PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sexta-feira, março 15, 2013

XÔ! ESTRESSE [In:] ''COM QUE ROUPA EU VOU...'' (Noel Rosa)

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''MEA CULPA''

15/03/2013
Papa argentino leva Cristina a se reaproximar da Igreja

Temas como o casamento entre homossexuais, a "morte digna" e a flexibilização sobre a "barriga de aluguel" tendem a sair da agenda da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao menos neste ano. Diante da eleição do cardeal de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, como o novo papa Francisco, Cristina já ensaia uma reaproximação com a cúpula da Igreja Católica


Cristina agora busca paz com a Igreja

Por César Felício | De Buenos Aires

Temas como o casamento entre homossexuais, a "morte digna" e a flexibilização sobre a "barriga de aluguel" tendem a sair da agenda da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao menos neste ano. Diante da eleição do cardeal de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, como o novo papa Francisco, Cristina já ensaia uma reaproximação com a cúpula da Igreja Católica.

A presidente estará na cerimônia de assunção do papa Francisco na terça-feira e convidou para sua comitiva dirigentes da oposição, como o deputado Ricardo Alfonsín, da União Cívica Radical (UCR), e o presidente da Suprema Corte, Ricardo Lorenzetti, com quem está em confronto. Em entrevista à agência oficial de notícias Télam, o embaixador da Argentina na Santa Sé, Juan Pablo Cafiero, afirmou que a "eleição de Bergoglio é positiva para a Argentina".

"Despolitizar a comitiva que vai à cerimônia é um gesto forte de moderação", avaliou o cientista político Marcos Novaro, vinculado à oposição. Em outubro, haverá eleições parlamentares na Argentina, que poderão dar a Cristina a maioria necessária no Congresso para alterar a Constituição e garantir o direito a uma nova reeleição em 2015. Antes disso, o papa Francisco deve visitar o país. Ontem, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardo, afirmou que é "natural" que a Argentina seja um dos primeiros países a ser visitado pelo novo pontífice.

Apesar de 90% da população do país ser nominalmente católica, o governo argentino buscou nos últimos anos capitalizar a secularização crescente da sociedade, com uma agenda de ampliação de direitos de minorias. "Esse avanço sempre foi contestado pelos setores tradicionais do peronismo, que bloqueou a implementação das mudanças nas Províncias. Com um papa argentino no Vaticano, o governo deve ceder mais espaço ao catolicismo convencional", disse Novaro.

Em 2011, a base governista no Congresso aprovou um projeto flexibilizando à proibição do aborto, permitindo a prática na hipótese de estupro. A lei dependia de regulamentações regionais e poucos governadores o fizeram. No ano anterior, o Congresso aprovou a legalização do matrimônio homossexual. Em 2012, permitiu a mudança de sexo no registro civil.

Bergoglio se opôs às mudanças, mas a oposição teria dificuldades de capitalizar uma reação conservadora às vésperas da eleição. Setores como o Partido Socialista e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, apoiaram as propostas. "Ele encarna um sentimento antikirchnerista, mas como a oposição não tem viés clericalista, dificilmente pode se beneficiar em um confronto da Igreja com o governo", afirmou o cientista político Diego Raus, da Universidade de Lanús.

Um confronto entre Igreja e peronismo foi um dos detonadores da queda de Juan Domingo Perón da Presidência em 1955. O então presidente legalizou o divórcio e a prostituição e foi excomungado pelo papa Pio XII. Em reação, peronistas incendiaram igrejas no feriado de "Corpus Christi".

O quadro atual na Argentina é outro. "Da mesma forma que os sinais iniciais do governo são de moderação, a Igreja não parece disposta a uma guerra contra o governo", disse Novaro. Também fará parte da comitiva o presidente da Conferência Episcopal Argentina, dom José Maria Arancedo, arcebispo de Santa Fé. O vice-governador da Província de Buenos Aires, Gabriel Mariotto, chegou a chamar Francisco de " papa peronista".

A expressão não é incorreta: Jorge Bergoglio integrou nos anos 70 a "Guarda de Ferro", grupo de militantes peronistas que combatia a ascensão da esquerda dentro do movimento. A "Guarda de Ferro" foi estimulada por Perón, já perdoado pelo Vaticano.

Mesmo em um ambiente secular, Cristina preservou espaços privilegiados para a Igreja. A Constituição do país ainda considera a Igreja Católica a "religião oficial do Estado" em seu segundo artigo. E na recente lei de meios que Cristina impulsionou, as emissoras de rádio e de televisão católicas estão excluídas dos limites impostos aos demais meios de comunicação.
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FRANCISCO I. UMA NOVA IGREJA CATÓLICA

15/03/2013
Na 1ª homilia, papa pede conduta 'irrepreensível'


De improviso, Francisco disse que Igreja precisa ater-se à sua missão e não virar uma "ONG piedosa"
Em sua primeira homilia como papa, Francisco pediu ontem que a Igreja não se afaste de sua missão, que é proclamar a mensagem de Cristo, e pediu que seus representantes vivam "de forma irrepreensível". O papa falou de improviso, durante 5 minutos, para cardeais e funcionários do Vaticano, informam os enviados especiais José Maria Mayrink, Jamil Chade e Andrei Netto. Citando o escritor francês Leon Bloy, que escreveu que "quem não reza para Deus reza para o diabo", ele advertiu que, "quando não se confessa Jesus Cristo, se confessa o mundanismo do diabo". Francisco deu sinais de que imprimirá estilo despojado na Santa Sé. Em jantar oferecido aos cardeais, ironizou a própria escolha: "Que Deus os perdoe". Ele dispensou limusine usada pelos pontífices, andou de ônibus e pagou sua hospedagem. O papa mexerá na direção dos órgãos da Cúria, provavelmente antes de terça-feira. A primeira nomeação deve ser o secretário de Estado, cargo de Tarcísio Bertone, que também preside o Banco do Vaticano.

