PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quinta-feira, janeiro 31, 2013

XÔ! ESTRESSE [In:] COPA, COPO e COPOM



























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EDUARDO CAMPOS [In:] PLANTANDO NOS CAMPOS DO "SENHOR"



PSB rejeita Renan com o aval de Eduardo Campos



Autor(es): Por Raquel Ulhôa | De Brasília
Valor Econômico - 31/01/2013
 

A decisão anunciada ontem pelos quatro senadores do PSB de rejeitar a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado teve aval do presidente nacional do partido, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, considerado potencial pré-candidato à Presidência da República. A posição foi tomada depois que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), outro presidenciável, defendeu que a bancada tucana feche questão contra Renan.
A reunião do PSDB será tomada hoje e, segundo o líder, Álvaro Dias (PR) - um dos primeiros no partido a criticar a candidatura de Renan pelo PMDB -, a tendência é de a bancada apoiar Pedro Taques (PDT-MT), com a confirmação da indicação de Renan pelo PMDB.
A nota do PSB não cita nomes, mas define o perfil do presidente que o partido quer para a Casa: alguém que "esteja associado, perante a opinião pública, a esse ideal de renovação" exigido pela sociedade do Congresso. Assinada pelos quatros senadores do PSB, a nota defende compromisso com a ética e critica a atuação do Senado, definido como "amesquinhado, enfraquecido, submisso até na sua relação com o Poder Executivo".
Até então, a oposição a Renan no PSB só havia sido manifestada pelo senador João Capiberibe (AP), adversário político de Sarney. Ele divulgou carta aberta com críticas à atual gestão e à escolha do líder do PMDB para presidir a Casa após o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ter divulgado longo manifesto com um diagnóstico duro da administração atual, de José Sarney (PMDB-AP), e propostas para mudar a conduta do Senado.
Eduardo Campos, até então, só havia demonstrado preocupação com a sucessão na Câmara dos Deputados, onde o PSB tem candidato próprio, Júlio Delgado (MG).
A atual líder do PSB, Lídice da Mata (BA), e seu sucessor nessa sessão legislativa, Rodrigo Rollemberg (DF), dizem que o partido respeita o direito do PMDB à indicação, por ter a maior bancada, mas criticam, principalmente, o processo de escolha - "clandestino", para Lídice, e "feito no subterrâneo", segundo Rollemberg.
Embora todo mundo saiba que o escolhido é Renan, o PMDB protelou a indicação até hoje, véspera da eleição da Mesa Diretora, e não houve debate de propostas. Mas a crítica mais ouvida no Senado é ao fato de o PMDB ignorar o desgaste que será causado ao Congresso pela eleição de um presidente cercado de polêmica e com o risco de se transformar réu em processo criminal - caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acate denúncia apresentada contra ele pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
A reunião da bancada do PMDB para confirmar a indicação de Renan acontecerá hoje às 17h. Somente ontem à tarde, após muita negociação, os senadores Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR) fizeram acordo, para evitar que o grupo chegasse rachado à decisão de hoje.
Em "nome da unidade" do partido, Jucá cedeu aos apelos de Renan e Sarney, e recuou da intenção de disputar com Eunício a liderança da bancada. Pelo entendimento feito, Eunício será o líder do partido e Jucá, segundo vice-presidente da Casa e vice-líder da bancada.
A solução pensada anteriormente - e aceita por Jucá- para que ele fosse o líder do Bloco da Maioria (PMDB-PP-PV) e Eunício, do PMDB, fracassou por impedimentos regimentais. Os argumentos foram usados por Eunício, que não aceitou o acordo. Atualmente, Renan acumula as duas lideranças.
O embate entre Eunício e Jucá estava criando uma crise interna. Aliados de Eunício diziam que, se não fosse cumprido o acordo para ele ocupar a liderança da bancada e houvesse disputa para a vaga, nada impediria o lançamento de outro pemedebista para concorrer com Renan à indicação para presidir a Casa.
Em nota divulgada após a realização do entendimento, a liderança do partido diz que "mais uma vez, o PMDB demonstra sua unidade interna que tem proporcionado ao Brasil um quadro de estabilidade política fundamental para os avanços sócio-econômicos".
A bancada pemedebista conta com dissidentes, como Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), que hoje fazem sua própria reunião com Taques, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF), entre outros que buscam alternativa a Renan.
Apesar das críticas e das ações políticas de partidos contra a escolha do líder do PMDB para presidir o Senado, a expectativa geral na Casa é de vitória dele amanhã. Até lá, seus oponentes trabalham para, no mínimo, reduzir seu favoritismo.
A eleição é secreta e vence o candidato que tiver maioria simples dos votos (metade mais um dos presentes, com quórum mínimo de 41 votantes). Diferentemente do que acreditava o grupo independente, que busca alternativa a Renan, no Senado não há segundo turno.
Ou seja, a estratégia de lançar dois candidatos independentes na tentativa de agregar votos e levar a disputa para um eventual segundo turno foi descartada. A previsão é que Randolfe abra mão e apenas Taques concorra com Renan, por ter mais apoios.
Pelo menos um senador do PMDB estará ausente na votação. Luiz Henrique (SC), com problemas de saúde, só retorna a Brasília após o Carnaval. Ele foi muito pressionado pelos independentes a disputar contra Renan, mas, sem apoio do Palácio do Planalto, recusou. Houve tentativas também de convencer Waldemir Moka (PMDB-MS), mas ele negou-se a criar uma disputa interna.
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SENADO. RENAN CALHEIROS. (Ele é o "cara")



Apesar das denúncias, Renan deve ter vitória fácil

Renan dá cargos, consolida apoios e deve vencer no Senado com ampla vantagem

Autor(es): Eugênia Lopes , Débora Bergamasco
O Estado de S. Paulo - 31/01/2013
Mesmo cercado por denúncias, a expectativa é de que Renan Calheiros (PMDB- AL) obtenha entre 55 e 60 votos e seja o sucessor de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. A eleição ocorre amanhã.

As dissidências deverão ficar entre 20 e 25 votos. Prevendo a vitória, Renan já acertou com os partidos o loteamento de cargos na Mesa Diretora da Casa.

Sucessão no Congresso.

Apesar de denúncias de irregularidades e da biografia manchada pela ameaça de uma cassação em 2007, peemedebista acatou pedidos de partidos para controlar Mesa Diretora e conseguirá retomar comando do Senado sem forte oposição Depois de sacramentar com os partidos o loteamento de cargos na Mesa Diretora do Se­nado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) entra na dis­puta amanhã pela presidência da Casa como o franco favori­to.

Mesmo sob denúncias, a es­timativa é que Renan obtenha entre 55 e 60 votos favoráveis à sua candidatura para suce­der José Sarney (PMDB-AP), atual presidente do Senado. Para se eleger, é necessário pe­lo menos 41 votos (maioria simples).

As dissidências deve­rão ficar entre 20 e 25 votos. "Ele (Renan) consegue se ele­ger tranquilamente, com uma grande folga de votos", afirmou ontem o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).

Os senadores Randolfe Rodri­gues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) reúnem-se hoje para decidir se manterão as duas can­didaturas alternativas ou se lan­çarão um candidato único. A ava­liação é que Taques tem mais chances de conquistar votos do que Randolfe.

