PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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segunda-feira, junho 07, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] '' JABULANI ''

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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... OS 3 PODERES OU NENHUM...

SEÇÃO » Direto ao Ponto

As milícias comandadas pelos generais da banda podre só conseguem matar de rir

6 de junho de 2010

Em junho de 2005, dias depois de despejado da Casa Civil pelo escândalo do mensalão, o deputado José Dirceu incorporou o guerrilheiro de araque num encontro da companheirada em São Paulo e caprichou na discurseira beligerante: ”Vou percorrer o país para mobilizar militantes do PT, dos sindicatos e dos movimentos sociais”, preveniu. ”Temos de defender o governo de esquerda do presidente Lula do golpe branco tramado pela elite e por conservadores do PSDB e do PFL”. Passou as semanas seguintes mendigando socorro até aos contínuos da Câmara, teve o mandato cassado em dezembro e deixou o Congresso chamando o porteiro de “Vossa Excelência”.

Passados cinco anos, o sessentão que finge perseguir o socialismo enquanto corre atrás de capitalistas com negócios a facilitar tirou do armário a espingarda com balas de festim e declarou-se pronto para mais um combate que não travará. Ao saber da quinta multa aplicada ao presidente fora-da-lei, descobriu que a turma do golpe branco voltou à ativa e já se infiltrou no Tribunal Superior Eleitoral. “A direita está tentando usar o TSE para transformar o presidente Lula em refém, impugnar a candidatura de Dilma Rousseff e recuperar o poder”, informou. “O que os partidos conservadores estão fazendo é golpismo”.

No momento, Dirceu só comanda o regimento de mensaleiros que luta no Supremo Tribunal Federal para livrar-se da cadeia. Mas está preparado para liderar a contra-ofensiva dos milicianos do PT e dos movimentos populares se os adversários continuarem recorrendo à Justiça e se os ministros teimarem em aplicar multas que o multado paga com deboche. Convém ao TSE, portanto, promover o presidente a Primeiro Inimputável, esquecer os crimes que coleciona em parceria com a sucessora que inventou e deixar o casal em campanha delinquindo em paz.

Mas só garantir a candidatura da afilhada do chefe não basta, emendou o deputado Paulo Pereira da Silva, conhecido pela alcunha de “Paulinho da Força”, num encontro de representantes de centrais sindicais. O eleitorado poderá votar em qualquer concorrente, desde que seja Dilma Rousseff, avisou um prontuário que, em vez de abrir o bico em interrogatórios policiais, faz ameaças em comícios ilegais. “Como é que esse sujeito vai ser presidente da República?”, berrou Paulinho da Força. E se a proibição for ignorada por José Serra? “Vamos ter um conflito na sociedade brasileira com esse sujeito lá”, advertiu o orador que enriquece administrando simultaneamente a Força Sindical, o PDT paulista, um gabinete no Congresso e meia dúzia de ONGs malandras.

Ou o Brasil se dobra à vontade do Grande Pastor, estão advertindo os sacerdotes comparsas, ou a seita dos devotos de Lula tornará o país ingovernável. E que ninguém se atreva a acionar os instrumentos de defesa do Estado de Direito. Como informa a novilíngua do stalinismo farofeiro, usar a polícia para conter badernas é “repressão política”. Lembrar que, por determinação constitucional, figura entre as atribuições das forças Armadas a neutralização de ameaças à ordem democrática é coisa de golpista. Se alguém ousar desafiá-la, a companheirada convulsiona o país.

Convulsiona coisa nenhuma. Os profissionais da fraude estão apenas blefando, convencidos de que o País do Carnaval não conhece a diferença entre fato e fantasia. Qualquer torcida organizada de time de futebol mobiliza mais militantes que o PT. As assembleias sindicais são tão concorridas que uma reunião de condomínio. Sem as duplas sertanejas, os brindes e a comida de graça, as comemorações do 1° de Maio juntariam menos gente que quermesse de lugarejo. Os movimentos sociais morreriam de inanição uma semana depois de suprimida a mesada federal. Tropas formadas por milicianos sob o comando de Dirceu, Paulinho da Força e outros generais da banda podre só conseguem matar de rir.

O que espera o Ministério Público para apanhar a luva atirada pelos farsantes? O que há com o Judiciário que não paga para ver? A tibieza do TSE sugere que o blefe, concebido para que velhos oportunistas e esquerdistas psicóticos ganhem tempo, ganhem força real e vençam pela rendição sem luta, segue seu curso. Os ministros talvez se sintam intimidados pelas lorotas e bazófias do “presidente mais popular da história”. Deveriam convidar o colosso de popularidade a dar as caras também fora das pesquisas.

Desde a vaia do Maracanã, Lula só se apresenta para plateias domesticadas. Na sexta-feira, foi apupado por uma multidão indignada com o atraso do almoço gratuito. O filme sobre o Filho do Brasil deveria deixar bilionários os autores da ideia. Estão todos correndo atrás do prejuízo. Se Lula e Dilma fossem enquadrados pela Justiça, o brasileiro comum seria tão solidário com os punidos como um auditório de Sílvio Santos com o calouro reprovado pelo júri.

Em 25 de outubro de 1978, quando o resgate do Estado de Direito era apenas um brilho no olhar dos democratas garroteados pelo AI-5, o juiz federal Márcio José de Moraes condenou a União pela morte de Vladimir Herzog, assassinado três anos antes por agentes da ditadura. Mais de 30 anos depois, o sequestro do Estado de Direito ainda é só um brilho no olhar dos liberticidas e o governo não pode, por enquanto, recorrer a instrumentos de exceção, mas não apareceu nenhum juiz disposto a fazer, sem riscos, o que fez Márcio Moraes cercado de perigos reais e imediatos.

Para que a fantasia dos assassinos da democracia seja reduzida a frangalhos, só faltam juízes decididos a enfrentar, em nome da lei e da razão, um presidente que zomba dos demais Poderes e afronta a Constituição que jurou proteger.

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http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

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ELEIÇÕES 2010 [In:] REFAZENDA TUDO *

Brasil

O craque de 2010...

...pode não estar na Copa. Lula alavancou a candidatura
de Dilma Rousseff à liderança. Se ele continuar jogando
assim, elegerá sua sucessora – isso se não aparecer
uma zebra até lá


Diego Escosteguy

Leo Valle/Corbis/Latinstock
MUDANÇA DEMOCRÁTICA
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, empossa
o conservador Sebastián Piñera: sem populismo


VEJA TAMBÉM

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende se consagrar como o maior craque da história do Brasil. A promessa de Garanhuns estreou bem nos rachões do sindicalismo, brilhou no primeiro time do Partido dos Trabalhadores e foi vice três vezes – até que, em 2002, jogando no melhor estilo paz e amor, conseguiu mostrar a qualidade do seu futebol e se tornar presidente da República. De lá para cá, sua carreira vem subindo velozmente ao Olimpo onde pairam os mitos brasileiros. Apesar de ter sofrido uma breve má fase há cinco anos, quando flagraram metade do seu time no antidoping do mensalão, ele encontrou perseverança para ser bicampeão em 2006. Nos últimos tempos, embalado pelo relativo sucesso de programas sociais do governo e pelo bom momento da economia, Lula atingiu seu ápice: 80% dos brasileiros aprovam seu futebol. É no auge da era Lula, portanto, que se aproxima a copa da política brasileira: a eleição presidencial. Nela, como não pode concorrer, o presidente deveria atuar apenas como técnico da novata Dilma. Lula, porém, não tem nada de Dunga – e entrou em campo com tudo, dando diariamente chapéus na Justiça Eleitoral, carrinhos nos adversários e preciosos passes para a sua camisa 9.

