PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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sexta-feira, maio 09, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] " POCOTÓ... POCOTÓ..."







GOVERNO LULA/BRASIL: ASPIRANTE À "OPEP"

Brasil quer ingressar na Opep, diz Lula a revista alemã

FRANKFUR - O Brasil quer ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e trabalhar em direção à queda dos preços, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à edição do próximo sábado da revista alemã Der Spiegel, com vistas à próxima cúpula UE-América Latina, que será realizada em Lima, e à viagem da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil.
Na entrevista, o presidente disse ainda que a Europa deveria deixar a produção de biocombustíveis para outros países e rejeitou as críticas de que os cultivos de cana atrapalhariam os produtos destinados à alimentação, especialmente cereais. "Nós e os africanos podemos fazer isso muito melhor", afirmou o presidente. Lula disse também que o primeiro mundo deveria parar de subsidiar sua agricultura e reduzir os elevados impostos de importação para outros países. Em vez de criticar, "o primeiro mundo deveria deixar de subvencionar seus agricultores e de estabelecer enormes tarifas às importações", sustentou o presidente.
Estadão, 0905. (Com Efe) .

INFLAÇÃO: IGP-M (subindo, subindo ...)

IGP-M dispara 1,36% na 1ª prévia; maior resultado desde 2002

RIO - A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de maio subiu 1,36%, em comparação com o aumento de 0,33% apurado em igual prévia do mesmo indicador em abril. Trata-se do maior resultado para uma primeira prévia desde dezembro de 2002, quando esse tipo de indicador subiu 2,61%. O índice foi anunciado nesta sexta-feira, 9, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A aceleração refletiu uma significativa elevação nos custos no atacado. Os preços dos produtos agrícolas no setor subiram 1,27% na primeira prévia de maio, ante queda de 1,52% na primeira prévia de abril. Em 12 meses, os produtos agrícolas acumulam elevação de 31,99%. Já os preços dos itens industriais no atacado tiveram avanço de 2,04% na prévia anunciada nesta sexta, ante alta de 0,96% na primeira prévia de abril. O resultado da primeira prévia do IGP-M ficou acima das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, que esperavam uma taxa entre 0,55% e 1,30%, e foi superior à mediana das expectativas (0,78%). Nesta semana, o IGP-DI de abril já havia surpreendido negativamente os analistas, pressionando fortemente o mercado de juros futuros. A FGV também informou os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M. O Índice de Preços por Atacado (IPA) subiu 1,82% na prévia anunciada nesta sexta, ante elevação de 0,26% na primeira prévia de abril. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,27%, ante 0,40% em abril. Já o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) teve elevação de 0,79% em maio, ante avanço de 0,59% na primeira prévia de abril. Até a primeira prévia de maio, o IGP-M acumula elevações de 4,48% no ano e de 11,25% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da primeira prévia do IGP-M de maio foi do dia 21 a 30 de abril.
ALESSANDRA SARAIVA - Agencia Estado. 0905.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

