PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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segunda-feira, março 12, 2007

HAPPY-HOUR2: "THE DAY AFTER..." (*)



(*) "Disseram Que Eu Voltei Americanizada"; Carmen Miranda (Luiz Peixoto e Vicente Paiva).

HAPPY-HOUR: "THE DAY AFTER"




RODADA DOHA (OMC): TARIFAS COMERCIAIS

Setores privados do Brasil e dos EUA vão negociar Doha:

Empresários brasileiros estão procurando um canal de diálogo direto com o setor privado americano para avançar nas negociações da Rodada Doha, informou nesta sexta-feira em São Paulo o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), Paulo Skaf. A Rodada Doha, a negociação multilateral realizada dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) para reduzir as barreiras comerciais entre os países, está emperrada desde julho do ano passado. Skaf e outros líderes empresariais do Brasil apresentaram suas propostas à representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, em reunião de uma hora em São Paulo. Fórmula suíça. De acordo com Skaf, a proposta de negociação direta entre os setores privados dos dois países foi bem recebida pela representante de Comércio da Casa Branca. “A representante nos disse que o Brasil tem a responsabilidade de ser a ponte entre os países ricos e o G-20 (grupo de países em desenvolvimento) nas negociações”, disse o presidente da Fiesp. Mais cedo, em entrevista à imprensa ao lado do presidente americano George W. Bush, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também havia dito que o “Brasil tem a responsabilidade de convencer os mais ricos e os mais pobres”. Na reunião entre Schwab e empresários, os brasileiros apresentaram a proposta conhecida como “fórmula suíça” ou “coeficiente 30”, na qual os países em desenvolvimento se oferecem a reduzir o teto de suas tarifas para produtos industriais dos atuais 35% para cerca de 16%.Não podemos baixar da fórmula suíça”, disse Skaf. “É importante frisar que isso são só propostas do setor de indústria. É preciso ter uma conversa separada apenas sobre subsídios agrícolas, que também pretendemos discutir com todos.”; (BBC Brasil, Daniel Gallas de SP)

REFORMA MINISTERIAL: UM "TOUR" PELA "CIDADE"

Lula deixa Marta na dúvida e hesita em nomear Lupi ;

A poucas horas do anúncio do ministério, prometido para este início de semana, Lula ainda não fez nenhum convite a Marta Suplicy (PT-SP). E passou a insinuar que Carlos Lupi, presidente do PDT, pode sobrar. As hesitações de Lula exasperam até os aliados mais bem-servidos.
Um líder do PMDB, partido que já amealhou três ministérios e espera cravar mais um, disse ao blog que a novela ministerial chegou a um limite. Ninguém agüenta mais essa história, afirmou o expoente peemedebista. Dessa semana não pode passar. Marta Suplicy viveu um final de semana atípico. Tinha a expectativa de receber no domingo (12) um telefonema que aguarda há semanas. Esperava que Lula –ou um preposto dele— ligasse para convidá-la a ocupar um ministério. Pela manhã, nada. À tarde, nem sinal. À noite, nada feito. A julgar pelo que Lula disse aos auxiliares palacianos na semana passada, o anúncio do ministério está por um fio. O presidente informou que irá reunir o conselho político na quinta-feira (15). Declarou, de resto, que, no instante em que receber os presidentes dos partidos governistas, os nomes dos novos ministros já estarão nos jornais. A despeito disso, Marta continua no escuro. A ex-prefeita paulistana deixou de sobreaviso alguns dos petistas que a apóiam. Disse-lhes que, caso o convite viesse, ela os chamaria para uma reunião na noite de domingo. Queria ouvi-los sobre a conveniência de aceitar ou não a pasta do Turismo. Porém, nem mesmo esse ministério, distante de suas predileções –ela queria Cidades ou Educação—lhe foi, por ora, oferecido. Marta ganhou um companheiro de incertezas. Depois de dizer, em privado, que nomearia Carlos Lupi para o ministério da Previdência, Lula passou a pôr em dúvida o que dera como certo. Desde a última quarta-feira (8), está abespinhado com o comportamento do PDT. O partido recusou-se em dar suporte aos esforços do governo para sepultar, na Câmara, a CPI do Apagão Aéreo, proposta pelo PSDB. Assim como Marta, Lupi não recebeu, até a noite de domingo, nenhum aceno do Planalto. Alertado acerca da motivação da demora, o presidente do PDT deu de ombros: “Nem o governo tem a obrigação de dar nada para nós nem nos estamos exigindo nada. Se querem encontrar um motivo para não nos dar a Previdência, que arranjem outro. Essa desculpa da CPI não cola. Estamos acostumados a cafezinho e água. O máximo que pode acontecer é passarmos a água e cafezinho.” Lupi recebeu na quarta-feira (7) um telefonema de Tarso Genro. O ministro das Relações Institucionais pediu que interviesse para que os deputados do PDT retirassem as assinaturas do requerimento de convocação da CPI do Apagão. Lupi estava desinformado sobre o tema. Tarso encareceu que ligasse para o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara. Em telefonema a Albuquerque, Lupi inteirou-se da encrenca. Discou também para Miro Teixeira, líder do PDT. Ouviu dele que a retirada de assinaturas do requerimento da CPI desmoralizaria o partido. Miro disse-lhe que o Planalto errava ao enxergar na CPI uma ameaça ao governo. Concordou. Depois, sob a liderança de Miro, o PDT negou-se a votar a favor de um recurso do PT questionando a legalidade da CPI. Daí a irritação de Lula. Na contramão do PDT, o PMDB usará a CPI para reivindicar de Lula mais um ministério. O recurso que sobrestou a instalação da Cpi foi aprovado com a ajuda de 68 votos da bancada do PMDB. Agarrados a essa prova de fidelidade e vitaminados pela recondução de Michel Temer à presidência do partido, os deputado do PMDB reivindicam outra pasta além da Integração Nacional, já prometida a Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Querem preferencialmente o Turismo. Subsidiariamente, admitem contentar-se com a Agricultura. A direção do PMDB espera ser recebida por Lula ainda nesta segunda-feira (12). Se confirmado, o encontro deve dissipar, finalmente, as dúvidas que rondam Marta Suplicy. Confrontado com o pedido do PMDB, o presidente terá de dizer, afinal, se o Turismo é ou não é de Marta. (Blog do Josias, Folha Online).

