A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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segunda-feira, maio 14, 2012
XÔ! ESTRESSE [In:] ''AS AVES QUE AQUI GORJEIAM..." *
(*) Canção do Exílio. Gonçalves Dias.
"...Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
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FHC - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO [In:] ''AVE, CÉSAR! '' II
FH: Comissão da Verdade buscará reconciliação, e não vingança
O Globo - 14/05/2012 |
Ex-presidente recebe prêmio de US$ 1 milhão do Congresso dos EUA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem estar otimista com a instauração da Comissão da Verdade, criada para investigar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar. Segundo ele, que participará, quarta-feira, da cerimônia de posse dos membros da comissão, em Brasília, o objetivo não é buscar vingança, mas sim a verdade e a reconciliação.
Fernando Henrique comparou a comissão brasileira ao grupo "The Elders", criado pelo líder sul-africano Nelson Mandela em 2007 com o objetivo de debater soluções para problemas mundiais, do qual ele próprio faz parte.
- A Comissão da Verdade foi criada com o mesmo espírito do que foi feito por Mandela, ao criar os Elders na África do Sul. Será uma busca por verdade e reconciliação, não vingança - disse.
Segundo ele, o convite da presidente Dilma Rousseff para que os ex-presidentes brasileiros participem da posse na próxima quarta-feira dá à comissão a conotação de uma ação de Estado.
Perguntado sobre a possibilidade de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos, o ex-presidente disse que essa seria uma decisão equivocada.
- Ele participou das investigações. Portanto, a convocação não faz sentido - respondeu Fernando Henrique.
Prêmio Kluge destaca obra acadêmica
Pelo conjunto de sua obra, Fernando Henrique Cardoso foi agraciado com o Prêmio Kluge da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O anúncio da premiação foi feito ontem. É a primeira vez que um brasileiro vence o Kluge. Criado em 2003, o prêmio é considerado o Nobel da área de humanidades.
O Prêmio Kluge já foi concedido a Leszek Kolakowski (2003), a Jaroslav Pelikan e Paul Ricoeur (2004), a John Hope Franklin e Yu Ying-shih (2006), e a Peter Lamont Brown e Romila Thapar (2008). Além do prestígio, o Kluge rende aos ganhadores US$ 1 milhão.
O ex-presidente contou que soube, há uma semana, que era o ganhador deste ano. E que foi surpreendido pela notícia, pois não sabia que estava entre os indicados. Desta vez, o ex-presidente foi o único vencedor, ao contrário de anos anteriores, quando a Biblioteca do Congresso Americano preferiu dividir o prêmio entre dois pensadores.
- Foi como receber um raio de sol num dia de chuva. É um prêmio de prestígio, e é sempre muito bom ser reconhecido. O que mais me deixou contente é que esta é uma premiação que privilegia trabalhos acadêmicos que tenham impacto na vida prática - comemorou, contando que a premiação será em 10 de julho, numa cerimônia em Washington.
Sobre o discurso que fará ao receber o prêmio, Fernando Henrique adiantou que planeja enfatizar exclusivamente a sua vida acadêmica.
- Política é sempre discutível - explicou, dizendo que ainda não sabe o que fará com o dinheiro da premiação. - Nessa altura da minha vida, o que vale mesmo é o reconhecimento. Minha família deve ficar muito mais contente do que eu com o dinheiro. Nunca recebi uma bolada tão grande como essa de uma só vez.
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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO [In:] ''AVE, CÉSAR ! "
FH é premiado por obra acadêmica e vida pública
Autor(es): Paula Bonelli |
O Estado de S. Paulo - 14/05/2012 |
Ex-presidente é 1º brasileiro a conquistar o Prêmio Kluge, espécie de Nobel das áreas sociais
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conquistou o Prêmio John W. Kluge, concedido pela Biblioteca do Congresso Americano, pelo conjunto da sua obra acadêmica, sua ativa produção intelectual no campo das humanidades e também por seu significado na vida pública do País. O sociólogo recebe a distinção em Washington, no dia 10 de julho. O prêmio é entregue a cada dois anos para acadêmicos que dedicaram a vida a pesquisas em áreas como história, sociologia, política e antropologia – disciplinas não contempladas pelo Prêmio Nobel, ao qual a distinção é comparada. FHC, autor ou coautor de 23 livros e 116 artigos acadêmicos, disse que foi pego de surpresa com a sua escolha. “É uma coisa que eu não estava esperando, não me candidatei e recebi. É melhor receber enquanto vivo do que depois de morto”, brincou o ex-presidente. “O prêmio se deu também em função da coerência entre o que escrevi e minha ação política”, definiu Fernando Henrique.
