PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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segunda-feira, dezembro 21, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] COP-15... E O VENTO LEVOU



[Homenagem aos chargistas brasileiros].
...

GOIÂNIA/BRASIL: É PROIBIDO PROIBIR (Lema ''hippye'' dos anos 60).

Brasil

Proibido estacionar

Empresa de amigo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares
ganha contrato milionário sem licitação


Gustavo Ribeiro
Fotos Cristiano Mariz

Para acabar com os problemas de estacionamento em Goiânia, a prefeitura do município tirou da gaveta um projeto que parece bom demais para ser verdade. A ideia é instalar 20 000 parquímetros na cidade sem desembolsar um único tostão e, melhor, ficar com parte dos recursos arrecadados. A empresa encarregada de fazer o serviço foi a Enatech/GDT, que, criada três meses antes da assinatura do contrato, não precisou enfrentar os processos convencionais de licitação. Ela foi convidada a executar o trabalho de instalação, operação e manutenção dos aparelhos e receberá até 112 milhões de reais. É muito? É um terço da arrecadação prevista nos próximos cinco anos. Nesse ponto, o que parecia bom demais para ser verdade chamou a atenção das autoridades. O belo, estranho e lucrativo negócio dos parquímetros de Goiânia tem ainda outro componente meio, digamos, fora da curva da normalidade. Quem está por trás da transação é Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e um dos principais personagens do escândalo do mensalão.

O projeto dos parquímetros estava guardado na gaveta da administração municipal do PT desde 2004. Para apoiar o atual governo, do peemedebista Iris Rezende, os petistas reivindicaram cargos, entre os quais os da Agência Municipal de Transportes. No órgão, materializou-se a ideia - e alguém lembrou que a empresa Enatech, por coincidência, já tinha o projeto prontinho na gaveta. Para driblar a lei das licitações, a prefeitura fez um contrato com a Câmara de Diretores Lojistas (CDL), uma entidade privada, que, por sua vez, subcontratou a Enatech. O dono da empresa, Jaime Ferreira de Oliveira, é companheiro de longa data de Delúbio Soares. Garante Jaime: "O Delúbio é um grande amigo, mas nada tem a ver com esse negócio, que é totalmente normal". O Ministério Público de Goiás não pensa assim. "São escandalosas as evidências de irregularidades nesse contrato", diz a promotora Villis Marra, que vai ingressar com ação civil pública por improbidade administrativa contra o prefeito Iris Rezende, o presidente da estatal de trânsito, o petista Miguel Tiago, e o presidente da CDL, Melchior Abreu Filho. "Esse negócio só aconteceu por causa da força política do Delúbio", acusou da tribuna o vereador Santana Gomes, do PMDB. O ex-tesoureiro petista não quis comentar o assunto.

Celso Junior/AE
AMIGOS, AMIGOS...
A influência de Delúbio Soares (de chapéu) teria dado ao empresário Jaime de Oliveira um contrato de até 112 milhões de reais

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ELEIÇÕES 2010 (II): TUCANOS e PARDAIS EM TOCAIA

Brasil

A hora de Serra

O governador de Minas, Aécio Neves, abre caminho para que
seu colega paulista seja o candidato do PSDB à Presidência
em 2010. Mas o mineiro ainda pode aparecer nessa chapa


Fábio Portela

Pedro Vilela
HARMONIA TUCANA
O PSDB, de Aécio e Serra, se dividiu na última eleição, mas deverá marchar unido em 2010


Faltam dez meses e meio para que os eleitores brasileiros escolham o próximo presidente da República. A base aliada do governo Lula já sabe há algum tempo que irá para a disputa tendo à frente a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A oposição, no entanto, resistia a definir o seu representante no pleito. Essa dúvida acabou na quinta-feira passada. O candidato que enfrentará Dilma nas urnas será o tucano José Serra, atual governador de São Paulo. O caminho dele ficou livre por uma decisão tomada em Belo Horizonte pelo governador mineiro, Aécio Neves. Muitíssimo bem avaliado em seu estado e festejado por políticos de todo o país, Aécio era o único que ameaçava disputar com Serra a cabeça da chapa presidencial do PSDB, mas decidiu retirar sua pré-candidatura. A partir de agora, todo o campo oposicionista, que além do PSDB abarca o DEM e o PPS, voltará integralmente sua atenção para o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. Serra personifica a esperança de alternância de poder no Brasil. É a melhor aposta para romper com a hegemonia alcançada pelo PT na política brasileira durante os últimos sete anos.

Serra não anunciará oficialmente sua candidatura agora. Ele avalia que, se fizesse isso, teria a perder. Afinal, já está muito bem posicionado para 2010, pois aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto. Na visão de Serra, se assumir a candidatura neste momento, ele só estará se expondo à intensificação dos ataques adversários. O governador pretende provar que não estava brincando quando disse, recentemente, que tem "nervos de aço na política". Vai deixar o anúncio oficial para a última hora, em março, quando expira o prazo legal para que os candidatos renunciem aos cargos públicos e se dediquem exclusivamente à campanha. Enquanto isso, deixará nas mãos do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, a missão de negociar por ele as formações de palanques estaduais com aliados fora de São Paulo.

Fotos Eugenio Moraes/Hoje em Dia/AE, Roberto Stuckert Filho/Ag. Globo e Andre Dusek/AE
LISTA TRÍPLICE
Lula quer que o PMDB, de Hélio Costa, Geddel Vieira Lima e Michel Temer, deixe para o PT a escolha do vice


Aécio, por seu lado, cresceu em admiração dentro do PSDB. A decisão de abrir espaço para Serra foi muito bem recebida pelos tucanos, que atribuem a divisões internas - entre outras questões - a derrota do partido para o PT em 2006. A movida de peças de Aécio pode significar que o PSDB, enfim, marchará unido. Como Serra se tornou o candidato natural, todos os grupos do partido - além do DEM e do PPS, que também integram a oposição ao governo Lula - deverão trabalhar com afinco por sua candidatura. Dessa vez, afirmam tucanos graúdos, não haverá fissuras.

Conhecido pelo bom relacionamento que mantém com os mais diversos grupos políticos, Aécio vem cumprindo à risca o roteiro que planejou para si próprio. Embora cortejado por outras siglas, permaneceu no PSDB. Propôs a realização de prévias para escolher o candidato do partido, mas não fez disso um cavalo de batalha. Por fim, tomou sua decisão em dezembro, dentro do prazo que estabeleceu caso o partido deixasse a decisão por um nome em suspenso. Isso porque essa indefinição no âmbito nacional estava atrapalhando a amarração política em Minas Gerais. Se passasse mais tempo indeciso, Aécio poderia perder o controle de sua própria sucessão. Agora, sem a expectativa de ser candidato a presidente - e sem a consequente obrigação de formar uma aliança ampla também em seu estado -, está livre para fazer campanha para que seu vice, Antonio Anastasia, seja o próximo governador mineiro, mesmo que isso desagrade a outros políticos locais.

