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segunda-feira, dezembro 14, 2009
ILHA DE VERA CRUZ (ELEIÇÕES 2010): PMDB e PT; NOS BASTIDORES TUDO SE RESOLVERÁ...
Eleições no PMDB viram ato de repúdio a fala de Lula
Em resposta a Lula, PMDB ameaça lançar candidatura | ||
Folha de S. Paulo - 14/12/2009 | ||
Durante eleição do novo presidente em SP, partido também cogita apoiar PSDB
Orestes Quércia na Assembleia paulista, onde ocorreram as eleições para presidente estadual do PMDB em que ele se reelegeu JOSÉ ALBERTO BOMBIG DA REPORTAGEM LOCAL A eleição do novo presidente do PMDB paulista transformou-se ontem em um ato de repúdio às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu ao partido apresentar uma lista tríplice, a ser apreciada pelo PT, com nomes passíveis de ocupar a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff. Ainda como resposta a Lula, os peemedebistas ameaçaram lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto ou mesmo apoiar o PSDB dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). "Não foi uma fala feliz [a do presidente]. Nós jamais iríamos dizer ao PT o que o PT deve fazer. Aqui, há a soberania interna do PMDB. Podemos até, eventualmente, fazer uma lista com seis nomes, mas essa é uma decisão do PMDB", afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), o principal cotado para o posto de vice de Dilma na corrida pela sucessão de Lula no ano que vem. Segundo Temer, o próprio Lula chegou a dizer a ele que seu nome era a melhor opção. "É a primeira vez que estou me manifestando [sobre a declaração do presidente]. Não havia feito isso antes porque dizem que eu posso ser o vice, mas eu jamais disse isso", afirmou o peemedebista. "Aliás, foi o presidente Lula quem um dia afirmou que eu poderia ser o vice. Eu respondi muito claramente: "Presidente, vamos primeiro fechar a aliança e, feito isso, vamos verificar qual o nome que melhor soma para a candidata". Ou seja, eu tenho tamanho, responsabilidade e competência para dizer uma coisa dessas", completou. Ao discursar no evento de ontem, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, Temer defendeu a pré-candidatura do governador Roberto Requião (PR) ao Planalto. "Eu levo essa ideia da candidatura própria à convenção", disse, acrescentando que a sigla não descarta aliança com o PSDB. E completou: "O PMDB não será ator coadjuvante em 2010, será ator principal". Proposta Na quinta-feira passada, no Maranhão, Lula apresentou a proposta da lista. "Você não pode empurrar para ela [Dilma] alguém que não tenha afinidade com ela, porque aí será a discórdia total." As reações dos peemedebistas foram imediatas e ganharam apoio até de petistas. "O presidente atual [Ricardo Berzoini] e o presidente eleito [José Eduardo Dutra] do PT foram a público no mesmo dia para dizer que o PMDB decidiria de acordo com as suas razões", afirmou Temer ontem. Convidado de honra da eleição paulista, Roberto Requião também criticou o PT: "Talvez a gente ofereça ao PT a possibilidade de apresentar uma lista tríplice para complementar o vice do PMDB". O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, reeleito presidente da sigla no Estado, deixou aberta a possibilidade de o PMDB romper com o Planalto e correr rumo à oposição. "Se não der certo a opção pelo Requião, vamos com José Serra [PSDB], pelo menos em São Paulo", afirmou ele. Desde 2002, quando Lula se elegeu presidente pela primeira vez, PT e PMDB ensaiam, sem sucesso, uma aliança que engaje todos os setores dos dois partidos em uma campanha. Neste ano, as siglas firmaram um pré-acordo com vistas a 2010, já que os peemedebistas integram a base aliada do atual governo federal. Temer, historicamente, sempre foi apontado no PMDB como um dirigente com bom relacionamento com Serra, o líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente. Ontem, ele chegou a ser irônico ao comentar as relações com Lula: "Há que se definir quem é o candidato ou a candidata do PT". A convenção do PMDB, que vai definir os rumos do partido, está marcada para junho do ano que vem. ------------------ |
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