Até o momento, o presidente, vá lá que sem muito fair play, está levando o time nas costas. Desde o fim do ano passado, quando Lula passou a jogar com afinco, Dilma vem crescendo lentamente nas pesquisas. A tal ponto que, nas últimas semanas, as sondagens mais confiáveis, como a do instituto Datafolha, indicaram um empate entre ela e o candidato tucano, José Serra. Ambos aparecem com 37% das intenções de voto – em dezembro, a petista aparecia com 26%, e o peessedebista flanava com 40%. Não há dúvida de que o crescimento da candidata petista se deve ao presidente, nem dúvida há de que ele será o dínamo político da campanha. A população gosta do presidente e está satisfeita com suas próprias condições de vida. Até março do ano passado, Dilma, apesar de ocupar o poderoso cargo de chefe da Casa Civil, era conhecida superficialmente por somente 53% dos brasileiros. À medida que foi sendo apresentada por Lula ao eleitorado, seja em discursos televisivos, seja em desavergonhados eventos eleitorais país afora, Dilma cresceu e apareceu, conquistando votos na mesma proporção em que se tornou conhecida. No jargão dos marqueteiros, isso se chama transferência de votos. Na linguagem do futebol, resume-se ao talento de Dilma para se posicionar na banheira e receber os passes de Lula. Somente no decorrer da campanha, contudo, será possível descobrir se a camisa 9 do PT sabe fazer gols, transformando intenções em votos.

É do resultado dessa incógnita que sairá o próximo presidente. As pesquisas e a sabedoria política sugerem o seguinte: se Dilma conseguir convencer os eleitores de que merece ser a sucessora de Lula (como tem conseguido até agora), ganhará a eleição; se falhar, a vitória provavelmente caberá a Serra. Aqui, porém, como bem sabe o presidente, vale o mais infame dos clichês futebolísticos: toda eleição é uma caixinha de surpresas. Para evitar um maracanazzo petista, Dilma segue com disciplina as orientações do professor – quer dizer, do presidente Lula e dos marqueteiros de sua campanha (veja o quadro). A estratégia petista depende do sucesso de três táticas: Lula convencer o eleitorado de que a vitória de Serra significaria um retrocesso para o país, Lula fazer muita campanha para Dilma e, finalmente, Dilma mostrar-se autêntica e confiável para os simpatizantes do lulismo. O último item é puramente subjetivo. Subordina-se aos múltiplos aspectos da personalidade da petista, ao modo como a índole dela se comunica com o eleitorado. Da busca dessa furtiva e intangível qualidade decorre, em larga medida, o trabalho dos marqueteiros.

"Não basta o Lula dizer que a Dilma é candidata dele. O eleitor tem de ouvir isso da Dilma, e sentir que confia nela", afirma o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília. Ou seja: o eleitor não elege postes. Na Colômbia, o presidente Álvaro Uribe deve fazer seu sucessor, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos. No Chile, entretanto, a presidente Michelle Bachelet, apesar de apresentar 80% de aprovação, não conseguiu que seu candidato lhe sucedesse – nesse caso, o candidato não era desconhecido como Dilma. A diferença entre os dois exemplos indica como o fenômeno da transferência não tem nada de cartesiano. O desafio de Dilma é paradoxal. Ela precisa ser conhecida como sucessora natural do presidente – mas deve fazer isso sem exageros, de modo a não esmaecer na sombra de Lula.

As recentes boas notícias para Dilma não espantam as preocupações dos coordenadores da campanha petista. Os principais temores deles concentram-se na possibilidade de ataques pessoais à candidata. O maior dos medos decorre da militância de Dilma durante a ditadura militar. Os petistas temem que a recorrente insinuação – sem fundamento, frise-se – de que a candidata pegou em armas possa causar danos desastrosos a ela. A preocupação resultou numa defesa preventiva, que foi ao ar no último programa televisivo do PT: a despropositada comparação de Dilma com o líder sul-africano Nelson Mandela, que ficou 27 anos preso por se opor ao regime segregacionista.

Nunca é demasiado o cuidado com esse tipo de pancada. As tão impalpáveis virtudes que os marqueteiros procuram ressaltar em Dilma podem dissolver-se com um ataque certeiro. Nas mais recentes eleições brasileiras, sobram exemplos de políticos destruídos por um deslize verbal ou um erro pregresso. Em 2002, dois candidatos ficaram pelo caminho. Roseana Sarney era favorita até a Polícia Federal descobrir um inexplicável montinho de dinheiro vivo nos escritórios da família. No auge da campanha, quando estava próximo de Lula nas pesquisas, Ciro Gomes chamou um eleitor de burro. Até mesmo a reeleição de Lula em 2006, que se mostrava tranquila, entrou em risco quando aloprados petistas em busca de dossiês foram presos com um inexplicável montão de dinheiro.

Dessa tormentosa saga de trapalhadas e baixarias que costumam acometer as campanhas no Brasil, extrai-se a lição da cautela. Como qualquer processo político, uma eleição se desloca como uma nuvem, na qual é difícil prever tempo ruim. Foram trovoadas desse tipo, aliás, que tiraram Dilma do banco de reservas – sucessores naturais de Lula, como José Dirceu e Antonio Palocci, queimaram-se em escândalos. O bom momento de Dilma se deve também à dificuldade de Serra e de Marina Silva, a candidata do Partido Verde, em encontrar um discurso que concilie a continuidade desejada pelo eleitorado com propostas que o seduzam. Ainda faltam quatro meses para as eleições. Lula, o Pelé da política, sabe que o jogo só acaba quando termina.

Fotos Mauricio Duenas/Corbis/Latinstock e Carlos Ortega/Corbis/Latinstock



SEMELHANÇAS
Na Colômbia, Juan Manuel Santos (à esq.) tem tudo para suceder a Álvaro Uribe: continuidade à vista.

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(*) REFAZENDA. Gilberto Gil (composição).
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ELEIÇÕES 2010 [In:] ''LIGAÇÕES PERIGOSAS'' *

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Dossiê afasta Pimentel da campanha de Dilma

Pimentel será isolado da campanha de Dilma


Autor(es): Agência O Globo/Maria Lima e
Fábio Fabrini
O Globo - 07/06/2010

Em meio à crise do dossiê, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel será afastado do comando da campanha da petista Dilma Rousseff, e o grupo de Antonio Palocci se fortalece. Veio de Pimentel a indicação de Luiz Lanzetta, responsável pela montagem de um suposto dossiê contra tucanos. Lanzetta deixou a campanha. O PT mineiro insiste em lançar Pimentel ao governo do Estado, mas a Executiva nacional deve vetar o nome dele e apoiar Hélio Costa (PMDB).

Supostos dossiês contra Serra complicam ex-prefeito de BH, que será empurrado para cuidar só da própria candidatura


ELEIÇÕES 2010: Ligação com Lanzetta enfraqueceu mineiro; presidente do PT e Palocci se fortalecem no comando

O afastamento do jornalista Luiz Lanzetta não será a única baixa no comando da campanha da pré-candidata petista Dilma Rousseff. Considerado um homem-problema não só por causa do episódio dos supostos dossiês contra o tucano José Serra e a vinculação com Lanzetta, mas também devido ao impasse na aliança com o PMDB mineiro, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel será isolado do núcleo duro da campanha. Com isso, se fortalecem no comando o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado Antonio Palocci (SP), que desistiram de disputar a eleição para ter exclusividade na coordenação.