Ed Ferreira/AE
APAGANDO O FOGO
Dilma agora tenta manter o PMDB coeso em torno de seu nome


Aécio ainda não revelou o que será de seu próprio futuro político. Até agora, a opção mais certa é disputar uma eleição assegurada para uma vaga de senador por Minas Gerais. Talvez seja muito pouco para ele. Dez entre dez tucanos querem que Aécio seja candidato a vice-presidente na chapa de Serra. É o que eles chamam de chapa puro-sangue. Os aliados DEM e PPS também vibram com a ideia, e a razão é simples. Serra governa o estado mais populoso do país, e Aécio, o segundo. Só em São Paulo e em Minas Gerais vivem 33% dos eleitores brasileiros. São quase 44 milhões de votos. Como ambos os governadores têm índices de aprovação muito elevados, imagina-se que uma coligação Serra-Aécio seria arrasadora nesses dois estados, abrindo uma vantagem numérica virtualmente impossível de ser superada pela chapa governista no restante do país. Embora não admitam em público, os tucanos acreditam que, sozinho, Serra tem boas chances de vencer Dilma, mas com Aécio a seu lado a fatura estaria praticamente liquidada.

Antes de tornar pública sua decisão, o governador mineiro reuniu-se várias vezes com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Definido o tom do anúncio, Aécio telefonou para Serra, que estava embarcando de volta de Copenhague, na Dinamarca, onde havia participado da conferência mundial sobre o clima. Avisou-o de que sairia da disputa e ambos chegaram a cogitar fazer um anúncio conjunto em Belo Horizonte. Desistiram logo da ideia. Na quinta-feira, o governador paulista divulgou uma nota oficial com elogios ao colega. Nela, já se percebem o namoro com vistas a fazer de Aécio seu vice e o antídoto ao caráter plebiscitário que o PT tentará imprimir à campanha do ano que vem: "Não me surpreendem a grandeza e desprendimento que ele demonstra neste momento (...) Não somos semeadores da discórdia e do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classes contra classes, de moradores de uma região contra moradores de outra região. Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito. Temos o sonho de um país melhor, unido e progressista, com oportunidades iguais para todos. E é nesse sentido que vamos continuar trabalhando. Juntos".

O PT insiste em discordar da avaliação de que a desistência de Aécio foi positiva para o PSDB. Os cardeais do partido passaram a dizer, inclusive, que estavam "animadíssimos" com a decisão de Aécio, pois o consideravam um adversário potencialmente mais perigoso do que Serra. Eles sustentam que, com a definição tucana, a tal estratégia do plebiscito bolada pelos marqueteiros de Dilma - de transformar a eleição do ano que vem num duelo entre as gestões de Lula e a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - poderá ganhar mais sentido. Os petistas apostam que a enorme identificação de Serra com FHC, de quem foi ministro do Planejamento e da Sáude, garante o tom plebiscitário do pleito. Eles também viram positivamente o fato de o figurino de candidato ter sido empurrado para cima de Serra antes da virada do ano. Acham que o tucano, até março, passará a dividir com Dilma Rousseff um peso que ela carregava sozinha: a suspeita de que todos os seus atos no governo sempre ocultam uma motivação eleitoral.

Dilma, que assim como Serra resiste a admitir oficialmente sua candidatura, não disse uma palavra sobre a movimentação tucana. Passou a semana preocupada em apagar um incêndio criado pelo presidente Lula. Ele ofereceu ao PMDB a vaga de vice na chapa da ministra. O partido topou, e decidiu indicar o presidente da Câmara, Michel Temer. Lula não gostou. Ele não nutre simpatia pelo deputado e acha que uma chapa Dilma-Temer teria pouco apelo. Sugeriu então que o PMDB apresentasse três nomes para que a própria Dilma escolhesse o vice. Soprou que via com bons olhos os nomes dos ministros Hélio Costa (Comunicações) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e até o do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Os peemedebistas estrilaram. Em política, esse tipo de interferência é um tremendo desaforo. Peemedebistas mais escaldados passaram a desconfiar que Lula semeia a discórdia no partido para tentar dominar integralmente a aliança governista.

Dilma correu para avisar à cúpula do PMDB que a definição do vice é questão interna do partido, e que a decisão tomada será respeitada. O PMDB é vital para as pretensões presidenciais da ministra por ser o mais capilarizado dos partidos brasileiros. Seus caciques regionais podem carregar Dilma de votos em regiões onde ela é pouco conhecida. Além disso, a enorme participação da legenda no horário eleitoral gratuito é estratégica. Juntos, PT e PMDB ficarão com 50% do tempo da propaganda política no rádio e na TV, contra menos de 30% da chapa do PSDB, com DEM e PPS. O ano político, então, termina assim: enquanto Serra tentará fazer de Aécio o vice dos sonhos, Dilma precisa cuidar para que a definição do seu companheiro de chapa não se transforme em pesadelo.

Com reportagem de Sophia Krause

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http://veja.abril.com.br/231209/hora-serra-p-074.shtml

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ELEIÇÕES 2010 (ILHA DE VERA CRUZ): PAPAI-NOEL EXISTE!!! (Ho, Ho, Ho!!!)

O amigo da onça


RUTH DE AQUINO
Revista Época
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br

Aécio Neves ainda não fez 50 anos. Sua retirada da sucessão presidencial, no melhor estilo do bloco do eu sozinho, sem combinar com o PSDB nem com José Serra, é gesto de efeito de um político ambicioso, carismático e jovem que não foi feito para ficar à sombra das olheiras de ninguém. Aécio cansou da tucanagem de Serra. Cansou de ser empurrado para ator coadjuvante na Vice-Presidência. Cansou de espernear pelas prévias do PSDB. Como se não soubesse que seu partido prima por ficar em cima do muro.

Alguém acredita nas palavras de Aécio? “Saí deste jogo nacional. Vou cuidar da minha vida e me dedicar a Minas Gerais.” Mineiro demais, né?

Pode ser que, até março, Aécio cuide de sua vida. Nesse meio-tempo, há Réveillon, Carnaval e bastante calor. O Réveillon pode ser no sul da Bahia, ao lado dos amigos playboys, como no ano passado. Pode ser no Rio de Janeiro, ao lado de seu irmão de fé camarada Sérgio Cabral. Pode ser em Paris, um luxo com a neve que começou a cair. Haverá champanhe, sempre há muita espuma e brilho na vida de Aécio. Ele gosta de se divertir, o bronzeado é permanente, sua simpatia contagia e, mesmo quando a festa não é para ele, Aécio acaba sendo o foco das atenções. Há sempre uma loura e uma piscina nas festas. E uma corte de amigos leais que o protegem de fofocas e maledicências.

Março é o prazo final. Aécio ainda espera que Serra possa tropeçar em si mesmo e jogar a toalha. O governador de Minas, que agora diz aspirar somente a oito anos de mandato no Senado, anuncia ter deixado a estrada livre para Serra. Um ato de “desprendimento e grandeza” para não dividir o PSDB. Promete engajar-se na campanha de Serra. Em seu texto oficial de “despedida”, não deixa nó que não possa ser desatado com elegância. Mas se solta das amarras. E joga a bola no campo de Serra, dos bispos do PSDB – e da vontade dos eleitores, que ficará mais clara em pesquisas nacionais nos próximos meses. O PT comemorou abertamente o gesto de Aécio, por apostar no “plebiscito” entre a ministra Dilma Rousseff e Serra. Não que o PT acredite tanto em Dilma. Mas acredita no poder do “cara”.

Se for tudo verdade, Aécio sai dizendo na surdina que o PSDB errou ao optar por Serra, porque o eleitorado não quer presidentes identificados demais nem com Fernando Henrique Cardoso nem com São Paulo. Ele também teria criticado a “insegurança” de Serra e a falta de ousadia do partido em buscar opções menos ligadas ao passado. Mas está claro que Aécio “renunciou” também porque mineiros e cariocas não bastam para ele subir nas pesquisas. Faltava o apoio do partido.

