PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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terça-feira, abril 10, 2007

HAPPY-HOUR II: "E POR FALAR EM SAUDADE, ..." **



[Chargista: Kacio]

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** Onde anda você (Vinicius de Moraes). "E por falar em saudade/ Onde anda você/ ...".

HAPPY-HOUR: "PELO AR, POR TERRA ou POR MAR..."






[Chargistas: Miguel, Glauco, Aroeira].

CPI DO APAGÃO AÉREO? (CORO) "MELHOR NÃO!!!"

Um mutirão contra a CPI. Entenda por que a CPI do apagão aéreo representa um risco para Lula e por que o presidente está liberando cargos para evitar que ela siga em frente.
A iminência da CPI do Apagão Aéreo fez o governo Lula abrir mão dos pruridos éticos. O presidente, que passou os últimos cinco meses dizendo que a reforma ministerial não era um balcão de negócios, quer agradar os aliados a todo custo. A ordem é distribuir entre eles centenas de cargos do segundo escalão. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), movimenta-se agilmente para lotear entre seus correligionários o comando dos órgãos públicos sob sua alçada. Os ministros do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), e da Previdência, Luiz Marinho (PT), reúnem-se esta semana para decidir quais petistas permanecem nas delegacias regionais do Trabalho (DRTs) e a compensação que será dada aos pedetistas. O PT pode ter de abrir mão da presidência do BNDES, hoje sob o comando de Damian Fiocca. Com tamanha generosidade, o Palácio do Planalto espera ser recompensado com a defesa do governo no Congresso e a votação de medidas de interesse do Palácio do Planalto. Além da impossibilidade de prever os desdobramentos da CPI, o governo teme que a agenda do Câmara dos Deputados seja engolida pelas investigações, a exemplo do que aconteceu em 2005, quando os trabalhos legislativos foram comprometidos pelo funcionamento das CPIs dos Correios, dos Bingos e do Mensalão. Corre-se o risco de que os projetos-de-lei e as medidas provisórias fundamentais para que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não sejam votados e o país permaneça parado. Desde que foi lançado, há pouco mais de dois meses, o PAC não passou de um programa de intenções. As grandes obras de infra-estrutura só existem na propaganda oficial. Até na Casa Civil, comandada pela ministra Dilma Rousseff, já se admite a possibilidade de 9% das obras previstas no PAC não saírem do papel. Em outra frente, o governo aposta nos pedidos de desculpas dos controladores de vôo para caracterizar o apagão aéreo como sendo uma crise que tem como causa a insolência de servidores civis e militares. Hoje, os controladores baseados em Manaus pedirão desculpas publicamente pelos transtornos causados à população do Amazonas há 10 dias. Será o segundo mea-culpa em menos de uma semana. Na última quinta-feira, a Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo já tinha se desculpado. Mas o arrependimento súbito não deve impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo, que deve tornar ainda mais evidente a penúria das Forças Armadas. O que o governo pretende é apenas minimizar os seus efeitos. Por Ronald Freitas, Época Online.

TV PÚBLICA: ALGO MAIS QUE UM "PLIM-PLIM" ?