A estimativa é que Taques ob­tenha entre 20 e 25 votos, caso saia candidato. Já Randolfe con­seguiria apenas arregimentar cerca de dez votos. Os tucanos ficaram irritados com Randolfe, que acusou o PSDB de ter feito acordo para sal­var o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na Comis­são Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira em troca de apoio à candidatura de Renan.


Liderança. 

Para consolidar sua vitória na eleição de amanhã, Re­nan trabalhou nos últimos dias para acabar com o racha em tor­no da disputa pela liderança do PMDB.

O senador Romero Jucá (RR) ameaçou disputar a lideran­ça do partido contra Eunício Oli­veira (CE). Essa divisão interna no PMDB foi encarada como um risco à sua candidatura. Afinal, o derrotado poderia se "bandear" para a can­didatura alternativa ou até se abster de votar. Eunício será ungido hoje co­mo novo líder do partido no Se­nado.

A fim de pacificar o parti­do, a estratégia de Renan foi vol­tar atrás e concordar em dar a 2.ª Vice-Presidência do Senado pa­ra Jucá. Esse cargo já havia sido oferecido ao PTB do senador Gim Argeílo (DF), que abriu mão e irá ocupar a 2.a Secretaria do Senado com João Vicente Claudino (PI).

O PTB também ganhou a presi­dência da Comissão de Infraestrutura, que ficará com o ex-pre­sidente e senador Fernando Collor de Mello (AL). No loteamento de cargos na Mesa empreendido por Renan coube ao PR ficar com a 3.ª Secre­taria. Para o cargo, será indicado João Ribeiro (TO) ou Magno Malta (ES). O ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), que já ga­nhou o troféu "motosserra" por promover desmatamento nas suas plantações de soja, será o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente.

Prefeitura da Casa.
Considera­da uma espécie de prefeitura do Senado, responsável por um or­çamento de R$ 3,5 bilhões para este ano, a 1.ª Secretaria deverá ficar a cargo do PSDB, provavel­mente nas mãos do senador Flexa Ribeiro (PA).

O cargo poderá, no entanto, ser disputado por um candidato "alternativo", caso os tucanos decidam fechar questão contra a eleição de Renan.

O argumento é que se os tuca­nos não respeitarem a proporcio­nalidade para a presidência do Senado também não é preciso respeitar a mesma regra para preencher a 1.ªa Secretaria.

Daí a dificuldade do partido de fechar questão contra a candidatura de Renan, mesmo depois de o sena­dor e presidenciável Aécio Ne­ves (MG) ter ido a público pedir a renúncia do peemedebista. Aécio.

O tucano defendeu a ma­nutenção do critério da propor­cionalidade nos cargos da Mesa Diretora - ou seja, a presidência cabe ao PMDB que, provavelmente, indicará hoje Renan para comandar o Senado pelos próxi­mos dois anos.

Com uma bancada de 11 sena­dores, atrás do PMDB e do PT, os tucanos têm regimentalmente o direito de ocupar a 1.a Secretaria do Senado. Já o PT, segundo maior partido do Senado, ficará com a 1.a Vice-Presidência a car­go do petista Jorge Viana (AC).

O PT garantiu apoio integral à eleição de Renan Calheiros para evitar confrontos com o PMDB.
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SÍRIA e ISRAEL.


Síria denuncia bombardeio de Israel


Correio Braziliense - 31/01/2013
 

O regime da Síria acusou a aviação israelense de ter bombardeado na manhã de ontem um centro de pesquisas militares próximo à capital, Damasco, cujas atividades se destinam a "elevar os níveis de resistência e autodefesa" do país. De acordo com a agência oficial Sana, que cita o comando-geral do Exército, o ataque deixou dois trabalhadores mortos e ao menos cinco feridos, além de "danos materiais consideráveis". O comunicado desmente informações que circulavam desde o início da tarde sobre um bombardeio israelense, na fronteira sírio-libanesa, contra um comboio que levaria armas supostamente destinadas ao partido xiita libanês Hezbollah, adversário frontal do Estado judeu e aliado ao Irã e ao regime de Damasco.
Porta-vozes do Exército libanês, citados pelas agências de notícias, haviam relatado que aviões militares israelenses foram detectados sobrevoando "intensamente" o território do país desde a noite de terça-feira. A confirmação de um "ataque direto" de Israel contra território sírio representaria um desafio ao regime de Teerã, que já anunciou publicamente a decisão de tratar qualquer ação bélica israelense contra a Síria como um ataque ao próprio Irã.
O episódio não foi comentado por autoridades de defesa em Israel, mas seguiu-se a uma advertência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, recém-reeleito, sobre os riscos representados pela "desintegração" do regime sírio e pelas relações do ditador Bashar Al-Assad com o Hezbollah e com Teerã, além do movimento islâmico palestino Hamas. Netanyahu e outros altos funcionários civis e militares ameaçaram reiteradas vezes interceptar "com os meios necessários" qualquer remessa de armas endereçado ao Hezbollah.
No último domingo, ao falar sobre "importantes ameaças à segurança do país", o primeiro-ministro referiu-se explicitamente ao risco de que "os inimigos" tenham acesso a "armas letais de uma Síria que está se desintegrando". Em particular, Netanyahu mencionou o arsenal químico e baterias de mísseis antiaéreos e antitanques. No ano passado, em uma rara aparição pública, o líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, enalteceu as "capacidades defensivas" desenvolvidas pelo braço armado do movimento e prometeu retaliar uma ofensiva israelense com ataques às principais cidades do Estado judeu.
Meia-volta, volver
O presidente do Egito, Mohamed Morsy, cancelou a escala que faria em Paris e interrompeu a visita que acabara de iniciar à Europa para retornar prontamente ao país, imerso em crescente crise política. Morsy, ligado à organização islamista Irmandade Muçulmana, encontrou-se em Berlim com a chanceler (chefe de governo) alemã, Angela Merkel. Falando à imprensa, ele descartou a opção por um regime teocrático ou militarista e comprometeu-se com a separação entre religião e Estado. Nos últimos dias, confrontos entre as forças de segurança egípcia se opositores do governo deixaram dezenas de mortos e levaram à decretação do estado de emergência em três cidades.
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PETROBRAS e GASOLINA {In:] PREÇOS PIROTÉCNICOS



Gasolina a R$ 3,04 - Tá caro? Pode aumentar mais...

Reajuste abusivo leva gasolina a R$ 3 no DF


Autor(es): » SÍLVIO RIBAS » ANA CAROLINA DINARDO
Correio Braziliense - 31/01/2013
 

Postos ignoram pedido do governo e elevam preço do produto em até 10% (nas refinarias, subiu 6,6%). Ministro considera o combustível "caro", mas não descarta mais reajustes. "Esse é o último da semana", disse.