A recompensa, da ordem de US$ 1 milhão, será entregue pelo diretor da Biblioteca do Congresso, James H. Billington, quando FHC pronunciará um discurso para acadêmicos e políticos. Para o “pai” do Plano Real, o Prêmio Kluge é dado a quem abre um caminho que provoca repercussão na vida das pessoas. Ele acredita que a sua Teoria da Dependência, por sua grande difusão, foi a que teve mais i mpacto. “O livro ia contra a visão predominante da época e mostrou que é possível crescer apesar da dependência”, explicou. Por outro lado, do ponto de vista acadêmico, o sociólogo acredita que tenha outros trabalhos mais sólidos, como sua tese de doutorado sobre capitalismo e escravidão no Brasil meridional.
O Prêmio Kluge foi criado em 2000 para estimular a relação entre o mundo das ideias e da ação. FHC afirma que sua formação não é específica de sociólogo, por ter trabalhos acadêmicos também em economia e na ciência política. “Minha visão foi sempre mais integrada. Acho que conseguimos estabilizar a economia do Brasil e não fazer o que normalmente se f az para atingir isso, que é levar o País à recessão. Pelo contrário: crescendo o que crescia e sempre com a preocupação de educação, saúde, bolsa (social) e de aumentar o salário mínimo.” Segundo FHC, sua visão corrobora a tese de que “o desenvolvimento não é só econômico, é integrado.”
Entre o grupo de países que já venceram o prêmio estão França, Índia, China e Estados Unidos. Sobre como pretende usar os cerca de US$ 1 milhão que receberá, FHC não esconde a surpresa: “Vamos ver. Não consigo nem imaginar ter tudo isso. Nunca vi tanto na minha mão de uma vez. Deixa eu receber primeiro”.
Ideias e ação
FHC EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
“Conseguimos estabilizar a economia do Brasil e não fazer o que normalmente se faz para isso, que é levar o País à recessão”
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''A SERPENTE ESTÁ NA TERRA, O PROGRAMA ESTÁ NO AR..." *
‘Caudismo’
Autor(es): José Roberto de Toledo |
O Estado de S. Paulo - 14/05/2012 |
A maioria dos partidos brasileiros sofre de “caudismo” crônico. A divergência entre seus deputados é tão grande que a cauda formada pelos dissonantes é mais pesada do que o corpo partidário. Se fossem répteis, essas siglas seriam serpentes. A dispersão dos votos dos deputados de um mesmo partido começa no mais desapegado governismo e termina em destemida oposição. Pode significar tudo, menos coesão ideológica. O caso mais extremo de “caudismo” é o do PSD, que foi pensado para ser assim. Seu fundador definiu o PSD como um partido que não está nem à direita, nem à esquerda, nem no centro. Proféticas palavras. Quântico, o PSD está em todo lugar ao mesmo tempo. E não está sozinho. O “caudismo” não tem lado. Vai da oposição à base governista, do DEM ao PDT, do PPS ao PR, passando por PP e PV.
O Basômetro, desenvolvido pelo Estadão Dados, revela que a taxa de governismo da bancada do PSD na Câmara está em 86%. Mas um único número não traduz o comportamento de membros da sigla. Essa taxa embute um desvio padrão que é sete vezes maior do que o do PT, o mais coeso dos grandes partidos. O governismo do PSD varia dos 95% de votos pró-Dilma de João Lyra (AL) até os 36% de Nice Lobão. A independente deputada maranhense é mulher de Edison Lobão, ministro das Minas e Energia. Nice Lobão não está sozinha no lado oposicionista do PSD: 7 deputados do partido votaram mais vezes contra o líder do governo na Câmara do que segui-ram sua orientação. Na outra ponta, 8 obedeceram o governo em mais de 90% das vezes. E o resto dos deputados do partido ficou no meio do caminho, entre um extremo e outro, sem deixar espaço vazio no espectro de governismo. O corpo de votos tem o formato de uma cauda.
