PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, maio 14, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] AMA-ZON[I]A












GOVERNO LULA: POLÍTICA INDUSTRIAL/2008

Governo põe R$ 21,4 bi na indústria
Depois de meses de expectativa e ajustes de última hora, o governo lançou ontem no Rio sua nova política industrial, voltada a estimular exportação, investimento, pesquisa e inovação. Batizado de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), o programa está baseado em renúncias fiscais de R$ 21,4 bilhões até 2010, fim do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PDP também inclui a aceleração dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)à indústria e aos serviços, que deverão totalizar R$ 210 bilhões de 2008 a 2010. Esse valor exclui os crescentes financiamentos à infra-estrutura pelo banco de fomento. Outro componente da PDP são as medidas de barateamento das linhas do BNDES, ao custo de R$ 350 milhões ao ano. O novo programa foi lançado com pompa e circunstância na sede do BNDES, com a presença de Lula, 11 ministros, dez governadores e uma longa lista de empresários. Em seu discurso, Lula disse que "investir, exportar e inovar são as nossas metas nesse momento de virada". O objetivo mais amplo da PDP é "consolidar o crescimento de longo prazo da economia brasileira". O programa visa especificamente a "preservar a robustez do balanço de pagamentos brasileiro", sustentando "uma taxa elevada de expansão das exportações" e criando "condições favoráveis à atração de um maior volume de investimentos externos diretos". Em entrevista coletiva após o lançamento da PDP, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou: "Temos um programa de desenvolvimento para valer, que não é fantasia, um desejo do governo, mas sim uma realidade que vai sendo posta em prática". Já Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, disse que o Estado volta ao papel de coordenador, planejador e indutor do desenvolvimento "pela primeira vez nos últimos 30 anos". A PDP é a segunda iniciativa de política industrial do governo Lula - a primeira foi em 2004. Uma diferença fundamental entre as duas políticas é que a PDP é fortemente estruturada em um sistema de metas. Esse arcabouço se divide em "macrometas", ou "Metas-País", referentes a taxa de investimentos, gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e exportações; e metas para os programas específicos da PDP. Segundo Miguel Jorge, é um plano "com metas claras, responsabilidades definidas e gestores responsáveis". Outro aspecto em que a nova política industrial se distingue da anterior é a ênfase nas iniciativas sistêmicas - ou seja, aquelas que buscam melhorar a competitividade do conjunto de setores e empresas (e não de setores e empresas específicos) com medidas fiscais e tributárias, de financiamento ao investimento e à inovação, e de garantia de segurança jurídica. Fernando Dantas, Estadão, 1405.

PF/MINISTÉRIO PÚBLICO [In:] A MÁFIA DAS OBRAS ["EmObras"]