Em sua primeira homilia, papa diz que é preciso viver "de forma irrepreensível"


José Maria Mayrink
ENVIADO ESPECIAL / VATICANO

Em sua primeira homilia após ser eleito papa, Francisco pediu que a Igreja não se esqueça de que sua missão primária é proclamar a mensagem de Jesus Cristo. "Nós podemos caminhar como queremos, podemos construir muitas coisas, mas, se não confessamos Jesus Cristo, algo está errado. Tornamo-nos uma ONG piedosa, mas não a Igreja, a esposa do Senhor." Também afirmou que é preciso "andar sempre na presença do Senhor, tentando viver de forma irrepreensível".

Citando o escritor francês Leon Bloy, que escreveu que "quem não reza para Deus reza para o diabo", o papa advertiu que "quando não se confessa Jesus Cristo, se confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio".

A mensagem foi falada em voz calma, pausada, mas com firmeza, aos cardeais e a um grupo de convidados leigos, funcionários do Vaticano. A homilia durou apenas cinco minutos e foi feita toda de improviso - em vez de ler um texto sentado na cátedra, dirigiu-se à estante de leitura de onde pregam os padres e bispos em suas igrejas. Falar improvisadamente é uma mudança clara em relação ao papa emérito, Bento XVI, que sempre lia o conteúdo de suas mensagens.

A construção da homilia, um convite incisivo à fidelidade, foi baseada nas três leituras do dia, que falavam da caminhada de Abraão e da edificação da Igreja:

"Eu gostaria que todos nós, depois desses dias de graça, tivéssemos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor, de construir a Igreja no sangue do Senhor, derramado na Cruz, e confessar a única glória, Jesus Crucificado", disse Francisco, ao se dirigir aos cardeais leitores e não eleitores, reunidos na Capela Sistina, onde ele foi eleito papa na quarta-feira.

Perseverança. 

Ele afirmou que apesar de a opção por caminhar, construir e edificar não ser uma escolha fácil, por conta dos abalos e dos "movimentos que não são próprios do caminho, que nos puxam para trás", não se pode abdicar da cruz.

"Quando caminhamos sem a cruz, quando edificamos sem a cruz e quando confessamos um Cristo sem a cruz, não somos discípulos do Senhor, somos mundanos, somos bispos, sacerdotes, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor".

O coral masculino da Capela Sistina cantou o Kyrie e outras partes da missa, mas o papa apenas recitou o texto litúrgico. A missa, presidida por Francisco e concelebrada pelos cardeais, foi toda em latim, com exceção das leituras, feita em italiano.

No briefing à imprensa, às 13 horas, o porta-voz da Santa Sé recomendou que se prestasse atenção na homilia, pois seria a primeira pregação do papa Francisco.

No fim da missa, foi feita uma oração especial para que o papa emérito, Bento XVI, que está recluso em Castel Gandolfo, possa servir a Igreja no recolhimento com uma vida dedicada à oração e meditação.


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15/03/2013
O papa Francisco


Em seu primeiro dia como papa, Francisco pediu que o levassem ao hotel onde havia se hospedado antes do conclave, pegou seus pertences e pa­gou, ele mesmo, a conta. 

A trivialidade do gesto combina perfeitamente com a imagem que se disseminou so­bre o novo pontífice, a de um ho­mem simples e austero, que cozinha sua própria comida e dispensa os lu­xos episcopais. 

Desde os primeiros instantes após sua eleição, Francisco envia fortes sinais do que espera dos integrantes da Igreja que comandará daqui em diante.

A inédita chegada de um jesuíta ao Trono de Pedro - e de um jesuíta que não é da Europa - evidencia a disposição de realizar mudanças sig­nificativas na condução da Santa Sé no momento em que ela atravessa crise de extrema gravidade. 

As rela­ções dos jesuítas com o Vaticano sempre foram marcadas por confli­tos. A Companhia de Jesus, fundada em 1534, enfrentou diversas vezes a alta hierarquia da Igreja - que, na vi­são da ordem, se apegava aos privilé­gios das cortes europeias enquanto negligenciava os fiéis nos confins do mundo. Os jesuítas lançaram-se, com disciplina quase militar, à mis­são de espalhar o Evangelho onde quer que fosse. Foram a linha de fren­te contra a Reforma empreendida por Lutero no século 16. Em seu tra­balho se misturam o absoluto zelo doutrinário com a capacidade de adaptação às circunstâncias.

Por isso, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora como papa Francisco, justifica a expectativa de uma intervenção decisiva na disputa de poder que se trava na Cúria Roma­na, isto é, a administração da Igreja. Quando era arcebispo de Buenos Ai­res, Francisco denunciou o carreirismo e o clericalismo na cúpula vatica-a. Agora terá a oportunidade de mu­dar esse quadro, conforme provavel­mente esperava seu antecessor, Ben­to XVI - que renunciou ao cargo es­perando que seu gesto fosse forte o bastante para dar um choque na Igreja, já que ele mesmo se sentia sem forças para tentar debelar a crise.

O projeto renovador, ademais, ma­nifestou-se na escolha de um papa de fora da Europa, algo que não ocor­ria havia mais de um milênio. A maio­ria dos cardeais procurou um nome que não estivesse contaminado pela atmosfera de intrigas e segredos que tomou a Santa Sé nos últimos tem­pos, e Bergoglio era justamente um cardeal que fazia questão de compa­recer ao Vaticano somente quando fosse absolutamente necessário.

Segundo o Vaticano, Bergoglio es­colheu o nome Francisco porque quis se referir a São Francisco de As­sis, conhecido por seu desapego ao mundo material e por sua dedicação aos pobres, que é a marca do novo papa. 

Mas o nome Francisco se refe­re também a São Francisco Xavier, cofundador da Companhia de Jesus e chamado de "Apóstolo do Orien­te", por sua intensa ação missionária na Asia. Francisco, o papa, também crê num amplo trabalho de dissemi­nação do Evangelho e de conexão com os fiéis em toda parte, principal­mente os pobres, defendendo-os do poder político secular, como fez vá­rias vezes na Argentina ao criticar o casal presidencial Néstor e Cristina Kirchner por, segundo suas palavras, "habituar" os argentinos à miséria e à violência.