TV pública exige público e não aceita traço

Ser dono de uma rede de televisão no Brasil é um desejo de quem sabe bem quanto isso dá dinheiro e prestígio. Basta observar que qualquer rede nacional que consiga um mísero pontinho de média no Ibope em horário nobre estará assegurando um faturamento de R$ 100 milhões/ano. Uma emissora que se avizinha dos 10 pontos no denominado prime-time – como a Record, por exemplo – ronda a casa de R$ 1 bi ao ano. Vale lembrar que a maioria dos veículos impressos de prestígio, que dominam segmentos, respeitados, não alcançam os R$ 100 milhões anuais de receita, mesmo publicando dezenas de páginas diárias de anúncios, assim como as rádios. Trata-se de uma concentração do dinheiro da comunicação nas mãos das emissoras de TV incomum entre as economias de algum porte pelo planeta. Estados Unidos, países europeus ou mesmo vizinhos, como a Argentina, têm no máximo 40% das verbas da publicidade na televisão. No Brasil, essa hegemonia supera os 60%. E há a concentração dentro da concentração, já quer a Rede Globo detém em torno de 70% do total do dinheiro destinado ao meio TV. Isso não é bom, como todo mundo sabe. E aparentemente é contra este estado de coisas que Lula maquina quando insiste na história da nova TV pública. Semana passada disse em discurso que pretende que a nova rede dê informação "tal como ela é, sem pintar de cor-de-rosa, mas também sem pichá-la". Depois falou que "vai ter curso de inglês, teatro (...), se vai ter meio ponto de audiência ou zero, não me interessa. O que interessa é ter uma opção para quem quiser ter acesso a uma coisa de muita profundidade". No mesmo discurso, Lula disse que não pretende "reinventar a roda", mas as citações do presidente remetem exatamente isso. Ter uma televisão "para falar a verdade" (desde que seja a própria) é desejo eterno de todo governo desde que a imagem começou a ser transmitida à distância. Mesmo antes disso, quando apenas o cinema emitia imagem em movimento, a Revolução Russa lançou mão do artifício para tentar dominar as massas desvalidas e analfabetas, que não sabiam ler jornal. Depois veio Hitler, que fez ainda mais com o uso da imagem e o controle de toda a comunicação na Alemanha. Surgiram os candidatos-sabonete, pura imagem nas eleições norte-americanas, e os políticos-bons-de-cena ganharam o poder. Todas essas idéias foram importadas por nós, brasileiros, a partir da inauguração da primeira emissora, a Tupi, em 1950. E as TVs educativas surgiram por aqui no final dos anos 60 com o mesmo cardápio que Lula acredita ser novo em folha. Queriam levar cultura e educação aos grotões, fazer uma TV de "profundidade" e sem se importar com a audiência. A TV Cultura de São Paulo, por exemplo, estreou com exibição de concertos e atrações como aulas de alemão e "madureza". Audiência zero. Num primeiro momento, o discurso pela hipotética qualidade sem visibilidade pode arregimentar cidadãos incautos bem intencionados. Mas logo depois, descobre-se o erro, ao ver toda a parafernália tecnológica e centenas de profissionais pagos com dinheiro público jogados ao nada – porque "traço" de audiência é apenas isso. Mal comparando, é como se milhões de vacinas de qualidade e salvadoras fossem fabricadas pelo governo mas nenhum cidadão aceitasse tomar uma dose sequer. Só a qualidade da vacina não justificaria os custos. Desconcentrar um setor que detém a palavra é mesmo fundamental e tem lá sua lógica, mas será sensato a Lula perceber que o governo já tem na mão uma rede educativa grande, mais o canal NBR, e a possibilidade de usar a figura das TVs comunitárias para tentar democratizar o bolo. Mas isso só será possível quando os canais oficiais aprenderem a ter audiência porque TV pública tem, por definição, que conquistar o público, ou estará se negando a existência. Cursos de línguas e teatro já mostraram que são ruins de televisão, ninguém vê, ninguém gosta. É preciso fazer o que a TV Cultura de São Paulo já conseguiu e tem conseguido em alguns momentos: criar programação infantil de qualidade (mas atraente), jornalismo sério e independente (mas atraente) e teledramaturgia da boa (mas atraente). Depois de provar que sabe se comunicar com o que já tem nas mãos, daí, sim, o governo poderá se dar ao luxo de propor novos investimentos num veículo tão caro. Por enquanto, a TV imaginária de Lula é só uma velha roda que range e não leva a lugar algum. Por Ismael Pfeifer, OI, Reproduzido do Último Segundo, 3/4/2007

CRISE AÉREA: QUE NÃO SE "APAGUEM" AS DENÚNCIAS!