O fenômeno se explica pela origem dos deputados do PSD. Eles foram eleitos por outras legendas, e só se juntaram na nova sigla em outubro do ano passado. Os que emigraram do PMDB, do PR e do PTB, como João Lyra, carregavam na bagagem de votações uma alta taxa de governismo. Já os que vieram do DEM, como Nice Lobão, tinham um passado oposicionista. Depois que o PSD formou sua bancada na Câmara, o comportamento de seus deputados tornou-se majoritaria-mente governista, votando quase sempre de acordo com a vontade de Dilma. Nas 26 votações nominais ocorridas entre outubro e dezembro de 2011, a taxa de governismo do PSD foi de 97%: 45 dos 48 deputados do partido votaram com o governo em mais de 90% das vezes. Mas isso mudou no começo deste ano.
Desde fevereiro, aumentaram os votos oposicionistas do PSD. Só sobraram dois deputados no “núcleo duro” do governo na Câmara. Na média, a taxa de governismo do PSD caiu de 97% para 68%. A causa dessa mudança de comportamento é a eleição municipal. Em fevereiro, o presidente do partido, Gilberto Kassab, trocou a aliança com o PT em São Paulo pelo apoio a José Serra, do PSDB. A troca de aliado refletiu-se em outras cidades. Seria injusto dizer que o PSD inventou o “caudismo”. Ele só aperfeiçoou-o.Tome-se o partido de onde migraram mais peessedebistas, o DEM. Nas 53 votações nominais anteriores à defecção de seus parlamentares para o PSD, o DEM tinha uma taxa média de governismo de apenas 22%. Só 4 de seus 43 deputados tinham votado mais de metade das vezes com o governo. Desde então,
o governismo do DEM subiu para 29%, e 5 deputados da sigla deram mais de 50% dos seus votos para Dilma. Um deles, Lael Varela, é um renitente membro do “núcleo duro” do governo: tem 100% de votos pró-Dilma em 2012.
É tentador identificar o “caudismo” como um reflexo do comportamento caudatário que a maioria dos partidos tem em relação ao governo. Afinal, apenas 4 das 23 legendas com representação na Câmara podem dizer que fazem oposição a Dilma. Na média, suas bancadas votaram mais de metade das vezes contra o governo em 98 votações nominais: PSDB (78% de oposicionismo), DEM (74%), PSOL (72%) e PPS (66%). Mas enquanto PSDB e PSOL são razoavelmente coesos nos votos de seus deputados, os outros dois sofrem de “caudismo”. Entre os deputados do PPS, a taxa de governismo varia dos 25% de Roberto Freire (SP) a mais do que o dobro disso, como é o caso de Almeida Lima (SE), que votou mais vezes com o governo do que contra ele. O desvio padrão dos votos da bancada do PPS é 26% maior do que a dos tucanos, por exemplo. Não é coincidência que PT e PSDB, os partidos que polarizam a política no País há 18 anos, estejam entre os mais coesos. Nem que PSB e PMDB, que buscam romper essa polarização, rivalizem com eles em coesão.
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(*) Raul Seixas.
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RENDA/EMPREGO/CONSUMO [In:] ''NOS PEGUE-PAGUES DA VIDA..." *
Risco de calote na nova classe média é maior,
diz economista
Autor(es): Por Alessandra Saraiva | Do Rio |
Valor Econômico - 14/05/2012 |
O consumo em alta da "nova classe média" é insustentável em um horizonte de longo prazo e corre o risco de enfraquecer nos próximos anos. O alerta partiu do economista e diretor do International Growth Center, Claudio Frischtak. Em seu estudo "A Social-Democracia Brasileira: seu momento de definição", que será apresentado hoje, no primeiro dia do XXIV Fórum Nacional, o especialista ressalta que o aquecimento do mercado doméstico brasileiro tem sido alimentado por fatores como maior oferta de crédito para essa parcela da população, mercado de trabalho em alta, e programas de transferência de renda. Esses fatores operam com "grandes limitações" de sustentabilidade em prazos mais longos, na análise do especialista.