Serra terá dificuldade de festejar com serenidade este Réveillon. Depois de cozinhar Aécio em fogo brando todos estes meses, foi surpreendido. No fim, quem encostou o governador paulista na parede foi Aécio. Agora, é dá ou desce. Transformar uma vitória parcial numa carência seria muito ruim para Serra, que age nos bastidores como “maior abandonado”, traído pelo amigo.

Alguém acredita nas palavras de Aécio? Ele jogou a bola
para Serra, mas ainda espera um tropeço.

O Amigo da Onça é um personagem criado em 1943 pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão. Foi publicado pela primeira vez na revista O Cruzeiro. O nome do personagem veio de uma anedota que envolve dois caçadores. Um pergunta ao outro:

– O que você faria se estivesse na selva e uma onça aparecesse na sua frente?

– Ora, dava um tiro nela.

– Mas se você não tivesse arma de fogo?

– Bom, então eu matava ela com meu facão.

– E se você estivesse sem o facão?

– Apanhava um pedaço de pau.

– E se não tivesse nenhum pedaço de pau?

– Subiria na árvore mais próxima!

– E se não tivesse nenhuma árvore?

– Sairia correndo.

– E se você estivesse paralisado pelo medo?

Então, o outro, já irritado, retruca:

– Afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?

Os caçadores, sabemos quem são. O provocador e aquele que sobe na árvore e se irrita no final. Pode-se imaginar quem seria a onça da anedota.
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''BEST SELLER'' [In:] ''FIAT LUX''

Especial

A história sem fim

A Bíblia começou a ser escrita há mais de 3 000 anos, e desde
seu início se revelou um livro sem rival no poder de moldar culturas
e civilizações. Essa força permanece inesgotável: ler a Bíblia é essencial
para entender o mundo do qual viemos e em que vivemos hoje


Isabela Boscov
AKG/Latinstock
A Anunciação de Tintoretto (1518-1594)
"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que, em sonho, apareceu-lhe um anjo do Senhor, dizendo: ‘José, filho de Davi, não temas receber contigo Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos "

Mateus 1:18-21

VEJA TAMBÉM

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’. Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: ‘Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado o Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim’. Maria, porém, disse ao Anjo: ‘Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?’. O Anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, a tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível’. Disse então Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’. E o Anjo a deixou."

Extraída do Evangelho de São Lucas, a passagem acima é uma das mais belas e conhecidas daquele que é, por sua vez, o livro mais lido e célebre de todos os tempos – a Bíblia. Nela, é narrada a Anunciação, episódio seminal do Novo Testamento, a continuação cristã do livro sagrado dos judeus. Lucas nasceu no primeiro século de nossa era, em Antióquia, onde hoje é a Síria, e nunca chegou a conhecer Jesus: foi discípulo de Paulo, o grande disseminador da palavra de Cristo no mundo não judaico. Mas seu Evangelho é considerado uma obra de envergadura imensurável – e não só porque, ao lado dos Evangelhos de Mateus, Marcos e João, ele compõe o coração do Novo Testamento. Várias sumidades da história têm esse médico de origem grega na conta de um dos grandes de sua categoria – um historiador nato, ciente dos detalhes, afeito à precisão e surpreendentemente atento à necessidade de averiguar fatos. A história da qual Lucas faz a crônica está carregada de aspectos místicos: a de como Jesus nasceu de uma virgem, pregou uma mensagem transformadora, realizou milagres que comprovavam estar Ele imbuído do poder de Deus, e então foi perseguido, torturado e crucificado, para no terceiro dia após sua morte ressuscitar e ascender aos céus. Nas mãos desse autor, entretanto, fato e fé se fundem de maneira tão completa que, mesmo para um leitor ateu ou agnóstico, se torna um desafio separá-los.

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A Adoração dos Pastores de Tintoretto
"Disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura."
Lucas 2:15-16

O trecho em que o anjo Gabriel anuncia a concepção e o nascimento de Cristo é exemplar de seu estilo. Lucas narra o diálogo entre um anjo enviado por Deus – assunto de fé, portanto – e uma jovem. Mas provê data, lugar e circunstâncias, afere outro evento familiar (a gravidez de Isabel) e relata uma discussão sobre a viabilidade biológica da concepção por uma virgem. Só nessa pequena passagem, tem-se uma síntese de uma questão que está no centro da Bíblia. Como, afinal, esse livro escrito no decorrer de mais de 1.000 anos deve ser lido? Como uma transcrição direta da palavra de Deus, segundo creem tantos? Como a palavra divina inserida em um contexto terreno, o da relação com seu Deus de uma cultura que ia atravessando mudanças geográficas, políticas e sociais? Como um livro histórico, tão somente? Ou, conforme querem outros, como uma ferramenta que grupos diversos podem manejar na busca por poder e supremacia? Seria possível imaginar que, passadas tantas dezenas de séculos do advento desse livro, tais questões não mais teriam lugar no mundo moderno. Sucede exatamente o contrário. A religião nunca deixou de ser força motriz dos rumos da história do homem, tampouco fonte de tensão. E, na última década em especial, ela ressurgiu com efeito redobrado no centro do cenário político global. De onde ler a Bíblia – e entender como ler a Bíblia – não é nem de longe um conhecimento periférico na vida do século XXI.

Um nova-iorquino de origem judia, mas nascido em uma família sem nenhuma inclinação religiosa, deu uma contribuição interessante ao debate. Em 2005, o escritor e jornalista A.J. Jacobs decidiu que viveria o ano seguinte fazendo tal e qual a Bíblia manda – tanto o Velho como o Novo Testamentos. Jacobs, que já fizera fama como o autor de The Know-It-All, sobre os doze meses que passara lendo a Encyclopaedia Britannica de ponta a ponta, colecionou experiências estranhas em quantidade suficiente para escrever outro livro, The Year of Living Biblically (O Ano de Viver Biblicamente), lançado em 2007: suou frio para apedrejar um adúltero, como ordena o Velho Testamento, cultivou uma barba que teimava em guardar vestígios de suas últimas refeições e, uma vez que deixou de contar até mesmo aquelas mentirinhas sociais que tanto ajudam a civilização, passou por malcriado em mais de uma ocasião (veja entrevista na página 158). O livro, claro, é parte troça e golpe publicitário. Mas é também um curioso experimento de, digamos, teologia aplicada: é possível viver, nos dias de hoje, como se viveu 3 200 anos atrás, o período em que se estima que a Bíblia começou a ser escrita?

Vários ramos religiosos, sobretudo entre os judeus e os evangélicos, acham que sim: pode-se e deve-se viver exatamente como a Bíblia prescreve. No entender dessas correntes, o texto sagrado foi recebido diretamente de Deus e tem, portanto, de ser aceito de forma literal, sem interpretações nem relativizações. Mas Jacobs, ainda que por vias tão mundanas, provou um ponto relevante. Demonstrou que mesmo aqueles que acreditam que nada se acrescenta nem se subtrai à Bíblia fazem escolhas sobre seus ensinamentos. Caso contrário, só para ficar no exemplo mais prosaico, o noticiário estaria cheio de episódios de apedrejamento de adúlteros e adúlteras. Não está, porque não há comunidade religiosa judaica ou cristã que endosse tal prática, hoje considerada bárbara (e isso significa, sim, relativizar e interpretar). Também não se sabe de mulheres que tenham tido uma mão cortada por agarrar as partes pudendas de um homem para defender o marido em uma briga – como está dito em um dos volumes do Velho Testamento, o Deuteronômio. Até porque, convenha-se, a manobra não deve ser das mais fáceis.