CRISE AÉREA. Não basta denunciar irregularidades;

A manchete da Folha de S.Paulo de domingo (8/4 – "Entidade alertou Lula de falhas no controle aéreo") [ver matéria no "site"] deve dar o que falar. Apesar de escondida pelo carnaval de fotos e oferta de brindes, a reportagem desmente uma incrível coleção de inverdades que as autoridades vêm oferecendo desde outubro passado. O relatório da Federação Internacional das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo, feito em seguida à tragédia com o vôo 1907, foi categórico: nossos controladores estavam despreparados, os equipamentos eram obsoletos, a cobertura de rádio foi imperfeita e os sistemas operacionais eram inadequados. A conclusão foi encaminhada à presidência da República em novembro passado. A Polícia Federal já indiciou os pilotos do jato executivo Legacy, mas o governo ainda não revelou as demais providências técnicas ou legais cabíveis. A matéria da Folha deixa claro que o apagão aéreo poderia ter sido contornado, minimizado ou mesmo evitado ainda em novembro se as autoridades civis e militares tivessem examinado o relatório. Nenhuma das conclusões do relatório da Federação Internacional de Controladores constitui novidade. Alguns jornalistas mais rigorosos e persistentes têm publicado periodicamente avaliações semelhantes. E nada acontece. Por quê? Porque não basta denunciar uma irregularidade, é preciso insistir, martelar, desdobrar. A manchete de domingo na Folha, embora arrasadora, pode cair no vazio se nos dias seguintes jornais, rádios e TVs a ignorarem. Por Alberto Dines, Observatório da imprensa.

FMI, CHÁVEZ, KIRCHNER [In:] LULA: "POR QUEM OS SINOS DOBRAM..."

Diretor do FMI recorre a Lula para defender fundo. O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, recorreu ao que chamou de ''sabedoria'' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dizer que o FMI não pode ser culpado pela situação econômica de certos países.

''Eu creio que a sabedoria do sr. Lula ao dizer que o fundo não pode ser culpado por tudo é uma posição boa e inteligente'', afirmou De Rato, durante um evento realizado em Washington, nesta segunda-feira. diretor-gerente do fundo se refiria a comentários de que países que adotam o receituário do Fundo Monetário Internacional acabam sofrendo efeitos negativos em sua economia. O presidente já afirmou que o Brasil superou a era na qual os políticos nacionais caíam sempre na tentação de atribuir as mazelas econômicas do país às ações do FMI. ''O prefeito joga a culpa no governador, que joga a culpa no presidente, que joga a culpa no FMI. Aí, o FMI joga a culpa na nossa incompetência e começa o círculo vicioso'', disse Lula. Rodrigo de Rato disse não ver ameaças ao FMI na criação do Banco do Sul, um projeto do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e nem em um fundo monetário voltado para os países asiáticos. ''Sou a favor da integração financeira regional. Creio que é um tema chave para muitas economias emergentes importantes. E, sim, é crucial para a Ásia e, mais ainda, para a América Latina, onde não existe o mesmo grau de integração comercial.'' ''Creio que as instituições multilaterais não deveriam se sentir ameaçadas por acordos regionais.'' Hugo Chávez e o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, estão entre os principais articuladores do Banco do Sul. Os dois líderes já disseram que pretendem que a instituição seja uma alternativa sul-americana ao Banco Mundial e ao FMI. A instituição financeira sul-americana deverá contar com Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador. A expectativa é de que ela entre em funcionamento ainda neste semestre, com um capital inicial de US$ 7 bilhões. O projeto asiático, por sua vez, chamado de Iniciativa Chiang Mai, visa que os países-membros da entidade não tenham de recorrer ao fundo no caso de uma crise econômica como a vivida pela região em 1997. Mas Rato também fez ressalvas aos projetos sul-americano e asiático, ao afirmar que ''governos costumam ser muito cautelosos na hora de colocar dinheiro público para contornar a crise de outros países''. Bruno GarcezDe Washington, BBC Brasil.