A estratégia para afastar Pimentel sem alarde é empurrá-lo para cuidar de sua candidatura ao Senado ou, numa hipótese menos provável, ao governo de Minas. Ontem, o grupo do exprefeito insistia em lançá-lo como cabeça de chapa, o que a cúpula do PT rejeita. A avaliação reservada entre os petistas é que o braço direito de Dilma vai perder duplamente: seu posto na coordenação da campanha presidencial e a candidatura ao Palácio Tiradentes.

Hoje, a Executiva do PT deve desautorizar o PT mineiro e decidir pelo apoio a Hélio Costa, do PMDB, tendo Pimentel apenas como candidato ao Senado.

Nos bastidores, a direção do PT e o presidente Lula já não perdoavam Pimentel pela aliança em 2008 com o então governador Aécio Neves (PSDB), quando ele afiançou a candidatura de Marcio Lacerda (PSB) e, assim, pôs a prefeitura de Belo Horizonte no colo da oposição. Agora, a sua situação piorou muito por causa da crise do dossiê.

Palocci vai ficar mais forte’

Até mesmo aliados de Pimentel reconhecem que ele “foi trapalhão” na escolha de Lanzetta, pois entregou a um amador o núcleo de inteligência da campanha petista. Outro erro teria sido a aproximação com o empresário Benedito Oliveira Neto, proprietário da companhia de eventos Dialog, investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU).

De acordo com aliados seus, o afastamento de Pimentel do QG de Dilma vai ocorrer após as convenções partidárias do PMDB e do PT, marcadas para o próximo fim de semana.

A campanha oficial começa dia 5 de julho.

— O Palocci já é muito forte e vai ficar mais forte — admitiu o secretário nacional de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).

Amigo pessoal de Dilma desde os tempos da militância nos grupos de luta armada, o exprefeito conquistou a antipatia do grupo paulista da pré-campanha petista. Principalmente do coordenador de comunicação, Rui Falcão, e de Palocci.

Falcão — ao descobrir que Lanzetta estaria montando um grupo de espionagem, inclusive do grupo paulista na campanha, e que a operação teria tido o aval de Fernando Pimentel — teria cuidado de vazar as informações sobre a montagem dos supostos dossiês para queimar os dois integrantes do grupo mineiro internamente.

Mesmo com a confusão dos supostos dossiês, Dilma Rousseff tem resistido ao afastamento de Pimentel, apontado como o político mais próximo a ela dentro da campanha.

Mas, ainda assim, a situação dele é insustentável.

O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), do grupo de Pimentel em Minas, nega que o aliado político vá ser afastado da campanha por causa da confusão dos supostos dossiês.

Admite apenas que, se ele for candidato, haverá um afastamento natural.

— Se o Pimentel for candidato ao Senado, ele vai ter que cuidar da campanha dele. Já o Dutra e o Palocci não serão candidatos e poderão se dedicar à campanha de Dilma — disse Virgílio.

Antes do estouro do escândalo dos dossiês, Pimentel e seus aliados apostavam que, mesmo com a sua candidatura ao Senado, ele permaneceria no núcleo da campanha de Dilma. O que agora é praticamente descartado por companheiros petistas.

— Só vou me desligar da campanha da Dilma se for candidato ao governo de Minas.

Se for candidato ao Senado, vou acumular — dissera Pimentel há cerca de dez dias, na sabatina dos candidatos na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Aliados negam desgaste

Procurado ontem pelo GLOBO, Pimentel não atendeu às ligações.

Outros aliados seus negaram o desgaste e atribuíram o episódio do dossiê a uma reação dos tucanos à escalada de Dilma Rousseff nas pesquisas.

— Isso aí é especulação. O Serra está caindo, não consegue encontrar nenhum vice e agora está indo para o desespero.

Vocês sabem que quem entende de dossiê é o Serra — afirmou o presidente do PT de Minas, Reginaldo Lopes.

Após o desligamento de Lanzetta da campanha, uma nova empresa deverá substituir a sua firma, a Lanza Comunicação, e manter os jornalistas que já estão integrados à assessoria da pré-candidata petista.

Lanzetta anunciou seu afastamento sábado, após publicação de entrevista na qual o exdelegado da Polícia Federal Onésimo de Sousa afirma que foi convidado por Pimentel para uma conversa, no mês passado, mas quem o encontrou foi Lanzetta, que lhe teria proposto montar um grupo de espionagem.

O ex-prefeito nega que tenha proposto a conversa ou a autorizado. Lanzetta admite o encontro, mas afirma ter sido procurado por Onésimo.

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(*) TÍTULO DE FILME (1988).

ELEIÇÕES 2010 [In:] É MAIS ''CÔMODO'' DAR O PEIXE... (droga lícita...)

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DILMA TEM 43% ENTRE ASSISTIDOS PELO GOVERNO

DILMA BATE SERRA POR 43% A 33% ENTRE BENEFICIADOS POR PROGRAMAS SOCIAIS


Autor(es): Daniel Bramatti
O Estado de S. Paulo - 07/06/2010

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 43% das intenções de voto entre os eleitores beneficiados por programas sociais do governo federal, segundo a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O pré-candidato do PSDB, José Serra, tem 33%. No segmento não beneficiado, o tucano lidera, com 38% a 34%. (Págs. 1 e Nacional A4)

Dossiê. Ex-integrante da campanha de Dilma, Luiz Lanzetta disse que está à disposição para depor sobre reunião com arapongas.

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostra que auxílios federais, como o Bolsa-Família e o Prouni, chegam a 30% dos domicílios brasileiros; esse segmento do eleitorado está dividido entre a pré-candidata governista e os oposicionistas do PSDB e do PV

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem dez pontos porcentuais de vantagem sobre o tucano José Serra no segmento do eleitorado beneficiado por programas sociais do governo federal, segundo a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.

Dilma tem 43% das intenções de voto entre os eleitores que recebem auxílio governamental e Serra, 33%. Já no segmento não beneficiado, o tucano tem 38% contra 34%. No universo total de entrevistados, os dois aparecem empatados, com 37%.

O levantamento revela que os programas do governo federal chegam a 30% dos domicílios do País. O mais abrangente é o Bolsa-Família, que tem beneficiários em 22% dos domicílios. A seguir vem o Farmácia Popular, com 4%. Nenhum dos demais programas listados pelo Ibope teve mais de 1% das citações.

Os números mostram que a pré-candidata petista tem apoio significativo entre os atendidos por programas federais, mas, ao menos por enquanto, derrubam a tese de que esse grupo penderia de forma quase homogênea para o lado governista na eleição. Descontados os indecisos e os que pretendem votar em branco, esse eleitorado está dividido ao meio: metade fica com Dilma e metade com os dois principais candidatos de oposição: Serra e Marina Silva (PV).

Discurso. O fator desinformação pode ter peso significativo nesse quadro, já que entre os mais pobres é maior o porcentual de eleitores que ignora o fato de que Dilma é a candidata da situação. Para conquistar votos nesse segmento, Serra tem adotado o discurso de que manterá e ampliará o Bolsa-Família caso chegue ao Palácio do Planalto.

Atualmente, um terço dos eleitores de Dilma são beneficiados por algum programa governamental. No caso de Serra, esse grupo forma um quarto de seus simpatizantes.

Para mediar a influência do braço social do governo na eleição, o Ibope listou 13 programas federais e perguntou aos entrevistados se eles ou alguém de sua família são beneficiados.

O peso dos programas se revelou maior no Nordeste, região em que Dilma colhe seus melhores resultados na pesquisa lidera por 47% a 27%. Mas a influência da área social é menor no Norte/Centro-Oeste, outra região em que a petista está à frente de Serra, por 43% a 31%. Dos entrevistados que se declararam diretamente beneficiados pelo Bolsa-Família, por exemplo, 53% são do Nordeste, 28% do Sudeste, 11% do Norte/Centro-Oeste e 7% do Sul.