Procuradoria denuncia 61 no caso da máfia das obras

No universo político, como se sabe, quase tudo está à venda. Excetuando-se a mãe, que não tem valor de mercado, vende-se de benefícios em licitações à honra pessoal.
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De raro em raro, em ações às vezes marcadas pelo fortuito, o Ministério Público e a Polícia Federal, jogam um facho de luz sobre um ou outro corruptor pé-de-chinelo. Chegou a vez de Zuleido Veras (foto), da Gautama. Amigo de Renan Calheiros, chapa de José Sarney, Zuleido (que nome!) fora pilhado, em 2006, no comando de uma máfia especializada em desviar verbas de obras públicas. Agora, foi denunciado à Justiça. Junto com ele, o Ministério Público encrencou na denúncia outros 60 personagens. Quem percorre a lista de acusados tropeça em nomes filiados a siglas partidárias e vão de um extremo a outro do espectro ideológico –do socialista PSB ao liberal DEM.
Entre os denunciados estão: o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), alçado à Esplanada de Lula por indicação de José Sarney (PMDB-AP); Teotônio Vilela (PSDB), governador de Alagoas; Jackson Lago (PDT), governador do Maranhão; João Alves Filho (DEM), ex-governador de Sergipe; e José Reynaldo Tavares (PSB), ex-governador do Maranhão. Como há governadores envolvidos, a denúncia teve de ser protocolada no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o foro adequado para julgá-los. A peça do Ministério Público relaciona uma penca de crimes.
Por exemplo: formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, fraudes em licitações e crimes contra o sistema financeiro. O empresariado nacional costuma reclamar do que chama de “custo Brasil”. Queixa-se dos portos ineficientes, das estradas esburacadas, da burocracia governamental, disso e daquilo. Mas cultiva um estrepitoso silêncio em relação ao “custo pilhagem”, que inclui, além de propinas e de financiamentos eleitorais obscuros, a sonegação descarada de impostos. A iniciativa privada sustenta há décadas o conveniente discurso de que o Estado é o grande vilão do descaminho do empreendimento brasileiro. Estudo da Fiesp estima em R$ 26,2 bilhões o custo médio anual da corrupção no Brasil.
O que a nata do empresariado se exime de dizer, porém, é que, do outro lado do balcão de malfeitorias, encontra-se a mão do próprio empresariado. Qualquer análise das estatísticas oficiais sobre educação, saúde e segurança pública permite verificar os efeitos do “custo ladroagem”. Recaem, naturalmente, sobre a bugrada. Os responsáveis pela rapina matriculam os filhos em escolas privadas, passam longe das macas do SUS e erguem muros altos em torno de seus condomínios fechados. Enquanto os holofotes forem seletivos, toda indignação será à toa. A pilhagem vai continuar.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 1405. Foto Folha-matéria.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