O fato de Francisco ter vindo da Argentina - o "fim do mundo", como ele mesmo disse, referindo-se à sua situação geográfica - é importante porque indica uma atenção especial ao continente onde há mais católi­cos e que é "a região mais desigual do mundo", nas palavras do próprio Bergoglio. 

Para ele, uma Igreja que se fecha em si mesma, isto é, que não consegue ir além dos muros do Vati­cano e que perde o contato com seus fiéis, "torna-se ultrapassada". A cres­cente redução do número de católi­cos no mundo parece comprovar seu diagnóstico.

A idade de Francisco, 76 anos, per­to de fazer 77, sugere um pontificado curto para a tarefa que tem pela fren­te, mas é preciso lembrar que o pontí­fice contemporâneo que maior in­fluência teve sobre os rumos da Igre­ja, João XXIII, comandou os católi­cos por menos de cinco anos. A Igre­ja espera que Francisco, homem hu­milde e tenaz, dê o impulso necessá­rio para restabelecer a confiança en­tre a cúpula eclesiástica e os fiéis, além de disciplinar a administração da "Barca de Pedro" nas turbulentas águas do século 21.
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... A SERVIR A DOIS SENHORES (II) *

15/03/2013
O jogo alto de Kassab


Ex-prefeito de São Paulo descarta ingressar na Esplanada antes da eleição de 2014, mas aliados avaliam que se trata de um lance do PSD para conseguir dois ministérios

KARLA CORREIA
DENISE ROTHENBURG


Mirando muito acima do que o Palácio do Planalto tem a oferecer de espaço para o PSD na Esplanada, o presidente do partido, Gilberto Kassab, disse à presidente Dilma Rousseff que a legenda não vai integrar o governo antes da eleição de 2014. 

Dessa forma, Kassab “recusou” uma pasta no corpo ministerial de Dilma e afirmou que o PSD não entrará na reforma ministerial desenhada pela presidente desde o fim do ano passado.
Isso é o discurso oficial. 

A mensagem passada pelo ex-prefeito de São Paulo, o negociador pragmático que empenhou seu apoio ao tucano José Serra na corrida pela prefeitura da capital paulista ao mesmo tempo que construiu pontes em direção ao petista Fernando Haddad, foi que, se a presidente mantiver a intenção de chamar seu correligionário Guilherme Afif Domingos para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, estará dentro da “cota pessoal” de ministros de Dilma. Não será, “de forma alguma”, o atendimento a uma demanda do PSD.

“É claro que não há a menor hipótese de ela convidar o Afif e ele não aceitar”, observa um integrante da cúpula do partido, deixando clara a estratégia do PSD. No jantar com a presidente Dilma, na noite da quarta-feira, Kassab afirmou que manterá o apoio da bancada ao governo nas votações no Congresso. 

Da mesma forma, continua com planos de integrar formalmente a aliança em torno da candidatura de Dilma à reeleição, no ano que vem, incluindo aí a sua fatia no horário eleitoral gratuito de rádio e tevê.
“Só a partir de 2014 fará sentido que o PSD participe da base de sustentação do governo”, disse Kassab a interlocutores do partido ontem pela manhã, ao fazer seu relato do jantar com a presidente. 

Sem vincular o provável convite a Afif ao atendimento de uma demanda do partido, o PSD não só se cacifa para uma segunda pasta como mantém a liberdade para mudar de rumo e acenar com o apoio a um eventual adversário de Dilma em 2014.
Nova pasta

Entre os aliados que se engalfinham por mais espaço na Esplanada, a posição de Kassab foi entendida como uma jogada ensaiada da legenda por uma segunda pasta. A oferta do Planalto seria o comando da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, mais uma vice-presidência na Caixa Econômica Federal — a de Governo ou a de Habitação. É pouco, na avaliação do PSD, que ambiciona o Ministério da Agricultura, já prometido ao PMDB mineiro, ou a Secretaria de Aviação Civil, também ambicionada pelo PMDB e pelo PR. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) e presidente do PSD de Minas Gerais, Paulo Safady Simão, seria o segundo nome da legenda.

Apesar da negativa de Kassab, o Planalto mantém a possibilidade de acomodação do PSD na base governista nos cálculos para a reforma ministerial. A expectativa é que os primeiros anúncios de mudanças no primeiro escalão sejam feitos até segunda-feira, antes de a presidente viajar para o Vaticano, onde assistirá à missa de investidura do papa Francisco.

Por outro lado, o posicionamento do PSD abriu para o governo a possibilidade de destinar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa ao PR, varrido do Ministério dos Transportes em 2011 e ávido para voltar a figurar no primeiro escalão. 

A pasta continua sendo o alvo preferencial do partido, que, contudo, negocia uma alternativa incluindo diretorias subordinadas ao Ministério dos Transportes. Nessa equação, o PR ficaria com Micro e Pequena Empresa, criada com status de ministério, mais os comandos do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) e da Valec, estatal responsável pelas ferrovias federais.

Outra possibilidade é colocar Micro e Pequena Empresa à disposição do PMDB, o que facilitaria a ampliação do número de ministérios ocupados pela legenda. Além da acomodação do PSD, PMDB e PR, Dilma ainda precisa resolver a situação do PDT no Ministério do Trabalho. 

O atual comandante da pasta, Brizola Neto, é um nome que agrada a Dilma, mas é também um desafeto do presidente do partido, Carlos Lupi, que trabalha pela substituição dele no cargo. 