Postos enfrentam o governo e repassam integralmente à clientela o aumento imposto às refinarias. Há casos de elevação de até 10%

Os donos de postos de combustíveis não se intimidaram e reajustaram ontem em até 10% os preços das gasolina e do diesel, apesar de o governo garantir que o aumento nas bombas poderia ser de, no máximo, 4,4%. A remarcação foi disseminada por todo o país, independentemente de a maioria dos estabelecimento ter estoques adquiridos com as distribuidoras antes do anúncio da elevação, nas refinarias, de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. No Distrito Federal, em boa parte dos postos, o repasse aos consumidores foi integral, mesmo a gasolina tendo 20% de álcool, que não teve correção. Com isso, o litro passou dos R$ 3, causando indignação em quem precisou encher o tanque.
"É um absurdo o que os donos de postos estão fazendo. Eles têm estoques comprados a preços mais baixos, mas já mudaram as tabelas porque só pensam em aumentar as margens de lucro", disse o militar Marcus Alves de Carvalho, 45 anos. No seu entender, o governo deveria agir com rigor para proteger os consumidores dos abusos cometidos pelos revendedores, uma vez que os combustíveis são essenciais no dia a dia das pessoas. O pior, segundo ele, é saber que não dá nem para trocar a gasolina pelo álcool, pois esse produto também está caro. O álcool só compensa se o valor nas bombas corresponder a, no máximo, 70% do gasolina. Atualmente, em pouquíssimas regiões do país isso acontece.
O reajuste dos combustíveis só não pesará mais no orçamento das famílias porque o governo antecipou a redução da conta de luz e o Banco Central está derrubando as cotações do dólar para baratear os produtos importados. Além disso, foram adiados os reajustes das passagens de ônibus e de metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro. De qualquer forma, o impacto na inflação em fevereiro será de pelo menos 0,2 ponto percentual. "Estou desanimado. O governo dá com uma mão e tira com a outra", afirmou o comerciante Celso de Oliveira, 32 anos, referindo à energia mais barata e ao aumento da gasolina e do diesel. "No fim das contas, vamos gastar mais", destacou.
Que o diga o empresário Amarilson Cardoso, 44. Segundo ele, os gastos mensais para bancar a família são tão elevados que chega a desanimar. Sobre o reajuste dos combustíveis, ele é taxativo: "Abasteço a cada três dias. Gasto, no mínimo, R$ 60 por vez. Isso dá mais de R$ 600 por mês. Pode parecer pouco, mas o aumento do litro da gasolina de R$ 2,85 para R$ 3,04 vai pesar", lamentou. Alexandre Menezes, gerente do Posto Sorriso, em Águas Claras, disse que não há muito o que fazer. "Todas as bombas tiveram os preços modificados assim que recebi a ordem do dono", informou. E se novos aumentos vierem, os consumidores não terão a quem reclamar.
FiscalizaçãoDiante das informações de aumentos abusivos nos combustíveis, de até 10% em São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fiscalizará os postos. "Embora o mercado seja livre, não aceitaremos nada que exceda o razoável", disse. Em nota, José Carlos Ulhôa Fonseca, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), informou que a entidade não se posiciona sobre os valores cobrados pelo varejo. "O preço final será determinado pelo reajuste a ser repassado aos postos, com a entrega de novos estoques pelas distribuidoras."
Segundo Telma Rodrigues, gerente de um posto da rede BR Petrobras, no Riacho Fundo, a ordem para o repasse integral do aumento da gasolina aos consumidores foi definida na noite de terça-feira, logo depois de o governo anunciar o reajuste nas refinarias. "Assim que cheguei ontem, soube que os preços mudariam", assinalou. Ela não soube explicar, porém, o motivo pelo qual a correção foi de 6,6% e não de 4,4%, como previa o Ministério da Fazenda. "Apenas recebi ordens para alterar os preços", disse.
Na avaliação do economista Heron do Carmo, professor da Universidade de São Paulo (USP), o aumento dos combustíveis era mais do que esperado. "Apesar de atrasado, o reajuste é positivo, pois resolve uma distorção antiga de preços, com efeitos benéficos não apenas para a Petrobras, mas também para as finanças das unidades da Federação", comentou. Para ele, os consumidores devem se acostumar, pois o petróleo está muito caro lá fora. "Não há como a Petrobras ficar acumulando prejuízos ao subsidiar os preços no país, pois precisa fazer investimentos para ampliar a produção e garantir a oferta de combustíveis", disse. Pelas contas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, desde 2006, a gasolina subiu apenas 6% nas bombas, já que o governo reduziu impostos em todas as vezes em que houve reajuste nas refinarias.
Para o corretor de imóveis Paulo Vargas, 28, não há como fugir dos preços altos da gasolina. Ele afirmou que, antes da remarcação, gastava R$ 150 por semana para abastecer o carro. "Vou ter que fazer as contas e ajustar meu orçamento. Tenho que trabalhar de carro. Não tem jeito", ressaltou. A servidora Elizabete Borges, 51, já tem, na ponta do lápis, quanto desembolsará a mais. "Em vez de R$ 180, agora gastarei R$ 200 por semana", disse "Está caro demais. E não temos para onde correr, pois todos os postos de Brasília têm o mesmo preço, é um cartel. Aí fica complicado", emendou.
O aposentado Edmilson Alves dos Santos, 67, admitiu que levou um susto ao conferir as bombas do posto no qual abastece. "Quando olhei os preços, fiquei abismado. Achei caríssimo. Mas acabei abastecendo o carro porque precisava ir ao médico", afirmou. "Ainda bem que não saio muito. Gasto R$ 100 por semana com gasolina. De qualquer forma, acho um absurdo", destacou.
Ações caem 5%

Os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) reagiram mal ao anúncio do aumento dos combustíveis nas refinarias, pois esperavam mais, de 7% a 10%. As ações da Petrobras despencaram quase 5% no pregão de ontem. Para Emerson Leite, analista do Credit Suisse, o reajuste da gasolina (6,6%) e do diesel (5,4%) não aponta uma direção clara para o caixa da estatal. “Aumentos individuais não mudam a avaliação de cautela, porque não resolvem a disparidade. A política de preço continua fora dos parâmetros de mercado”, observou.

Longe da recuperação

A correção dos preços dos combustíveis nas refinarias deve engordar o caixa da Petrobras entre R$ 6,9 bilhões e R$ 7,8 bilhões ao longo deste ano. Mas tal reforço não será suficiente para reverter as perdas acumuladas por causa da defasagem dos valores em relação ao mercado internacional. Em 2012, os prejuízos foram R$ 25,1 bilhões, quantia considerada irrecuperável. “A decisão do reajuste parece ter partido do princípio de que é melhor pouco do que nada”, frisou a analista da Concórdia Corretora, Karina Freitas.