Album/Latinstock
O Milagre do Maná de Tintoretto
"Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não. E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.."
Êxodo 16:4-35

Exemplos como esses são extremos – e vulgares, claro. Servem apenas para ilustrar com cores berrantes um argumento sério: o de que ler a Bíblia ao pé da letra não significa apenas lidar com os descompassos provocados por tradições que mudaram, sumiram ou ofendem o conceito contemporâneo do que é ser justo e civilizado. O primeiro problema é outro: o que é o "pé da letra" na Bíblia? Em seu excelente livro A Arte da Narrativa Bíblica, o pesquisador americano Robert Alter, da Universidade da Califórnia em Berkeley, dedica-se a explicar que muito do que a Bíblia quer comentar está nas suas entrelinhas. Só para começar a conversa, Alter cita o estilo radicalmente contrastante de dois capítulos consecutivos do Gênese. No primeiro, o patriarca Jacó vê a túnica ensanguentada de seu filho José, presume que ele está morto e entrega-se a manifestações hiperbólicas de luto. O capítulo seguinte trata de uma situação similar, mas é de uma secura severa. Relata que outro patriarca, Judá, teve três filhos – Er, Onã e Selá. Sem mais firulas, informa que Er "desagradou a Deus", e Ele lhe tirou a vida. O mesmo aconteceu com Onã, que, obrigado a tomar o lugar do irmão na cama da cunhada, a fim de gerar um filho, interrompia o coito e "derramava sua semente no chão" (daí o termo "onanismo" para a masturbação). Deus tomou a Judá dois filhos, mas o texto não traz menção a nenhuma emoção que o pai porventura tenha sentido. Jacó tão teatral, e Judá tão frio: para Robert Alter, só o fato de a Bíblia justapor duas reações assim diversas já é um juízo sobre esses dois personagens importantes das Escrituras. Mas esse juízo não está no "pé da letra": está sugerido em um recurso estilístico sutil.

Muitos outros estudiosos se dedicam a mostrar como a forma, o estilo e a escolha de palavras são decisivos no que a Bíblia diz. E mais essencial ainda é o contexto em que ela diz o que diz. O judaísmo e seu descendente (e dissidente), o cristianismo, são fundamentalmente religiões narrativas – muito mais do que qualquer outra das grandes religiões, monoteístas ou não. Vem daí muito da força e da influência sem paralelo da Bíblia sobre o pensamento de uma parcela grande da humanidade, aquela abrangida no que se costuma chamar de civilização judaico-cristã: sem que se faça aqui nenhum julgamento, de natureza alguma, sobre o papel de cada uma das religiões na história dos homens, é um fato da ciência sociopolítica que o judaísmo e o cristianismo tiveram um impacto ilimitado nos rumos dessa história. Porque contam, entre todas as fés, com o mais extenso, detalhado, profundo e variegado plano jamais disposto para os seguidores de uma divindade, do surgimento do mundo ao seu fim, ou sua transmutação total no reino de Deus: a Bíblia, um conjunto vasto não apenas de ensinamentos, ditames e reflexões, mas de histórias arraigadas em nossa cultura. Para ateus e agnósticos, essa é uma razão para ler a Bíblia: para descobrir por que mesmo quem não crê compartilha a mesma herança que os que creem. É como se a Bíblia e a tradição que ela carrega fossem, enfim, o DNA da civilização ocidental: crer ou não crer corresponde àquela porcentagem infinitesimal de diferenças genéticas que nos separam – todo o resto, ou 99% dos genes, são comuns a todos nós.

The Bridgeman Art Library
Sansão e Dalila de Tintoretto
"E Sansão descobriu a Dalila todo o seu coração e disse-lhe: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria e seria como todos os homens. Então, ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força."
Juízes 16:17-19

Quase tudo na Bíblia é uma história, um "caso", um relato, um testemunho. Mesmo naqueles livros do Velho Testamento que são, por assim dizer, manuais de instruções, como Levítico e Números, as injunções vêm na forma de historietas. Os Evangelhos são também isso: relatos sobre a passagem de Jesus sobre a Terra e sobre Sua missão. De imensa relevância ainda é o fato de que – ao contrário, digamos, do Corão – a Bíblia não tem um autor único nem foi escrita em um período de tempo delimitado. Bem longe disso: ela abrange algo como doze séculos de produção e vários idiomas (não bastasse isso, já foi traduzida para 2.400 línguas, entre as quais idiomas indígenas brasileiros). Combina uma miríade de formas narrativas distintas e envolve um sem-número de autores, muitos dos quais nunca virão a ser identificados, mas que se sabe provenientes das origens mais distintas, de profetas a funcionários de governo e pescadores. Com tantos cozinheiros na mesma cozinha, torna-se sobre-humana a tarefa de tentar decifrar a receita.

Há casos em que a Bíblia de fato se assume como a palavra recebida diretamente de Deus. Por exemplo, nas conclamações divinas ao povo eleito, muito comuns no Antigo Testamento, em que Ele exalta, pune, decide destinos e mostra aquilo que espera de seus seguidores ou o que não vai tolerar neles. Mas, em outros trechos essenciais, como nos Salmos, são já homens comuns (ou, vá lá, nem tanto, já que muitos dos Salmos são atribuídos ao rei Davi) que se dirigem a Deus. São frequentes também os simples registros de eventos, que podem ter certo teor mundano (muito espaço é dedicado a detalhar as linhas genealógicas, de grande relevância numa sociedade arcaica, ainda dividida em clãs) ou vir crivados de misticismo (como nos testemunhos dos milagres de Jesus). Outro caso: as belíssimas cartas do apóstolo Paulo, parte integrante do Novo Testamento, que delineiam os fundamentos da religião cristã na forma como é seguida até hoje, são comunicações de homens para homens. Há poemas de grande quilate, como o Cântico dos Cânticos, e o caso mais difícil de classificar – o delirante e perturbador Livro das Revelações, em que o apóstolo João descreve o apocalipse. Tudo o que a Bíblia contém trata em algum nível da relação do homem com Deus. Mas nem tudo nela pode ser descrito como a palavra direta de Deus.

Bíblia, enfim, é um mosaico intrincado no que toca às possibilidades de interpretação. Até porque, surpresa, ela não trata em miúdos de alguns dos temas em que é invocada com grande insistência. Hoje, é comum que as Bíblias evangélicas mais completas contenham um índice temático denominado "concordância." Procura-se uma palavra – digamos, "graça", ou "pobreza" – e o índice relaciona todas as ocasiões em que ela aparece em todo o imenso volume de texto. Isso porque, como já se disse, seguir a Bíblia à risca é fundamental para muitos dos ramos evangélicos, e a concordância ajuda-os a informar-se sobre o que a Bíblia tem a dizer a respeito de cada aspecto de sua vida e fé (os católicos, por contraste, apoiam-se mais na doutrina moral delineada pela Igreja). Tente-se procurar na concordância, entretanto, o termo "aborto": ele não constará. A Bíblia não trata de forma explícita ou direta da interrupção deliberada da gestação em nenhum trecho de seus milhares de páginas. Há possíveis alusões, como no capítulo 30 do Deuteronômio, muito usado pelos grupos antiaborto: "Hoje tomo o céu e a terra como testemunhas contra vós; eu te propus a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele". Mas alguns pesquisadores, inclusive evangélicos, contradizem essa leitura. Segundo eles, o trecho é na verdade uma exortação aos israelitas em fuga do Egito para que não se desviem do caminho do Senhor. Como decidir, então, quem está certo?