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DROGAS ''LÍCITAS'' [In:] ''É PROIBIDO PROIBIR" *

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Tabaco e álcool: vilões na legalidade

Álcool e tabaco entram na berlinda

Autor(es): Luiz Urjais Marcelo Fernandes
Jornal do Brasil - 07/06/2010

Apesar de terem o consumo permitido por lei, o cigarro e as bebidas alcoólicas não deixam de figurar entre as substâncias consideradas tóxicas, e muito menos de serem caso de saúde pública. Integrante da OAB lembra que morrem mais pessoas por causa do consumo excessivo de álcool do que pelo uso de drogas ilícitas. No caso do tabaco, doenças ligadas ao fumo terão vitimado mais de 10 milhões de pessoas por ano até 2030.

Especialistas lembram aumento do número de mortes pelo abuso de substâncias lícitas.

Quando se debate os problemas decorrentes do abuso de drogas ilícitas, surge sempre o questionamento daquelas substâncias legalizadas, mas que também são enquadradas na definição de tóxicos – notadamente a bebida alcoólica e o tabaco.

Coordenador geral da Comissão de Combate às Drogas da OAB-RJ, o mestre em Direito Rogério Rocco, pondera: – Uma colega da OAB fez um levantamento e concluiu que morre mais gente no Brasil de complicações resultantes do alcoolismo que do consumo de todas as outras drogas juntas.

Sobre o cigarro, uma pesquisa da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer aponta que o número de óbitos por ano causados por doenças relativas ao fumo será de 10 milhões até 2030. Já em relação ao álcool, um estudo do Ministério da Saúde mostrou que entre os anos 2000 e 2006, o número de mortes relacionadas ao consumo aumentou de 0,7 para 12,64 por grupos de 100 mil habitantes.

– O álcool altera a capacidade motora e a habilidade social. Sem contar o fator cognitivo, pois uma pessoa inteligente, bêbada, começa a falar coisas sem sentido. E ainda há as doenças decorrentes, como cirrose, e a destruição de células cerebrais – explica o médico Jorge Jáber, especialista em dependência clínica.

Segundo o conselheiro em dependência química Sergio Couto, o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central.

Ele funciona como um “abre-portas“ para deprimir a censura.

– Geralmente a pessoa diz “estou triste, vou tomar uma cerveja”, mas o que ela não sabe é que o álcool é uma droga que deprime ainda mais – explica o conselheiro.

No caso da maconha, Couto lembra um de seus piores efeitos: – Ocorre o que denominamos síndrome amotivacional, na qual a pessoa começa a se isolar e a não ligar para a aparência, por exemplo.

O antropólogo e membro do grupo Princípio Ativo (que organiza a Marcha da Maconha, em Porto Alegre), Rafael Gil, afirma que o debate vai além dos malefícios que o uso dessas substâncias pode causar. Segundo ele, debater sobre drogas ainda é um tabu em nossa sociedade e que, diferente de um remédio que possui uma bula de contra-indicações, não dá para generalizar os efeitos da substância nas pessoas.

– No momento em que for aberto um diálogo, será possível analisar não só os malefícios físicos das substâncias, como provocar a reforma das políticas públicas.

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(*) É PROIBIDO PROIBIR. Caetano Veloso (composição), 1968. III Festival Internacional da Canção. A título de memória, Caetano foi vaiado enquanto apresentava (cantava) essa música.
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''BEST SELLER''/AUTOAJUDA [In:] A DIFERENÇA ENTRE REMÉDIO E VENENO: A DOSE

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Salvem a autoajuda!

Ela perdeu o hífen, a linha... e a noção de ridículo


LUÍS ANTÔNIO GIRON
Revista Época
Luís Antônio Giron
Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA, escreve sobre os principais fatos do universo da literatura, do cinema e da TV.

A autoajuda está morrendo da cura, ou envenenada pela própria peçonha. Tornou-se a mais acabada manifestação do autoengano. Ela perdeu o hífen, a linha... e a noção de ridículo. Como se não bastasse, anda abrindo mão de seus baluartes mais notáveis. Autoajuda, ajude-se! Sim, porque você sofre de baixa autoestima e, ainda por cima, amarga uma fuga de cérebros.

Os fundadores da moda no Brasil já não querem ser chamados de gurus da autoajuda. Ficaram famosos e adquiriram tamanho prestígio que hoje atendem por pedagogos (Içami Tiba), neurolinguistas (Lair Ribeiro), psiquiatras (Augusto Cury, Roberto Shinyashiki), psicógrafos (Zíbia Gasparetto) e até mesmo romancistas (Lya Luft). O anseio pelo reconhecimento acadêmico e intelectual dos antigos pregadores abriu espaço para entrada em campo da segunda divisão do gênero, seguida pela terceira, a quarta e agora quinta. A autoajuda ainda vende, sobretudo junto ao público que tem aspirações à ascensão social – e é compreensível que isso aconteça com o ingresso das classes C e D ao universo acadêmico. Mas esse gênero literário já não possui o volume de consumo nem o glamour de antigamente, quando virar palestrante de empresa e vender livros na saída enriquecia professores universitários em fim de carreira e hordas de picaretas que podiam mentir até nos currículos.

Atualmente, a pegada da autoajuda se infiltrou em outras faixas literárias. Na ficção, a série Crepúsculo e os romances de Dan Brown são bons exemplos. Nos infantis e infantojuvenis, nem se fala: as crianças estão sendo tratadas como compradores de ideias ascensionais. As igrejas pentecostais formam pastores, apóstolos, bispos e bispas nutridos nos manuais de autoajuda – sopa no mel para a leitura da Bíblia, um texto poético e polissêmico que se presta a múltiplas interpretações. Os cabalistas, os escolásticos e os marxistas que o digam. Nesse sentido, até nos tratados filosóficos mais moderninhos a gente percebe a influência do estilo autoajuda. Os novos pensadores franceses, como Michel Onfray e André Comte-Sponville, preconizam doutrinas éticas aplicáveis a um mundo excessivamente relativista e, para convencer seu público, lançam mão da retórica da autoajuda. Não vendem livros, mas alimentam a universidade com seus textos de leitura digestiva.

Ainda restam nas derradeiras livrarias do mundo as estantes dedicadas à autoajuda. E é preciso enchê-las. Mesmo as listas de livros mais vendidos reservam um espaço a ela, em vez de alocá-la em não-ficção. Por quê? Porque justamente autoajuda não é nem ficção nem não-ficção. Pertence ao campo da doutrina, da metafísica para dummies. Abriga fábulas, apólogos, poemas, homilias e prédicas. Tudo para que o consumidor se sinta recompensado.

Por ausência de talentos, os editores têm buscado sabedoria fácil nas fontes mais abstrusas. Há três anos, até animais de estimação foram chamados a participar do espetáculo. E gatos e cães foram vendidos em volumes como se fossem herdeiros de Aristóteles e Maimônides. Não só isso: como se tivessem obtido pós-doutorado em Harvard e Oxford. Todos eles tinham “lições de vida” e “exemplos de simplicidade” a dar a nós, seres ambiciosos, apressados e consumistas. Na verdade, os bichos eram desculpas para seus donos destilar suas tolices. Os cães filósofos resultaram até em uma reportagem que redigi para Época. Achei graça e adorei escrever o texto porque ali estava a prova de que autoajuda não tinha mais cura e poderia sair de cena com o rabo entre as pernas. Não foi bem assim. Desde então, outros seres e personalidades foram chamadas a ajudar no mutirão de solidariedade à sustentação das chamadas “pílulas de sabedoria”. Agora estão na moda outros seres. Os cães foram substituídos pelos lobos. E uivaram à chegada dos vampiros, dos heróis homéricos, dos roqueiros e... dos espíritos. Todos com lições de vida a dar a você, estimado leitor.

