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sexta-feira, novembro 23, 2012

CPI DO CACHOEIRA [In:] AS ÁGUAS IAM ROLAR...



GURGEL AFIRMA QUE RELATÓRIO DA CPI FOI "RETALIAÇÃO"

RELATÓRIO DA CPI É "RETALIAÇÃO", DIZ GURGEL


Autor(es): DÉBORA BERGAMASCO
O Estado de S. Paulo - 23/11/2012
 

Procurador-geral da República avalia que PT deu resposta à sua atuação no processo do mensalão
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chamou de "retaliação" o pedido proposto no relatório final da CPI do Cachoeira, de autoria do deputado Odair da Cunha (PT-MG), para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue sua conduta à frente da Procuradoria. "Se (o pedido de investigação) vier a se materializar, eu acho que seria, sim, uma retaliação", disse. Para Gurgel, o motivo seria sua atuação no processo do mensalão, contrariando interesses do PT, partido que comanda a CPI. Se for para votação como está, o texto sugere que Gurgel violou seus deveres funcionais e cometeu crime de prevaricação ao manter a Operação Vegas parada em seu gabinete desde 2009.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chamou de "retaliação" o pedido do relatório da CPI do Cachoeira, redigido pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue sua conduta. "Se (o pedido) vier a se materializar, acho que seria, sim, uma retaliação."

Para Gurgel, o motivo seria sua atuação na denúncia do processo do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. "Há aqueles inconformados com os resultados (da atuação do Ministério Público) e que promovem retaliações, mas é algo ao qual todos nós, membros da Procuradoria-Geral da República, estamos habituados", disse.
O relator da CPI acusa o procurador-geral de deixar de investigar o senador cassado Demóstenes Torres (sem partido-GO) após a Operação Vegas, da Polícia Federal, apontar indícios da relação do parlamentar com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Gurgel disse ter ouvido, informalmente, que seu nome poderia ser excluído do documento. Apesar de o conteúdo do relatório já ter sido divulgado na imprensa, o documento só terá valor formal quando for lido no plenário da CPI. Por causa das discordâncias dentro da comissão, a leitura foi adiada duas vezes e remarcada para quarta-feira.
Se for para votação como está, o texto sugere que Gurgel tenha cometido crime de prevaricação. "Curioso é notar que, em 2009, o dr. Roberto Gurgel utilizou-se de rigores máximos para não pedir a instauração de inquérito contra os parlamentares mas, em 2012, pediu a instauração de inquérito contra os deputados federais sem sequer fundamentar por quais indícios de crimes eles teriam incorrido", diz o texto.
O procurador alegou ter adotado "uma opção estratégica de investigação e que foi muito bem sucedida". "Houve aquele "sobrestamento" (paralisação) no sentido de permitir que as investigações pudessem ser aprofundadas (...) e foi o que se verificou com a deflagração da segunda operação (Monte Carlo) e com os indícios de crimes de uma amplitude maior."
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