As repetidas demonstrações de “independência” do PDT no Congresso e os acenos da legenda em direção à porta de saída da aliança pela reeleição de Dilma pressionam a presidente a acatar Lupi e demitir Brizola Neto.
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(*) SÃO LUCAS, 16: 13).
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AMÉRICA LATINA: CANHÕES 'versus' MANTEIGA *

15/03/2013
Herança complicada 

:: Luiz Garcia


Na história dos ditadores latino-americanos, predominam os militares, por razão óbvia: eles têm os tanques e os canhões. Seria injusto, no entanto, deixar de lembrar os casos em que os generais voltaram para os quartéis voluntariamente. Mas não foi assim com o venezuelano Hugo Chávez, pelo menos no início de sua busca de poder. Chefiando um golpe militar, em 1992, tentou e não conseguiu derrubar o presidente civil Andrés Pérez e ele foi preso.

Mas, curiosamente, o golpe fracassado transformou Chávez num líder popular: seis anos depois, em 1998, ele foi eleito presidente. A gangorra voltou a funcionar: os já citados militares o derrubaram em 2002. Mas, dois dias depois, outros militares lhe devolveram a Presidência. E não foi o fim da novela: em junho do mesmo ano, a Justiça Eleitoral atendeu a um manifesto com mais de dois milhões de assinaturas e convocou um referendo popular que devolveu o mandato a Chávez.

Ele ainda se reelegeria mais uma vez, e também saiu ganhando num referendo que aprovava a reeleição ilimitada do presidente. Em seu governo, segundo a Cepal (instituição confiável), em 12 anos o número de venezuelanos pobres caiu de 49% para 27%. Mesmo que o petróleo estivesse jorrando nas torneiras das cozinhas de Caracas, é preciso reconhecer que o governo tinha algum mérito nisso. Até os demagogos mais sem vergonha precisam mostrar serviço em alguma área, de vez em quando. E Chávez certamente era um craque em demagogia.

Mas não são virtudes e defeitos do presidente morto que têm qualquer interesse agora para os venezuelanos. Políticos com o perfil do falecido raramente se preocupam em preparar herdeiros, exceto quando têm filhotes interessados, o que não é o caso na Venezuela. A oposição alimenta, naturalmente, as suas ambições. Mas enfrenta um adversário quase sempre invencível: o fantasma de Chávez. Como se sabe, falecidos raramente erram - e os erros que cometeram em vida são rapidamente sepultados.

Disse um sociólogo e professor universitário em Caracas, Tulio Hernández, que está nascendo no país um novo populismo, centrado na imagem de Chávez. E esta só tende a se fortificar. Além disso, começam a circular boatos de que ele teria sido envenenado. E outros: segundo o mais curioso deles, o presidente morreu porque teria comido restos mortais de Simón Bolívar, para ser o novo "Libertador". Não foi explicado onde foram conseguidos pedaços do falecido.

Para complicar as coisas, já há três candidatos disputando a herança política do falecido. Um deles é o vice-presidente Nicolás Maduro; outro é o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello; o terceiro, Henrique Capriles, principal líder da oposição. Ele teve votação considerável nas eleições do ano passado contra Chávez - mas, como se sabe, enfrenta um desafio que costuma ser muito difícil: não é nada fácil falar mal de quem já morreu. Principalmente no caso de falecidos recentes.
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(*) Exemplo clássico em aulas de Introdução à Economia.

http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_8409/artigo_sobre_canhoes_ou_manteiga


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COREIA DO NORTE: liderança e dinastia

15/03/2013
Coreia do Norte vai longe demais


O novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, de 31 anos, levou ao ponto de ruptura as relações de seu país com a Coreia do Sul e o Ocidente. 

Em resposta à adoção de novas sanções pela unanimidade do Conselho de Segurança - portanto, com o voto de China e Rússia -, Kim ameaçou os EUA com um ataque nuclear preventivo. Ao mesmo tempo, declarou cancelado o armistício da Guerra da Coreia, o único instrumento formal que assinala o fim do conflito (1950-1953). O Conselho de Segurança agira após o regime norte-coreano realizar, há um mês, seu terceiro teste subterrâneo com uma arma nuclear, com potência superior à da última explosão.

A Coreia do Norte é campeã mundial de isolamento por ter a mais impenetrável das ditaduras, baseada no mais extremado culto à personalidade. O regime cultiva a imagem de imprevisibilidade, mas há um certo padrão nos acessos de belicismo. Eles ocorrem quando há troca no comando supremo. 

O país teve apenas três líderes: Kim Il-sung, o fundador, governou até morrer, em 1994, e recebeu o título de "presidente eterno"; seu filho Kim Jong-il, morto em 17 de dezembro de 2011; e o filho mais novo deste, Kim Jong-un. Faz parte da entronização do novo chefe a aceitação pelas Forças Armadas, o que demanda testes de mísseis, exercícios militares, ameaças a inimigos externos e explosões nucleares. 

Estes mesmos sinais são emitidos quando o país passa por uma de suas terríveis crises de falta de alimentos. É uma tática para se aproximar do Ocidente, oferecendo migalhas de concessão em troca de comida.

Agora, o Kim da vez foi longe demais. Visitou unidades de artilharia na linha de frente com a Coreia do Sul, com o discurso de que "a guerra pode estourar a qualquer momento", e até indicou uma ilha sul-coreana perto da fronteira como o primeiro alvo a ser "eliminado". Enquanto isso, em Pyongyang, os militares treinavam a população em exercícios de evacuação para áreas protegidas. A crise estoura no momento em que assume o poder a primeira mulher presidente na Coreia do Sul: Park Geun-hye, de 61 anos, filha de Park Chung-hee, presidente entre 1963 e 1979 e linha dura em relação à Coreia do Norte. Um dos efeitos das palavras e atitudes belicistas de Kim Jong-un foi fortalecer no Sul uma corrente favorável à entrada do país na corrida nuclear, para se defender. Inspira-a o temor de que o guarda-chuva nuclear americano não seja aberto, como Washington se comprometeu a fazer, em caso de ataque norte-coreano.