Eu detesto livros que me ajudam a qualquer coisa ou se vendam por causa de suas supostas lições. Nunca fui bom em trabalhos manuais e de buscar redenção para minha consciência em literatura de cabeleireiro. Mas não sou parâmetro, eu sei. Mesmo assim, vou mencionar quatro títulos recém-lançados do modo mais neutro possível. Ouça os títulos e subtítulos. O primeiro é o mais pretensamente sério e se chama O filósofo e o Lobo – lições da natureza sobre amor, morte e felicidade (Objetiva, 214 páginas), de Mark Rowlands. No alto da capa, uma citação do Times Literary Supplement [e eu que assino esse periódico]: “Emociona, provoca e envolve o leitor: afirma vida”. Rowlands promete abençoar você com conselhos que valem mais que os R$ 50 do volume: “Às vezes é necessário deixar que o lobo dentro de nós se manifeste; silenciar a tagarelice incessante do primata. Este livro é uma tentativa de falar pelo lobo do único modo possível”. Ou seja: pela autobiografia do autor e de seu encontro com o lobo Brenin. Rowland trabalhou nisso por 15 anos. Tudo para escrever no final uma declaração de amor ao animal: “Espero que você não esteja se sentindo muito só. Sinto sua falta e sinto falta de ver seu fantasma de pedra todas as manhãs. Mas, se os deuses permitirem, nossa matilha brevemente estará de volta, para a aproveitar o interminável verão do Languedoc. Até lá, durma bem, meu irmão lobo. Vamos nos reencontrar em sonhos”. Sim, o autor levou 15 anos para encerrar sua obra com essa banalidade assustadora. A lição é de amor, e isso basta para nós, não é mesmo, leitor?

Pulemos para Norman Fischer, que se apresenta como “fundador do Centro Zen de São Francisco”. Ele vive em Miami e vive de dar palestras sobre criatividade e “temas inter-religiosos, meditação e resolução de conflitos”. Seu livro, De volta para Casa (Rocco,272 páginas, R$ 38) traz o seguinte subtítulo, que parece menos inútil que o do lobo: “Usando a sabedoria da Odisseia de Homero para navegar pelas ciladas e armadilhas da vida”. Bom, já de início, o autor faz aquela preleção budista, diz para esvaziar a mente e esquecer tudo, e assim recomeçar. Onde entra Ulisses? Ele demora a explicar. “Agora, desligue-se desse momento e comece a contar, para você mesmo a história de sua vida. [obviamente não vou fazer isso!] Mas não conte resumidamente, com uma distância dos fatos, onde era a sua escola, o que você fazia, com quem você se casou, datas de nascimento de seus filhos e assim por diante. [ele pensa que vou fazer isso mesmo? Poupe-me, Norman!] Represente seu caminho de vida indo de um desses momentos para o seguinte, escolhendo alguns poucos momentos da infância, alguns da adolescência [São Gautama me ajude!], alguns da juventude e mais adiante. Gaste tempo fazendo isso.” A ideia do autor é tornar oca a consciência, imaginar-se distante do lar. E aqui entra Ulisses. “Para regressar ao lar é preciso que nos joguemos no mar, assim como Ulisses, e nos rendamos a seus poderes e seus deuses. A jornada rumo ao lar não pode ser predeterminada. Não podemos sempre avaliar as tempestades causadas pelas mudanças das marés ou as calmarias do mar. Mas devemos zarpar em frente”. Vão, amigos, zarpem e me deixem aqui no Planalto de Piratininga com minha concepção de vida ranzinza.

Enquanto vocês singram os mares em busca da paz e da anulação absolutas, salto para outra obra. Se um herói grego não ajuda, quem sabe um roqueiro? O que Keith Richards faria em seu lugar – lições de um sobrevivente do rock’n’roll (Fontanar, 264 páginas, R$ 37,90), da jornalista Jessica Pallingon West. Ela jura que a banda The Rolling Stones virou uma “verdadeira religião” para ele, cujo profeta é Keith Richards – ele próprio, o guitarrista e o músico mais doidão dos Stones. Ela desfia os 26 mandamentos do “keithismo”, escrituras de um santo que sobreviveu a todas as adversidades, inclusive a glória, o reconhecimento mundial e a fortuna. Sim, um sofredor como Keith pode salvar sua vida. Diz o quarto mandamento: “Aceita os Rolling Stones como seu senhor metafórico”. Porque você pode reconhecer o Stone que há dentro de você. Você é essencial para a criação e a continuação de você mesmo. Afinal, “os Stones sempre devem procurar os Stones que estão dentro deles”, ensina Keih. Você não pode ser exceção. Ouça a voz da sabedoria: “Nunca passei mal no banheiro de ninguém. Considero isso o ápice da falta de educação”. Ele dá conselhos sobre tudo: carreira, dinheiro, mulheres, a firma, a essência do Mal, que para ele é o queijo: “Queijo é algo muito errado”, disse certa vez. E lá vem o messias Keith com uma visão sobre a vida após a morte: “Nunca recebi um cartão postal de alguém que se foi. Talvez não vendam selos lá em cima.” Você sairá da leitura iluminado pelo cinismo e um bom repertório de palavrões. Vamos ver no que dá. Tente primeiro e talvez eu o siga, querido leitor.

E, por fim, o quarto livro da série: aquele que cruzou a última fronteira para trazer de lá conselheiros de peso, ou sem peso. Trata-se de Assuntos pendentes - como os espíritos podem nos ajudar a viver melhor e superar medos, culpas e arrependimentos (Sextante, 258 páginas), do médium e produtor de TV James Van Praagh. Segundo a Newsweek, Praagh é uma versão americana de Chico Xavier, pois “mudou a vida de inúmeras pessoas, banindo o medo da morte e trouxe a pais desesperados o conforto da presença de seus filhos mortos... É impossível não se emocionar”. Praagh nos garante que está tudo bem, especialmente se você morrer. A “jornada mágica” da vida pode acabar, mas você não deve se preocupar. Pode ser que você que é mais burrinho ganhe até inteligência: “Assim que a alma chega a um plano mais elevado de existência, sua habilidade mental se torna muito ágil, e ela passa a ter imediato e total conhecimento dos que ficaram para trás. O espírito constata que sempre foi espírito, mas que teve experiências físicas enquanto estava na Terra. Ele não sofre como nós. Não existe mais dor após a morte”. Então está ótimo! Já que não há obstáculos, podemos saltitar felizes em direção ao Hades, onde nos espera um sorridente barqueiro. No capítulo final da obra, Praagh descreve uma sessão espírita em que uma família que morreu em um incêndio aparece e diz que não morreu de verdade, estão todos alegres no outro plano. Do lado de cá, além das duas filhas que sobreviveram, o cachorro Lucky, mascote da família dizimada, começa a latir. A mãe fantasma explica que Lucky as salvou, “porque vocês duas têm muito a realizar, especialmente ajudar e ajudar os que necessitam de apoio. Estamos mais vivos do que vocês!” Quando o fantasma parou de falar, Lucky latiu de novo. É como se Lucky dissesse: “Quando você for fiel a si mesmo e viver cada diz segundo a sua verdade, você encontrará a sua liberdade”.