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"


Temer defende que PMDB dispute Presidência da República em 2010 [Certo de sua reeleição, o presidente do PMDB disse que o diálogo resolverá qualquer problema e que o partido está unido em torno do desejo de ter um candidato próprio à Presidência nas próximas eleições. Segundo Temer, a candidatura se dará como partido da coalizão de governo. “O PMDB é o maior partido da coalizão, então é evidente que vai postular essa candidatura”], (Lana Cristina Repórter da Agência Brasil).
Para Lula, transformação do álcool combustível em commodity é caminho irreversível [“Nós não queremos plantar cana-de-açúcar para produzir álcool e nem plantar oleaginosas para produzir biodiesel na Amazônia, por exemplo, ou no Pantanal. Nós queremos utilizar as áreas já degradadas para que a gente possa plantar. A segunda coisa, também não compete com o alimento, porque o problema do alimento hoje no mundo não é a falta de terra. O problema é que tem uma parte da população muito pobre que não pode consumir”, explicou Lula, in: "Café com o Presidente"]; (Carolina Pimentel Repórter da Agência Brasil).
Hamas rejeita críticas e diz que ainda visa destruir Israel [O grupo extremista palestino Hamas rejeitou nesta segunda-feira as críticas feitas ontem pelo "braço direito" do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, e afirmou que ainda está comprometido com a destruição de Israel, apesar do acordo com o Fatah]; Folha Online.
Álvaro Uribe diz a Bush que Colômbia quer produzir mais etanol [“Hoje, a Colômbia é o segundo maior produtor de biocombustíveis da América do Sul, ficando atrás apenas do Brasil”, afirmou Uribe]; BBC Brasil, Márcia Carmo de B.Aires.
Irã quer explicar programa nuclear no Conselho da ONU [Um porta-voz do governo afirmou neste domingo que Mahmoud Ahmadinejad quer explicar o processo de enriquecimento de urânio do Irã, acusado por nações ocidentais de ser usado para a fabricação de bombas atômicas]; BBC Brasil.
Tabaré Vázquez recebe Bush e defende Mercosul mais aberto [O presidente uruguaio defendeu que o Mercosul continue se integrando com outros blocos, mas ressaltou que cada um de seus sócios deve ter “direitos soberanos” para estabelecer relações bilaterais com outros processos de integração e outros países]. BBC Brasil.
Romário faz 3 gols e fica a 5 do milésimo [Vasco derrota Madureira por 4x1 em sua estréia na Taça Rio], Globo Online.
Na Guatemala, Bush deve discutir corrupção e tráfico de drogas [O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e seu colega guatemalteco, Oscar Berger, discutirão nesta segunda-feira em sua reunião na Guatemala "a segurança, a luta antidrogas e medidas contra a corrupção", segundo informou a Casa Branca]; Folha Online, EFE na Guatemala.
Jogos do Rio podem provocar caos aéreo nacional [A realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho, pode provocar novo caos nos aeroportos brasileiros. Segundo reportagem desta segunda-feira do jornal O Globo, controladores de vôo afirmaram que as autoridades brasileiras ainda não definiram um plano de emergência para a época dos jogos. Segundo estimativas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), só no aeroporto Tom Jobim, o movimento de passageiros deverá crescer 30% – fazendo subir de 800.000 para mais de 1 milhão o número mensal de passageiros], (Veja Online).
Lula, PT e aliados acertam detalhes da reforma ministerial (...) Ao longo de toda a definição de seu novo Ministério, Lula manteve fora de cogitação qualquer mudança na equipe econômica e na dupla de ministros do Planalto, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República. (O Estadão).
FHC dá puxão de orelha no PSDB por apoio a Chinaglia [O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deu um puxão de orelhas em seu partido, por conta do apoio que parte da legenda deu ao petista Arlindo Chinaglia, na eleição para presidência da Câmara dos Deputados. "Nunca vi em, política, fortalecer o adversário", afirmou nesta segunda-feira, 12, em evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo]. (O Estadão).
Lula inicia reforma com troca de ministro da AGU; PMDB quer cinco pastas [O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou nesta segunda-feira José Antonio Toffoli, ex-auxiliar de José Dirceu na Casa Civil, como novo ministro da AGU (Advocacia Geral da União). Toffoli substitui Álvaro Ribeiro da Costa]; (Folha Online, ANDREZA MATAISGABRIELA GUERREIRO, de Brasília; FotoSearch royalty free.).

