Lula avisa a Evo que não vai aceitar calote na Petrobras: Os presidentes Lula e Morales tiveram uma conversa dura nesta semana. Lula ameaçou cortar todos os investimentos na Bolívia.
Mais uma vez, os governos do Brasil e da Bolívia divergem. O motivo:
as refinarias da Petrobras. O governo boliviano quer pagar por elas menos do que o Brasil acha justo. A disposição do Brasil ainda é negociar, mas o clima no Palácio do Planalto é o de que para tudo existe um limite.
Veja o site do Bom Dia Brasil.
No início da semana, na Venezuela, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales tiveram uma conversa dura. Lula ouviu do colega boliviano que a Bolívia quer comprar as refinarias brasileiras, mas a um preço bem abaixo do mercado. Lula deixou claro a Evo que o Brasil não se opõe a vendê-las, desde que seja a um preço justo. Se o país vizinho insistir em assumi-las e pagar uma indenização baixa, disse Lula, deverá estar preparado para as conseqüências. Lula ameaçou cortar todos os investimentos na Bolívia e desestimular projetos privados no país vizinho.
O presidente brasileiro saiu do encontro e foi direto para um café da manhã com Hugo Chávez, seu colega da Venezuela. Lula sugeriu a Chávez que conversasse com Evo. O boliviano, que deixou a reunião visivelmente contrariado, quer nacionalizar as refinarias pagando menos da metade do preço das duas unidades, instaladas em Santa Cruz e Cochabamba. Ao ouvir os planos de Evo, Lula foi taxativo: afirmou que, se a idéia for concretizada,
Brasil e Bolívia entrarão em rota de colisão. Aborrecido, repetiu o mesmo argumento minutos depois a Chávez. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, não escondeu o mal-estar que caracterizou a conversa. "As coisas voltaram a ficar ruins", desabafou, após o encontro a portas fechadas, no último dia da Cúpula Energética Sul-Americana, em Isla Margarita, na Venezuela. “Nós vamos usar todos os mecanismos para defender os nossos pontos de vista”, disse o presidente da Petrobras. “Vocês levam para a corte internacional?”, perguntou o repórter. “Eu não estou dizendo. Eu não sei, eu não posso responder em hipótese, eu não vou responder sob hipóteses", continuou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A dura conversa foi assunto de reunião realizada ontem, no Palácio do Planalto, entre Lula, Gabrielli e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Silas Rondeau (Minas e Energia).
Dilma ficou surpresa com a atitude de Evo, já que há dois meses o governo brasileiro concordou em elevar o preço do gás boliviano. Para uma fonte próxima ao Planalto, a questão saiu do plano comercial e entrou no político. Mas o clima é o pior possível. O decreto que prevê a nacionalização das refinarias da Petrobras completará um ano no dia 1º de maio.
Enquanto isso, o Senado em Brasília aprovou a liberação de R$ 20 milhões para a Bolívia. O dinheiro vai assentar famílias brasileiras que trabalham em território boliviano. Só depende da sanção presidencial. O Senado aprovou a liberação de R$ 20 milhões para a reforma agrária – na Bolívia. O dinheiro vai atender aos pequenos agricultores brasileiros que trabalham no país vizinho. A oposição ajudou na aprovação da proposta, depois de garantir que a verba será gerenciada pela embaixada do Brasil e destinada exclusivamente às famílias de brasileiros. Para o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), seria muito mais caro se essas famílias fossem assentadas aqui no país. "Se esses R$ 20 milhões foram para resolver o problema desses 20 mil brasileiros que lá estão e esse dinheiro vai ser acompanhado pelo Itamaraty, pelo Senado, fiscalizado pelo Senado, eu acho que está resolvendo um problema até com pouco dinheiro", disse o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Do G1, com informações do Bom Dia Brasil e da Agência Estado.
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