Eis uma imagem perfeita para o estado atual da autoajuda: no fim dos fins, quando os mortos são evocados para salvar a situação in extremis, quem vem resolver a questão é novamente o cachorro. Esse gênero de literatura anda precisando de terapia urgente. Ou virar literatura fantástica de uma vez por todas.

(Luís Antônio Giron escreve às terças-feiras)

SENADO/BRASIL [In:] PIRATAS LEGAIS...

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Mais uma do Senado

Pirataria no Senado


Autor(es): Ricardo Allan
Correio Braziliense - 07/06/2010
Essa gente deveria legislar para coibir a prática de crimes, não se entregar a ela


Após se enredar em corrupção, improbidade administrativa, tráfico de influência, nepotismo, desvio de recursos públicos e outros crimes pomposos, o Senado fornece mais um indício da deterioração da qualidade dos homens públicos brasileiros. Dessa vez, um grupo de pelo menos 20 senadores é acusado de cometer um delito rasteiro: a pirataria. Eles são suspeitos de ter se apropriado de um livro escrito por um consultor legislativo. Segundo alegação do autor, inicialmente aceita pela Justiça, fizeram várias edições da obra na gráfica do Senado, puseram suas fotos na capa e a distribuíram país afora. Tudo sem o conhecimento ou autorização do escritor, que está processando a União para receber direitos autorais, numa conta que pode ultrapassar R$ 13 milhões.

Entre os acusados, estão dois ex-presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tião Viana (PT-AC), além de parlamentares de diversos partidos e estados: o primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), os líderes do DEM, José Agripino Maia (RN), e do PDT, Osmar Dias (PR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Lucia Vânia (PSDB-GO), Paulo Paim (PT-RS), Mário Couto (PSDB-PA) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS). Em decisão preliminar, a juíza Maria Cecília de Marco Rocha, da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, deu razão aos acusadores. Determinou a suspensão da edição e da distribuição do livro, além de sua retirada da página do Senado na internet.

“Os documentos evidenciam, até segunda ordem, que a obra foi indevidamente reproduzida por parlamentares, que nela anotaram seus nomes e inseriram suas fotografias, e disponibilizada no site do Senado (visitei a página e a obra ainda está disponível)”, escreveu a juíza em 9 de março. Ela reconheceu que, ao contrário do que argumentam os senadores e a Advocacia-Geral da União (AGU) em sua defesa, existem provas mais do que suficientes de que o consultor é autor do livro. Deferiu o pedido liminarmente para evitar a “perpetuação do dano”, com a possível distribuição do livro, em ano eleitoral, por outros parlamentares. A juíza estabeleceu uma multa diária de R$ 100 por descumprimento da determinação.

O economista Edward Pinto da Silva, que já foi secretário do Trabalho do Distrito Federal, se aposentou como consultor legislativo do Senado. Na época em que trabalhava no gabinete do então senador Henrique Santillo, em 1983, escreveu o “Manual do vereador”. A obra didática era dedicada a variados temas de interesse dos parlamentares municipais, passando pelas atribuições constitucionais dos vereadores, o processo legislativo, a redação de projetos, resoluções e pareceres e até a organização de fóruns comunitários. O livro é tido como referência imprescindível na área e já sofreu várias atualizações, com as últimas versões denominadas “Guia do vereador do terceiro milênio”.

“O manual tem uma aceitação extraordinária porque muitos vereadores recém-eleitos caem de paraquedas e não sabem fazer nada na Câmara”, diz um dos advogados do consultor aposentado, do escritório A.W. Galvão & Filhos. Alguns parlamentares, como o próprio Santillo, o então deputado Cunha Bueno, e o então senador Roberto Requião, pediram autorização para editar o livro e distribuí-lo nas suas bases eleitorais. Nesses exemplares, juntados ao processo, fica claro que a obra é mesmo do economista. Seu nome consta da ficha técnica como autor. Mais recentemente, o senador Demóstenes Torres (PMDB-GO) também foi autorizado por Silva a fazer edições, como ficou demonstrado nas ordens de serviço da gráfica do Senado.

Diante do sucesso do livro, Silva quis lançá-lo no mercado. Encontrou uma editora, que iria colocar a obra na praça a um preço de R$ 80 cada. A empresa desistiu na última hora, sob o argumento de que o texto estava, na íntegra, no site do Senado. O escritor, autor de vários outros livros sobre administração pública, garante que só aí percebeu o uso indevido da obra. Ao investigar, descobriu que o manual vinha sendo repetidamente impresso na gráfica do Senado. Os advogados já encontraram ordens de serviço de 132 mil exemplares sem o recolhimento de direitos autorais. Os parlamentares distribuem o guia para os vereadores de suas regiões, numa ação de marketing eleitoral.

Silva tentou receber administrativamente o dinheiro a que teria direito, mas a Mesa do Senado negou o pedido. O argumento, repetido na defesa feita pela AGU, é de que a elaboração do livro fazia parte das suas atribuições como funcionário do Senado, o que os advogados negam. “Ele é um autor conhecido na área. Sempre escreveu seus livros nos momentos de folga”, diz um deles. No entendimento da AGU, as cópias não autorizadas do manual não feriram a Lei 9.610, que protege os direitos autorais. Os advogados da União também argumentam que o trabalho de Silva foi apenas de atualização de um material originalmente escrito por Santillo. Para rebater essa alegação, o processo traz várias cartas atestando a autoria.

Uma delas foi escrita pelo então presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães (PMDB-SP). “Edward Pinto da Silva publica trabalho de indiscutível valia para a política e a administração dos municípios. É um roteiro seguro, traçado por mãos hábeis e de especializada erudição”, assinalou o deputado. Na apresentação dos exemplares distribuídos que mandou editar, o então senador Roberto Requião escreveu: “Agradeço a gentileza do Dr. Edward Pinto da Silva, (...), autor deste guia, em ceder os originais para que pudesse editá-lo, como agora o faço, e oferecê-lo aos vereadores do meu estado do Paraná”. A juíza preferiu acreditar nesses depoimentos, em detrimento dos argumentos da AGU.

Os advogados da União recorreram da decisão e o caso está em análise no Tribunal Regional Federal. Além da ação civil de indenização, a ser paga pelo contribuinte, os senadores estão sujeitos a um processo criminal, com base no artigo 184 do Código Penal, que prevê prisão de até um ano. A Lei de Direitos Autorais tipifica o que eles fizeram como contrafação. Em segredo, diversos consultores legislativos, ainda na ativa, torcem por Silva. De forma entusiasmada. Por um motivo simples: obras suas também foram usurpadas pelos senadores. Pelo que se sabe, isso é comum. Essa gente deveria legislar para coibir a prática de crimes, não se entregar a ela.