CONVENÇÃO DO PMDB: "HABBEMUS PAPAM"


Temer é reeleito presidente do PMDB com 598 votos ;

O atual presidente do PMDB, deputado Michel Temer, foi reeleito para o cargo para o biênio 2007-2008 com a maioria dos votos dos convencionais do partido. Dos 602 votos, Temer foi eleito com 598. Apenas dois votos foram em branco e dois nulos. As maiores ausências foram dos Estados de Alagoas e do Pará. Temer foi reeleito após a renúncia do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim na disputa pela presidência do PMDB.No total, 564 delegados do PMDB tinham direito a voto na convenção --entre deputados, senadores e integrantes do diretório nacional. Como alguns ocupam duas funções simultaneamente no diretório, poderão votar duas vezes na disputa, o que eleva o número de votos para 782. O maior colégio eleitoral do PMDB está no Rio de Janeiro, com direito a 77 votos na convenção, seguido por Minas Gerais, com 66 votos, Ceará, com 50, e São Paulo, com 43 votos. (...) O presidente Lula deve anunciar por inteiro a reforma ministerial após a convenção do PMDB. Inicialmente prevista para meados de dezembro, a divulgação dos nomes dos novos ministros foi adiada várias vezes. Numa das vezes, o Planalto informou que a reforma sairia depois da eleição para a presidência da Câmara, vencida pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 1º de fevereiro.Segundo o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), o adiamento do anúncio da reforma nesta semana foi justamente para evitar especulações de que o Planalto estaria interferindo na disputa pelo comando do PMDB. (Folha Online).
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Reeleito, Temer diz que PMDB terá terá 4 pastas [Em entrevista concedida ao jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, Temer disse que deve conversar com Lula ainda esta semana. "Eu creio que o presidente da República vai levar em conta, como leva sempre, o tamanho das bancadas, a potencialidade política de cada partido", comentou], (Veja Online).

