não se desloquem, não saiam de casa. Quem mora em área de risco, procure um abrigo".

Motoristas que precisam trafegar pela orla da zona Sul já podem dirigir sem sobressaltos. Entre o Leblon e o Centro da cidade, por exemplo, as pistas estão seguras. O Aterro do Flamengo, que ontem à noite estava totalmente inundado, hoje está normal, exceto, claro, pelo grande número de carros parados, abandonados pelos motoristas ontem, e outros veículos batidos ou entalados ao tentarem passar por pistas submersas.

Segundo o Climatempo, em menos de 12 horas, choveu no Rio o volume esperado para todo o mês de abril: cerca de 140 milímetros. O mar deve nas próximas 24 horas e amanhã deve haver forte ressaca. A previsão é de que a chuva vai continuar castigando o Rio.

Obs: Eliane Lobato mora em Ipanema, zona Sul.

Wilson Aquino, de Niterói


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Foi uma noite de terror na cidade de Niterói. O vento uivava. As gotas de chuva batiam com tanta força nas janelas que a impressão era de que os vidros não iriam resistir. Para assombrar ainda mais os moradores da "cidade sorriso", faltou luz em vários bairros. A tragédia se anunciava.

Os deslizamentos de terra arrastaram as casas erguidas em áreas de risco nos morros, provocando a morte de pelo menos 14 pessoas. Dezenas continuam desaparecidas. A terra e as árvores que desciam das encostas bloquearam as ruas, paralisando o trânsito de carros. Nem os veículos das forças de Defesa Civil conseguiam vencer os enormes bolsões dágua. Coube aos vizinhos providenciar o socorro daqueles que ficaram soterrados.

Como sempre acontece, a população carente foi a maior vítima da tragédia. No Morro do Estado, que fica no Centro da Cidade, uma encosta desabou sobre três casas, matando duas pessoas. No morro 340, bairro do Fonseca, oito casas foram soterradas e quatro crianças entre dois e 11 anos estão desaparecidas. No entanto, casas de classe média alta também foram atingidas. Na Estrada do Fróes, uma espécie de Avenida Niemeyer de Niterói, que liga os bairros de Icaraí a São Francisco, duas casas foram parcialmente destruídas pelo deslizamento de terra. Um carro foi arrastado e caiu sobre a casa do iatista Torben Grael. O desportista ajudou a socorrer as vítimas. Uma mulher e um bebê foram resgatas com vida, mas o motorista, que era o pai da família não resistiu e morreu.

Quando amanheceu, Niterói estava estática, porque os carros continuavam sem poder circular. A cidade continua em estado de choque pela tragédia.

Por Francisco Alves Filho

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O transporte através do metrô da Zona Norte para o Centro do Rio nesta manhã foi feito de forma atribulada, já que houve sobrecarga de passageiros pela dificuldade de locomoção dos ônibus e pela avaria dos trens.

Alguns trens tiveram seu tempo de trajeto bastante aumentado por conta de paradas entre estações. Algumas composições não tinham ar condicionado. Nesse momento, os trens circulam normalmente e como muitas pessoas desistiram de chegar ao trabalho, os trens começam a ter lugares vagos.

No trânsito, já foram recolhidos 51 carros abandonados. E os ônibus começam a voltar a circular.

OBS: Francisco Alves Filho mora no Méier, zona Norte do Rio.

Por Caio Barreto Briso

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A cena que se vê em qualquer canto do Rio de Janeiro é muito parecida. Para onde se olha há carros e ônibus abandonados sobre as calçadas, com água cobrindo os automóveis. Árvores caídas no meio das ruas prejudicam o trânsito e compõem o cenário de caos, enquanto cariocas ainda tentam chegar ao trabalho, ou voltar para casa ? muitos, por causa da chuva que começou ontem à noite, dormiram no trabalho.

Em Botafogo, na zona Sul, a cena é bíblica: as pessoas, literalmente, caminham sobre as águas, que em alguns pontos, como nas ruas Martins Ferreira e Paulo Barreto, estão na altura dos joelhos. Como há poucos carros circulando, na rua Voluntários da Pátria, a principal via do bairro, as pessoas andam no meio da rua, pois as calçadas estão intransitáveis. A Avenida Rebouças está deserta, sem carros, com algumas poucas pessoas caminhando na pista.

Segundo o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio, Sérgio Cortes, o número de mortes por causa das chuvas no Estado chega a 50. Mas, novos boletins já admitem 66 óbitos. Houve 140 deslizamentos de terra e 26 desabamentos somente na capital fluminense.

OBS: O repórter Caio Barretto Briso mora em Botafogo, zona Sul.

Por Francisco Alves Filho

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A população do Rio está seguindo a orientação da Defesa Civil de não sair de casa. O Centro da cidade, que normalmente fica muito movimentado, está nesse momento bastante vazio. A quantidade de pedestres e de carros é comparável ao registrado em feriados.

Um dos mais tradicionais pontos de alagamentos da Zona Norte do Rio, a Praça da Bandeira, voltou a ser usada pelos motoristas só há pouco tempo . Apesar de a água ter baixado, o movimento de carros é pequeno. Há no local pelo menos 40 carros avariados pela chuva e as pistas cobertas de lama estão sendo limpas por equipes da prefeitura.

Uma indústria de condutores elétricos localizada no bairro de Triagem, Zona Norte do Rio, está neste momento com os pátios completamente alagados, com água na altura de 50 cm.

As ruas de vários bairros da Zona Norte, como Méier e Tijuca, registram movimento de carros e pedestres bem abaixo do normal.

A passagem subterrânea da Rua Viúva Cláudio, no Jacaré, Zona Norte do Rio de Janeiro, está completamente alagado, com água perto do teto. Crianças da favela do Jacarezinho nadam nas águas da chuva.

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http://www.istoe.com.br/reportagens/63010_AUMENTA+O+NUMERO+DE+MORTES+NO+RIO+DE+JANEIRO
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