FUNDO DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO (FRA): FINANCIAMENTO VIA "FAT"

Governo pode adiar edição de MP das dívidas agrícolas. Medida cria um fundo com recursos do FAT para refinanciar dívidas agrícolas. Impasse está com o ministro do Trabalho que ainda não se manifestou sobre a MP.

BRASÍLIA - O governo deve ceder às pressões, principalmente das centrais sindicais, e adiar a edição da Medida Provisória (MP) que criará o Fundo de Recebíveis do Agronegócio (FRA), instrumento para garantir o refinanciamento da dívida entre produtores rurais e o setor privado desde a safra 2004/2005. A MP prevê o destino de R$ 2,2 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o refinanciamento da dívida. O valor voltaria ao FAT no pagamento das dívidas, entre 2009 e 2012, e em caso de inadimplência na renegociação, os recursos do FRA cobririam o rombo. Mas não é o que acreditam os sindicalistas e políticos ligados às centrais sindicais. O impasse está com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que ainda não se manifestou sobre a MP, após ser consultado pela Casa Civil. Lupi é pressionado principalmente pelo presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. "A Força Sindical está trabalhando contra, mas acho que há uma falta de informação, já que a negociação para a MP ocorre há quase um ano e não haverá risco para o dinheiro do FAT", disse o deputado Luiz Carlos Heinze (PR-RS). "Agora a Casa Civil vai ter de chamar para si a decisão, o que deve ocorrer em dois ou três dias", completou. Heinze, que preside a Subcomissão de Política Agrícola e Endividamento Rural da Câmara dos Deputados e foi um dos principais articuladores da criação do FRA, confirmou que a articulação feita para a renegociação da dívida incluiu a promessa da bancada ruralista de não fazer emendas à MP. "O Bernard Appy (ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda) nos chamou há um mês e foi tudo negociado para que não houvesse qualquer problema com a MP", disse Heinze. O FAT é formado por contribuições ao PIS e Pasep arrecadadas de empresas e servem, em primeiro lugar, para o pagamento do abono salarial e do seguro-desemprego. O que sobra é destinado a programas de qualificação de trabalhadores ou financiamento de projetos por meio do BNDES. A área técnica do Ministério do Trabalho concluiu parecer em que sugere ao ministro Carlos Lupi que se posicione contra a MP. Os técnicos argumentam que não há folga de caixa do FAT para realizar mais esse empréstimo. Gustavo Porto e Isabel Sobral, O Estadão.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Ramos Horta lidera apurações no Timor Leste. Os resultados oficiais devem ser divulgados no dia 16 de abril, mas o porta-voz da comissão eleitoral, Martinho Gusmão, disse nesta terça-feira que resultados preliminares do distrito de Dili mostram que Ramos Horta está na frente com cerca de 30% dos votos. Cerca de 20% dos votos foram apurados até agora. BBC Brasil.
Americanos propõem faxina ética nos blogues. “Será tarde demais para levar civilidade à web?” Assim, com essa provocação, começa a matéria de 32 alentados parágrafos que, já não sem tempo, o New York Times publica hoje - na primeira página - sobre a violência verbal e outras baixarias comuns na blogosfera. Intitulada “Um apelo aos bons modos no mundo dos blogs sórdidos”, a reportagem de Brad Stone informa que “algumas figuras destacadas no mundo high-tech estão propondo um código de conduta aos blogueiros, para fazer uma faxina na qualidade do discurso online.” O movimento é encabeçado pelo editor de livros Tim O’Reilly, que cunhou o termo web 2.0, e por Jimmy Wales, o criador da Wikipedia. Na semana passada, começaram a elaborar um conjunto de normas para despoluir os debates na internet. Luiz Weis, Observatório.
Rapaz de 22 anos precisa de remédio para parar de crescer. Cristóvão, de 2,23m, não tem condições de comprar medicamento de R$ 2.000.Jovem foi abandonado pelos pais logo depois de nascer. G1.com
Lula concorda em enviar Forças Armadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordou na noite desta segunda-feira em enviar o reforço das Forças Armadas para o Rio de Janeiro, caso o governador Sérgio Cabral Filho oficialize seu pedido. "Se o Cabral pedir, com o maior carinho vamos trabalhar para atendê-lo", disse Lula. "Tudo o que a gente puder fazer para ajudar os Estados nós vamos fazer. Acho que chegamos num momento em que ninguém deve procurar saber de quem é a culpa. Ou seja, essa criança é de todos nós. Há uma violência e nós temos que cuidar dela." Veja Online.