Em seu trabalho, o economista observa que, pela primeira vez na história, o Brasil se tornou um país de classe média, com a incorporação de cerca de 60 milhões de pessoas nesta categoria desde 1993 - em 2011, esse grupo representou cerca de 55% da população. Uma combinação de forte dinamismo do mercado de trabalho voltado para a base da pirâmide e transferências previdenciárias e de assistência social da ordem de 15% do Produto Interno Bruto (PIB), além de rápido crescimento do crédito, resultaram em expansão sustentada do consumo a um ritmo muito superior ao da própria economia. "Essa, em essência, é a social-democracia brasileira", resumiu.
Pelo lado do crédito, contudo, Frischtak observa que os bancos começam a entender somente agora os grandes riscos de inadimplência inerentes à concessão de financiamentos para a nova classe média. Isso porque, diferente da classe média tradicional, os novos entrantes nesse grupo não têm ativos tangíveis que possam ser usados para o pagamento de débitos em atraso.
Frischtak comenta que a antiga classe média, em casos de apuros de dívidas não pagas, sempre pode recorrer a uma espécie de "rede de proteção de ativos líquidos", como vender um carro, por exemplo; ou a parentes com ativos ou de renda mais elevada, que possam ajudar a lidar com problemas de inadimplência emergenciais. "Isso é um grande perigo para os bancos: as classes C e D que estão chegando agora na classe média não têm essa rede de parentes com ativos líquidos e já estão altamente endividadas", frisa. "A nova classe média não tem plano B [para resolver problemas de inadimplência]", completa. Isso conduzirá a uma gradual cautela dos bancos, nos próximos anos, na oferta de crédito barato a essa parcela da população.
Quanto ao mercado de trabalho, o especialista observa que a renda do trabalho tem crescido acima da produtividade. Isso, na prática, tem elevado os custos de produção do país. "Estamos nos tornando uma economia de custos elevados", resume. O fortalecimento dos custos da produção é repassado, em parte, para os preços, que tornam-se aos poucos menos convidativos para o apetite da nova classe média.
Já no campo da transferência de renda, Frischtak avalia que os programas neste segmento estão "no limite", e não devem continuar a crescer, no futuro, no mesmo ritmo de elevação dos últimos anos.
Para o especialista, é preciso reorientação de prioridades nos gastos do governo. Esta nova linha de ação passaria por reduzir a ênfase nas transferências de renda, e por um direcionamento dos recursos para o estímulo à produção de bens coletivos tangíveis, como obras de infraestrutura, e intangíveis, como educação. Recursos na formação educacional acabam por, indiretamente, contribuir para uma melhor qualificação profissional que, por sua vez, tem impacto direto na melhora da produtividade em diferentes campos da economia.
Ancorar o crescimento sustentável somente na continuidade do aquecimento do mercado interno não seria suficiente, diz Frischtak. Na análise do economista, somente ganhos de produtividade contínuos garantirão o crescimento sustentável da economia. "Mas a produtividade não cresce", alerta.
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(*) Raul Seixas.
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CPI-CACHOEIRA [In:] ''NADA A DECLARAR!'' II
LEANDRO COLON E NATUZA NERY
Quem espera revelações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em seu depoimento marcado para amanhã na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura sua relação com autoridades deverá se frustrar.Beba na fonte:Folha de S.Paulo – Poder – Cachoeira deve ficar calado na CPI, afirma seu advogado – 14/05/2012.
A defesa de Cachoeira definiu a estratégia no fim de semana: ou o empresário ficará calado ou ele não vai comparecer ao depoimento.
A alternativa a prevalecer depende da resposta do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido dos advogados para que a CPI dê a Cachoeira acesso ao material que tem contra ele, além de prazo para analisar os documentos.
Se o STF negar o pedido ou não decidir até amanhã, Cachoeira deve permanecer em silêncio no depoimento -ou falar muito pouco.
Se o Supremo aceitar o pedido, a defesa espera que seja dado um prazo para Cachoeira analisar os autos da CPI, o que adiaria o depoimento.
Para a defesa, ele não pode depor sem saber o conteúdo da investigação. “Precisamos acabar com essa situação kafkiana”, disse ontem o advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça no governo Lula.
No romance “O Processo”, de Franz Kafka, o personagem principal é investigado sem saber por qual motivo.