AGRICULTURA: SAFRA RECORDE DE CANA-DE-AÇÚCAR


Brasil terá safra recorde de cana;


O Brasil deverá ter a maior safra de cana-de-açúcar de sua história. Será uma safra de recordes: 415 milhões de toneladas de cana serão colhidas e moídas no Centro-Sul (principal região produtora) ante 372,67 milhões da safra anterior. Ela vai permitir que a produção pule de 16,05 bilhões de litros de álcool para 18,57 bilhões.
Pesquisadores reunidos no 1.º Simpósio Brasileiro de Mudanças Climáticas, ontem, no Rio, vêem com cautela a expansão, por causa das implicações ambientais. O físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás, alertou para o risco de o País voltar a ser uma “monocultura da cana”. Apesar de emitir menos gases causadores do efeito estufa, o etanol da cana também produz gás carbônico ao ser queimado. (AE, Paraná Online, foto BBC Brasil).

REFORMA MINISTERIAL: AJUSTADA A "SEU" TEMPO...

Lula diz que reforma ministerial será feita no momento certo;

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que a reforma ministerial, adiada diversas vezes desde o início de seu segundo mandato, será feita no "momento certo"."Não tenho data. Acabei de ganhar um jogo com um time que está jogando. Eu posso fazer ajustes no ministério porque eu preciso fazer ajuste, porque eu quero fazer ajuste. Mas eu não tenho data, não tenho prazo, e não tenho imposição. No momento certo eu vou fazer com a maior tranqüilidade", disse ele apo's realizar exame médico no Instituto do Coração, em São Paulo. Lula também disse que a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil representou um "marco importante" no aprimoramento da relação entre os dois países. "Eu estou convencido que nós demos um passo extraordinário para que o álcool se transforme em commodity e que a gente possa ocupar um espaço importante no mercado internacional", afirmou. "Os Estados Unidos já têm uma decisão de que nos próximos anos vão introduzir 20% do etanol na gasolina. Isso é uma marca importante." Sobre a taxação do álcool brasileiro importado pelos Estados Unidos, o presidente Lula disse que "temos que brigar". "Não espere que ninguém ceda em um primeiro apelo. Não existe negociação aqui. Isso será sempre uma coisa de muita disputa, muita argumentação. Vai chegar o momento que vamos conseguir. Precisamos continuar brigando, precisamos continuar insistindo. Em algum momento essa corda vai quebrar e a gente vai poder então ter um mercado de comércio definitivamente livre", disse. Na visita ao Brasil, o presidente dos Estados Unidos descartou uma redução nas taxas impostas pelos americanos sobre a importação do etanol brasileiro. "Isso não vai acontecer, essa lei sobre as tarifas vai se estender até 2009. E quando chegar no fim deste período, o Congresso vai fazer alguma coisa", disse Bush. Bush e Lula assinaram memorando de cooperação para produção de biocombustível. De acordo com documento, representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos pretendem avançar na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias para biocombustíveis de nova geração. O presidente americano disse que planeja aumentar em mais de seis vezes o consumo de etanol (álcool combustível) de seu país até 2017. (Folha Online).

BUSH & LULA [in] "OS NOVOS COMPANHEIROS" (1a. parte)


