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quarta-feira, abril 25, 2007

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL: QUESTÃO ENERGÉTICA (e a questão enérgica contra a China)

Fórum Econômico reúne 400 líderes para debater América Latina.

A edição reduzida do clube dos ricos deverá trazer à capital chilena 400 representantes da comunidade política, acadêmica e econômica da região, embora os únicos chefes de Estado com presença confirmada sejam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a própria anfitriã do evento, Michelle Bachelet. A reunião latino-americana do Fórum Econômico Mundial, que tem como tema “Uma Agenda Regional Positiva”, ocorre menos de uma semana depois da 1ª Cúpula Energética Sul-Americana em Isla Margarita, na Venezuela. O encontro em Isla Margarita expôs divergências entre Lula e os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, na questão dos biocombustíveis, e da Bolívia, Evo Morales, pela disputa em torno das indenizações à Petrobras pela desapropriação de duas de suas refinarias no país. A questão energética será discutida em pelo menos duas sessões no Chile, fechadas à imprensa. O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o executivo da Petrobras Décio Odone estão entre os cinco palestrantes de uma delas, intitulada Construindo um Futuro Energético Seguro e Sustentável. Às vésperas da reunião, o Fórum publicou um relatório em que destaca os biocombustíveis como um nicho a ser explorado pela região, embora o documento também tenha alertado para um suposto risco de que a crescente demanda por esses combustíveis se torne causa de maior desmatamento justamente em países como o Brasil. Também serão tema de discussão as implicações dos resultados das últimas eleições na América Latina, que, segundo o Fórum, teriam tornado a região mais “heterogênea e complexa” dos pontos de vista social, econômico e político, nas relações regionais. O documento divulgado na semana passada define o momento vivido pela América Latina como um dos mais favoráveis da sua história, mas avalia que a região continua vulnerável a crises externas. E chama a atenção para uma crescente divisão política entre os países que querem maior participação na economia mundial e aqueles que “rejeitam o livre comércio e ameaçam a harmonia regional”. Outro tema destacado no programa é como a região deve lidar com a China, cujas exportações para o mercado latino-americano vêm crescendo, reclamam alguns, descontroladamente. Como referência, as trocas comerciais entre a América Latina e a China chegaram a US$ 70,2 bilhões em 2006 e devem dobrar em cinco anos. Lula deverá chegar acompanhado de nove ministros, entre eles Celso Amorim (Relações Exteriores), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior) e Silas Rondeau (Minas e Energia). Instituições regionais como a Corporación Andina de Fomento (CAF), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Cepal (comissão da ONU para América Latina e Caribe) enviarão seus presidentes ou diretores ao evento. Também confirmaram presença o subsecretário dos Estados Unidos para Assuntos Ocidentais, Thomas Shannon, e os vice-diretores do FMI (John Lipsky), da OMC (Alejandro Jará) e do Banco Mundial (Pamela Cox). Lula deverá desembarcar em Santiago nesta quarta-feira à noite para dar início à programação oficial na manhã de quinta, quando deverá passar a maior parte do tempo entre compromissos com Bachelet, como parte de um programa de visita de Estado. O presidente também deverá visitar o escritório do Fundo de Alimentação da ONU em Santiago, onde deverá ser homenageado pelo programa Fome Zero. No fim do dia, participa da sessão de encerramento do Fórum, antes de seguir viagem para a Argentina. O Rio foi sede da primeira edição latino-americana da reunião do Fórum Econômico Mundial, em 1985. De lá para cá, 20 eventos foram realizados, o último deles em São Paulo, com cerca de 280 participantes. Carolina GlycerioEnviada especial a Santiago, BBC Brasil.

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