Os EUA, a China e a comunidade internacional devem deixar claro a Pyongyang que não existe a opção nuclear, pois ela significaria riscar seu país do mapa. Além disso, ninguém deseja uma corrida nuclear na Ásia. Por garantia, os EUA e seus aliados precisam fazer todos os esforços para atrasar o programa nuclear da Coreia do Norte. É vital que o país dos Kim seja tratado com a mesma dureza aplicada ao Irã.
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VENEZUELA: POR QUEM OS SINOS DOBRAM

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15/03/2013
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Capriles desafia Maduro ao debate em meio a ofensas

Oposicionista pede desculpas à família de Chávez por insinuar que presidente morrera em Cuba e queixa-se de vinculação ao nazismo.

CARACAS

O candidato da oposição à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, voltou a desafiar ontem seu rival nas eleições de 14 de abril, o presidente interino Nicolás Maduro, a um debate público, após ter pedido desculpas à família e colaboradores do presidente Hugo Chávez por ter duvidado da data da morte dele. Maduro condicionou o sim ao convite à retratação do rival, mas outros líderes chavistas disseram que ela não foi suficiente.

"Se alguma palavra minha não foi bem entendida, ou feriu os sentimentos dos parentes do presidente, aqui está meu pedido de desculpas", disse Capriles a uma rádio local. ""Vamos debater, Nicolás. É o que o país quer. Temos um mês para fazê-lo. Vamos debater sobre violência urbana, economia, desemprego e as expropriações."

O candidato opositor ainda acusou Maduro de mentir aos venezuelanos. Capriles disse que foi seu atual adversário - e não Chávez - quem tomou as decisões de governo nos últimos três meses, quando o líder bolivariano esteve em Cuba se recuperando de sua última cirurgia contra um câncer, que acabou causando sua morte.

"Nicolás não tem resposta para nada. O país não precisa de mais improvisação. Maduro também tem de pedir perdão, pois mentiu quando disse que Chávez decidiu desvalorizar o bolívar em fevereiro", declarou. "Já temos cem dias do governo Nicolás e veja como está o país. Ele é uma imitação ruim do presidente Chávez."

Por meio de sua conta no Twitter, o ex-ministro de Comunicação e Informação Andrés Izarra criticou as declarações de Capriles e ofendeu o candidato. "Já falou o "princeso" (sic). Quer debater, sem se desculpar. É um canalha e está com medo", escreveu. Mais cedo, Maduro tinha dito que se o oposicionista se retratasse e pedisse perdão à família do presidente pensaria em participar de um debate público.

A nova campanha eleitoral venezuelana tem sido marcada pela troca de ofensas e acusações. Nos últimos dias, Maduro acusou Capriles de ser fascista, nazista e insinuou que o rival seria homossexual.

A acusação irritou Capriles -que descende de sobreviventes do Holocausto - e grupos que militam pelos direitos da comunidade gay (mais informações nesta página). "Cada vez que alguns desses senhores me qualifica dessa maneira, insulta meus bisavós, que morreram na Polônia, pois foram assassinados pelos nazistas em um campo de concentração", disse o candidato. Em resposta, um jornal crítico ao chavismo publicou uma foto-montagem de Maduro ao lado de Adolf Hitler.

Embalsamamento. 
Dias depois de anunciar que Chávez seria embalsamado e exposto ao público, a exemplo do que foi feito com líderes comunistas como Vladimir Lenin, Ho Chi Min e Mao Tsé-tung, Maduro voltou atrás. O motivo é que o processo levou tempo demais para começar. Chávez morreu no dia 5 e o caixão deve ser fechado hoje. Uma vez embalsamado, Chávez seria exposto em um museu em honra de sua revolução bolivariana.

Agora, os chavistas podem recorrer a um plano B. Alguns veículos de comunicação venezuelanos especulam qúe o presidente deve ser enterrado em sua cidade natal, Sabaneta de Barinas, ao lado do túmulo da avó, desejo que Chávez expressou antes de partir para a cirurgia em Cuba.

Na terça-feira, a Assembleia  Nacional adiou uma votação para decidir se convoca ou não um  referendo que permita que o presidente seja enterrado no Panteão dos Heróis da Venezuela, ao lado do libertador Simón Bolívar e outras figuras históricas. A atual lei prevê que isso só poderia ocorrer daqui a 25 anos.

Ontem, miíhares de venezuelanos ainda aguardavam em quilométricas filas uma oportunidade para dar adeus ao líder bolivariano. Hoje, o corpo deve sertras-ladado da Academia Militar do Forte Tiúna para o Museu Militar, em Caracas, Espera-se novamente que uma multidão acompanhe o féretro.

"Alô, Maduro". Maduro estreou ontem um programa na TV estatal venezuelana similar ao Alô, presidente, de Hugo Chávez. Batizado de Diálogo Bolivarianoy o programa tem como objetivo, segundo o próprio presidente interino, "dialogar com a população" e contará com representantes de todos os setores da sociedade, como camponeses, operários e empresários.

Maduro não esclareceu, no entanto, qual será a frequência do programa, nem se ele terá uma data fixa. 

/ efe e Reuters



G1
Mundo

Maduro ataca Capriles em homenagem a Chávez

12/03/2013 22h54 - Atualizado em 12/03/2013 22h54
Por France Presse

CARACAS, 13 Mar 2013 (AFP) - O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a criticar a oposição, nesta terça-feira, durante uma homenagem diante da câmara-ardente com o corpo do líder venezuelano Hugo Chávez, exatamente uma semana após sua morte.

'Trataram de profanar sua honra em vida, mas não conseguiram, e agora tentam profanar seu espírito eterno, mas também não conseguirão. Pedimos que não cedam ao seu rancor e ao seu ódio', disse Maduro sobre a oposição, durante uma cerimônia no Salão de Honra da Academia Militar de Caracas, uma semana após a morte de Chávez.

No domingo, ao anunciar sua candidatura à presidência da Venezuela nas eleições de 14 de abril, Capriles acusou Maduro de mentir sobre a morte de Chávez.