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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

07 de junho de 2010

O Globo

Manchete: Novo código prevê sentença única para casos iguais

Senado recebe amanhã anteprojeto que acelera processos na Justiça

O anteprojeto do novo Código de Processo Civil, que será entregue amanhã ao Senado, aposta na redução do número de recursos e na força da jurisprudência para dar mais agilidade aos processos judiciais. Elaborado por uma comissão de juristas, ele prevê que uma decisão dos tribunais superiores valerá automaticamente para milhares de ações do mesmo tipo. Isso reduzirá em 70% os chamados processos de massa - por exemplo, sobre cadernetas de poupança. "Com o novo código, uma decisão vai acabar com todas as outras ações", diz o ministro do Superior Tribunal de Justiça Luiz Fux, membro da comissão. Na 1ª instância, só será permitido um recurso. Já as custas de um recurso perdido serão pagas por quem o impetrou. (Págs. 1 e 3)

Dossiê afasta Pimentel da campanha de Dilma

Em meio à crise do dossiê, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel será afastado do comando da campanha da petista Dilma Rousseff, e o grupo de Antonio Palocci se fortalece. Veio de Pimentel a indicação de Luiz Lanzetta, responsável pela montagem de um suposto dossiê contra tucanos. Lanzetta deixou a campanha. O PT mineiro insiste em lançar Pimentel ao governo do Estado, mas a Executiva nacional deve vetar o nome dele e apoiar Hélio Costa (PMDB). (Págs. 1 e 4)

Dependência do petróleo é risco à economia do RJ

Com 18% da economia concentrados no setor de petróleo, o Rio pode ver sua indústria andar para trás por causa da dependência da exploração da camada do pré-sal. Estudo da Secretaria de Fazenda mostra que até a mão de obra especializada tende a migrar para o segmento, deixando à míngua outras atividades. A alternativa, aponta o estudo, é a criação de um fundo gerido pelo governo estadual, cujo papel seria amortecer flutuações do preço do petróleo. (Págs. 1 e 19)

Israel rechaça uma apuração independente

A proposta da ONU para uma apuração independente sobre o ataque ao navio turco, que deixou nove mortos, não foi aceita por Israel. EUA e França pressionam o governo de Benjamin Netanyahu a acatar a investigação. (Págs. 1 e 24)

Escola de Beira-Mar virou abrigo

A rígida escola municipal em Caxias onde Fernandinho Beira-Mar estudou hoje serve de abrigo para famílias sem teto, mostra mais uma reportagem da série "O X da questão", sobre os desafios de educar em áreas de risco. (Págs. 1 e 10)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Disputa por universidade pública é o dobro em SP

Quem se forma no ensino médio em São Paulo encontra a maior competição do país por universidade pública no próprio Estado. Há 14 alunos para cada vaga, o dobro dos outros Estados.

A disparidade é ainda maior nas universidades federais, informa Angela Pinho: são 70 egressos do ensino médio para cada vaga; no restante do pais, a média é de 11 estudantes por vaga.

O governo federal reconhece a distorção e diz que procurou corrigi-la com a ampliação do Prouni - que oferece vagas gratuitas em cursos privados - e da rede de universidades federais no Estado (no governo Lula, o número de vagas subiu 260% em São Paulo).

Para especialistas, a desigualdade prejudica não só os alunos mas também a pesquisa no Estado. (Págs. 1 e C1)

Gráfico
Concorrência nas universidades federais

Nº de alunos* por vaga no próprio Estado
Rio de Janeiro – 9
Minas Gerais – 11
Paraná – 16
São Paulo – 70
*Do último ano do ensino médio

Foto legenda: Menos cor no arco-íris

Contra o preconceito, a Parada Gay adota preto e branco e slogans políticos (Págs. 1 e C4)

Participante da parada, que reuniu 3,5 milhões de pessoas em São Paulo

PF infla conta de operações especiais com atos de rotina

A Polícia Federal tem inflado seus balanços de "operações especiais" com ações rotineiras, como blitz em empresas e fiscalizações em áreas indígenas.

Entre 2008 e 2010, período em que a PF diz ter realizado 580 operações, a Folha contou 94 casos que entrariam facilmente na lista de atividades corriqueiras. O órgão nega manipulação dos dados. (Págs. 1 e A10)

Brasileiros se dividem sobre perdão à tortura

Pesquisa Datafolha mostra que os brasileiros divergem sobre o perdão aos agentes da ditadura que torturaram presos políticos.

Pelo levantamento, 40% defendem a punição, 45% se dizem contrários e 4% são indiferentes. Outros 11% não sabem opinar. (Págs. 1 e A8)

Gustavo Cerbasi: Dívida para ter casa própria é escolha ingênua

Enquanto não tiver 40% do valor do imóvel, trabalhe bastante, estude para aumentar sua renda e viva em casa alugada. A hora de comprar chegará quando você perceber que pode quitar o imóvel em 15 anos. (Págs. 1 e B8)

Marina Silva: Após dois anos, os desafios são ainda grandes

Despeço-me da coluna reiterando minha convicção de que só a militância civilizatória da sociedade poderá nos levar a outro patamar de desenvolvimento, com justiça, respeito ao ambiente e aos direitos humanos. (Págs. 1 e A2)

Editoriais

Leia "Em romaria", sobre participação de candidatos em cultos religiosos; e "Herdeiros da arte", acerca de direitos de herdeiros sobre obras de artistas. (Págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Custo da eletricidade subiu 150% para indústria

Análise da Fiesp mostra que o custo do megawatt/hora passou de R$ 92 para R$ 230, em sete anos

A tarifa de energia elétrica cobrada das empresas no Brasil subiu 150% entre 2002 e 2009, superando em 83% a inflação. Segundo análise da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o preço do megawatt/hora saltou de R$ 92 para R$ 230. Julio Diaz, diretor da Fiesp, alerta que o preço nessas proporções "sufoca o setor" e, se nada for feito, "afetará a competitividade da indústria nacional". Ele destaca que o peso da conta de energia chega a representar até 45% do custo total industrial. As tarifas domésticas também estão muito elevadas, lembram especialistas. E, como o custo da produção industrial é repassado à mercadoria, o consumidor residencial é punido duas vezes: pela tarifa de energia alta e por produtos mais caros. (Págs. 1 e Economia B1)

Dilma tem 43% entre assistidos pelo governo

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 43% das intenções de voto entre os eleitores beneficiados por programas sociais do governo federal, segundo a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O pré-candidato do PSDB, José Serra, tem 33%. No segmento não beneficiado, o tucano lidera, com 38% a 34%. (Págs. 1 e Nacional A4)

Dossiê. Ex-integrante da campanha de Dilma, Luiz Lanzetta disse que está à disposição para depor sobre reunião com arapongas. (Págs. 1 e Nacional A6)

Foto legenda: Parada Gay com política e beijos

A 14ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo adotou um tema político este ano: "Vote contra a homofobia”. Mas a maioria foi lá para badalar, beijar, ver e ser visto. (Págs. 1 e Cidades C4)

Israel rejeita investigação da ONU sobre ataque

Israel rejeitou a proposta da ONU de abrir investigação internacional sobre a morte de nove ativistas da frota que, há uma semana, tentou furar o bloqueio à Faixa de Gaza. "Israel é um país democrático e tem o direito de investigar a si próprio", disse o embaixador Michael Oren. Para a Turquia, a rejeição equivale a uma admissão de culpa. (Págs. 1 e Internacional A10)

Donos burlam lei e poupam cães com leishmaniose

Proprietários de cães infectados com leishmaniose evitam o sacrifício dos animais e recorrem à importação de medicamentos ilegais. A ação é condenada pela Vigilância Sanitária, por não ter eficácia comprovada e não evitar risco de contaminação de humanos. Antes considerada uma doença rural, a leishmaniose se expandiu e hoje atinge 20 Estados. (Págs. 1 e Vida A15)

Novas coberturas de plano de saúde entram em vigor (Págs. 1 e Vida A17)

Reféns das Farc vivem drama do esquecimento (Págs. 1 e Internacional A13)

Terras do País valorizam-se até 687% em três anos (Págs. 1 e Economia B12)

Scott Wilson: Parceiro irritante de Obama

O dilema nunca foi tão patente como depois da operação militar israelense. Isso obriga Washington a exceções e compromete sua coerência (Págs. 1 e Internacional A12)

Notas & Informações: A modernização da Justiça

Após décadas sem se renovar, o Judiciário passa por veloz processo de modernização. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Safra terá R$ 100 bi de crédito e mais subsídios

Em seu último grande pacote de benefícios a empresários rurais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje, na sede da Embrapa, um novo plano de R$ 100 bilhões para amparar a produção agropecuária nacional.