14/maio/2008
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JORNAL DO BRASIL
- O Ministério Público Federal denunciou ontem 61 envolvidos no esquema de fraudes de licitações públicas, comandado pelo empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama. Entre os denunciados estão o empresário, os governadores do Maranhão, Jackson Lago, e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau. (Págs. 1 e A5)
- Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff, é citada em depoimento por André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, como a autora do dossiê com informações sigilosas do governo FH. (Págs. 1 e País A7)
FOLHA DE SÃO PAULO
-Sem apoio de Lula, Marina se demite
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou sua saída do governo em caráter "irrevogável". Na carta de demissão, ela atribuiu a decisão a dificuldades para conduzir a agenda ambiental do governo - sem o apoio do presidente Lula, Marina já não via condições de permanecer na função. No ministério, Marina colidiu com outras áreas do governo, como a Casa Civil, chefiada por Dilma Rousseff. Ela sofreu pressões para apressar a concessão de licenças ambientais para obras do Programa de Aceleração do Crescimento e perdeu a disputa pela liberação de lavouras transgênicas de soja, à qual era contrária.
Ao associar a alta do desmatamento ao avanço de pastos e plantações de soja, a ministra foi atacada por governadores e pelo ministro Reinhold Stephanes (Agricultura). Na quinta passada, ela foi informada de que a coordenação do Conselho Gestor do Plano Amazônia Sustentável ficaria com o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. Lula reagiu com irritação ao fato de Marina ter apenas comunicado sua saída. O presidente convidou para a vaga o ex-governador do Acre Jorge Viana; Carlos Minc, secretário do Ambiente do Estado do Rio, é sua segunda opção. (págs. 1 e Brasil)
- Ao final do primeiro mandato de Lula, já estava claro que seu governo não merecia Marina Silva. Era a única a defender que o desenvolvimento econômico não pode ser obtido a qualquer preço. Foram muitas as batalhas perdidas, como transgênicos e desmatamento. O trator pilotado pelo Ministério da Agricultura e teleguiado da Casa Civil restringiu ainda mais seu espaço. (pasg. 1 e A9)
- Quase um ano após a Operação Navalha, da PF, que apontou esquema de fraude em licitações, o Ministério Público Federal denunciou 61 ao Superior Tribunal de Justiça, entre eles o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e os governadores Jackson Lago (MA) e Teotônio Vilela Filho (AL). O esquema, diz a Procuradoria, era chefiado pelo empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama. Lago, Vilela e a defesa de Veras contestaram a denúncia; Rondeau não foi achado. (págs. 1, A 10 e A11)
O ESTADO DE SÃO PAULO
- O Ministério Público Federal denunciou 61 pessoas por envolvimento em esquema de fraudes em licitações públicas montado pela construtora Gautama. Da lista de denunciados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), fazem parte os governadores do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB). A relação inclui ainda Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia. O dono da Gautama, Zuleido Veras, mentor do esquema, foi denunciado 103 vezes pelo crime de corrupção ativa. (Págs. 1 e A12)
- A Justiça Federal quebrou o sigilo bancário e fiscal do lobista João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), e de duas organizações não-governamentais ligadas à Força Sindical. As ONGs teriam sido favorecidas com dinheiro repassado por pessoas acusadas de desvio de verbas do BNDES. (Págs. 1 e A11)
- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a criação do Fundo Soberano do Brasil, com objetivos múltiplos. Contrariando expectativas, ele não anunciou aumento do superávit primário, de 3,8% do PIB. (Págs. 1 e B1)
O GLOBO
- O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga esquema de pagamento de propinas na gestão de Zeca do PT (1999-2006). Ele é acusado de ter pagado "mensalinho" a 33 pessoas, incluindo dirigentes locais do PT, parentes e jornalistas que dessem cobertura favorável a seu governo. (págs. 1 e 8)
- A Polícia Federal pediu autorização ao STF para abrir inquérito sobre o suposto pagamento de propina da fábrica de turbinas Alstom ao líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), a seu ex-assessor José Roberto Paquier e ao diretor de Projetos da Eletronorte, Adhemar Palocci. (págs. 1 e 11)
- A Justiça determinou o bloqueio de bens de 11 acusados de desvio de dinheiro da extinta Sudam, entre eles o hoje deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). Ele reagiu destacando que a decisão é liminar: "É mais um show de pirotecnia do Ministério Público contra mim". (Págs. 1 e 10)
GAZETA MERCANTIL
Fundo tentará ajudar dólar e evitar inflação
Ao detalhar, ontem, as regras para o funcionamento do fundo soberano, anunciado na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que entre os objetivos estão a contenção da depreciação do dólar ante o real e a redução dos picos inflacionários. Mantega disse que o fundo terá como fontes de recursos a emissão de títulos pelo Tesouro e o excedente da meta do superávit primário das contas públicas. Neste caso, o governo aumentará o esforço fiscal para criar uma reserva pública de recursos, o que pode conter as despesas oficiais e reduzir as ameaças inflacionárias.