BRASIL. CARNES e AGRONEGÓCIOS



Preços de frango e suíno batem recorde em janeiro



Autor(es): Por Luiz Henrique Mendes | De São Paulo
Valor Econômico - 31/01/2013
 

Ainda afetados pela severa estiagem que atingiu as lavouras de grãos dos Estados Unidos, os preços médios das carnes de frango e suína atingiram níveis recordes para um mês de janeiro.
Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o preço médio do frango inteiro congelado em São Paulo nos primeiros 28 dias do mês foi de R$ 3,94 o quilo, salto de 35,8% sobre janeiro do ano passado. Já a carcaça comum do suíno foi cotada, em média, a R$ 5,59 por quilo, alta de 32,7%.
Esses produtos ficaram mais caros mesmo na comparação com dezembro, mês de pico no consumo de carnes por conta das festas de fim de ano. No caso do frango inteiro congelado, o avanço foi de 1,5%, enquanto o preço médio da carcaça suína subiu 0,7%.
Ainda sem consenso sobre a direção dos preços de frango e suíno ao longo deste ano, analistas projetam um alívio moderado pelo menos nos primeiros três meses do ano. "O cenário de custos mais acomodados deve estimular a indústria de frango e suíno. De toda forma, o que podemos dizer categoricamente é que o primeiro trimestre está garantido", afirma César Castro Alves, analista da consultoria MB Agro. A avaliação é compartilhada por Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores. "Passamos por um período de declínio relativo dos preços dos grãos, o que deve levar a uma queda gradual dos preços das carnes". A RC Consultores estima que o preço médio do frango abatido destinado ao mercado doméstico cairá 10,8% ao longo de 2013, para R$ 3,90 o quilo.
Mas a projeções de queda não encontram total ressonância. Mesmo com uma aposta baixista, Alves se diz bastante receoso com a safra 2013/14 de grãos nos EUA, que começa a ser plantada em abril. "Não existe espaço para qualquer quebra. Além disso, o clima está muito esquisito e os meteorologistas não são enfáticos sobre o que vai acontecer", pondera o analista, que ainda trabalha com a hipótese de acomodação dos preços de milho e soja em seu cenário base.
Na opinião do economista Fábio Romão, da consultoria LCA, uma eventual redução nos preços dos grãos não será suficiente para evitar uma nova alta das carnes de frango e suíno e seus derivados. "Acho difícil reeditar um movimento como o do ano passado, mas vai ter uma alta acima da inflação", prevê ele.
Em 2012, o frango inteiro subiu 16,9% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para este ano, a LCA projeta uma alta de 7,5% para frango inteiro, 9,9% para o frango em pedaços e de 5,5% para a carne suína. A previsão está ancorada na valorização esperada para a carne bovina, concorrente direta dos produtos à base de frango e, em menor medida, de suínos. "Não são substitutos perfeitos, mas há uma relação importante com a carne bovina", afirma Romão, para quem o preço da carne bovina deve subir, em média, 6%.
Guilherme Melo, analista do Rabobank, faz análise semelhante. Segundo ele, as cotações elevadas de frango e suíno neste início de ano abrem espaço para aumentos de preço na carne bovina, especialmente se a forte demanda externa pela carne brasileira se confirmar ao longo do ano. "A oferta mundial está curta, com queda de produção nos EUA e na União Europeia", diz Melo. Nas primeiras três semanas deste mês, a média diária das exportações brasileiras de carne bovina foi 45,7% superior à verificada no mesmo intervalo de 2012.
Na contramão dessa avaliação, Castro Alves, da MB Agro, relativiza uma possível alta da carne bovina. Ele diz que o aumento das exportações não será capaz de anular a maior disponibilidade de gado no país, "a não ser que o Japão aumente muito as compras de carne bovina dos EUA e obrigue a Rússia a importar mais do Brasil". Caso contrário, diz, qualquer aumento de preços de frango e suíno seria limitado pela carne bovina.
Em meio a tantas incertezas, os analistas seguem atentos à influência que o setor terá para a inflação em 2013. Pela metodologia do IBGE, as carnes in natura (bovinas, de frango e suínas) têm um peso de 2,51% no IPCA.

BRASIL. INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

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Carta IEDI nº 556 – 

Produzindo o Futuro Industrial: A Nova Era Global de Crescimento e Inovação

...

O Relatório. 
O recém-lançado relatório da McKinsey&Company “Manufacturing in the future: the next era of global growth and innovation”, de 180 páginas, foi elaborado pelo Instituto Global da McKinsey (MGI) e pelo departamento de práticas operacionais em novembro de 2012. Seu objetivo é elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. O relatório resultou de 10 meses de análises macroeconômicas e pesquisas junto a líderes e profissionais especializados da empresa e associados. Para tal, realiza antes uma radiografia do setor na atualidade e das novas tendências. Através de um modelo de segmentação, a empresa consegue entender quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais, trazendo insights úteis tanto para os líderes das empresas quanto para as políticas públicas.


A Indústria da Transformação Continua Importante, Mas Sua Natureza Está Mudando. A indústria da transformação continua crescendo, a taxas de 2,7% entre 2000 e 2007 em economias avançadas e 7,4% em economias em desenvolvimento – que estão cada vez mais importantes no ranking dos maiores produtores mundiais. Dos gastos em P&D mundiais, até 90% são realizados na atividade manufatureira. Devido à sua alta competitividade, a parcela da indústria da transformação é duas vezes maior do que a do emprego na União Europeia (15) e três vezes nos EUA. Essa tendência deve continuar no longo prazo. 



Números da indústria de transformação em 2000:



- 16% do PIB global, 70% do comércio internacional;



- 62 milhões de empregos nos países avançados em 2000, 45 milhões em 2010 - ou 270 milhões globalmente em 2000, 300 milhões em 2010;



- Nos EUA, 30 a 55% dos empregos na indústria da transformação são de atividades do tipo serviços, sendo que 19 centavos de cada dólar produzido pela indústria destinam-se a serviços;



- 3 grupos industriais globais eram liderados pelos chineses e 2 pelos norte-americanos;



- déficit comercial das indústrias avançadas em bens trabalho-intensivos somava US$ 342 bilhões, mas o superávit em bens inovadores era de US$ 726 bilhões.



A McKinsey considera que construir o setor manufatureiro permanece sendo fundamental para o desenvolvimento nacional, aumentar o nível de renda e para prover as máquinas, ferramentas e equipamentos necessários para construir uma moderna infraestrutura e habitação. Não houve nação que se tornou rica sem se industrializar. Até mesmo a Índia, que é conhecida por se desenvolver apoiada no setor de serviços, paralelamente tem investido bastante na infraestrutura para apoiar o crescimento industrial e de sua produtividade.



A transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. A indústria da transformação é reconhecidamente o motor da dinâmica nessas economias, retirando populações agrárias da pobreza. Nas economias avançadas, os bens industriais são a expressão da capacidade de inovação e competitividade do país. O setor remunera altos salários e é o principal responsável pelo progresso técnico. Além disso, a relevância da indústria, à medida que o país se desenvolve, passa a ser principalmente seu potencial de alavancar a produtividade, as exportações e as inovações. A transformação industrial adquire também importância no que tange a redução dos níveis de consumo de energia e de recursos naturais.



É fato, também, que o papel da indústria de transformação vem mudando ao longo do tempo. Quando a economia atinge certo grau de desenvolvimento, em geral a parcela da indústria da transformação no emprego e no PIB chega ao seu máximo, passando, então, a decrescer a favor dos serviços (fato estilizado conhecido como curva do U invertido entre PIB per capita e parcela da indústria no PIB). Mas a separação entre serviços e indústrias está cada vez menos perceptível. 



Atualmente, até mesmo países no mesmo grau de desenvolvimento apresentam diferenças quanto ao peso da indústria de transformação no PIB, o que depende das políticas industriais e regulatórias, da importância do setor de recursos naturais na economia, do acesso e custo dos fatores produtivos, da demanda doméstica por bens manufaturados, dos desequilíbrios na balança corrente e do regime macroeconômico, destacando a política cambial.






A manutenção de um setor industrial vigoroso depende de alguns aspectos fundamentais, como acesso a mão-de-obra qualificada, com o menor custo possível, proximidade aos mercados demandantes, estrutura logística eficiente, disponibilidade de matérias-primas e energia a preços competitivos, proximidade a centros de inovação.


