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sexta-feira, março 15, 2013
VENEZUELA: POR QUEM OS SINOS DOBRAM
15/03/2013
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Capriles
desafia Maduro ao debate em
meio a ofensas
Oposicionista
pede desculpas à família de Chávez por insinuar que presidente morrera em
Cuba e queixa-se de vinculação ao nazismo.
CARACAS
O
candidato da oposição à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, voltou a
desafiar ontem seu rival nas eleições de 14 de abril, o presidente interino
Nicolás Maduro, a um debate público, após ter pedido desculpas à família e
colaboradores do presidente Hugo Chávez por ter duvidado da data da morte
dele. Maduro condicionou o sim ao convite à retratação do rival, mas outros
líderes chavistas disseram que ela não foi suficiente.
"Se
alguma palavra minha não foi bem entendida, ou feriu os sentimentos dos
parentes do presidente, aqui está meu pedido de desculpas", disse
Capriles a uma rádio local. ""Vamos debater, Nicolás. É o que o
país quer. Temos um mês para fazê-lo. Vamos debater sobre violência urbana,
economia, desemprego e as expropriações."
O candidato opositor ainda acusou Maduro de
mentir aos venezuelanos. Capriles disse que foi seu atual adversário - e não
Chávez - quem tomou as decisões de governo nos últimos três meses, quando o
líder bolivariano esteve em Cuba se recuperando de sua última cirurgia contra
um câncer, que acabou causando sua morte.
"Nicolás
não tem resposta para nada. O país não precisa de mais improvisação. Maduro
também tem de pedir perdão, pois mentiu quando disse que Chávez decidiu
desvalorizar o bolívar em fevereiro", declarou. "Já temos cem dias
do governo Nicolás e veja como está o país. Ele é uma imitação ruim do presidente
Chávez."
Por
meio de sua conta no Twitter, o ex-ministro de Comunicação e Informação
Andrés Izarra criticou as declarações de Capriles e ofendeu o candidato.
"Já falou o "princeso" (sic). Quer debater, sem se desculpar.
É um canalha e está com medo", escreveu. Mais cedo, Maduro tinha dito
que se o oposicionista se retratasse e pedisse perdão à família do presidente
pensaria em participar de um debate público.
A nova campanha eleitoral venezuelana tem sido
marcada pela troca de ofensas e acusações. Nos últimos dias, Maduro acusou
Capriles de ser fascista, nazista e insinuou que o rival seria homossexual.
A
acusação irritou Capriles -que descende de sobreviventes do Holocausto - e
grupos que militam pelos direitos da comunidade gay (mais informações nesta
página). "Cada vez que alguns desses senhores me qualifica dessa
maneira, insulta meus bisavós, que morreram na Polônia, pois foram
assassinados pelos nazistas em um campo de concentração", disse o
candidato. Em resposta, um jornal crítico ao chavismo publicou uma
foto-montagem de Maduro ao lado de Adolf Hitler.
Embalsamamento.
Dias
depois de anunciar que Chávez seria embalsamado e exposto ao público, a
exemplo do que foi feito com líderes comunistas como Vladimir Lenin, Ho Chi
Min e Mao Tsé-tung, Maduro voltou atrás. O motivo é que o processo
levou tempo demais para começar. Chávez morreu no dia 5 e o caixão deve ser
fechado hoje. Uma vez embalsamado, Chávez seria exposto em um museu em honra
de sua revolução bolivariana.
Agora,
os chavistas podem recorrer a um plano B. Alguns veículos de comunicação
venezuelanos especulam qúe o presidente deve ser enterrado em sua cidade
natal, Sabaneta de Barinas, ao lado do túmulo da avó, desejo que Chávez
expressou antes de partir para a cirurgia em Cuba.