A criação de uma poupança pública é outro objetivo do fundo. Com recursos provenientes de parte do excedente do superávit primário, a reserva de recursos será usada em uma situação econômica "anticíclica". Ou seja, os recursos serão usados em uma eventual desaceleração da economia com conseqüente queda da arrecadação. (Págs. 1 e B1)
CORREIO BRAZILIENSE
- Marina Silva bem que tentou. Mas após seis anos de derrotas sucessivas nas quedas-de-braço com o governo, a titular do meio ambiente, mundialmente respeitada pelo trabalho em defesa da Amazônia, jogou a toalha. (Págs 1 a 4)
-VALOR ECONÔMICO
Marina perde espaço no governo e se demite
Um dos sete ministros remanescentes do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva (Meio Ambiente) pediu demissão ontem, agastada com o isolamento a que foi submetida, com a entrega da coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) a Mangabeira Ünger, ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos. O governador Sérgio Cabral confirmou ter recebido telefonema de Lula consultando-o sobre a possibilidade de o geógrafo Carlos Minc, secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, ser liberado para assumir o lugar de Marina. No Palácio do Planalto não se descarta a opção pelo ex-governador do Acre, Jorge Vianna (PT).
O desgaste de Marina se processa desde o primeiro mandato, mas a gota d'água foi na semana passada, durante o lançamento do PAS. O presidente Lula chamou a ministra de "mãe do PAS", assim como chamara Dilma Roussef (Casa Civil) de "mãe do PAC". Mas ao contrário desta, que tem efetivo controle sobre o PAC, Marina só naquele momento ficou sabendo que Mangabeira coordenaria o programa para a Amazônia. Em carta enviada a Lula, Marina atribui a decisão às dificuldades de "dar prosseguimento à agenda ambiental federal". No texto, a ministra antecipa os novos embates: "As difíceis tarefas que o governo ainda tem pela frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para a agenda ambiental". A ex-ministra diz que focará sua defesa do meio ambiente no Congresso, que ontem aprovou MP que aumenta a área que pode ser cedida pela União, sem licitação, para uso rural na Amazônia.
Para a imagem do Brasil no exterior, a saída de Marina acontece num momento em que os biocombustíveis estão sob suspeição e o etanol brasileiro tenta diferenciar-se dos congêneres. Faltam apenas cinco dias para a conferência ambiental das Nações Unidas, em Bonn, na Alemanha. Ontem à noite, aterrissou em Brasília Angela Merkel, chanceler da Alemanha, país que é o maior financiador externo da proteção da Amazônia. "Ela era a garantia das boas intenções do governo na área ambiental. Sempre desejava as coisas certas, mesmo que nem sempre tenha conseguido impedir as ruins", disse Thomas Fatheuer, da Fundação Heinrich Boell, no Rio, ligada ao movimento verde alemão. (Págs. 1, A6 e A7)
- Vai faltar armazéns e silos na safra 2007/08, em que o Brasil deve colher 142,1 milhões de toneladas de grãos. A capacidade total de estocagem do país é de 123,7 milhões de toneladas. Feitas as contas de cada Estado, Goiás surge como um dos únicos, entre os grandes produtores de grãos, com capacidade superior à produção. Santa Catarina, com produção prevista de 6,7 milhões de toneladas, tem armazéns que somam capacidade de 3,9 milhões, ou apenas 58% da colheita esperada. A leitura detalhada dos dados mostra nuances ainda mais preocupantes. "Há mais armazéns em Cuiabá do que na região de produção ao longo da BR-163", diz Rosemeire dos Santos, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Pesa ainda o fato de apenas 15% dos armazéns brasileiros ficarem nas fazendas - a maioria está nas mãos das tradings. Em países como EUA e Canadá, as fazendas têm cerca de 90% da capacidade. (Págs. 1 e B12)
http://www.radiobras.gov.br/sinopses.htm
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Planalto dá aval e secretário de Dilma e assessor de tucano devem ir à CPI
Com o aval do Palácio do Planalto, a CPI dos Cartões deve aprovar hoje a convocação do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e de André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Aparecido foi o responsável pelo envio para André de arquivo eletrônico com cópia da planilha preparada no Planalto com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Com a ida do secretário à CPI, o governo tenta evitar sofrer novos desgastes, além de dar uma indicação de que não teme o depoimento. André e Aparecido devem depor ainda esta semana. "Somos favoráveis ao depoimento de Aparecido porque, se ele não for, vão dizer que o governo está escondendo alguma coisa", afirmou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Indagado se a decisão de pôr o secretário de Controle Interno frente a frente com os parlamentares não seria arriscada, Múcio respondeu com uma pergunta: "Mas o que não é risco? Dos perigos, antes o conhecido." A estratégia foi decidida depois de várias conversas de Múcio com auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). "A orientação do governo é para os dois (Aparecido e André) irem à CPI. E os dois devem depor no mesmo dia", comentou Jucá, que também repassou a tática com a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA). "É uma questão de simbologia. O governo quer pagar para ver; não teme nada. Por isso, nossa posição é apoiar a convocação e esclarecer os fatos."
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GOVERNO LULA/MIN. MEIO AMBIENTE: ENTRE "COTADO" E "CORTADOS"