Box 1 – O sucesso da indústria de transformação na Suécia

A Suécia é um dos poucos casos de nações desenvolvidas em que a indústria da transformação manteve sua parcela no produto nos últimos 25 anos, com aumento da produtividade superior ao dos países avançados. O foco se voltou para setores de auto crescimento, como equipamentos de comunicação, veículos automotores e químicos. Mas todos os setores em geral cresceram muito, o que é atribuído às reformas após a crise dos anos noventa. Tais reformas incluíram a desvalorização da moeda e estabelecimento de padrões salariais nos setores de exportação, além da adesão à União Europeia em 1995 – o que contribuiu para a internacionalização de suas multinacionais. Logo, em 2007 apenas 10 empresas transnacionais contribuíam com 20% do valor adicionado total e 35% do crescimento da indústria de transformação sueca. Além disso, houve um movimento de ascensão na cadeia de valor rumo a setores de alta tecnologia, com investimentos em pessoal, por exemplo, bem superior aos outros países da União Europeia.
 


Em termos de comércio internacional, os bens manufaturados continuam dominando o cenário, representando mais de 70% do comércio de bens e serviços em valor. Nos países avançados, os serviços contribuem mais para o comércio internacional (23%, de acordo com a amostra selecionada no relatório) do que os países em desenvolvimento (13%, excluindo a China). Porém estes dados nada dizem sobre os bens intermediários importados que entram na produção dos bens industriais exportados – por exemplo, na China, subtraindo a importação de bens intermediários, as exportações industriais se reduzem pela metade. E ainda, fatores de produção do tipo serviços estão contribuindo na exportação de bens manufaturados. Por exemplo, em 2009, 81% das exportações de bens da Alemanha era de manufaturas (ou 32% do PIB), sendo que serviços e bens intermediários importados corresponderam a mais da metade desse valor. Já as exportações de serviços, que equivaleram a 7% do PIB, geraram valor agregado integralmente doméstico. Considerando esses pontos, a contribuição das exportações de serviços passaria a ser 13% do PIB, bem semelhante aos 15% das manufaturas. Portanto, as comparações de comércio internacional e produção doméstica devem se dar em termos das cadeias de valor. 



Nesse sentido, o relatório examina cinco grupos de atividades da indústria, que se diferenciam bastante no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os diferentes fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado. 



Os setores e os segmentos que cada um deles compreende são:



1)    De inovações globais para mercados locais: químicos, veículos automotores, outros equipamentos de transporte, maquinário elétricos, máquinas e equipamentos.



2)    Processamento regional: produtos da borracha e plástico, produtos fabricados de metais, alimentos, bebidas e tabaco, papel e impressões.



3)    Commodities intensivas em recursos naturais e energia: produtos da madeira, petróleo refinado e derivados, papel e celulose, minerais básicos, produtos baseados em metais.



4)    De inovação e tecnologias globais: computadores e equipamentos de escritório, semicondutores e eletrônicos, equipamentos de precisão, óticos e médicos. 



5)    Bens comercializáveis trabalho-intensivos: têxteis, vestuário, produtos de couro, móveis, joias, brinquedos, outros.






O primeiro grupo, de inovações globais para mercados locais, é o maior de todos, responsável por 34% do valor agregado na indústria de transformação global em 2010. São indústrias de média a alta intensidade em P&D, cujas competitividades dependem de um fluxo contínuo de inovações. Para minimizar custos de transporte, costumam se localizar próximas ao mercado consumidor, são bastante influenciadas por aspectos regulatórios (como padrões de segurança e qualidade) e acordos comerciais. O subsetor de químicos é o mais importante em termos de geração de valor agregado, enquanto máquinas e equipamentos é o que mais emprega. A China é o principal produtor desse grupo, seguida por EUA e Japão; as economias desenvolvidas correspondem a 60% do mercado. 



O segundo grupo, indústrias de processamento regional, representou 28% do valor agregado da transformação industrial em 2010, sendo o maior empregador em países avançados. Localizam-se próximas ao mercado consumidor e aos fornecedores de matérias-primas, com produção altamente automatizada, mas em geral, não intensivas em P&D e se destinam primordialmente aos mercados domésticos. O subsetor que gera maior valor adicionado e também é responsável por empregar mais trabalhadores é o de alimentos, bebidas e tabaco – sobretudo nos países em desenvolvimento. Os maiores produtores mundiais são China e EUA.



Para o terceiro grupo, das commodities intensivas em recursos naturais e energia, os preços das matérias-primas e da energia são fundamentais. Portanto, tentam maximizar a proximidade às fontes energéticas e aos mercados finais, devido aos altos custos de transporte. Estes bens equivaleram a 22% do valor agregado mundial de transformação industrial. O subsetor que mais contribui para a geração de valor agregado do segmento é o de metais básicos, enquanto o que mais emprega é o de produtos derivados de minerais. Os grandes países em desenvolvimento ricos em recursos naturais, como Brasil, Indonésia e Rússia concentram essas indústrias, mas o maior produtor é a China, seguido dos EUA.



Já o quarto grupo, de inovação e tecnologias globais, são dependentes das redes globais de produção e de geração de P&D, mas não necessitam se localizar perto de um mercado específico, tendo sua cadeia produtiva espalhada pelo globo conforme as vantagens de custos de cada etapa da produção. O grupo produz 9% do valor agregado mundial da indústria de transformação, sendo que os EUA é o principal produtor mundial, seguido da China. O subgrupo de maior peso é o de eletrônicos e semicondutores. 



E o grupo de mão-de-obra intensiva corresponde a apenas 7% do valor agregado da indústria da transformação global, são bens altamente comercializáveis e sua produção privilegia a proximidade à localidades de mão-de-obra abundante e barata, com infraestrutura de transporte disponível. Esse segmento costuma ser o primeiro a se desenvolver durante a industrialização dos países, para depois perder a importância gradualmente perante as outras indústrias. O principal subgrupo em termos de geração de valor agregado e de emprego é o de têxteis, vestuário e couro. A China é a maior produtora mundial.


Box 2 – Metodologia de segmentação da indústria de transformação

A classificação levou em conta seis aspectos que influenciam os custos, a inovação e a comercialização dos bens de cada indústria. No que tange o critério de custos, considerou-se a intensidade em capital, trabalho e energia. Para inovação, adotou-se a variável gastos em P&D sobre o valor adicionado. E para comercialização, usou-se um parâmetro para intensidade de comércio (medido por exportações sobre o produto industrial) e o valor sobre o volume exportado.

A principal base de dados foi uma amostra de 75 países disponível no IHS Global Insight, e também dados internos da McKinsey, da OECD e do governo dos EUA.




Observa-se que estes grupos estão espalhados pelos continentes seguindo certa lógica de especialização, de forma que os países avançados concentram os produtos globais de tecnologias locais, e os países em desenvolvimento, concentram os trabalho-intensivos. Por sinal, a competição nesse último segmento é acirrada e suscita frequentes intervenções internacionais no campo da regulação, principalmente da OMC. Por exemplo, o acordo da OMC sobre têxteis e vestuário em 2004 alterou bastante a distribuição espacial da indústria no globo, acelerando a realocação para localidades de baixo custo como China, Camboja, Vietnã, Egito e Paquistão.



