Aéreas: mais espaço entre assentos pode gerar tarifa maior
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta segunda-feira (13) que as companhias aéreas lhe informaram que uma redução no número de assentos nas aeronaves pode representar um aumento nos preços das tarifas. "Disseram que tudo está vinculado a uma composição de preços", disse Jobim. Segundo ele, as empresas argumentaram que a redução nos preços das passagens nos últimos anos só ocorreu pois o número de assentos nos aviões aumentou. "Não pode usar redução de preço e criar desconforto no usuário. Se o raciocínio for este, vamos viajar de pé", afirmou Jobim. O ministro citou ainda o caso do ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Britto. Segundo Jobim, Britto teria viajado recentemente para o Norte e ficou impedido de trabalhar com o seu computador de mão pelo fato de não haver espaço suficiente entre os assentos. "E olha que o ministro Britto tem pouco mais de 1,60 m", afirmou Jobim. Jobim já havia dito antes, em depoimento na CPI do Apagão Aéreo, que, por ter 1,90 m, enfrenta dificuldades quando tem de viajar de avião. "O espaço é antivital", disse ele aos representantes das companhias aéreas nesta segunda-feira. O chamado "espaço vital" é o termo técnico usado para designar a lacuna entre os assentos - que foi comprimida nos últimos anos. O Diretor Presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse, também nesta segunda, que o órgão abrirá uma consulta pública a partir do dia 21 sobre mudanças no espaço das poltronas dos aviões brasileiros. Segundo ele, 5% dos passageiros não se sentem confortáveis dentro de uma aeronave, de acordo com pesquisas feitas pela Anac. O ministro da Defesa, ao ser informado sobre o que Zuanazzi disse, afirmou: "Não sei o que ele disse ou deixou de dizer. Não me importa. O que importa é que nós temos um desconforto verificado por toda a população, os altos e os baixos", concluiu Jobim. Em reunião com o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviáreas (SNEA), que representa as companhias aéreas, Jobim ouviu ainda a revindicação de que os vôos que partem de Congonhas não tenham limitação de 2 horas, e sim de 1,5 mil quilômetros. "Pedi que eles fundamentassem isso. Precisava saber o que representava e por que eles querem isso. Para onde, por exemplo, chegam os vôos com a limitação de 1,5 mil quilômetros", afirmou. Jobim ficou de avaliar a questão. Os representantes das empresas aéreas também pediram ao ministro da Defesa que haja um espaçamento de uma hora entre a partida e a saída dos vôos no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Recentemente, o governo determinou que os vôos partindo deste aeroporto sejam diretos, de modo que ele não seja utilizado mais para conexões. "Se deixarmos a possibilidade de ter um espaçamento de uma hora entre chegar e sair, será que não é um novo mecanismo de conexão?", questionou. Ele afirmou vai estudar também essa reivindicação do setor aéreo. Os empresários prometeram cooperar, em nome da segurança. Mas querem mudanças. Uma das reivindicações é o aumento do número de pousos e decolagens em Congonhas entre 17h e 20h. Atualmente, são 33, mas eles querem 44. G1, Brasília, Alexandro Martello. Foto vídeo imagem.
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