Se o depoimento de fato ocorrer, será a primeira oitiva pública à comissão. Até agora, só dois delegados da Polícia Federal falaram, mas em sessões secretas.
“Ele adotará a linha de não falar”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Por ora, a CPI do Cachoeira em nada se assemelha à CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2005.
Naquela época, não havia investigação policial prévia nem extensos arquivos com intercepções telefônicas.
“É que, neste caso, as investigações já estavam avançadas”, completou o senador.
Na quinta, a CPI ouvirá dois procuradores da República que conduziram a Operação Monte Carlo, que levou Cachoeira à prisão.
Os integrantes da CPI querem, por exemplo, solicitar ao STF acesso ao sigilo bancário do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), investigado pelo envolvimento com Carlinhos Cachoeira.
O Supremo já autorizou a abertura dos dados bancários do senador a pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Se não tiverem acesso por meio da corte, os membros da CPI pretendem votar requerimento para conseguir os documentos.
http://www.pannunzio.com.br/archives/category/deu-no-jornal/folha-de-sao-paulo
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CPI-CACHOEIRA [In:] ''NADA A DECLARAR!''
IDA DE CACHOEIRA À CPI CRIA EXPECTATIVA
CACHOEIRA DE VOLTA AO PALCO DA CPI |
Autor(es): » DENISE ROTHENBURG » ADRIANA CAITANO |
Correio Braziliense - 14/05/2012 |
Discussão sobre o depoimento do bicheiro coloca convocações de autoridades em segundo plano. Supremo deve decidir hoje se adia a ida do contraventor ao Congresso O depoimento do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, marcado para amanhã na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que leva seu nome, é visto pelos parlamentares que a integram como a volta à origem. Ainda que Cachoeira, no papel de acusado/testemunha, não fale nada nem dê qualquer pista sobre seus negócios, estão todos na torcida para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello rejeite o habeas corpus apresentado pela defesa de Cachoeira para que seu depoimento seja adiado. “Se ele for, acredito que falará de forma superficial. Será apenas um evento, sem grandes respostas. Mas é simbólico para retomarmos o eixo”, disse ao Correio o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que integra o colegiado. Na primeira semana de funcionamento, a comissão se desviou do leito das apurações a que se propôs: a relação do contraventor com políticos e agentes públicos. Primeiro, seus integrantes se mostraram mais interessados em puxar o Ministério Público para o centro da discussão, debatendo a demora do procurador-geral da República em agir sobre a Operação Vegas — e fizeram o mesmo sobre a relação do bicheiro com a imprensa. Houve também a leitura de um documento com nomes citados nas conversas gravadas pela Polícia Federal, antes de se saber de fato o grau de envolvimento de cada uma delas no esquema ou se foram simplesmente mencionados sem maiores consequências. Para completar, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Humberto Costa (PT-PE) discutiram em plena sessão, com direito a xingamentos. “Na quinta-feira passada, saímos menores do que entramos para aquela reunião”, lembra Pitiman, referindo-se à briga dos parlamentares. A ida do bicheiro ao Congresso Nacional, porém, ainda não é certa. O ministro Celso de Mello deve decidir liminarmente hoje se aceita o habeas corpus apresentado pela defesa de Cachoeira. No documento entregue na sexta-feira ao STF, Márcio Thomaz Bastos, advogado do bicheiro, alega que não teve acesso a todas as provas que os deputados e os senadores da comissão têm contra seu cliente, o que impede sua defesa. “É imperativo que Carlos Augusto e seus advogados conheçam previamente todas as provas que poderão servir de substrato aos questionamentos que decerto lhe serão dirigidos pelos parlamentares”, argumenta Bastos. Novos esclarecimentos Segundo o professor de direito da Universidade de Brasília (UnB) Mamede Said, a alegação é válida. “É um direito fundamental de qualquer pessoa, por mais culpada que seja, somente se pronunciar quando tem acesso aos motivos pelos quais é acusada, respeitando o