A única resposta segura é que não há como decidir. A Bíblia moldou e amalgamou civilizações e manteve-se um texto obrigatório porque é de fato inesgotável. É uma, mas pode ser infinitas – até no seu aspecto mais concreto, o do sem-número de recortes que o mercado editorial encontra nela. Numa incursão a uma livraria (se for na internet, então, nem se fala), podem-se achar não apenas as edições canônicas de cada uma das religiões que seguem o texto sagrado – judaicas, católicas, luteranas, evangélicas, anglicanas, ortodoxas e assim por diante –, como Bíblias talhadas para virtualmente qualquer gosto. Há Bíblias para quem não conhece a Bíblia, com títulos como Entendendo a Bíblia em 30 Dias e O Guia do Completo Idiota para a Bíblia. Há Bíblias para meninos e para meninas. Para mulheres e para quem quer só lições de vida. No estilo do mangá, o quadrinho japonês, ou na pena do quadrinista underground Robert Crumb. Em gíria cockney da zona leste de Londres (com o selo de aprovação da Igreja Anglicana) ou em linguagem simples, no vozeirão de Cid Moreira.

á uma Bíblia, inclusive, que desempenhou papel de imensa relevância no que viria a se tornar a língua franca do mundo moderno, o inglês. Trata-se da versão conhecida como Bíblia do Rei James, encomendada por James I a um grupo de estudiosos em 1604, meses após sua ascensão ao trono, e concluída em 1611. Conciliar as tensões de seu tempo e consolidar a Igreja Anglicana como a fé da nação eram os requisitos a que a tradução pedida a seus sábios deveria atender. Eles, contudo, foram além: produziram um dos mais consumados exemplos de prosa poética que se conhece – uma prosa que arrebata pela beleza, inspira pelo calor e se coloca à disposição de quem a ouve pela clareza (diz a lenda que William Shakespeare deu uma mãozinha ao colegiado de estudiosos). Lida dos púlpitos para os fiéis, ou em casa por quem aprendera a fazê-lo (pouca gente, naquele tempo), a Bíblia do Rei James fez toda uma nação tomar contato com a escrita bela e benfeita. Não admira, assim, que tenha a reputação de transparecer uma inspiração divina.

Não importa qual seja a versão, duas coisas são cristalinas e constantes na Bíblia. A primeira é que cada uma das partes desse texto sagrado, sejam elas as aceitas pelos cristãos ou pelos judeus, é como que um tijolo no edifício que se pode chamar de o plano de Deus para os homens. E a segunda é que cada um desses tijolos traz alguma marca, mais ou menos profunda, do tempo em que foi moldado: a Bíblia é singular entre os textos sagrados também por ser uma crônica extensa e detalhada da civilização à qual ia dando forma. É, em certo sentido, uma reportagem. Uma reportagem colorida pelas crenças típicas da época em que cada trecho foi escrito (como na ideia de que um patriarca como Matusalém possa ter chegado aos 969 anos de idade, como está dito no Gênese), ou moldada para inculcar esta ou aquela impressão no leitor. Mas até nesses ornamentos, por assim dizer, é uma crônica dos povos que a escreveram e da maneira como viviam e pensavam.

Santa Maria Della Salute
As Bodas de Canaã de Tintoretto
"E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Canaã da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram convidados também Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom, e quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho."
João 2:1-3/7-10

Um exemplo comezinho: o Velho Testamento diz que não se devem consumir a carne de porco ou os crustáceos, por serem impuros. Assim, os judeus ortodoxos mantêm deles a distância preconizada pelo texto. Vários estudiosos, entretanto, veem em interditos como esse uma tentativa de organizar o cotidiano das pessoas comuns. Dezenas de séculos atrás, quando as condições de obtenção e conservação das proteínas animais eram precaríssimas, carnes como a suína e a dos frutos do mar, que se deterioram com grande velocidade, constituíam um problema grave de saúde. Que maneira mais eficaz teriam os líderes de uma comunidade de evitar os envenenamentos alimentares, especulam esses estudiosos, do que proibi-los com um veto divino? Ou de, para instituir o hábito de um mínimo de higiene pessoal, ordenar em um texto sagrado que se realizem abluções antes de orar a Deus? Até um dos grandes cismas entre o judaísmo e o cristianismo – o sacramento do batismo, fundamental para os cristãos – teria uma origem socioeconômica clara. Para se purificar e honrar a Deus, os judeus tinham de peregrinar até o Templo de Jerusalém e ali oferecer sacrifícios de animais como pombas e cordeiros. Para uma população em geral muito pobre, como a da Palestina do século I a.C., o sacrifício começava, na verdade, com o esforço de juntar os meios materiais para a viagem e a compra dos animais. O batismo, que Jesus conheceu no seu encontro com São João Batista, que o mergulhou no Rio Jordão, não acarreta (ou não acarretava, quando ainda não era acompanhado de festinhas ou festanças, como hoje) custo nenhum: é um ato que pode ser realizado em qualquer lugar e requer apenas água, algumas gotas de óleo e um sacerdote para que se estabeleça a comunicação com Deus e se peça o ingresso em seu povo, renunciando-se ao mal por meio apenas de um testemunho oral. Simples e acessível – e não por acaso um sucesso entre várias parcelas da população que sentiam que a classe sacerdotal e os ritos se interpunham entre elas e Deus, em vez de aproximá-los.

Corbis/Latinstock
A Criação dos Animais de Tintoretto
"E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus."
Gênese 1:20

À medida que o Ocidente se torna cada vez mais secular, mais também vem à tona esse caráter factual na leitura que se faz da Bíblia. Em que medida se aceita ou não seu caráter de crônica, porém, é talvez o impasse mais candente que a Bíblia provoca. Duas questões importantíssimas se imiscuem nessa tentativa de enxergar o simples em algo que é tão complexo. A primeira, que acompanha qualquer texto sagrado desde sua gestação, é que tudo nele que pode ser ligado a um dado da realidade tem também (ou principalmente, para muitos) um componente divino. Um judeu dos dias de hoje que segue sua fé de forma mais livre pode decidir que, na era das normas sanitárias e da refrigeração, comer camarões em nada fere os princípios espirituais e morais que lhe foram legados. Um casal cristão moderno pode raciocinar que, se Deus é a bondade suprema, como os Evangelhos ensinam, Ele jamais condenaria seu bebê à danação caso ele morresse sem ser batizado. Outros judeus e outros cristãos de persuasões mais rigorosas argumentariam que não é possível escolher, da religião, o que convém e o que não convém, já que a palavra de Deus é una e não deve ser fragmentada; para estes, as regras alimentares ou os sacramentos existem dentro de um contínuo que é indivisível e deve ser respeitado na íntegra, por mais duras que pareçam as regras. Assim, transgredir à mesa ou postergar um pouco determinadas cerimônias não seriam meros pecadilhos. Constituiriam ofensas a Deus, e toda ofensa a Deus, ainda que pareça irracional ao olhar moderno, seria igualmente irredimível.