Na
terça-feira, a Assembleia Nacional adiou uma votação para decidir se
convoca ou não um referendo que permita que o presidente seja enterrado
no Panteão dos Heróis da Venezuela, ao lado do libertador Simón Bolívar e
outras figuras históricas. A atual lei prevê que isso só poderia
ocorrer daqui a 25 anos.
Ontem,
miíhares de venezuelanos ainda aguardavam em quilométricas filas uma
oportunidade para dar adeus ao líder bolivariano. Hoje, o corpo deve
sertras-ladado da Academia Militar do Forte Tiúna para o Museu Militar, em
Caracas, Espera-se novamente que uma multidão acompanhe o féretro.
"Alô,
Maduro". Maduro estreou ontem um programa na TV estatal venezuelana
similar ao Alô, presidente, de Hugo Chávez. Batizado de Diálogo Bolivarianoy
o programa tem como objetivo, segundo o próprio presidente interino, "dialogar
com a população" e contará com representantes de todos os setores da
sociedade, como camponeses, operários e empresários.
Maduro
não esclareceu, no entanto, qual será a frequência do programa, nem se ele
terá uma data fixa.
/ efe e
Reuters
G1
Mundo
Maduro ataca Capriles em
homenagem a Chávez
12/03/2013
22h54 - Atualizado em 12/03/2013 22h54
Por France
Presse
CARACAS,
13 Mar 2013 (AFP) - O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro,
voltou a criticar a oposição, nesta terça-feira, durante uma homenagem diante
da câmara-ardente com o corpo do líder venezuelano Hugo Chávez, exatamente
uma semana após sua morte.
'Trataram
de profanar sua honra em vida, mas não conseguiram, e agora tentam profanar
seu espírito eterno, mas também não conseguirão. Pedimos que não cedam ao seu
rancor e ao seu ódio', disse Maduro sobre a oposição, durante uma cerimônia
no Salão de Honra da Academia Militar de Caracas, uma semana após a morte de
Chávez.
No
domingo, ao anunciar sua candidatura à presidência da Venezuela nas eleições
de 14 de abril, Capriles acusou Maduro de mentir sobre a morte de Chávez.
'Quem
sabe quando morreu o presidente Chávez?! Vocês (os chavistas) tinham tudo
armado (...) e agora utilizam o corpo do presidente para fazer campanha
política'.
'Esta
campanha é entre eu e você, Nicolás, deixe o presidente (Chávez) em paz',
declarou Capriles, governador do Estado de Miranda.
Os
familiares de Chávez reagiram nesta terça afirmando que Capriles ofendeu a
memória do finado presidente ao questionar a data de sua morte.
'Não é
justo, não é humano, não é aceitável que agora digam que mentimos sobre a
data de sua partida (...). Afirmo que me pai morreu lutando e morreu em sua
pátria no dia 5 de março', disse María Gabriela, uma das filhas de Chávez, em
carta lida pelo ministro da Informação, Ernesto Villegas.
'É
inconcebível pensar que uma família inteira - filhos, irmãos, netos e pais -
tenham se prestado a tamanha mentira', lamentou a filha de Chávez, pedindo a
Capriles e à oposição que 'não sejam tão sujos'.
Momentos
antes, Argenis, um dos irmãos de Chávez, acusou Capriles de 'desrespeitar a
memória do presidente' e sua família.
'Este
senhor, de maneira irresponsável, baixa, imoral e desumana disse em
entrevista coletiva que ninguém sabe quando Chávez morreu. Isto é uma falta
de respeito com a memória do presidente e uma falta de respeito com a dignidade
da família', afirmou Argenis à televisão estatal VTV.
Maduro,
candidato 'chavista' às eleições de 14 de abril para apontar o substituto de
Chávez, tem utilizado abertamente o finado presidente em sua campanha
declarada à presidência.
A
campanha oficial terá início apenas no dia 2 de abril.
Na
segunda-feira, Capriles pediu novamente a Maduro que deixe o finado
presidente Chávez fora da disputa eleitoral.
mis/lr
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