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sexta-feira, dezembro 07, 2012
ETERNO ENQUANTO DURE... (Saberemos esperar!!!)
Sarney na Presidência, saída para
Autor(es): Sergio Fadul Junia Gama |
O Globo - 07/12/2012 |
Uma grande operação que vinha sendo montada em sigilo, para homenagear o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na próxima semana, ganhou mais um significado e motivação após a guerra aberta pelos governadores de estados não produtores de petróleo contra a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar parte do projeto que redistribui os royalties, assegurando o cumprimento dos contratos nas áreas já licitadas. A operação, que tem como objetivo deixar que Sarney ocupe mais uma vez a Presidência da República, em deferência a sua figura política, pode retirá-lo do furacão em torno da derrubada dos vetos, ajudando o governo a ganhar tempo e postergar a discussão do tema para 2013, quando ele já terá encerrado seu quarto mandato na presidência do Senado.
Os governadores de estados não produtores, entre eles, Roseana Sarney, governadora do Maranhão e filha de Sarney, lançaram uma forte ofensiva para que o Congresso derrube os vetos da presidente Dilma, algo que não acontece há mais de dez anos, e colocaram Sarney no centro de fortes pressões. No esforço para evitar que a presidente Dilma seja submetida a uma derrota de grandes proporções, com o Congresso desautorizando um ato presidencial, o governo pretende aproveitar uma viagem à Rússia que a presidente tem marcada para o dia 12 para pôr o plano em prática.
2013: RENAN NA PRESIDÊNCIA DO SENADO
No mesmo período, o vice-presidente, Michel Temer, também estará em viagem ao exterior. Para colocar Sarney na Presidência, no entanto, Dilma teve de convencer o presidente da Câmara, Marco Maia, a embarcar em uma viagem ao Panamá, deixando vaga a cadeira presidencial temporária.
Toda a movimentação para fazer andar a linha sucessória na próxima semana, além de retirar Sarney da posição de alvo das pressões, dificulta, na visão do governo, a apreciação de um assunto com a relevância da derrubada de um veto presidencial, que exige maioria absoluta das duas Casas do Legislativo, ou seja, 257 votos na Câmara e 41 no Senado, para ser aprovada. Essa estratégia para não pôr a matéria em votação deve ser acertada previamente com o substituto de Sarney na presidência do Congresso.
No governo, a avaliação é que, se for possível passar pela última semana de sessão do Congresso, quando o Orçamento é votado, sem que os vetos sejam apreciados, será mais fácil controlar a situação.
No próximo período legislativo, com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, não seria tão difícil controlar o levante. Isso porque Renan pretende disputar o governo do estado em 2014 e, para tanto, espera contar com todo o apoio do Palácio do Planalto.
planalto: pressão do PSB
Quanto aos governadores, a avaliação é que importam mais outros projetos na relação com o governo federal do que a questão da distribuição dos royalties. É o caso da renegociação das dívidas, por exemplo. O Planalto detectou que o movimento pela derrubada do veto é motivado mais por uma queda de braço política encampada pelo PSB de Eduardo Campos nos bastidores, com Cid Gomes na dianteira, do que pelo mérito da distribuição.
Na percepção de assessores palacianos, seria uma estratégia de Campos para impor uma derrota política à presidente Dilma Rousseff. Pelos cálculos do governo, os estados deixariam de ganhar R$ 2 bilhões caso os royalties de campos já licitados não sejam redistribuídos, um valor que está sendo considerado pouco significativo pelo Palácio do Planalto.
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