Essa tensão entre o certo e o herético é tão antiga quanto as mais antigas palavras da Bíblia. Um texto sagrado se define como a verdade absoluta. E um texto sagrado que transporta tantas contradições e imprecisões, que é ora tão minucioso, ora tão alusivo e alegórico, e que carrega tanta história vivida – de um povo que acreditou ter sido escolhido e então foi escravizado, que perdeu sua terra, recuperou-a e então suportou uma ocupação estrangeira, que construiu um templo e duas vezes o viu tombado, e por fim enfrentou um cisma de proporções colossais, quando um dos seus fundou uma nova religião a partir da sua –, é um texto crivado de oportunidades para a tensão. Deslindar o que a Bíblia diz, afinal, é traduzir Deus. Mas nunca se soube de dois tradutores que coincidissem em suas respectivas versões de um texto. E essa volatilidade da Bíblia, esse seu poder de ser ao mesmo tempo tão clara e tão fugidia, movimentou convulsões na história dos povos que a seguem. A decisão dos judeus de renovar até as últimas consequências sua aliança com Deus e assim se configurar como um povo separado dos demais, o fogo ateado à insatisfação geral que foi o nascimento do cristianismo, a irrupção da Reforma Protestante e sua perseguição selvagem pela Inquisição, os rios de sangue que, no século XX, ainda corriam na Irlanda dividida entre católicos e protestantes, a tentativa brutal de supressão da fé por aquela outra doutrina deífica, o comunismo – milhões de homens e mulheres foram mortos ou se sacrificaram por essa verdade que, não há como ignorar, está sempre em transformação.

Para quem acha que a Bíblia é uma coleção de histórias da carochinha escritas por pessoas talvez meio instáveis, com uma queda para o fantástico e a violência (e o Velho Testamento é repleto de casos de arrepiar os cabelos), um alerta: a disputa pela posse dessa verdade completa e absoluta continua a fazer estremecer a história. No Brasil, o crescimento vertiginoso do evangelismo muda não só costumes entre as parcelas da população que aderem a ele como pode, no limite, vir a alterar um dos epítetos pelos quais o país é conhecido – o de a maior nação católica do mundo. Nos Estados Unidos, onde a liberalização da moral e da legislação, a partir dos anos 1960, criou tensões imensas com a populosa faixa dos americanos que acham que toda lei e todo código devem emanar da Bíblia, surgiram paradoxos incompreensíveis. Por exemplo, os grupos contra o aborto que, na defesa intransigente da vida, matam médicos e enfermeiras de clínicas que realizam a prática. Até o mais explosivo ingrediente da política global, o conflito no Oriente Médio entre árabes e judeus e suas infinitas ramificações, tem um componente bíblico – o estabelecimento do estado de Israel, em 1948, na região que, no Gênese, consta como a terra prometida dos judeus. Não é preciso crer, enfim, para entender que a Bíblia não é apenas "a maior história de todos os tempos", como se costuma dizer. Mais de 3 000 anos depois de ter começado a ser escrita, ela é ainda a maior história deste tempo.


Um Ano Muito Estranho

Em agosto de 2005, iniciou-se um ano estranho para o nova-iorquino A.J. Jacobs. O escritor e jornalista decidiu que, nos quase 400 dias seguintes, viveria estritamente de acordo com os ditames da Bíblia, dos mais conhecidos aos mais obscuros. Jacobs enfrentou questões imensas, como não mentir nem uma mentirinha, por mais social que fosse,
ou não cobiçar mulheres que não a dele, nem mesmo as hipotéticas (o que o levou a cobrir com fita-crepe a figura sedutora de uma gueixa em um rótulo de chá).
E enfrentou também questões bizarras, como não semear dois tipos de grão no mesmo campo (fácil de seguir, já que em Nova York áreas de plantio são mesmo artigo incomum), ou como decidir onde se sentar no metrô ou numa lanchonete, já que assentos que tenham sido ocupados por mulheres no período menstrual ficam impuros (por via das dúvidas, ele às vezes carregava um banquinho). Jacobs narrou esses e outros episódios vividos no período em que circulou barbudo e de túnica branca por Manhattan no livro The Year of Living Biblically (O Ano de Viver Biblicamente), que lançou em 2007. A seguir, ele faz um balanço da sua experiência ao correspondente de VEJA em Nova York, André Petry.

Qual foi a situação mais extraordinária daqueles 387 dias?
Foi cumprir o mandamento bíblico de apedrejar os adúlteros. Você há de entender que isso não combina muito com a Manhattan dos dias de hoje. Acabei usando seixos, aquelas pedrinhas de cascalho, bem miudinhas, de modo que ninguém saísse ferido.

Das 700 orientações que o senhor extraiu da Bíblia, qual lhe pareceu a mais inexplicável?
A que proíbe o uso de roupas com mistura de fibras. As roupas devem ser feitas de um único tipo de fibra, sem combinações. Isso exige uma administração microscópica. Que diferença faz para Deus se estou usando camisa só de algodão ou se tem algodão e poliéster?

O que é mais fácil de seguir: o Velho ou o Novo Testamento?
Essa é uma pergunta complicada. Há mais regras no Velho Testamento, mas no Novo Testamento Jesus fala em perdoar e amar seu inimigo. Isso é dureza.

O senhor acha que alguém na história seguiu os mandamentos bíblicos literalmente, incluindo Jesus Cristo?
As pessoas pegam umas partes para seguir ao pé da letra e excluem outras. Todos nós praticamos uma religião de padaria, incluindo e excluindo elementos.

É possível identificar na Bíblia o que deve ser tomado como literal e o que é apenas metafórico?
Acredito que sempre haverá uma discussão sobre isso e nunca chegaremos a uma conclusão inequívoca.

Como não se pode falar o nome de outros deuses (êxodo, 23:13), então é proibido torcer para a tenista Venus Williams?
No Velho Testamento, de fato, não se pode dizer o nome de deuses pagãos, como Vênus. Acredito que você possa torcer pela Venus Williams, mas não deve ficar berrando o nome dela. Ou, melhor ainda, torça pela Serena.

Pelas suas contas, a Bíblia faz quarenta referências negativas ao uso de bebidas alcoólicas, 62 neutras e 145 positivas. Afinal, como um respeitador da Bíblia deve encarar a bebida?
No geral, o vinho é um exemplo da bênção de Deus, mas só quando bebido com moderação. A Bíblia tem muitas histórias de gente que bebeu demais e acabou se encrencando. Noé se embebedou uma vez e terminou desmaiando, só que desmaiou pelado, o que causou todos os problemas possíveis.

O valor da Bíblia certamente não está em seguir seus ensinamentos ao pé da letra. Onde está?
A Bíblia é cheia de sabedoria, cheia de compaixão, e o fato de tê-la vivido por mais de um ano mudou minha vida para sempre. Essa experiência mudou minha vida de uma forma muito profunda.

O senhor acredita em Deus?
Depois de um ano, eu comecei a frequentar uma sinagoga e matriculei meus filhos numa escola judaica. Continuo agnóstico, pois não sei se Deus existe. Mas tenho profundo respeito pelo conceito do sagrado.

