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segunda-feira, dezembro 14, 2009

EMPRESAS: ADEQUAÇÃO PÓS-COPENHAGUE

Táticas para a fase pós-Copenhague

Empresas se adaptam à era anticarbono


Autor(es): Célia Rosemblum, de Copenhague
Valor Econômico - 14/12/2009

Em Copenhague o parâmetro de desempenho empresarial parece ter mudado para tonelada de carbono. Uma medida em que os valores seguem uma escala invertida: quanto mais negativos, melhor. Dentro desse espírito de combate às mudanças climáticas que tomou conta da capital dinamarquesa durante a CoP-15, grandes empresas, de diferentes partes do mundo, querem e precisam apresentar suas novas versões e visões de negócios. São elas, afinal, segundo explicam seus porta-vozes, que serão responsáveis por transformar em realidade e traduzir na prática as diretrizes de um eventual acordo global para conter ou ao menos limitar os efeitos do aquecimento global. Ou, independentemente de um fracasso nas negociações, tocar seus planos de investimentos e seguir estratégias já traçadas rumo a uma economia de baixo carbono.

As estimativas apontam para cerca de mil representantes de entidades empresariais nas representações oficiais reunidas no Bella Center, onde se realiza a CoP-15. Mas foi a poucos quilômetros de lá, na sede da Federação das Indústrias da Dinamarca, que o setor privado realizou na sexta-feira seu próprio fórum: o Business Day, evento promovido pelo World Business Council for Sustainable Development (WBSCD). O objetivo era discutir o panorama de negócios pós-Copenhague.

Passaram por lá e usaram os microfones os CEOs e presidentes de empresas cujos faturamentos superam sem problemas o PIB de alguns países. Apenas na parte da tarde, foram 21 participantes que dividiram de modo fraterno e proporcional o espaço e as intervenções durante três horas. Não havia mensagem unânime, nem um discurso de consenso ou ao um esboço de projeto geral. Mas todos tinham o que contar sobre suas práticas e seus planos e perspectivas para o futuro.

Muhtar Kent, CEO da Coca-Cola, anunciou que a empresa pretende, até 2020, ser "neutra em água". O que significa que cada litro de água usado na produção irá resultam em um litro de bebida. Hoje a Coca-Cola Brasil utiliza 2,08 litros de água para cada litro de bebida produzido, um dos melhores índices do mundo segundo a assessoria da empresa. A iniciativa vem na sequência de um projeto para que 100% das máquinas automáticas para venda de refrigerantes estejam livres de HFC (hidrofluorcarbono) até 2015, desenvolvido em conjunto com o Greenpeace. "O anúncio demonstra nosso comprometimento em usar nossa influência no mercado para impulsionar a inovação e forjar um futuro de baixo carbono", afirmou Muhtar.

Paul Polman, CEO da Unilever, acredita também na força da empresa para estabelecer novos padrões de produção em sua própria cadeia e de consumo. Ele estima que, para cada 2 milhões de toneladas de carbono emitidas pela empresa, consumidores e fornecedores emitem 300 milhões de toneladas. A maior parte (70%) deriva do uso dos produtos. "Temos a oportunidade de ajudar o consumidor a entender esse novo quadro", declarou. Para chegar a isso é preciso "inovar, renovar e reinventar".

A necessidade de buscar, com ênfase, novas formas de operar é um dos poucos consensos. "Precisamos em primeiro lugar reconhecer que hoje o crescimento econômico é proporcional ao crescimento das emissões. Precisamos de tecnologia para a economia crescer e ao mesmo tempo ser possível derrubar emissões. Se não reconhecermos isso fica difícil", declarou Bruno Lafont, CEO da Lafarge, que atua no setor de cimento.

Ele defende a necessidade de equacionar as coisas de forma que "existam simultaneamente ganhos ambientais e econômicos". E acha que um bom caminho para isso é estabelecer parecerias público-privadas.

Steen Riisgard, presidente da Novozymes, considera que "não existe espaço para comportamentos tradicionais no tipo de negócios que deve ser estabelecido se o objetivo é realmente estabelecer uma economia de baixo carbono". Para chegar a 2020 à frente de um negócio de sucesso é preciso, de acordo com ele, aprender a ouvir pessoas diferentes. Até lá, o mundo deve achar novas fontes de energia, estabelecer padrões globais de prestações de contas. "São muitas as coisas que precisam mudar e muita tecnologia é necessária para conseguir mudar tudo ao mesmo tempo. Os esforços devem juntar a iniciativa privada e o poder público."

"Na questão do clima não interessa onde está seguro, mas que esteja seguro", avaliou Frank Mastiaux, da E.ON, fornecedora de gás e energia que também trabalha com energias renováveis. "O diálogo entre empresas, sociedade e governo precisa subir um degrau para que não sejam criadas novas barreiras", afirmou.

No lado empresarial os discursos ainda são múltiplos. Mas, segundo o CEO da Duke Energy, James Rogers, a busca de soluções para o estabelecimento de uma economia de baixo carbono vai demandar mesmo muitos esforços de conciliação. Para ele, porém, algumas diretrizes estão claras. Seguir nessa direção requer em primeiro lugar a definição de alguns padrões, entre eles o rápido estabelecimento de um preço para o carbono.

"Existe hoje no mundo 1,6 bilhão de pessoas sem acesso a energia elétrica e elas têm direito de ter esse acesso", afirmou Rogers. Isso porém requer um esforço institucional sistemático. Promover a eficiência energética não é uma tarefa que possa ser delegada apenas ao consumidor. A contribuição que ele pode dar é limitada. "A redução real é o investimento que se faz na casa do cliente." A empresa, que tem custo de capital menor e trabalha com prazos mais longos, tem condições de fazer diferenças efetivas no uso da energia.

A Duke, diz Rogers, vai instalar painéis de aquecimento solar em casas na Carolina do Norte (EUA). Vão não só bancar o equipamento como pagar aluguel aos proprietários pelo uso de seus telhados. Com isso, a empresa vai baixar os custos de fornecer a esses clientes energia por meios mais tradicionais e ampliar sua própria matriz. "A usina mais ambientalmente amigável que eu posso construir é a usina que eu não construo."

A jornalista viaja a convite da Natura

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