A estrutura do emprego em países avançados está atualmente concentrada em bens de processamento regional (37%) e bens globais de tecnologias locais (30%). Aliás, esta última categoria é a mais importante também nas economias em desenvolvimento (28%), seguida por bens de processamento regional (26%). As indústrias de commodities e trabalho-intensivas representam maior parcela do emprego nos países em desenvolvimento do que nas economias avançadas.









Vale notar que, como dito anteriormente, a separação entre indústria e serviços está cada vez mais turva, nos EUA 37% do emprego na indústria é em atividades do tipo serviços. A parcela varia em cada grupo industrial, sendo 55% nos bens de inovação e tecnologias globais, 40% nos de inovação global para mercados locais, 31% em processamento regional, 31% em commodities intensivas em recursos naturais e energia, e 30% nos intensivos em mão-de-obra. De acordo com o relatório, a relocação de empregos do setor trabalho-intensivo para outros países apenas explica 20% das perdas no emprego da indústria de transformação entre 2000 e 2010, o restante se deveu aos ganhos de produtividade.



Assim, o papel da indústria de transformação na criação de empregos tem diminuído conforme se eleva o investimento das firmas em novas tecnologias para aumentar a produtividade. Além disso, as empresas têm procurado mão-de-obra mais qualificada, substituindo postos de trabalho na produção por atividades do tipo serviços. 



O crescimento do emprego no setor de indústria de transformação entre 2000 e 2010 (de 270 para 300 milhões) se processou totalmente nos países em desenvolvimento. Por outro lado, nas economias avançadas, o emprego na indústria de transformação vem se retraindo (com destaque para Japão e EUA) por conta também de fatores como realocação, automação, inovações tecnológicas e organizacionais e pelo próprio crescimento do setor de serviços. Até 2030, nessas economias, tal movimento deve continuar, de forma que o emprego da indústria de transformação se reduza dos atuais 45 milhões para 40 milhões. 



A propósito, a remuneração em serviços nas economias avançadas está se tornando tão boa quanto na indústria. Na média, a remuneração na indústria é superior à de serviços. Mas quando se agrupa cada setor pela intensidade do fator em cada atividade, resulta que a remuneração é similar nos dois casos. Assim a média industrial apenas é superior do que a de serviços porque a primeira apresenta maior peso dos setores altamente tecnológicos.  





Box 3 – A perda do emprego na indústria de transformação dos EUA

A McKinsey decompôs a queda do emprego na indústria de transformação norte-americana, demonstrando a contribuição de cada uma das forças abaixo para as perdas de quase 6 milhões de postos entre 2000 e 2010:

- mudanças na demanda doméstica (6%)

- mudanças na posição comercial líquida (20%)

- diferenças de crescimento de produtividade (70%)

- outros (4%).

Examinando por setor, especificamente na questão da posição comercial, as maiores quedas do emprego na indústria dos EUA foram em eletro-eletrônicos e têxteis e vestuário. De acordo com os cálculos apresentados no relatório, se o déficit na conta corrente fosse eliminado, as perdas no emprego industrial seriam recuperadas.
 


A conclusão é a de que os setores de indústria de transformação e serviços são altamente sinérgicos, ambos apresentam fortes efeitos de transbordamento e constituem fontes de demanda uma para o outro, de forma que o desenvolvimento mútuo é uma tendência evidente que continuará no futuro.



Novas Oportunidades em um Cenário de Negócios Mais Incerto. Após a crise de 2008, a economia global adentrou em um período de alta volatilidade e incerteza que tem sido particularmente desafiador. A lenta recuperação econômica mundial traz consigo uma série de tendências - algumas já em curso, outras novas - que reconfigurarão a indústria no futuro. 



A McKinsey analisa as novas tendências, enfatizando os aspectos principais da demanda, oferta, políticas e regulação, tecnologia e inovação, e risco e incerteza. A seguir, comentam-se com mais profundidade as tendências essenciais desses aspectos. 



a)    Demanda



A demanda está aceleradamente se deslocando para mercados emergentes 



Nos próximos 15 anos, mais 1,8 bilhões de pessoas pelo mundo farão parte do mercado de consumo (provenientes principalmente da Ásia e África) enquanto o consumo quase dobrará nesse mesmo período, somando U$ 64 trilhões. A tendência de globalização da produção continuará e o crescimento dos bens industriais continuará sendo puxado pelas economias em desenvolvimento, que representarão 70% do mercado em 2025 - sendo tão importantes enquanto demanda, como quanto fornecedoras da cadeia produtiva. Deve haver crescimento também das vendas por internet, tanto entre empresas e consumidores finais, quanto entre produtores de diferentes estágios da cadeia de valor. 



Observa-se que poucas multinacionais estão preparadas para essa transformação. Uma pesquisa recente da McKinsey junto às cem maiores multinacionais do mundo com matriz em economias avançadas revela que suas vendas nos países em desenvolvimento correspondem, em média, a apenas 17% do total. 



Maior fragmentação da demanda e customização



A tendência de proliferação de produtos para atender à fragmentação da demanda já está acontecendo. Esse fenômeno está relacionado ao anterior, já que os novos entrantes no mercado global terão diferentes necessidades a serem atendidas pelos produtos. Há que se considerar que mercados como Índia, Brasil ou China são extremamente diversificados, o que abre flanco para a proliferação de produtos. Também, nas economias avançadas, os consumidores demandarão mais variedade e produtos com ciclo de vida mais curtos, acentuando a tendência à customização. 



Por exemplo, no setor de automóveis, entre 2002 e 2011, a BMW ampliou seu portfólio de carros de 12 modelos para 22, reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 19%. A Ford ampliou sua linha de 71 para 81 modelos, também reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 6%. 



Crescente demanda por serviços relacionados à indústria de transformação



Mais e mais os produtos da indústria da transformação carregarão serviços em sua produção, especialmente nos mercados de business-to-business (B2B). Os serviços já correspondem até 55% do valor dos produtos, sendo particularmente representativos no setor de bens de capital. A crescente importância de serviços de maior valor agregado implica o aperfeiçoamento tecnológico e a proliferação de centros de inovação, não apenas nas atividades de alta tecnologia, mas em termos gerais. 



b)    Oferta



Crescentes salários em regiões de baixo custo



Espera-se que a maior riqueza e produtividade dos países em desenvolvimento acarretem em aumento dos salários. Entre 2000 e 2008, enquanto nos países avançados os salários cresceram menos de 1% ao ano, nos asiáticos o aumento foi superior a 7% ao ano. Na China e na Índia o custo unitário do trabalho expandiu 16% e 8% ao ano entre 2003 e 2010, respectivamente. Já a produtividade cresceu 14% na China e 17% na Índia. 



O incremento dos salários atinge especialmente os segmentos intensivos em mão de obra, de bens transacionáveis e as montadoras dos produtos de alta tecnologia. A solução mais comum, nas indústrias que a permitem, é a transportação da produção para regiões de menor custo. Mas esta possibilidade ficará cada vem menos viável. 



Escassez de talentos



Vislumbra-se maior escassez de técnicos para desenvolver e operar ferramentas e sistemas industriais, com elevação dos salários em regiões de baixos custos. Os cálculos da McKinsey apontam para a falta de mais de 40 milhões de empregados altamente qualificados em 2025, principalmente na China e outras economias em envelhecimento. Os trabalhadores com qualificação média também estarão “em falta”, enquanto os de baixa qualificação apresenta a demanda inferior à oferta. As profissões com maior déficit são engenharia, vendedores de comércio internacional e técnicos.