princípio do contraditório e da ampla defesa”, explica. Said acredita, portanto, que a tendência do STF é, se ficar provado que a defesa realmente não teve acesso integral ao inquérito, liberar Cachoeira de ir ao Congresso. “Mas isso não o isenta de comparecer à CPI em algum momento”, pondera o professor. “O Supremo pode também dizer que ele deve ir, mas pode exercer o direito ao silêncio para não produzir provas contra si mesmo.” Os integrantes da CPI trabalham com a última possibilidade sugerida por Said. “Não há qualquer embasamento para que o depoimento seja adiado, mas Cachoeira tem o direito ao silêncio e, quanto a isso, não há muito a fazer”, comenta o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP). “Esse é um caso que avançou graças às provas técnicas produzidas pelo MP e pela PF e não por confissões ou testemunhas. Então, não vamos imaginar que o réu vá chegar à CPI, abrir uma maleta, tirar um chicote e começar a se flagelar, confessando crimes”, acrescenta o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Na quinta-feira, os integrantes da comissão vão colher os depoimentos dos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira, responsáveis pela Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira. No mesmo dia, os parlamentares devem votar requerimentos de novas convocações, como a do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Os depoimentos de pessoas flagradas nas escutas da PF como colaboradoras do esquema do bicheiro estão marcados para a próxima semana, quando o próprio Cachoeira deve voltar ao Congresso para depor no Conselho de Ética do Senado, que apura sua relação com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). "Não há qualquer embasamento para que o depoimento seja adiado, mas Cachoeira tem o direito ao silêncio e, quanto a isso, não há muito a fazer" Cândido Vaccarezza (PT-SP), deputado federal Memória Silêncio como estratégia A tentativa dos advogados de Carlinhos Cachoeira de evitarem seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga sua relação com o poder público é legítima, apesar de, até hoje, poucas pessoas terem conseguido evitar depor em uma CPI. Mas muitas se recusaram a falar ou a responder a algumas perguntas. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu durante a CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, que tratou de grampos ilegais feitos pela Operação Satiagraha da Polícia Federal, entre 2007 e 2008. Convocado para depor, o delegado que chefiou a operação e hoje deputado federal, Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), conseguiu um habeas corpus para não responder sobre os itens sigilosos da investigação. Quando questionado, Protógenes limitava-se a dizer “eu me abstenho de responder a essa pergunta”, provocando constrangimento e irritação nos parlamentares presentes. Ao depor na CPI dos Correios, em 2005, o publicitário Duda Mendonça também apresentou-se munido de um HC para não ser preso na hipótese de não responder a algumas perguntas dos congressistas. Apesar disso, o marqueteiro da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ficou calado todo o tempo e acabou admitindo ter recebido dinheiro de caixa dois do PT. O direito de silêncio é entendido pela Justiça como uma garantia a depoentes para que não construam provas que os incriminem. Na maior parte dos casos, o HC é pedido para que a testemunha, ou o acusado, não saia presa da sessão. No caso de Cachoeira, o risco não existe, já que ele já está no Complexo Penitenciário da Papuda. |
''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Nem a existência de súmula vinculante aprovada pelo STF para vedar o nepotismo nos três poderes inibe os políticos de nomearem parentes para diversos cargos. Levantamento do GLOBO mostra que, em pelo menos 41 dos 92 municípios do Estado do Rio, há parentes de prefeitos e vice-prefeitos no primeiro e no segundo escalões de governo. O Ministério Público Estadual entrou com queixa no STF para pedir a saída de parentes dos cargos em comissão e de funções gratificadas. (Págs. 1 e 3)
Nos sete anos em que foi responsável por liberar empreendimentos imobiliários em São Paulo, o diretor do Aprov, Hussain Aref Saab, adquiriu 106 imóveis.
