Para Marina, Congresso 'chantageia' Dilma
Por Fernando Taquari | De São Paulo
Depois de criticar a política econômica do governo Dilma Rousseff, a ex-senadora Marina Silva (PSB) mirou a artilharia para a base aliada da petista no Congresso Nacional. Ontem, a ex-ministra do Meio Ambiente disse que o atraso na política brasileira, marcada por práticas fisiológicas, fazem Dilma refém de chantagens por parte dos partidos governistas.
Esse pragmatismo, segundo ela, teria ficado evidente mais uma vez após o anúncio de sua aliança com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quando os aliados começaram a pressionar o Planalto por mais espaço na máquina governamental em troca de apoio na eleição presidencial de 2014.
"Insisto que é preciso um projeto de país. Essa disruptura será boa para todo o mundo. Não consigo imaginar que a presidente Dilma possa se sentir tranquila com mais quatro anos sendo chantageada dentro do Congresso. O meu movimento com o Eduardo já criou um núcleo [de partidos governistas], que estão pressionando a presidente, que se não tiverem mais acenos, vão sair da base. Acho isso um horror. Isso tem que acabar", afirmou Marina durante entrevista para o "Programa do Jô," da Rede Globo.
A ex-senadora observou que a sociedade brasileira deve eleger parlamentares comprometidos com temas como educação, saúde e saneamento básico. Com o discurso, Marina procura aproveitar os holofotes para manter-se em linha com os jovens que foram às ruas em junho protestar contra os Poderes e por melhores serviços públicos.
"Você não vai eleger um sapo e transformá-lo num príncipe depois que ele chega ao Congresso", acrescentou a ex-senadora, considerada uma política influente entre estes jovens. Aplaudida por três vezes pela plateia que acompanhava a gravação, ela usou e abusou da retórica ao pregar a necessidade de renovar os métodos políticos. Enfatizou ainda que é possível governar com base em ideias, sem distribuir pedaços do poder. A união do Rede Sustentabilidade com o PSB, argumentou, visa quebrar com a lógica do pragmatismo na política e a polarização entre PT e PSDB.
Depois de trocar farpas com a presidente, Marina afirmou que não tem o objetivo de destruir Dilma ou o senador Aécio Neves (PSDB-MG). As duas divergiram publicamente por dois momentos nesta semana. Primeiro, a petista rebateu críticas da ex-senadora sobre a política econômica do governo federal. Além disso, Marina ironizou declaração de Dilma de que os candidatos à Presidência deveriam "estudar antes de pleitear o cargo".
adicionada no sistema em: 16/10/2013 12:17
Para Marina, Dilma não pode ficar mais 4 anos sob 'chantagem'
Isadora Peron
Jose Roberto Castigo
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou a criticar o presidencialismo de coalizão e a relação da presidente Dilma Rousseff com seus aliados construída, segundo ela, na base da chantagem política e no loteamento de cargos para manter a fidelidade ao governo.
"Não consigo imaginar que a presidente Dilma Rousseff possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo chantageada pelo Congresso", afirmou, ao participar do programa do Jô, na Rede Globo, ontem.
"A gente não suporta mais o que está aí. Eu acho que a gente pensa sempre, no processo político, na perspectiva de projeto de poder. Eu insisto que é preciso um projeto de País", disse a ex-senadora, que trabalha por uma "aliança programática" com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência da República.
"O meu movimento e o do Eduardo já criou um grupo (de aliados de Dilma) que está pressionando a presidente para que, se não houver mais acenos (do governo a esses aliados), eles podem sair da base. Eu acho isso um horror. Isso tem que acabar", afirmou Marina.
"A composição não precisa ser feita na distribuição de partes do Estado. É possível ter uma base de sustentação a partir de um programa", disse.
Poder X projeto.
Ministra do Meio Ambiente por cinco anos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina defendeu que é preciso que os governantes tenham um projeto de País e não de poder, para que as políticas públicas e os investimentos não mudem a cada troca de governo.
Marina foi a única entrevistada do programa. Durante quase uma hora, falou sobre os motivos que a levaram a escolher o PSB depois que o pedido de registro da Rede Sustentabilidade foi negado pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 3. Admitiu as dificuldades para convencer os militantes da sigla de que esse é o melhor caminho,Em momentos mais descontraídos, lembrou do fato de ter sido alfabetizada aos 19 anos e de como quase virou freira. Ao ver uma foto da sua juventude, disse ter ficado emocionada.
Caiado. Marina afirmou ainda que o líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado, foi "coerente" ao pedir para desfazer o acordo que havia feito de apoiar a provável candidatura de Campos à Presidência. Assim que fechou a aliança com o PSB, Marina tomou explícita a resistência em ficar num mesmo palanque com o parlamentar, um dos principais representantes da bancada ruralista. "Ele (Caiado) tem uma postura contrária ao desenvolvimento sustentável, que com certeza não teria como prosperar nessa aliança (Rede e PSB) "
Teses sonháticas
"O meu movimento e o do Eduardo já criou um grupo (de aliados de Dilma) que está pressionando a presidente para que, se não houver mais acenos (dogovemo a esses partidos)^ eles podem sair da base, Isso tem que acabar"
"Eu acho que a gente pensa sempre, no processo político, na perspectiva de projeto de poder, Eu insisto que é preciso um projeto de País"
"É possível ter uma base de sustentação a partir de um programa"
Marina Silva, ex-ministra do meio ambiente
adicionada no sistema em: 16/10/2013 02:28 |
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