Uma pesquisa da empresa revelou que em 2011 quase 80% das indústrias japonesas reportaram a dificuldade de encontrar mão-de-obra altamente qualificada. Esse percentual é de 26% na Europa, Oriente Médio e África. Mesmo nos EUA, 43% das firmas de indústria de transformação investigadas revelavam ter vagas de alta qualificação disponíveis por longo tempo, sem que se encontrassem funcionários para as vagas. 



Preços de commodities mais elevados e voláteis



Os preços das commodities já estão em níveis altos, sem precedentes na história. E a expectativa é de contínua escalada, pois a demanda deve crescer de 30% a 80% nos próximos 20 anos. A razão fundamental é o ingresso de mais chineses e indianos aos mercados, com aumento do consumo diário de calorias. 



E ainda, a volatilidade dos preços também deve aumentar, o que pode ser repassado para preços principalmente no segmento de firmas globais mas atuação local, como alimentos, bebidas e tabaco (onde a matéria-prima corresponde a até 65% do custo total) ou a de aço (70 a 80%). Esse componente pesa negativamente na decisão de investimento em capacidade produtiva, por isso deve-se encontrar soluções inteligentes para contornar os riscos associados.



Maiores custos de transporte e gargalos logísticos



Essa tendência está associada com o crescimento dos mercados, principalmente nos países em desenvolvimento – em que ocorrem paralelamente processos de acelerada urbanização. Mesmo as economias avançadas têm dificuldade em lidar com o maior volume de trocas de bens, tanto que nos EUA o tráfego rodoviário cresce 3% ao ano – ao passo que a capacidade se eleva 1%.



O peso desse custo é particularmente oneroso em produtos de baixo valor agregado. É por isso que empresas como a P&G, IKEA e Emerson estão regionalizando suas operações em praças próximas aos mercados consumidores. 



c)    Políticas e regulação públicas



Persistência de políticas comerciais restritivas



Recentemente, os fluxos de comércio crescem a taxas mais de duas vezes maior do que a do crescimento da produção mundial, em um contexto onde as redes de negócio estão se tornando mais complexas. A Europa e os EUA deixaram de ser os principais polos, isolados, do comércio mundial – pois o trânsito de mercadorias e negócios na Ásia vem progressivamente aumentando. 



O comércio mundial disparou, também, incentivado pela queda de barreiras e redução de tarifas, de um lado, e pelo aumento de mais de 5 vezes dos acordos comerciais entre 1980 e 2010, de outro. Mas políticas como a de conteúdo nacional continuam sendo bastante utilizadas, facilidade de financiamento, subsídios etc. As intervenções são comuns nas indústrias correlatas à energia e aos recursos naturais. 



Contínuo declínio dos impostos sobre as empresas.



Os impostos sobre as empresas já vinham caindo desde os anos oitenta, como por exemplo, na França, Alemanha e Reino Unido – onde eram de cerca de 50% e hoje são inferiores a 30% (média OCDE é 23%). As taxas mais elevadas são nos EUA, que em 2012 eram de 39%, seguido do Japão (38%), França (30%) e Índia (32%).



Há casos em que os países reduziram as taxas seguindo políticas industriais de fomento de segmentos industriais específicos. Mas dificilmente somente este fator justifica a escolha de um local para a implantação de uma fábrica.



d)    Inovação e tecnologia



Inovações em materiais, em design de produto e processos produtivos



Espera-se, também, uma forte onda de inovações em materiais (como biotecnologia, nanotecnologia e compostos de baixo peso – como fibra de carbono), tecnologias da informação, processos produtivos e operações da indústria da transformação (por avanços da robótica, de visualização dos bonecos de produtos, additive manufacturing - das impressões em 3D – e a indústria de transformação “verde”). Esses avanços colaboram para elaboração e escolha de protótipos, dos sensores e da chamada “internet das coisas”. 



Haverá maior engenhosidade nos processos e acabamento dos produtos para diminuir uso de recursos e monitorar a cadeia de valor. Nesse ponto se enquadra a questão do uso de matérias-primas, cujas fontes estão mais disputadas. Por isso, as inovações como o shale gas nos EUA, são fundamentais para mudar os custos relativos de energia – conferindo grande vantagem competitiva às indústrias que acessam os novos recursos. Por exemplo, de 1990 para cá, o custo da automação diminuiu 40 a 50% dos custos de trabalho nas economias avançadas. O setor automotivo, em 2010, adquiriu cerca de 33 mil robôs industriais, e o de eletrônicos 31 mil. 



e)    Riscos e incertezas



Volatilidade da demanda



O ambiente internacional, de acordo com a McKinsey, apesentará mais riscos e incerteza do que o atual, tornando-se mais complexo. A combinação de rápido crescimento do consumo global, com fragmentação de demanda e resultante proliferação de SKUs, crescentes demandas para investimentos em bens de capital devem aumentar a volatilidade da demanda mundial no futuro.



Algumas indústrias, como semicondutores e eletrônicos, estão acostumados com a rotina de produtos de ciclos de vida curtos; mas outras como a aeroespacial, automóveis, máquinas e equipamentos estão mais expostas aos ciclos de negócios relacionados a fatores externos como o regime macroeconômico e a política industrial.



Volatilidade do preço das commodities



Como dito anteriormente, além dos altos patamares que os preços das commodities alcançaram nos últimos anos – e que devem continuar se elevando nos próximos, a tendência é maior volatilidade. Por exemplo, na última década, a volatilidade de produtos como petróleo, trigo, cacau e o PET (polietileno tereftalato) superou a média em mais de um desvio padrão. A principal causa é a maior correlação entre os preços dos recursos naturais, de forma que um choque de oferta em um deles afeta mais rapidamente o preço dos outros. 



Além disso, inovações continuamente contribuem para a reorganização das estruturas de mercado das commodities. Um exemplo é o shale gas, cuja tecnologia está impactando a geração, transporte e exportações de energia, concorrendo com o carvão, a hidroeletricidade, o petróleo e até mesmo a energia nuclear e eólica.



Flutuações cambiais



A taxa de câmbio é um fator primordial para a competitividade e os resultados financeiras das indústrias. Tanto é que a internacionalização das empresas japonesas após meados da década de oitenta se deveu, em grande medida, à valorização contínua do iene após o Acordo de Plaza em 1985. O câmbio afeta principalmente as indústrias de alta tecnologia e as empresas domésticas de processamento, como alimentos. 



Empresas do setor automotivo, máquinas e equipamentos têm usado a sua pegada global para se proteger contra tal volatilidade, aprofundando sua internacionalização e participação nos mercados locais. 



Riscos da cadeia produtiva



Dada a intensificação da complexidade das cadeias produtivas globais, a habilidade em administrar os riscos relacionados se constituirá num fator competitivo crucial. Nas palavras do CEO da Caterpillar, “na nossa indústria, o executivo que melhor administra a cadeia produtiva provavelmente será o competidor mais bem-sucedido ao longo do tempo” (McKinsey, 2012, p. 99). 