Com renda mensal declarada de R$ 20 mil, Aref acumulou patrimônio superior a R$ 50 milhões desde 2005. (Págs. 1 e Cotidiano C1)
Grampos da PF mostram que o governador Perillo (PSDB) atuou para se manter próximo de Cachoeira. (Págs. 1 e A7)
A comissão foi nomeada pela presidente Dilma Rousseff para investigar crimes cometidos entre 1946 e 1988. Para Dias, a Lei da Anistia não deve ser revista. (Págs. 1 e Poder A9)
O requisito valeria para a administração direta e a indireta, incluindo ministros de Estado e presidentes de estatais. Pente-fino da Casa Civil concluiu que a regra não afetaria ninguém do primeiro escalão atual. (Págs. 1 e Poder A6)
Moeda valorizada, gargalos de infraestrutura, mão de obra cara e excesso de gasto público estão deixando o Brasil para trás entre os emergentes, avalia o analista financeiro Ruchir Sharma. Tratado como guru nos EUA, o indiano exclui o país da lista dos próximos milagres econômicos. (Págs. 1 e A16)
O fracasso, ontem, da última tentativa do presidente grego, Carolos Papoulias, de formar um governo de coalizão levou empresas e bancos centrais europeus a se prepararem para a saída da Grécia da zona do euro. Os credores não têm dúvida de que a ajuda financeira será encerrada no caso de o país não conseguir aprovar as reformas, seja pelo vácuo de poder, seja por uma vitória da esquerda em caso de uma nova eleição. O vice-presidente grego, Theodoros Pangalos, disse temer uma “falência selvagem”. Empresas europeias já se planejam para a volta do dracma, a moeda grega antes do euro. O presidente do Banco Central belga, Luc Coene, disse acreditar “em um divórcio amigável, se um dia for necessário”. (Págs. 1 e Economia B1)
Efeito euro. A chanceler alemã Angela Merkel sofreu uma dura derrota na eleição regional mais importante do país, a última antes do pleito nacional de 2013. (Págs. 1 e Internacional 12)
Enquanto os partidos brasileiros forem uma confraria de amigos, não podemos esperar muita coisa. Não há política alta sem partidos fortes. (Págs. 1 e Opinião A2)
Na lógica de Mantega teria sido sábio manter os mais altos juros do mundo, assim o Banco Central poderia reduzi-los várias vezes. (Págs. 1 e Economia B2)
Merece ser comemorado o projeto que acaba com a mamata dos 15 salários no Congresso. (Págs. 1 e A3)
Com o processo de fusões, maior regulação do Banco Central e pressão por aumento de salários, entre 2009 e 2011 os bancos perderam eficiência ao se comparar a relação entre as receitas de serviços e as despesas com pessoal. Se em 2009 os bancos tinham R$ 138 de receita com serviços para R$ 100 gastos em salários, a relação caiu para R$ 135 no ano passado. No primeiro trimestre, o índice subiu para 142%, ante 137% um ano antes. (Págs. 1 e C1)
O governo não quer a entrada dos chineses, assim como não aprovou o aumento da participação dos espanhóis, negociada no ano passada entre Iberdrola e BB e Previ. Para impedir a entrada dos chineses, os sócios brasileiros podem, inclusive, ir à Justiça. “Sem essa benção [de Brasília] vai ser difícil”, analisou uma pessoa próxima às discussões. A assessoria da State Grid no Brasil confirmou que a empresa tem interesse na participação dos espanhóis e já teve reuniões de trabalho com a Iberdrola. O grupo chinês contratou auditores para fazer uma avaliação das contas da Neoenergia. (Pág. 1)
Hoje, a Delta é uma das maiores contratantes do PAC, do governo federal, e de governadores e prefeitos. O que explica a estratégia da maioria governista em atuar para evitar que as relações dos políticos goianos com Cachoeira e a Delta respinguem no Planalto. (Págs. 1 e A8)
O futuro do complexo, que pretende ser o ponto final da prometida Ferrovia de Integração Oeste-Leste para o escoamento da produção do interior da Bahia, chega a um momento decisivo. O governo estadual percebeu os riscos de um veto do Ibama ao local inicialmente escolhido para o porto e tenta agora viabilizá-lo a cerca de dez quilômetros do centro de Ilhéus. O porto é do tipo “offshore” — tem cais avançado no mar, com uma ponte com mais de três quilômetros.
“O projeto será a redenção de Ilhéus”, diz o prefeito Newton Lima (PT), que viu a população do município encolher — de 222 mil para 184 mil entre os anos 2000 e 2010. A população urbana aumentou, assim como as ocupações irregulares e os índices de criminalidade. (Págs. 1 e A14)
O movimento de desconcentração industrial não permite que se relaxe a preocupação com a questão regional. (Págs. 1 e A13)
O campo da política de desenvolvimento pode ser unificado em torno de abordagens contextuais e diagnósticos compartilhados. (Págs. 1 e A13)