Viana é o mais cotado para lugar de Marina; Minc nega convite


BRASÍLIA - O ex-governador do Acre, Jorge Viana, deve se encontrar nesta quarta-feira, 14, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é o nome cotado para assumir o Ministério do Meio Ambiente, no lugar de Marina Silva, que pediu demissão do cargo na última terça. Viana e Lula teriam conversado por telefone, ontem à noite. "Jorge Viana também foi sondado por setores do governo, é um nome respeitável, grande autoridade na área do meio ambiente, mas seguramente saberá entender este momento e tratará dessa questão de maneira restrita e reservada", afirmou o irmão do ex-governador, o senador Tião Viana (PT-AC), em entrevista à TV Globo, depois da visita à ex-ministra, na noite da última terça.O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, o primeiro a ser cogitado para o cargo, negou que tenha sido procurado pelo Palácio do Planalto, embora o governo do Rio tenha confirmado anteriormente o convite. "Não conversei com o Lula, não conversei com a Marina. E com o Sérgio Cabral (governador do Rio), eu disse para ele que a Marina tinha pedido demissão e a única coisa que ele falou foi que 'o Lula vai me ligar e você promete, de pés juntos, que você não vai para Brasília'. E eu prometi, de pé juntos, que não vou a Brasília", disse Minc, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, assim que chegou a Paris.
ROSANA DE CASSIA - Agencia Estado. 1405. Charge: Ique.

BRASIL/MIN. MEIO AMBIENTE: SEM AMBIENTE

Carlos Minc recusa convite para assumir Meio Ambiente

Sem consenso no PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve rever nesta quarta-feira a idéia inicial de nomear Carlos Minc (PT-RJ) para substituir a ex-ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Em entrevista concedida à TV Globo em Paris, Minc disse que foi orientado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a recusar o convite para assumir o cargo federal.
"Eu disse para Sérgio Cabral que a Marina tinha pedido a carta [de demissão do ministério] e a manifestação que ele me falou é: 'o Lula vai me ligar e você me promete [que se ele te convidar para compor o governo federal] que você não vai para a Brasília'. E eu prometi de pés juntos que não vou para Brasília. É essa a posição", disse Minc, na França. A assessoria do governo do Rio informou que o presidente Lula ligou para Cabral pedindo a liberação de Minc para assumir o ministério. Minc atualmente é secretário estadual do Meio Ambiente do Rio. No passado, foi do PV e agora é do PT. Mas não é reconhecido por setores do Partido dos Trabalhadores como um representante histórico da legenda. Paralelamente, o presidente faz outras sondagens. Por pressão da ala histórica do PT e dos que atuam na área ambiental, o nome mais cotado é de Jorge Viana, ex-governador do Acre. O senador Tião Viana (PT-AC), irmão de Jorge, disse ontem à noite que ele havia conversado com o presidente da República. Tião Viana visitou ontem Marina Silva, que depois de pedir demissão do ministério passou a maior parte do dia em seu apartamento na Asa Sul de Brasília. À noite, ela recebeu alguns amigos, entre eles, o senador do Acre. De acordo com interlocutores, Lula pode definir ainda hoje o nome que substituirá Marina Silva no ministério. Para um grupo de petistas, é fundamental que a escolha seja Jorge Viana por ele ser apontado como um integrante de um Estado que compõe a região denominada Amazônia Legal (que reúne nove Estados). A forma como Marina Silva pediu demissão irritou Lula. Segundo auxiliares do presidente, o que mais o incomodou foi o alarde da ex-ministra. Ela comunicou ao presidente sua decisão e logo depois a notícia já era divulgada como definitiva, sem espaço para negociações. Marina entregou seu pedido de demissão em uma carta, na qual reclama da resistência que enfrentou no governo e da falta de sustentação política. "Vossa Excelência é testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe junto a setores importantes do governo e da sociedade", disse.
"Em muitos momentos, só conseguimos avançar devido ao seu acolhimento direto e pessoal. No entanto, as difíceis tarefas que o governo ainda tem pela frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para agenda ambiental."
Ministérios
Marina vinha entrando em conflitos com outros ministérios, como a Casa Civil e a Agricultura, em casos e questões que opõem proteção ambiental a interesses econômicos.
O mal-estar entre Marina Silva e Dilma Rousseff (Casa Civil) começou em julho do ano passado, por conta das negociações em torno do edital para as concessões do leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO). Com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), o desentendimento girava em torno do plantio de cana. Para Marina, Stephanes incentiva o plantio de cana em áreas degradadas da Amazônia, do Pantanal e da mata atlântica. Recentemente, Marina teria ficado descontente com a nomeação de Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) para coordenar o PAS (Plano Amazônia Sustentável).
RENATA GIRALDI; da Folha Online, em Brasília. 1405.