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http://veja.abril.com.br/231209/historia-sem-fim-p-152.shtml

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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

21 de dezembro de 2009

O Globo

Manchete: Polícia prepara ocupação de Tabajaras e Cabritos
Também na quarta, UPP do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo será inaugurada

O governador Sérgio Cabral anunciou que 80 homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) vão ocupar, na quarta-feira, o Morro dos Cabritos e a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. O estado planeja ações simultâneas. A ocupação das duas comunidades para expulsar o tráfico acontecerá no mesmo dia em que será inaugurada a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, em Copacabana e Ipanema. O anúncio foi feito ontem por Cabral, que esteve na cerimônia de formatura dos 299 policiais militares treinados para atuar na nova unidade, a quinta do Rio. Segundo ele, ano que vem deverão ser instaladas UPPs na Zona Norte. (págs. 1 e 17)

Da Pavuna a Botafogo, sem baldeação no metrô

O novo viaduto que permitirá ao usuário do metrô ir da Pavuna a Botafogo, sem baldeação, será visitado hoje pelo presidente Lula, que chega ao Rio para inaugurar a Estação General Osório, em Ipanema, com capacidade para receber cerca de 20 mil passageiros por dia. A partir de amanhã, a população já poderá usar a estação e o novo trecho. (págs. 1 e 13)

Foto legenda: O viaduto do metrô na Avenida Francisco Bicalho, no Centro: obra garantirá ligação direta da Pavuna a Botafogo

Fábio Barreto sofre acidente

Diretor de 'Lula, o filho do Brasil' está em coma induzido

O cineasta Fábio Barreto, de 52 anos, diretor do filme "Lula, o Filho do Brasil”, sofreu um grave acidente sábado à noite, em Botafogo. Segundo uma testemunha, ele dirigia um Pajero quando foi fechado por um outro veículo na Rua Real Grandeza. O carro despencou de uma altura de cerca de quatro metros, no elevado de acesso ao Túnel Velho, capotando várias vezes. Fábio sofreu traumatismo craniano e foi operado às pressas. O cineasta está em coma induzido e, de acordo com o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, a preocupação da equipe médica é mantê-lo vivo. O presidente Lula ligou para prestar solidariedade aos pais de Fábio, Luís Carlos e Lucy Barreto. (págs. 1 e 10)

Foto legenda: Luís Carlos e Lucy Barreto, pais de Fábio, com Paulo Niemeyer Filho

Arruda teria distribuído R$ 20 milhões em propinas

Consideradas ilegais pelo Ministério Público, as mudanças urbanísticas no Distrito Federal teriam rendido R$ 20 milhões em propina para o grupo do governador José Roberto Arruda, acusado de comandar o chamado mensalão do DEM. Segundo depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, o dinheiro teria sido pago por empreiteiras e distribuído a deputados distritais, encarregados de aprovar as alterações na legislação. (págs. 1 e 3)

Frio mata mais de 40 nos EUA e na Europa

Uma onda de frio, com até 33 graus negativos e fortes nevascas, causou mais de 40 mortes na Europa e nos Estados Unidos, além de deixar milhares de pessoas presas em aeroportos e estações de trem. A Eurostar suspendeu a circulação de trens entre Londres e Paris por tempo indeterminado. Na Polônia, 29 pessoas desabrigadas morreram congeladas. (págs. 1 e 24)

Vendas sobem 10%, e Natal puxa indústria

No primeiro Natal pós-crise, as vendas nos shoppings do país aumentaram pelo menos 10% no fim de semana passado. No Rio, dezenas de brinquedos sumiram das prateleiras. Com a queima de estoques nas lojas, a indústria será beneficiada com novas encomendas, acelerando a retomada da economia brasileira no próximo ano. (págs. 1 e 19)

Tabela do IPVA para 2010 tem redução, em media, de 15% (págs. 1 e 17)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Alckmin lidera em SP e Hélio Costa, em MG
No RJ, Cabral está na frente; Mercadante é o 1° na disputa pelo Senado em SP

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) venceria no primeiro turno a eleição para o governo paulista se o pleito ocorresse hoje, revela pesquisa Datafolha feita entre os dias 14 e 18. Ele atinge ao menos 50% em todos os cenários em que aparece.

No campo que apoia o presidente Lula, tanto Ciro Gomes (PSB) quanto os possíveis candidatos do PT ficam bem abaixo do tucano.

Ciro, cuja preferência é disputar o Planalto, alcança de 14% a 16%. Marta Suplicy (PT) varia de 14% a 19%.

O governador José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência, ganharia se decidisse disputar a reeleição.

Em Minas, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), está em primeiro em todos os cenários, variando de 31% a 37% - esse último índice no caso de o PT não lançar candidato para disputar o governo.

No Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) está na frente, com índices entre 36% e 39%. Seu principal rival é o ex-governador Anthony Garotinho (PR).

O senador Aloizio Mercadante (PT) lidera, com 32%, a disputa ao Senado por SP. Romeu Tuma (PTB) tem 27%; o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), 24%. Em 2010 serão eleitos dois senadores por Estado. (págs. 1 e Brasil)

Vera Magalhães
Pesquisa praticamente define candidato tucano (págs. 1 e A7)

Leptospirose pode ter matado uma criança do Jardim Pantanal

Uma criança que morreu ontem em SP pode ter sido vítima de leptospirose. Isaac Souza de Lima, 6, vivia numa área pobre do Jardim Pantanal (zona leste) alagada por quase duas semanas após o temporal do dia 8.

Segundo vizinhos, Isaac apresentou dores no corpo, febre alta e vômitos depois de ter tido contato com a água suja e foi levado a um posto de saúde, onde ouviu que poderia ser tratado em casa. Como os sintomas pioraram, ele foi hospitalizado.

Pelo menos dez moradores da região estão com suspeita de leptospirose. (págs. 1 e C5)

Foto legenda: Do Sul ao Norte

Criança pede esmola perto de Teixeira de Freitas (BA), na BR-101, que corta o litoral de 12 Estados e é a 2ª maior rota rodoviária do país; Folha percorreu 4.500 km da estrada, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, para conferir sua qualidade (págs. 1, C3 e C4)

Fábio Barreto, diretor de 'Lula', sofre acidente; estado é grave

O cineasta Fábio Barreto, 52, capotou o carro na noite de sábado, em Botafogo, zona sul do Rio. Sofreu traumatismo craniano e respira com a ajuda de aparelhos.

O diretor de "Lula, o Filho do Brasil" foi levado ao hospital Miguel Couto e operado. Pela manhã, foi transferido para o Copa D'Or. "Não estamos preocupados com sequelas, mas em mantê-lo vivo", disse o neurocirurgião Paulo Niemeyer. (págs. 1 e C5)

Mundo: Popularidade de Berlusconi sobe 7 pontos após ataque (págs. 1 e A10)

Editoriais
Leia "O partido dos eleitos", que comenta o Datafolha; e "Luz para a baixa renda", sobre acesso à energia elétrica. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Governo abre o cofre para demitir sem ônus político
Incentivos criados por estatais elevam em 74% gastos com obrigações trabalhistas

O governo federal desembolsou R$ 155 milhões em indenizações trabalhistas de janeiro a novembro, 74% a mais do que no mesmo período de 2008. Por trás do aumento de despesas estão os incentivos financeiros de Programas de Demissão Voluntária (PDVs) criados pelas estatais para estimular a saída de aposentados sem a necessidade de arcar com o ônus político de demissões. Em muitos casos, esses funcionários ocupam cargos altos e resistem a deixá-los. O quadro se agravou em 2006, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a aposentadoria não rompe vínculos empregatícios. Desde então, 76.225 aposentados mantiveram o cargo. Os Correios, por exemplo, já gastaram R$ 352,8 milhões em dois PDVs que levaram à dispensa de 6.023 servidores, dos quais 4.769 estavam aposentados. (págs. 1, B1 e B3)
Dívida pública já assusta