A visita de Bush ao Brasil deu mais uma prova da distância que existe hoje entre o presidente Lula e o antiamericanismo do PT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar a noite do próximo dia 31 em Camp David, residência de campo dos presidentes dos Estados Unidos. Antes de Lula, apenas um presidente sul-americano, Fernando Henrique Cardoso, havia sido recebido em Camp David - pelo antecessor de Bush, Bill Clinton. Em pouco menos de um mês, será o segundo encontro entre Lula e Bush. "O fato de Bush convidar Lula para Camp David significa que ele quer passar a mensagem de que a relação entre os dois está tão boa quanto era a de Clinton e Fernando Henrique", diz Peter Hakim, presidente do Interamerican Dialogue, um dos principais centros de estudos das relações hemisféricas de Washington.
Na sexta-feira, Lula e Bush celebraram em São Paulo uma parceria para tornar o álcool combustível, o etanol, uma alternativa ao petróleo em todo o mundo. Durante a visita, Bush anunciou investimentos de US$ 1,6 bilhão em pesquisas na área de biocombustíveis. A assinatura do acordo do álcool foi marcada por marchas de protesto em todo o país, organizadas por movimentos de esquerda, com participação de dirigentes do PT e sindicalistas. Elas ganharam até um ar exótico, semelhante ao das manifestações européias, quando a jovem Janaína Bueno apareceu seminua, com os dizeres "Fora Bush" pintados no corpo. Protesto contra a visita de Bush na Avenida Paulista, em São Paulo. A aliança do álcool e o convite de Bush para Lula ir a Camp David contrastam com esse tipo de protesto e com as bandeiras antiamericanas que ainda continuam a ser levantadas por setores do PT e encontram eco em nichos do governo, embora não no Palácio do Planalto. Lula - ele mesmo, o ex-operário, o ex-sindicalista que metia medo nos empresários - está prestes a passar para a História como o presidente que mais fez pela aproximação entre Brasil e Estados Unidos desde que Getúlio Vargas obteve o apoio dos americanos para implantar a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a base da industrialização do país, em troca do apoio brasileiro à luta americana na Segunda Guerra Mundial contra o Eixo nazifascista. A parceria do álcool combustível pode significar para o Brasil um passo de envergadura semelhante, ou até maior, ao dado por Getúlio (leia o artigo Brasil - EUA). Potencialmente, ela pode representar no campo econômico uma nova era para todo o planeta, que busca alternativas energéticas ao petróleo e está a cada dia mais preocupado com o aquecimento global. É no mínimo curioso que esse passo seja dado por Lula e Bush. O primeiro é, dos últimos presidentes brasileiros, o mais atacado por ter adotado uma política externa supostamente antiamericana. O segundo, entre os últimos presidentes americanos, é visto como o mais próximo à indústria do petróleo e como um dos maiores responsáveis pelo agravamento do aquecimento global, por ter retirado o apoio de seu país ao Protocolo de Kyoto, de combate ao efeito estufa. "As relações do Brasil com os EUA têm sido favorecidas pela conjuntura internacional", diz o ex-chanceler Celso Lafer. "Do lado dos EUA, há uma disposição em não criar áreas de atritos desnecessários. Do lado do Brasil, há uma combinação muito própria de realismo e retórica que caracteriza o estilo do presidente Lula." A proximidade de Lula com um dos presidentes americanos mais odiados pela esquerda em todo o mundo faz sobressair, mais uma vez, as naturezas essencialmente diferentes de Lula e do PT. Enquanto dirigentes do PT e de movimentos aliados do governo, como UNE e MST, continuam a alimentar o antiamericanismo como base de seu pensamento e de sua ação política, Lula, no governo, rumou em outra direção, mais pragmática. A falta de sintonia entre Lula e PT não é exatamente uma novidade. Embora Lula goste de proclamar que presidente e partido são indissociáveis, a relação do PT com o governo sempre foi ambivalente. Um exemplo foram as críticas recorrentes de petistas à política econômica no primeiro mandato. O descompasso aumentou com a reeleição. A consagradora vitória de Lula foi ancorada em seu carisma, em sua capacidade de comunicação com os eleitores mais pobres e obtida a despeito dos problemas que os petistas lhe arrumaram - como no antológico caso do dossiê armado contra candidatos tucanos às vésperas do primeiro turno. Os cientistas políticos criaram um neologismo para batizar o descolamento de Lula em relação ao PT: "lulismo". "Lula governa independente do partido há muito tempo", diz Fábio Wanderley Reis, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Ele administra as diferenças e convive com elas", diz o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque. (ISTOÉ Online).
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(*) Caçador de mim (Milton Nascimento/Fernando Brant). Por tanto amor, por tanta emoção/ A vida me fez assim/ Doce ou atroz, manso ou feroz/ Eu, caçador de mim/ Preso a canções, entregue a paixões/ Que nunca tiveram fim/ Vou me encontrar longe do meu lugar/ Eu caçador de mim/ Nada a temer, senão o correr da luta/ Nada a fazer, senão esquecer o medo/ Abrir o peito à força numa procura/ Fugir às armadilhas da mata escura/ Longe se vai, sonhando demais/ mas onde se chega assim?/ Vou descobrir,/ O que me faz sentir/ Eu caçador de mim/.

