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sexta-feira, junho 28, 2013

O SONHO ACABOU [ou, ''quem corocô, corocô! ... (piadinha de salão, Ops!!!)]

28/06/2013
IPI de móveis e linha branca sobe 2ª feira


O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou que, a partir de segunda-feira, o IPI para móveis e eletrodomésticos da linha branca ficará mais alto, mas não voltará ao mesmo nível antes de o governo cortar o imposto, há quatro anos. Segundo Mantega, o setor se comprometeu a não repassar a alta do IPI ao consumidor.

Pressionado, governo reduz, em parte, estímulos para eletrodomésticos

Cerco. 


Em nome do pacto de controle das contas públicas prometido pela presidente Dilma Rousseff, governo retira desconto de imposto de geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa e móveis, mas alta do IPI será gradual para evitar mais pressão sobre a inflação

Renata Veríssimo
Laís Alegretti
Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA


O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ficará mais alto, na segunda-feira, para eletrodomésticos da linha branca e para móveis.
O governo havia cortado o imposto há quatro anos, para incentivar a indústria, e poderia renovar o desconto agora, como fez com as montadoras, ou retirar o benefício.

A solução ficou no meio do caminho. Para não comprometer o pacto fiscal - de controle das contas públicas prometido pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a alta das alíquotas do IPI. Mas, pressionado pela inflação, resolveu retirar apenas parte do benefício e tentar evitar a alta dos preços.

Mantega disse que o setor se comprometeu a não repassar a alta do imposto para o consumidor. Em troca, prometeu estudar maneiras de reduzir custos para os fabricantes, mas descartou cortes de impostos para fornecedores de matérias-primas, como aço.

Uma nova elevação de IPI está prevista para outubro, mas o ministro disse que este prazo pode ser "calibrado" de acordo com o desempenho da arrecadação, das vendas e da inflação.

As alíquotas do imposto foram reduzidas durante a crise de 2009, com o objetivo de preservar investimentos e empregos. Elas sofreram uma primeira elevação parcial em fevereiro deste ano e havia a previsão de retornarem às alíquotas originais na segunda-feira. A recomposição integral foi adiada em mais três meses.

Credibilidade. 

Apesar dos pedidos dos empresários e do lançamento do Minha Casa Melhor, pelo qual a Caixa financia eletrodomésticos para usuários do Minha Casa, Minha Vida, o governo está com dificuldades de abrir mão de receitas neste momento em que a credibilidade da política fiscal foi posta em dúvida. Por isso, Mantega afirmou que o governo não fará novas desonerações.

Por outro lado, a decisão de fazer um aumento gradual do imposto levou em conta o impacto nas vendas e, sobretudo, na inflação.

"Os setores vão procurar absorver o aumento de tarifas de forma que preço não se eleve. Tanto o varejo quanto o setor produtivo farão esforço para manter os preços atuais", disse Mantega.

O aumento do IPI para linha branca e móveis vai elevar em R$ 118 milhões a arrecadação de tributos dos próximos três meses. Mas, ainda assim, haverá uma renúncia de R$ 307,5 milhões neste período, porque não houve a recomposição integral das alíquotas.

Novo IPI. 

A alíquota do fogão sobe de 2% para 3%. Para tanquinho, a alíquota de 3,5% passa para 4,5% e, para refrigerador e congelador, passa de 7,5% para 8,5%. A máquina de lavar roupa continuou comi 0%.

Para móveis, painéis e laminados, a alíquota sobe de 2,5% para 3%. A alíquota de luminárias sobe de 7,5% para 10%. Mo caso dos papéis de parede, a mudança é de 10% para 15%.

Vacilo. 

Segundo o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas, o governo vacilou. "O retorno gradual às alíquotas anteriores, praticadas no período pré-crise, mostra que o governo não teve força para segurar a pressão do lobby dos empresários", diz ele. "A decisão mais correta é retirar as desonerações de uma só vez."

Para Velloso, o governo teria perdido uma chance importante de retirar um estímulo ao consumo e dar a sua contribuição ao combate à inflação. "Se o governo insistir nessa postura, o Banco Central fica sozinho e será obrigado a elevar os juros."

Velloso lembra que as desonerações do IPI foram concedidas em um ambiente adverso, logo após a crise de 2008. "Agora os sinais são praticamente opostos: a economia está superaquecida e a inflação ultrapassou o teto da meta."

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