'Quem sabe quando morreu o presidente Chávez?! Vocês (os chavistas) tinham tudo armado (...) e agora utilizam o corpo do presidente para fazer campanha política'.

'Esta campanha é entre eu e você, Nicolás, deixe o presidente (Chávez) em paz', declarou Capriles, governador do Estado de Miranda.

Os familiares de Chávez reagiram nesta terça afirmando que Capriles ofendeu a memória do finado presidente ao questionar a data de sua morte.

'Não é justo, não é humano, não é aceitável que agora digam que mentimos sobre a data de sua partida (...). Afirmo que me pai morreu lutando e morreu em sua pátria no dia 5 de março', disse María Gabriela, uma das filhas de Chávez, em carta lida pelo ministro da Informação, Ernesto Villegas.

'É inconcebível pensar que uma família inteira - filhos, irmãos, netos e pais - tenham se prestado a tamanha mentira', lamentou a filha de Chávez, pedindo a Capriles e à oposição que 'não sejam tão sujos'.

Momentos antes, Argenis, um dos irmãos de Chávez, acusou Capriles de 'desrespeitar a memória do presidente' e sua família.

'Este senhor, de maneira irresponsável, baixa, imoral e desumana disse em entrevista coletiva que ninguém sabe quando Chávez morreu. Isto é uma falta de respeito com a memória do presidente e uma falta de respeito com a dignidade da família', afirmou Argenis à televisão estatal VTV.

Maduro, candidato 'chavista' às eleições de 14 de abril para apontar o substituto de Chávez, tem utilizado abertamente o finado presidente em sua campanha declarada à presidência.

A campanha oficial terá início apenas no dia 2 de abril.

Na segunda-feira, Capriles pediu novamente a Maduro que deixe o finado presidente Chávez fora da disputa eleitoral.

mis/lr


... A LER NA CARTILHA DE MAQUIAVEL: A MANUTENÇÃO DO PODER


15/03/2013
Quando menos vale mais 

:: Nelson Motta


Como disse a presidente Dilma, com conhecimento de causa, para ganhar eleições faz-se o diabo. 

Como fez o presidente Geisel, em 1977, editando o "Pacote de abril" para ajudar a Arena a ganhar as eleições legislativas. Entre outras leis e decretos para assegurar a maioria no Congresso, dava mais cadeiras de deputados aos estados menos populosos e mais pobres e atrasados, dominados pelo governismo e o coronelismo. Ganhou as eleições, mas até hoje o Brasil democrático perde com esse entulho autoritário.

O pretexto para o arbítrio era equilibrar as desigualdades regionais, como se mais deputados com menos votos pudessem dar mais ordem e progresso a Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Sergipe, onde cada voto passou a valer no Congresso três vezes mais do que os de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, distorcendo a representatividade, a federação e o princípio democrático de "um cidadão, um voto".

O analista político Fernando Rodrigues contabilizou: em 2010, os 48 deputados eleitos por esses estados privilegiados - que continuam entre os mais pobres e atrasados - tiveram, juntos, 1,8 milhão de votos. Já os 46 eleitos pelo Rio de Janeiro receberam 4,5 milhões de votos.

Certos parágrafos valem por uma coluna inteira. Mas, além dos caciques regionais, como Sarney e Romero Jucá, quem defende a continuidade dessa partilha autoritária e casuística? Os partidos que hoje dominam esses grotões e não querem perder a vantagem que a ditadura lhes deu.


Todos concordam com a urgência de uma reforma eleitoral, mas ninguém fala nessa aberração, só em financiamento público, lista fechada, voto distrital, o que for mais vantajoso para o partido que propõe, e assim não se faz reforma alguma.

Mesmo na hora em que o pacto federativo é ameaçado pela guerra dos royalties do petróleo, pelos cortes de impostos que prejudicam os estados, pelos critérios de distribuição dos fundos constitucionais aos entes federativos, ninguém quer discutir as distorções dos colégios eleitorais. É incrível, mas o "Pacote de abril" continua em vigor, como uma diabrura da ditadura para ganhar as eleições.
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... A SERVIR A ''DOIS SENHORES'' (São Lucas, 16: 13)

15/03/2013
Pastor liga governo a Satanás, mas pede ajuda para conter petistas


No culto, pastor diz que mal está infiltrado no poder; na Câmara, quer apoio de líder

Isabel Braga
Evandro Éboli


BRASÍLIA 

No mesmo dia em que começou a circular na internet um novo vídeo em que o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirma que "Satanás está infiltrado" no Executivo, o parlamentar, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, apelou ao líder do governo na Câmara, o petista Arlindo Chinaglia (SP), na tentativa de conter o movimento contra sua presença à frente da Comissão de Direitos Humanos da Casa. 

O GLOBO presenciou a conversa em que Feliciano pediu a Chinaglia que "segure" os parlamentares do PT na comissão. No diálogo, Chinaglia evitou se comprometer e pediu que o deputado deixe o governo fora desse embate.

No vídeo que mostra cenas de um culto, o pastor diz, entre outras coisas, que se "apavora" todas as terças-feiras quando chega à Câmara dos Deputados e que o Satanás "está infiltrado no governo brasileiro". 

Em outro vídeo divulgado na semana passada, o pastor aparecia pedindo que um fiel dê a ele a senha do cartão de crédito. No novo vídeo, Feliciano diz que seu relato aos fiéis poderia provocar o corte, por parte do governo, de suas emendas parlamentares, mas que ele, como pastor, tem que dizer o que está ocorrendo. O deputado também faz, no culto, críticas a deputados evangélicos que não quiseram assinar proposta de sua autoria para a realização de um plebiscito sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Recebi uma mensagem de pureza e santidade. Vou falar como profeta. Me apavora entrar dentro da Câmara dos Deputados deste país e saber como o Satanás está infiltrado no governo brasileiro, não só no governo brasileiro, mas no governo do mundo. Satanás tem levantado homens e as mulheres, e a Igreja não tem se atinado a isso (...) Satanás levantou seu ativismo neste país, existe uma ação de Satanás contra a família, dentro deste nosso governo, de esquerda, talvez vão cortar minhas emendas", diz o deputado em um trecho do vídeo.