NEPOTISMO: NOMEAÇÃO INDIRETA PODE !!!

Câmara torna mais brando projeto contra nepotismo.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decidiu levar a voto um projeto que proíbe o nepotismo no serviço público. A proposta transita pelos escaninhos do Legislativo há arrastados onze anos. Ainda assim, antes de saltar da gaveta para o plenário, está passando por um processo de lipoaspiração. “Estamos eliminando as gorduras”, disse ao blog o deputado Carlos Mannato (PDT-ES), incumbido por Chinaglia de preparar um texto que os deputados considerem “palatável.”. Em sua versão “light”, o projeto mantém a proibição de contratação de parentes até o terceiro grau (cônjuges, pais, filhos, tios e sobrinhos) em todo o serviço público. Mas permite a efetivação da parentela de quarto grau (primos e cunhados). Só na folha salarial da Câmara, estima-se que há 68 parentes enganchados. Estima-se que custam ao erário cerca de R$ 3,6 milhões por ano. O deputado Mannato calcula que, eliminando-se os familiares até o 3º grau, 40 deles terão de ser demitidos até 90 dias depois da aprovação da lei. Restarão 28 parentes de quarto grau. Isso se outros primos e cunhados não forem contratados para compensar a demissão de maridos, mulheres, pais, tios e sobrinhos. O projeto proíbe a chamada “nomeação cruzada” –quando um político ou gestor público contrata o parente de outro e vice-versa. Mas mantém a “nomeação indireta” –quando agentes públicos conseguem encaixar parentes na folha de salários de outro poder. Exemplos: um deputado acomoda a mulher no gabinete de um prefeito aliado; um prefeito aloja um irmão no gabinete de um vereador do mesmo partido; etc. Em termos técnicos, o projeto anti-nepotismo chama-se PEC (Proposta de Emenda à Constituição). A versão original da PEC foi apresentada pelo ex-deputado Aldo Arantes (PCdoB-GO), em 96. O texto de Arantes, mais “gorduroso”, vedava, indistintamente, a contratação de parentes nos Executivos federal, estadual e municipal; no Judiciário; no Ministério Público; e nos Tribunais de Contas. Uma primeira queima de “gorduras” foi promovida pela comissão especial que analisou e aprovou a proposta, em setembro de 2005. Para o gosto dos políticos, porém, a proposta continuou “pesada”. Daí a nova dieta. Coube ao deputado Mannato conduzir a lipoaspiração porque foi ele quem presidiu a comissão de 2005. Chinaglia chamou-o ao seu gabinete e disse: “Sem acordo não passa”. Em diálogo com os líderes partidários, Mannato acertou a elaboração de quatro emendas que suprimem proibições do projeto, suavizando-o. Uma delas elimina a “quarentena” de nomeações. Políticos e gestores públicos que deixassem os cargos ficariam proibidos de empregar parentes no serviço público por três anos. Outra emenda suprime a proibição de contratação de parentes como prestadores de serviços temporários. Uma terceira exclui do projeto o artigo que impedia a contratação de parentes de políticos em empresas que prestam serviços a órgãos públicos. Uma quarta acaba com proibição de contratação de parentes em concessionárias públicas –emissoras de TV e rádio, por exemplo. A despeito da queima de “gorduras”, Mannato avalia que permaneceu intocada a “espinha dorsal” do projeto. Nesta terça-feira (10), Chinaglia discutirá o assunto numa reunião com os líderes dos partidos. Se houver concordância em relação aos novos termos do projeto, pretende-se aprová-lo logo depois da votação das medidas provisórias do PAC, junto com a proposta de aumento dos salários dos deputados. Receia-se que, antes de ser votado, o projeto anti-nepotismo emagreça ainda mais. A versão atual estipula percentuais de aproveitamento de funcionários contratados mediante concurso público: 100% nas funções gratificadas; 85% nos cargos de diretoria; e 50% nos chamados cargos de confiança. O temor é de que esses percentuais sejam suavizados em certos casos e até eliminados em outros. São mudanças que, até aqui, Carlos Mannato esquivou-se de fazer. Escrito por Josias de Souza, Folha Online.