O agrado aos ruralistas, um dos grupos mais refratários à presidenciável petista Dilma Rousseff, incluirá crédito de R$ 60,7 bilhões com taxas subsidiadas pelo Tesouro Nacional, juros
"negativos" de 6,75% ao ano em operações de custeio, reforço ao médio produtor com um novo programa (Pronamp), além de um amplo conjunto de incentivo a ações "verdes" no setor rural. Usineiros do Centro-Sul terão R$ 2,4 bilhões para estocagem e fruticultores do Nordeste ganharão incentivos especiais para elevar a produção. "O mais importante é que, mesmo havendo aumento de juros, a agricultura será poupada", afirmou o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ao Valor.

O novo Plano de Safra também terá a elevação dos principais limites de crédito individual e a ampliação da cobertura do seguro rural. Para evitar prejuízos eleitorais ao governo e a parlamentares aliados, o plano oficial não tratará da redução dos atuais preços mínimos de garantia - ao menos por enquanto, já que o Ministério da Fazenda insiste em diminuir os valores de referência para milho, trigo e feijão. A clientela dos produtores familiares, cuja inclinação política é mais favorável ao governo, já tinha sido atendida com R$ 16 bilhões em crédito, a maior parte subsidiada pelo Tesouro. (Págs. 1 e B12)

BC pode ser processado por penhora

Pronto e com a previsão de ser entregue amanhã ao presidente do Senado, o anteprojeto de lei do novo Código de Processo Civil atende aos pedidos de empresários e advogados quanto à penhora on-line de contas e bloqueio e bens de sócios para cobrir dívidas das empresas. O texto cria instrumentos que deverão ajudar a reduzir o tempo de tramitação dos processos na Justiça. Com 200 artigos a menos do que o código atual, a proposta institui em lei a possibilidade de o Banco Central responder por danos morais e materiais por penhoras on-line efetuadas além do valor da dívida. O sistema Bacen Jud, desenvolvido pelo BC, permite aos juízes localizar e bloquear valores em contas correntes de devedores condenados em ações judiciais. O projeto também contempla inúmeras demandas da advocacia como as "férias coletivas" para a categoria. (Págs. 1 e E1)

Bovespa e CVM vigiam autônomos

O agente autônomo André Luiz Garcia Barbosa e suas empresas perderam até R$ 20 milhões de investidores gaúchos. Processos judiciais dos prejudicados tentam cobrar perdas da contratante das empresas, a corretora Prosper. Argemiro Simões Neuber e sua empresa Anco lesaram clientes oferecendo supostos investimentos em futuros de café. A CVM não estabeleceu relação entre a Anco e a SLW, onde o agente autônomo começou suas operações. A dificuldade para atribuir responsabilidade em casos como esses motiva as regras mais estritas da CVM e BM&F Bovespa para a relação entre os agentes e as corretoras. (Págs. 1 e Valor Investe)

Com a saída da PT, Vivo deve incorporar Telesp

Considerado altamente provável, o acordo em negociação entre a Telefónica e a Portugal Telecom começa a ganhar contornos mais nítidos nas expectativas dos especialistas. Ao contrário do calculado até recentemente, hoje considera-se que a Vivo deve incorporar a Telesp.

Atualmente, a Vivo tem uma receita maior e também supera a Telesp em valor de mercado. A Vivo está avaliada em R$ 24,4 bilhões e a Telesp, em apenas R$ 17,6 bilhões. As margens, que durante muitos anos foram muito distantes, se aproximaram. A cobertura nacional está na empresa móvel, a Vivo, enquanto a fixa atua apenas em São Paulo - e hoje o crescimento do segmento de telefonia móvel ultrapassa em muito o da fixa. Por fim, a cultura competitiva também é mais presente no mercado das empresas celulares do que nas fixas. (Págs. 1 e D4)

STJ dá vitória à Price no caso da fraude no Noroeste

A Price saiu vitoriosa em uma das disputas envolvendo a milionária fraude no Banco Noroeste que se arrastam há mais de dez anos na Justiça. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu três auditores da companhia em um processo penal aberto contra eles por gestão temerária e omissão de informações.

Os outros cinco réus da ação, que respondem por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, ainda não foram julgados. Entre eles está o ex-diretor financeiro do banco, Nelson Sakagushi, a quem se atribui o desvio de US$ 242 bilhões do Noroeste, descoberto durante a venda do banco ao Santander, em 1998. Os ex-controladores do banco, as famílias Cochrane e Simonsen, já recuperaram parte do dinheiro e pedem na Justiça uma indenização à Price. (Págs. 1 e C8)

Rede de franquia de lavanderias 5àSec amplia operações na América do Sul (Págs. 1 e B5)

Subiram em 2009 as transferências de receitas aos municípios e sua carga tributária (Págs. 1 e B2)

Benefícios para pesquisa

A renúncia fiscal do Brasil para pesquisa e desenvolvimento pulou de R$ 220 milhões em 2006 para R$ 880 milhões no ano seguinte. Em 2008, ela praticamente dobrou, para R$ 1,54 bilhão. (Págs. 1 e A4)

Gastar ou cortar?

Cresce nos EUA o debate sobre a necessidade ou não do governo promover cortes nas suas despesas. Keynesianos defendem aumento dos gastos. (Págs. 1 e A9)

Sustentabilidade

Pela primeira vez no Brasil, 35 corporações de diferentes setores divulgarão para o mercado quanto emitem de gases do efeito estufa. (Págs. 1 e Especial Meio Ambiente)

Investimento em TI

Depois de investir US$ 36 milhões em três anos no desenvolvimento de produtos, a Perto, fabricante de equipamentos para automação bancária e comercial, prevê erguer nova unidade industrial. (Págs. 1 e B2)

Computador mais acessível

Os preços dos computadores caíram em média 5% nos primeiros três meses deste ano. A queda foi maior para os portáteis (notebooks e netbooks)- 19%. (Págs. 1 e B2)

Hering fora do Brasil

Os planos de expansão para as lojas da Cia. Hering incluem a abertura de pontos de venda nos países vizinhos. A Argentina é um dos alvos estudados. (Págs. 1 e B5)

Estradas de ferro ocupadas

Nas margens das ferrovias brasileiras há 327 invasões de moradias e comércio, segundo estudo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários. (Págs. 1 e B6)

Bombardier nos trilhos

Maior e mais rentável operação da Bombardier, a divisão de trens de passageiros quer expandir seus negócios no Brasil, onde só detém contratos de reforma de carros do Metrô de São Paulo. (Págs. 1 e B7)

Melhora na qualidade

O deságio aplicado ao café brasileiro nos mercados internacionais diminuiu 10,5% em maio, mostrando a valorização recente do produto. (Págs. 1 e B12)

Ações '"perdidas"

Milhões de brasileiros esqueceram que são acionistas. Só da antiga Telebrás, o número de acionistas perdidos chega a 5 milhões, estima o Bradesco, que assumiu a escrituração dos papéis das teles. (Págs. 1 e D1)

Ideias

Luiz Werneck Vianna
Vive-se na modorra do pensamento único, qualquer manifestação de dissonância soando como crime de lesa-majestade. (Págs. 1 e A6)

Ideias

Rafael Cortez e Bernardo Wjuniski
Dilma se beneficia do fato de os eleitores premiarem governantes que aumentaram seu bem-estar individual. (Págs. 1 e A11)
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