Na tribuna do plenário, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) destacou a existência de manifestos contra a eleição de Feliciano, como o assinado por 150 pastores e líderes evangélicos, o do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), do Colégio Budista, além de outros movimentos da sociedade. E fez referência ao novo vídeo.

- O deputado pastor tem dito que o que se assaca contra ele é mentira. 

Na realidade, o que diversas gravações, palavras, posturas e atos, especialmente no seu ambiente de culto, talvez nem tanto aqui, revelam é: homofobia, racismo, intolerância religiosa. (...) Ofendeu a todos nós, recentemente, já no exercício do mandato, dizendo que toda terça, quando chega à Câmara dos Deputados do Brasil, percebe que as forças de Satanás estão muito ativas. Sinceramente, isso é expressão política que não representa a mínima moderação, a mínima mediação necessária à função - disse Chico Alencar.

Enquanto o deputado do PSOL discursava, Marco Feliciano apareceu em plenário. Os dois conversaram após o discurso. Segundo Alencar, Feliciano afirmou que ficara muito abalado com as críticas. E voltou a enfatizar que pediu desculpas e a admitir que pode ter se equivocado, mas que não tem como renunciar à presidência porque tem o apoio de mais de 40 mil pessoas.

O GLOBO procurou o deputado Marco Feliciano para falar sobre o vídeo. O assessor Roberto Marinho disse que o deputado não irá comentar o assunto. O assessor afirmou, no entanto, que nos cultos Feliciano usa a linguagem espiritual e que é preciso separar o que ele fala nos cultos do que fala como deputado, na Câmara.

- Ele não está se referindo a ninguém em especial, não é o governo, são forças espirituais malignas infiltradas. Quando ele fala na Igreja, fala como homem espiritual, sobre forças espirituais superiores que induzem ao mal e ao bem - disse o assessor.
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INOVA EMPRESA: SETE EIXOS ESTRATÉGICOS

BRASIL ECONÔMICO15/03/2013
Energia e petróleo detêm 30% dos recursos do Inova

Dos R$ 32,9 bi anunciados para inovação tecnológica pelo governo, R$ 9,8 bi ficarão com os dois setores;

Edla Lula, de Brasília


Os setores de energia e de petróleo e gás ficarão com a maior parte dos investimentos em inovação, dentro do Plano Inova Empresa, lançado ontem pelo governo federal, com aporte total de R$ 32,9 bilhões para este e o próximo ano. Estão previstos para os dois setores R$ 9,8 bilhões. 

O plano contempla sete eixos considerados estratégicos pelo governo. 

No caso do setor de Energia serão destinados R$ 5,7 bilhões em projetos de criação de redes elétricas inteligentes; veículos híbridos e eficiência energética veicular; e tecnologias para gaseificação da biomassa. 

O setor de petróleo e gás receberá R$ 4,1 bilhões para pesquisa em tecnologias para a cadeia do pré-sal e para exploração do gás não convencional. Outro eixo estratégico é o da Agropecuária e Agroindústria, que terá R$ 3 bilhões para pesquisas em insumos, mecanização e agricultura de precisão; sanidade agropecuária; equipamentos e tecnologia de alimentos e embalagens.

Para o complexo da saúde estão previstos R$ 3,6 bilhões . Os valores serão aplicados em oncologia e biotecnologia, além de equipamentos médicos. O complexo aeroespacial e de defesa ficará com R$ 2,9 bilhões para investigações em propulsão espacial, satélites e sensores de comando e controle. Para o setor de tecnologia da informação e computação, o Inova Empresa destina R$ 2,1 bilhões, para financiar projetos que tratam de computação em nuvem, mobilidade e internet, softwares, semicondutores e display, banda larga e conteúdos digitais. Com o mesmo valor ficará o eixo de sustentabilidade sócio-ambiental, que irá destinar os recursos para o combate aos efeitos de mudanças climáticas, efeito estufa, tratamento de resíduos, águas e solos contaminados e redução do desmatamento da Amazônia.

Outra linha do plano destina R$ 5 bilhões às “ações transversais”, que, segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, “criam um sistema de inovação forte”. Deste total, R$ 1 bilhão ficarão com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, a Embrapii, criada no âmbito do Inova Empresa. O restante irá para a criação de laboratórios, parques tecnológicos, incentivos às micro e pequenas empresas, entre outras ações. “O que estamos lançando hoje é algo inédito na história das políticas de Ciência e Tecnologia do país”, disse Raupp, na solenidade de lançamento do Inova Empresa. Segundo ele, o plano traz uma nova concepção para o financiamento da inovação no Brasil, em que todos os agentes monitoram e usam os vários instrumentos de apoio.

Segundo ele, os recursos estão sendo centralizados em um único órgão, o Comitê Gestor, composto por vários ministérios e representantes das empresas. Para a presidente Dilma Rousseff, a inovação é condição para aumentar a competitividade do país e, assim, elevar a taxa de investimento. “Qual é a taxa de investimento que nós queremos? 24%? 25%?”, indagou, para mais tarde responder que “inovar é inovar para aumentar a taxa de investimento do nosso país, assegurar que nós sejamos competitivos, e garantir que esse país seja uma nação desenvolvida de classe média”. Do total de R$ 32,9 bilhões, R$ 28,5 bilhões são investimentos diretos, por meio de subvenção, crédito, fomento para projetos e participação acionária em empresas de base tecnológica. Outros R$ 4,4 bilhões virão de instituições parceiras, como as agencias reguladoras e o Sebrae.
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COMPETITIVIDADE: INOVA, EMPRESA !!!

15/03/2013
Onde estão os recursos da inovação no Brasil 

:: Rafael Levy


O governo federal anunciou ontem o lançamento de um pacote de R$ 32,9 bilhões para a inovação no país, o Inova Empresa, que terá duração de dois anos. 

