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Vitoriosos em 2012, Aécio e Campos flertam com 2014
O senador do PSDB e o governador de Pernambuco (PSB) conseguiram eleger os prefeitos de suas capitais
Amigos e aliados em nível regional, políticos podem ser concorrentes de Dilma, que, acreditam, será a candidata do PT
LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
NATUZA NERY
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE
Eles conseguiram eleger os prefeitos de suas capitais e saíram das eleições com uma vitória política sobre o PT da presidente Dilma Rousseff.
Ao mesmo tempo, se tornam cada vez mais potenciais adversários dela em uma disputa presidencial em 2014.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), são amigos e aliados políticos em espaços regionais. Cada um tem seu projeto político presidencial.
A diferença é que o tucano milita hoje na oposição, enquanto Campos é da base de apoio do governo federal. Mas ambos flertam com uma aliança para 2014.
Ontem, em entrevistas à Folha, os dois adotaram o discurso de que ainda é cedo para decidir se vão disputar a Presidência em dois anos.
"Nem o PSB pode decidir nem ninguém tem isso decidido", disse Campos.
Aécio afirmou que o PSDB vai escolher seu candidato somente na virada de 2013 para 2014, mas deu um passo a mais do que o colega do PSB.
"Posso ser eu? É uma possibilidade, e não posso fugir disso. É uma decisão que deve ser tomada pelo partido. Obviamente, se recair a mim a responsabilidade, vou estar preparado para isso."
Os dois concordam em um ponto: Dilma deve ser a candidata do PT à reeleição.
RESULTADOS
Reeleito em Belo Horizonte tendo Aécio como maior fiador, o prefeito Marcio Lacerda é do PSB de Campos. Venceu o petista Patrus Ananias, apoiado por Dilma.
O governador de Pernambuco conseguiu eleger seu candidato, Geraldo Julio, prefeito de Recife. Derrotou principalmente os petistas, que lançaram o senador Humberto Costa, terceiro colocado.
Aécio quer lançar Lacerda ao governo mineiro em 2014 para tentar atrair Campos na disputa pelo Planalto. Ambos não descartam esse acordo, mas preferem valorizar as alianças regionais.
"Nós temos essa relação [com o PSDB] à luz do dia, não às escondidas", disse o governador de Pernambuco.
"Há uma identidade do PSB com PSDB no país em vários lugares", afirmou Aécio.
O tucano mudou de estilo e protagonizou na campanha embate público com Dilma, a quem chamou de "estrangeira" pela interferência na eleição em Belo Horizonte.
A presidente revidou. Lembrando ser mineira, disse que deixou a cidade por causa da ditadura militar, e não "foi à praia" -uma provocação às rotineiras viagens de Aécio ao Rio de Janeiro.
"Eu acho que ela está ajudando a fazer minha campanha no Rio. Isso é uma grande bobagem. A resposta está aí: temos um projeto muito bem aprovado em Minas", disse ontem o senador.
Campos deu um recado para quem, desde já, se incomoda com o avanço eleitoral de sua legenda: "É bom para a presidente Dilma ter um partido amigo crescendo".
Sob seu comando, a sigla socialista cresceu nestas eleições. O próprio governador acumulou um ganho pessoal com reflexos nacionais: desbancou o PT de Recife ao eleger um afilhado político até então desconhecido.
SUCESSO 1
A vitória de Marcio Lacerda em Belo Horizonte teve reflexos no desempenho do PSB na eleição para vereador: a sigla foi a mais votada na cidade
SUCESSO 2
O mesmo ocorreu em Recife, capital onde outro candidato do PSB, Geraldo Julio, também venceu: o partido foi o que recebeu mais votos para a Câmara
MACEIÓ
Heloisa Helena (PSOL), candidata à Presidência em 2006, foi a mais votada e se reelegeu vereadora
"A grande corrente silenciosa que se formou na cidade nos trouxe ao 2º turno"
FRUET (PDT), que surpreendeu em Curitiba
DELAY
No domingo, mesmo com o 2º turno já definido, a campanha de Luciano Ducci pedia votos no Twitter...
DÚVIDA
Após ver seu candidato, o prefeito Ducci, ficar de fora, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse ontem não saber se apoia Ratinho Jr., Fruet ou fica neutro.
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