INFRAERO & CPI DO APAGÃO AÉREO: CHEIRO DE CORRUPÇÃO NO AR...

Infraero demite quatro, em guerra de bastidores para evitar CPI. Atual e ex-presidente da estatal duelam, quando vêm à tona licitação suspeita de R$ 50 milhões e contrato irregular.

A ameaça de abertura da CPI do Apagão Aéreo, alimentada por investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) com foco na Infraero, fez quatro vítimas ontem. De uma só tacada, por decisão do Conselho de Administração da Infraero, foram demitidos o diretor comercial da empresa, José Wellington Moura, e o superintendente de Planejamento e Gestão, Fernando Brendaglia, além dos advogados Napoleão Guimarães Neto e Márcia Gonçalves Chaves, da assessoria jurídica da estatal. As demissões ocorreram no auge de uma guerra de bastidor entre o ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson (PT-PE) - que contratou Moura e Brandaglia -, e seu sucessor no comando da empresa, brigadeiro José Carlos Pereira, que manteve a dupla no quadro de funcionários. Em meio ao fogo cruzado, a pauta da próxima reunião do conselho inclui uma licitação suspeita para compra de 79 ônibus no valor de quase R$ 50 milhões, que o brigadeiro terá de explicar. O motivo oficial da degola múltipla de ontem, sugerida pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolve cifras bem mais modestas - cerca de 0,02% do valor dos ônibus - e a comprovação de irregularidade em um contrato da Infraero com a Shell Brasil. O contrato em questão refere-se à concessão de uso de uma área para exploração de um posto de combustível nas dependências do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, e foi objeto de auditoria interna.Segundo informações fornecidas por um funcionário da Infraero ao Estado, quem vinha operando a exploração do posto desde 2001 era a empresa Ulisses Canhedo, com um contrato de R$ 9 mil mensais - R$ 7 mil referentes à venda de combustível e R$ 2 mil por conta do movimento na loja de conveniências.O contrato foi rescindido em agosto de 2001 porque o operador teria descumprido obrigações contratuais. O funcionário da Infraero afirma que, 'em bom português', o que houve foi a descoberta da venda de gasolina adulterada.Ainda assim, e depois de ter obtido judicialmente a reintegração de posse da área, a Infraero entrou em acordo com a Shell e a empresa de Canhedo, em agosto de 2005. O acerto, retroagindo a vigência do contrato a setembro de 2003 e estendendo-a até setembro de 2013, foi estabelecido em termo aditivo ao contrato. Diante desses dados, a própria auditoria interna entendeu que o contrato havia sido prorrogado irregularmente, com afronta à Lei de Licitações. A conclusão é de que o prazo de vigência foi prorrogado com o contrato extinto, sem estabelecer novas bases financeiras para atualizar os valores. A recomendação: anular a prorrogação.Por sugestão da CGU, determinou-se, então, a abertura de processo licitatório para a concessão da área onde funciona o posto. Foi pedida também a instalação de 'procedimento de responsabilização pelos atos que deram causa à prorrogação irregular do contrato'. Além disso, a partir de hoje toda licitação, contratação de serviços e obras, além de concessões nas várias instâncias da Infraero têm de ser encaminhadas à auditoria interna, que, por sua vez, passará o processo para o Conselho de Administração. Christiane Samarco, BRASÍLIA , O Estadão.