A alta cifra levanta questionamentos sobre o estado da inovação no Brasil e os caminhos que o poder público tem encontrado para fomentá-la. O plano, que seria uma oportunidade para propor uma reforma ampla de gestão, basicamente se resume a injetar um volume maior de recursos nas linhas de trabalho já existentes. Atualmente o Brasil concentra sólida produção científica e a indústria tem realizado mais pesquisa e desenvolvimento (P&D). Os resultados mostram, porém, que é importante investir também em outras frentes para fortalecer a inovação do país.

Em 2011, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) declarou em seu relatório de gestão que dedicou R$ 3 bilhões à inovação. Desse montante, foram aplicados R$ 1,7 bilhão em operações de crédito para P&D nas empresas e R$ 1,1 bilhão nas instituições científicas e tecnológicas. Os outros R$ 200 milhões foram fornecidos como subvenção - o chamado financiamento a fundo perdido, pelo qual as empresas recebem dinheiro para investir em P&D sem a obrigação de devolvê-lo à agência. 

Já o relatório mais recente do Banco Nacional do Desenvolvimento e Social (BNDES) indica o aporte de R$ 2,2 bilhões em empresas em 2012 por meio de diferentes linhas de financiamento.

Parcela importante dos mecanismos que hoje movimentam a inovação está nas regulações setoriais (Lei da Informática no setor de tecnologia da informação e comunicação, regulamentação da Aneel no setor elétrico, Inovar Auto na indústria automobilística e regulamentação da ANP para o setor de óleo e gás), segundo as quais as empresas de áreas estratégicas têm a obrigação legal de dedicar percentuais mínimos às atividades de P&D. Juntos, esses setores somam cerca de R$ 3,5 bilhões anuais. Também com foco em P&D industrial, por meio da Lei do Bem, o Governo Federal abriu mão de R$ 1,4 bilhão em arrecadação de impostos das empresas em 2011.

Programa tem tido dificuldade em se adequar a formas diferentes de inovar além do P&D industrial

É importante notar que esses valores mostram que os investimentos públicos em inovação têm focado prioritariamente nas atividades de pesquisa nas universidades e no aumento da P&D industrial. Porém, está cada vez mais clara a necessidade de ampliar o espectro. Hoje em dia, já se sabe que algumas das mais importantes inovações não ocorrem pela criação de novos produtos, mas pelo surgimento de modelos de negócios inovadores, por exemplo.

O lançamento do pacote pelo governo federal nesse contexto torna ainda mais relevante a reflexão sobre se a medida será capaz de aperfeiçoar o modelo brasileiro de incentivo à inovação ou se irá se restringir a aumentar o volume de recursos, sobrecarregando a capacidade operacional das agências. Esse aspecto torna-se crítico, uma vez que boa parte das iniciativas bilionárias já criadas anteriormente tiveram falhas na implementação, não atingindo as expectativas e apresentando resultados questionáveis.

Por exemplo, em 2009 foi anunciado R$ 1,4 bilhão para o Primeira Empresa Inovadora (Prime) com objetivo de investir em novos negócios inovadores. Na prática, a execução orçamentária do programa não chegou a 12% do esperado, ficando em cerca de R$ 160 milhões e o programa foi extinto logo em seu primeiro ano.

Já o programa de subvenção econômica, que desde 2006 vinha oferecendo anualmente de R$ 400 a R$ 500 milhões de recursos não-reembolsáveis diretamente para as empresas, foi descontinuado em 2012. A iniciativa atingiu recordes de demanda por parte das grandes empresas, mas parece ter sido totalmente extinto, estando limitado agora ao Tecnova, cujo foco é apenas nas pequenas empresas.

Também no que se refere a incentivos fiscais, pode-se ver uma estagnação na evolução do programa. O valor total de investimentos em P&D incentivados caiu 20% entre 2010 e 2011 e não cresce mais desde 2008. Além desse problema, o programa tem encontrado dificuldades em se adequar a formas diferentes de inovar além do P&D industrial. No último relatório de uso dos incentivos fiscais da Lei do Bem, nenhuma operadora de telecomunicações teve sua prestação de contas aprovada, mostrando que o governo ainda não reconhece os esforços do setor de serviços.

O exemplo do Ciência sem Fronteiras também reforça a preocupação de que a injeção de recursos em órgãos funcionais seja compatível e promova um ganho efetivo para o modelo de financiamento da inovação. Com previsão de R$ 5 bilhões de investimento até 2015 em 101 mil bolsas, o programa tem exigido que Capes e CNPq estabeleçam parcerias com empresas e entidades privadas para promover intercâmbios de excelência não só acadêmica. Essas parcerias (com Petrobras, Febraban, Vale, CNI, Natura e O Boticário, dentre outros) concentram 26 mil bolsas, mas ainda engatinham para criar programas que efetivamente integrem pesquisadores acadêmicos e empresas. No esforço de cumprir as metas, o que se tem observado é a redução de exigências para os candidatos, como conhecimento do idioma estrangeiro, e a inclusão de universidades estrangeiras com índices acadêmicos inferiores.

Pelo plano lançado ontem, a gestão dos recursos federais para inovação passa a se dividir em editais por setores: petróleo e gás; etanol; energias renováveis; defesa e aeroespacial; saúde; e tecnologia da informação e comunicações. 

O programa Inova Empresa acerta na medida em que se propõe a integrar os mecanismos para simplificar o acesso da empresa à inovação e descentralizar a demanda das pequenas empresas, facilitando a operação da Finep. 

Porém, ao optar por manter as mesmas estruturas de programas anteriores (crédito, parceria com universidades e subvenção para a contratação de pesquisadores), apenas agrupando-os em chamadas setoriais, acaba não criando mudanças substanciais. Apenas aumenta o volume de recursos. 

Resta saber se dessa vez teremos uma iniciativa implementada conforme o anunciado e com resultados satisfatórios para o governo e o setor empresarial.
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