De acordo com pesquisas da McKinsey, executivos de diversas empresas globais afirmam que administrar cadeias produtivas tem se consolidado uma atividade mais frequente e 82% deles acreditam que os riscos associados à cadeia produtiva das empresas devem aumentar nos próximos cinco anos. Esses riscos afetam todas as indústrias, principalmente as mais globais.



Riscos de localidade



Desastres naturais que geram perdas tremendas como terremotos, tsunamis, inundações etc. têm aumentado desde 1980 a uma taxa de 3%, de acordo com estatísticas de seguradoras. Esses acidentes tornam as indústrias globalizadas mais vulneráveis, não apenas por causa das suas cadeias produtivas interconectadas, mas também porque em alguns casos o fornecimento de matérias-primas é concentrado em uma só região. 



Incertezas quanto aos custos e acesso ao capital 



Nos últimos 30 anos os custos de capital convergiram na maior parte dos países, com finanças globalizadas e taxas de juros de longo prazo menores. Um dos fatores principais para tal declínio foi o menor investimento em infraestrutura e maquinário, que globalmente decaiu de 26.1% do PIB em 1970 para 20,8% em 2002.



O capital barato fez com que as empresas não priorizassem tanto a eficiência nesse fator. Porém, inevitavelmente quando o crescimento da economia internacional se firmar novamente e o custo do capital se elevar, tal questão se tornará mais relevante. Projeta-se uma demanda por capital em 2030 recorde na história, com o agravante de que a poupança global não acompanhará o ritmo desse crescimento. Então haverá um cenário de maior escassez de capital e taxas de juros mais elevadas. As empresas terão, então, de melhorar a eficiência e a gestão desse recurso. 



Implicações para as empresas multinacionais



Esses desafios e oportunidades tendem a transformar os processos empresariais de busca de novos mercados e fornecedores, de expansão da produção e da sua pegada tecnológica. Em termos de segmentos, as decisões estratégicas quanto a cada tendência serão ponderadas pelos diferentes desafios em que cada um deles precisa se concentrar, a saber:






As empresas terão de literalmente recriar suas estratégias, sendo chave os seguintes requisitos:



a) “Granularidade”: as indústrias precisam conhecer bem o contexto produtivo e mercadológico, desenvolvendo uma visão altamente detalhada e granular dos novos requisitos do mercado para traçar estratégias apropriadas de negócios. 



Primeiramente, as empresas deverão entender a dinâmica dos seus segmentos produtivos, atentando-se para as novas tendências, de forma a adquirir e sustentar vantagens competitivas. Em segundo lugar, deverão também ter uma visão granular dos segmentos de seus clientes, para identificar e customizar produtos e estratégias. Terceiro, as empresas precisarão combinar essa visão granular com operações granulares. Não apenas os fatores de arbitragem nos custos da mão-de-obra serão privilegiados, mas a produtividade total dos fatores. Além disso, o planejamento deve ser aprimorado, deixando de contar apenas com previsões pontuais, evoluindo para projeções de cenários. Nessa empreitada, o uso de grandes bancos de dados será bastante relevante, melhorando as resposta das empresas às demandas dos seus clientes, e também de suas operações e utilização do maquinário em geral.



b)  Agilidade: a nova era será marcada por empresas muito ágeis e interconectadas, que utilizam a informação e análises disponíveis em muito maior escala tão bem quanto empregam talentos e maquinário avançado para trazer aos diversificados mercados globais bens e serviços de alta qualidade. 



A busca por processos de produção mais enxutos deve continuar, sendo a maior produtividade um objetivo fundamental para manter-se competitivo, de forma que o empenho em consolidar, simplificar, reduzir ineficiências nas operações das empresas deve continuar e expandir para outras áreas, destacando a produtividade nos recursos. Por isso o gerenciamento de dados, sobretudo em uma era de rápido progresso da tecnologia da informação, é um eixo estratégico muito relevante para as empresas do futuro. 


Box 4 – Método para aumentar a agilidade da empresa

A McKinsey propões uma metodologia de quatro passos para conferir maior agilidade aos processos produtivos e de decisão: preempção (escolha de procedimentos que evitam descontinuidades operacionais), detecção (de problemas e oportunidades), fortalecer reação (criando claros direitos e procedimentos decisórios e de intervenção), capturar oportunidades (habilidade de efetivamente usar a volatilidade para ganhar vantagens competitivas).



c)    Adotar novas abordagens e capacidades: as empresas precisarão aprender novas formas de gerar ideias de negócios, contando cada vez mais com seu ecossistema de fornecedores e parceiros comerciais. Utilizarão uma abordagem baseada no desempenho de todos os fatores para elevar a produtividade.



A competitividade estará muito além de meros ganhos de arbitragem sobre custos do trabalho, precisando considerar todos os fatores envolvidos na produtividade total dos fatores: trabalho, capital, transporte, talentos de liderança, materiais e componentes, energia, políticas de comércio e regulação. Os empresários deverão assumir compromissos de maior responsabilidade em um cenário de maior risco, e para isso precisarão realizar investimentos diversos e ágeis, traçando um planejamento dos investimentos de longo-prazo condizente com as transformações em curso na demanda. A diversificação do portfolio será importante para tornar cada decisão estratégica menos crítica, menos permanente e mais fácil/ menos custosa de reverter.



d)    Investir em mudança organizacional e formação de talentos: para operar num ambiente mais complexo, com agilidade e granularidade, as empresas precisam remover barreiras organizacionais e construir novas capacidades e mentalidades de negócio. Para tal empreitada, precisam de empregados com as habilidades certas.



Implicações para o setor público



Do lado do setor público, será preciso encarar o setor industrial não apenas como um grande empregador, mas também como crucial para a elevação da produtividade, das inovações e da competitividade. Deve-se levar em conta que a indústria carrega um grande setor de serviços associados, cada vez mais relevantes na produção doméstica e também no comércio exterior. Além disso, as cadeias produtivas ficarão mais complexas, de forma que as políticas industriais precisam ter amplo conhecimento dos segmentos das indústrias e das interconexões existentes. 

Uma prioridade para política, neste sentido, é a educação e a qualificação da mão-de-obra, tanto em termos sociais e públicos, quanto no âmbito das empresas, para ampliar a capacidade da nação de pesquisa e desenvolvimento – o que requer maior aproximação entre o setor público, privado e as instituições de ensino.

Em termos práticos, o relatório propõe um modelo de elaboração de políticas públicas que conta com os seguintes estágios:

i)    Realizar o benchmark da posição competitiva no contexto das novas tendências: é preciso entender o ponto de partida do país, os custos de fatores, as novas demandas dos mercados; apoiar inovação – com suporte à pesquisa, criação e difusão; administrar os riscos e colaborar com o setor privado de maneira ágil.

ii)    Estabelecer objetivos e alinhamentos: em termos econômicos, tecnológicos, sociais. É preciso ser realista e envolver todos os agentes relacionados a cada objetivo.

iii)    Escolher a política certa para a tarefa: há quatro categorias de políticas, com diferentes graus de intervenção. A primeira é a imposição de regras e direcionamentos, a segunda é a construção de viabilizadores dos objetivos, a terceira é a coordenação de intervenções localizadas e a quarta é ser o principal agente.

Nesse sentido, o quadro abaixo apresenta exemplos dessas quatro categorias de políticas em diversos países, por segmento industrial.


iv)    Monitorar o progresso das políticas e corrigir desvios.

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25 de Janeiro de 2013 - nº 556