A dívida bruta do setor público, que já se aproxima de R$ 2 trilhões, é o novo fantasma dos analistas da economia brasileira. Ela cresceu de 53% para 67% do Produto Interno Bruto (PIB) durante o governo Lula e pode superar 70%. (págs. 1 e B5)

Força-tarefa de ministros vai ajudar Dilma em SP

O Planalto usará uma tropa de choque de ministros como Guido Mantega (Fazenda) para divulgar programas federais em São Paulo e apoiar a candidatura Dilma Rousseff. A intenção é evitar que o tucano José Serra capitalize sozinho o apelo eleitoral de obras que têm apoio federal, como o Rodoanel. "Precisamos consolidar essa marca do governo no Estado", diz o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. (págs. 1 e A4)

Autópsias mostram que H1N1 lesiona o pulmão

As autópsias de 21 vítimas brasileiras da gripe suína mostram que o vírus H1N1 causa danos ao pulmão semelhantes aos das pandemias de influenza de 1918, 1954 e 1968. Os exames, feitos por cientistas da USP, indicam ainda que houve resposta exagerada do sistema imunológico à doença, o que acabou prejudicando os pacientes. (págs. 1 e A12)

Obama fecha primeiro ano com balanço modesto

Barack Obama encerra o primeiro ano na presidência dos EUA contabilizando como vitórias da sua gestão a reforma do sistema de saúde e até sua participação na conferência sobre o clima de Copenhague. Analistas põem em dúvida avanços feitos nas duas frentes e afirmam que o desempenho de Obama ficou aquém das expectativas criadas por sua posse. (págs. 1 e A8)

Tarifa de ônibus subirá para R$ 2,70 no dia 4 de janeiro

Depois de três anos sem reajuste, a tarifa de ônibus vai subir para R$ 2,70 no dia 4 de janeiro. O aumento é de 18%. Com isso, São Paulo terá uma das tarifas mais caras do País. Nas outras capitais o valor não passa de R$ 2,50. O congelamento até o fim do ano foi uma promessa de campanha do prefeito Gilberto Kassab. Para cumpri-la, ele bancou R$ 783 milhões em subsídios às empresas de ônibus. (págs. 1 e C1)

Foto legenda: Derradeiro check-out

O empresário italiano Marco Crippa, um dos últimos hóspedes do Grand Hotel Ca’d’Oro, deixa seu quarto. Aberto em 1953 e outrora ponto de encontro de artistas e intelectuais, o primeiro cinco estrelas paulistano fechou as portas ontem. (págs. 1 e C6)

Acidente de carro deixa em coma cineasta Fábio Barreto

O cineasta Fábio Barreto, de 52 anos, diretor do filme Lula, o filho do Brasil, está internado, em coma induzido, no Hospital Copa D'Dor, no Rio. Ele capotou o carro na noite de sábado e sofreu traumatismo craniano. Seu estado é considerado grave. (págs. 1 e C5)

'Estado' sob censura há 143 dias. (págs. 1 e A7)

Clima: Frio antecipado no Hemisfério Norte
Maior nevasca em 60 anos cobriu a Costa Leste dos Estados Unidos. (págs. 1 e A9)

Notas e Informações: O STF e a incerteza jurídica

Cabe ao STF garantir segurança jurídica. Mas tem tomado decisões confusas, imprecisas e mal fundamentadas. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: Ligação da Dutra à BR-40 sai do papel
A parceria da União com o Rio vai avançar. Quando encontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, o governador Sérgio Cabral mostrará estudo da Coppe-UFRJ propondo a ligação entre as rodovias Presidente Dutra e BR-040. A informação é do vice-governador, Luiz Antonio Pezão. Em entrevista ao JB, Pezão conta que a Transbaixada seguirá as margens do Rio Sarapuí e custará R$ 230 milhões. (págs. 1 e País A5)

Fábio Barreto luta para sobreviver

Submetido a uma cirurgia de emergência na cabeça, o cineasta Fábio Barreto luta pela vida na UTI do hospital Copa D'Or. O diretor capotou com o carro, sábado, em Botafogo. (págs. 1 e Cidade A12)

Morre a atriz Brittany Murphy

Famosa pelos papéis em filmes como As patricinhas de Beverly Hills, Recém-casados e Garota interrompida, a atriz Brittany Murphy, de 32 anos, morreu em Los Angeles. Murphy teve uma parada cardíaca e foi levada ao hospital Cedars Sinai, mas já teria chegado morta. (págs. 1 e Internacional A20)

Google distribui smartphone

O duelo entre Google e Apple vai esquentar no início de 2010, quando a primeira começar a vender o smartphone com o sistema Android. O aparelho começou a ser dado para testes a funcionários nos EUA e será compatível com qualquer operadora. (págs. 1 e Vida, Saúde & Ciência A22)

Coisas da política

Aécio e os preconceitos na política. (págs. 1 e A2)

Outras páginas

Desembargadora contesta advogado. (págs. 1 e A6)

Carlos Eduardo Novaes

Conferência do Clima, papo de cartola. (págs. 1 e A23)

Editorial

Saneamento, um bem que não traz voto. (págs. 1 e A10)

Sociedade Aberta

Walder Suriani
Superintendente da Aesbe

As dificuldades do saneamento. (págs. 1 e A7)

Sociedade Aberta

Casimiro Vale
Presidente do Creci-RJ

Revitalizar é uma conquista. (págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense

Manchete: Fraude na Previdência chega a R$ 1,6 bilhão
Tribunal de Contas da União identifica o golpe dos "mortos-vivos", gente que saca indevidamente os benefícios pagos a quem já morreu. Falhas na atualização do INSS favorecem as irregularidades (págs. 1, 2 e 3)

Propina: PF investiga caminho do dinheiro sujo

A Polícia Federal encontrou indícios que podem levar à ligação entre as empresas sob suspeita na Operação Caixa de Pandora e integrantes do GDF. Os investigadores recolheram cédulas no gabinete de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de Arruda, e na casa de Domingos Lamoglia, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do DF. O ministro do STJ Fernando Gonçalves recomendou exames complementares no dinheiro apreendido. (págs. 1 e 19)

Governo sai em defesa do aborto

Programa lançado hoje faz uma recomendação clara: o Legislativo deve alterar o Código Penal para garantir a “descriminalização do aborto”. Grupo de deputados promete mobilização nacional contra a medida. (págs. 1 e 8)

Boa viagem

Saiba como evitar transtornos na hora do embarque (págs. 1 e 28)

UnB

Provas de vestibular reúnem 18 mil candidatos. Abstenção ficou em 22% (págs. 1, 22 e gabarito no site do Correio)

Em tempo integral

A prática é cada vez mais comum: brasilienses decidem abandonar o emprego para se dedicar exclusivamente aos concursos. Mas especialistas alertam que o esforço nem sempre rende maravilhas. (págs. 1 e Eu, Concurseiro, 12 e 13)

Foto legenda: Castigados pelo frio

O inverno no Hemistério Norte começa hoje, mas nevascas já provocam tragédias em países como a Polônia, onde 15 pessoas morreram por conta do mau tempo. Em Nova York, o clima era de caos urbano. (págs. 1 e 15)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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