POLÍTICA: O PLANO [B] DO PT (conclusão)

Partido já discute às claras uma estratégiade eternizar Lula no poder pela adoçãodo parlamentarismo;

O PT de Dirceu vem pressionando o Planalto para dar um ministério de peso para que Marta pavimente sua candidatura. Nas Cidades, por exemplo. Lula fechou o semblante quando soube que Marta já fazia planos para, nomeada ministra das Cidades, distribuir pessoalmente milhões de terrenos nas favelas das metrópoles. Poderia se tornar mais popular do que ele. Hoje, Lula se contorce para mantê-la longe de Brasília. O máximo que lhe ofereceu foi um tal Ministério das Minorias, fusão de três pastas simbólicas, onde trataria de direitos humanos, integração racial, mulheres e gays. Aí foi Marta quem torceu o nariz. Lula emite todos os sinais de que não quer ajudar o PT a construir um candidato petista para sua sucessão. "Tudo indica que o candidato de Lula chama-se Lula", aposta o cientista político Paulo Kramer, da Universidade de Brasília. "Até porque o PT não tem outro". E aposta: "A proposta do plebiscito não vai passar pelo Congresso". Há um ano, quando se planejava a campanha de Lula à reeleição, o presidente do PT Ricardo Berzoini encomendou uma pesquisa qualitativa sobre a imagem do presidente. Descobriu-se que o eleitor o via como uma espécie de ombudsman, o defensor do povo num governo ruim. Lula seria um homem bom, que tenta fazer o possível para que um governo de homens corruptos e incompetentes ajude os pobres. Enfim, aquela pesquisa detectou que o eleitorado estaria predisposto a adotar um sistema similar ao parlamentarismo, desde que o chefe de Estado fosse Lula – e o chefe de governo pouco importa, pode ser qualquer um. A adoção do parlamentarismo, em si, até poderia ser bom para o Brasil. A maior parte dos estudiosos do tema avalia que seja o sistema político mais democrático existente, o que mais acelera a redução das desigualdades e o desenvolvimento econômico. Vide o exemplo da Europa. Argumentam até que a principal república presidencialista do mundo, os Estados Unidos, em verdade teria um sistema presidencial-parlamentarista, com um Executivo e Legislativo interdependentes. Em teoria, também não haveria problema algum um país em construção, como é o caso do Brasil, rever uma decisão já tomada no Plebiscito de 1993 e, eventualmente, dar uma guinada parlamentarista. Mas o que se discute é o casuísmo da hora. A tese do parlamentarismo não está sendo levantada dentro do contexto da reforma política necessária – aí sim, seria uma discussão legítima. Está sendo patrocinada por figuras menores do petismo, que gostariam de se eternizar no poder. Dentro do PT, os costureiros são o deputado Devanir Ribeiro, metalúrgico da facção lulista, o deputado Cândido Vacarezza, porta-voz de José Dirceu, e o dirigente Rui Falcão, da sub-facção de Marta Suplicy. Outro que já aderiu a causa é o deputado Virgílio Guimarães, de Minas, que há dois anos tentou ser presidente da Câmara e provocou o desastre chamado Severino Cavalcanti. Segundo Devanir e Vacarezza, Lula seria um parlamentarista desde criancinha. No plebiscito de 1993, ele até teria defendido esse sistema nas conversas internas do PT, mas como o PT decidiu-se pelo presidencialismo, Lula, democrata que é, então se engajou de corpo e alma na defesa do presidencialismo. Mas agora, diante da realidade dinâmica dos fatos, Lula poderia se engajar de bom grado em outra tese. "Temos apenas que ter o cuidado de aprovar a reforma política antes do parlamentarismo", ressalva Devanir. "Isso poderia atropelar as discussões".O Brasil tem uma história golpes, notadamente os militares, aquele fenômeno que o cientista político Oliveiros Ferreira, da USP, chama de "longa noite hobbesiana' uma escuridão que durou século e meio, iniciada em 1821, quando as tropas do Exército no Rio de Janeiro obrigaram o príncipe regente Pedro de Alcântara a substituir o ministro da Guerra, e que se prolongaria até 1985, quando o último general-presidente do regime de 64, João Figueiredo, deixou o Palácio do Planalto pela porta dos fundos. Foram pelo menos 15 as intervenções políticas dos militares em momentos decisivos da história brasileira. A 16ª tentativa, a derradeira, quando então coronel-ministro César Cals pregou a prorrogação do mandato de Figueiredo para impedir que Tancredo Neves tomasse posse, não colou. Os deputados Devanir e Vacarezza são os César Cals do PT. Desde a redemocratização em 1985, não tivemos tentativas de golpes de Estado, somente dois casuísmosos cinco anos de mandato para José Sarney, e a reeleição para Fernando Henrique Cardoso. Parece que Lula também quer deixar sua marca negativa na história. (ISTOÉ Online).