09-maio-2008.
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JORNAL DO BRASIL
- No meio da polêmica em torno da reserva indígena de Roraima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto obrigando a presença de unidades militares nas terras destinadas aos índios em áreas de fronteira, como forma de defender a soberania nacional. Lula anunciou ainda um programa prevendo R$ 1 bilhão em crédito para projetos de reflorestamento na Amazônia. (Págs. 1 e País A2)
- O Brasil foi, entre os países da América Latina, o porto mais atraente para investidores estrangeiros. Em 2007, respondeu por cerca de US$ 35 bilhões dos US$ 106 bilhões aplicados na região. (Págs. 1 e Economia A17)
- Pesquisa traz boa notícia para os ricos brasileiros: até 2017, o país se tornará o líder em número de milionários entre os Brics, grupo de nações emergentes que reúne, além do Brasil, Rússia, Índia e China. Serão 675 mil domicílios com riqueza superior a US$ 1 milhão anual. (Págs. 1 e Economia A17)
FOLHA DE SÃO PAULO
- No baile político, todos querem dançar com o governo, de Maluf e Collor à esquerda do PT: "Hay govierno? Soy a favor!" Isso é bom para a democracia? Ou, além da jabuticaba, o Brasil quer surpreender o mundo com a novidade de democracia sem oposição? (Págs. 1 e A2)
- Apesar da resistência do PSB local em apoiar a candidatura do PT à Prefeitura de SP, a deputada e ex-prefeita Luiza Erundina disse que aceita "tranqüilamente" ser vice na chapa de Marta Suplicy. Segundo Erundina, a própria ministra a convidou. Para Marta, que não assumiu a pré-candidatura, cabe ao PT definir alianças. (págs. 1 e A9)
-O ESTADO DE SÃO PAULO
Governo prevê R$ 25 bilhões para estimular indústrias
- O governo federal lança segunda-feira a nova política industrial, que terá o nome de Plano de Desenvolvimento Produtivo, informa a repórter Adriana Fernandes. O custo fiscal deve variar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões até 2011, dinheiro que envolve desoneração tributária (cerca de R$ 8 bilhões) e redução dos juros em empréstimos do BNDES. O Ministério da Fazenda ainda procura acomodar as demandas de setores industriais que querem ampliar o tamanho das medidas. A nova política buscará incentivar investimentos, inovação tecnológica e, sobretudo, exportações - o governo tem como prioridade estimular as vendas ao exterior, para reverter a escalada no déficit em conta corrente. A indústria naval, considerada importante para reduzir os custos de logística e, conseqüentemente, aumentar a competitividade da produção nacional, está entre os setores beneficiados. O Palácio do Planalto quer, na divulgação do programa, a mesma magnitude que foi dada ao Plano de Aceleração do Crescimento e convidou para a solenidade os 27 governadores, parlamentares e empresários. (Págs. 1 e B1)
O GLOBO
Governo e BNDES ajudam ONGs ligadas a Paulinho
-Verbas do Ministério do Trabalho e do BNDES beneficiaram a ONG Meu Guri, presidida por Elza Pereira, mulher do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical. Paulinho é citado na investigação sobre fraudes em empréstimos do banco. Só do BNDES, a ONG da mulher de Paulinho recebeu doação de R$ 1,2 milhão. Já o Ministério do Trabalho, comandado pelo pedetista Carlos Lupi, repassou desde 2005 cerca de R$ 6 milhões ao Instituto DataBrasil, ligado à Força Sindical e que tem parcerias com a Meu Guri. O DataBrasil aparece na investigação sobre fraudes no BNDES: um lobista preso afirma, em conversa interceptada pela Polícia Federal, que tem dinheiro a receber do presidente da ONG. A Justiça bloqueou bens de 11 acusados no processo. (Págs. 1, 3 a 5)
GAZETA MERCANTIL
- A geração de energia elétrica a partir da cana-de-açúcar ganha força no Brasil e começa a atrair a atenção das empresas comercializadoras, que atuam no mercado livre, no qual os consumidores negociam a eletricidade sem a participação das concessionárias. Esse movimento reforça o rápido avanço do setor, demonstrado ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo a EPE, em 2007, pela primeira vez na história, o álcool ultrapassou a geração hídrica como matriz energética nacional, ao abocanhar participação de 16%, ante 14,7% da energia oriunda das hidrelétricas.
A Comerc, uma das líderes do mercado livre de eletricidade, prevê ampliar em 50% seu faturamento com a gestão da energia gerada pelas usinas sucroalcooleiras. "Fechamos contratos com oito usinas, que somam 310 megawatts de geração (a partir do bagaço da cana)", disse à Gazeta Mercantil Cristopher Vlavianos, presidente da empresa, que agora buscará clientes para consumir essa energia. Com a expansão do setor, "as novas usinas não pensam mais em produzir açúcar e álcool, e sim etanol e eletricidade", acrescenta.
O álcool brasileiro também começa a ganhar importância no exterior. A Petrobras prevê exportar quase um milhão de litros para o Japão em cinco anos. (Págs. 1 e C4)
CORREIO BRAZILIENSE
- Governo lança pacote que destina R$ 1 bilhão para projetos de financiamentos e permite o uso das florestas nativas como garantia dos empréstimos. (Págs. 1 e 15)
- BNDES deu R$ 1,2 milhão à ONG da mulher de Paulinho. Págs. 1 e 6)
- Alta do petróleo e de outras matérias-primas, como o aço, vai elevar o preço de automóveis, geladeiras, eletroeletrônicos e brinquedos. (Págs. 1 e 17)
VALOR ECONÔMICO
Lucratividade dos bancos tem queda no 1º trimestre
- O primeiro trimestre trouxe uma novidade que não se via há muito tempo: o crescimento que os bancos vinham exibindo nos lucros a cada trimestre caiu pela metade, da faixa dos 20% para cerca de 10%.
Além disso, a lucratividade também caiu. Os balanços já divulgados dos cinco maiores bancos privados - Bradesco, Itaú, Real, Unibanco, Santander - e do BicBanco mostram que o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido ficou em 24,5% em comparação com 26,8% no primeiro trimestre do ano passado.
Ficou mais difícil para os bancos ganhar dinheiro com a redução do juro básico, a mudança do mix das carteiras de crédito e o aumento dos custos de captação. Essa nova realidade reduziu a margem financeira dos bancos, também chamada de spread, medida pela relação entre as receitas de intermediação financeira e os ativos.
A redução da margem era esperada por causa da queda da Selic. Mas o efeito "foi amplificado" por causa do encarecimento das captações no mercado doméstico, disse Geraldo Travaglia, vice-presidente do Unibanco, o único entre os grandes bancos privados em que a rentabilidade cresceu. (Págs. 1 e C8)
http://www.radiobras.gov.br/sinopses.htm
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AGRIPINO & LULA [In:] O 'CUSTO BRASIL' DE UM "BAFÃO"

Agripino reage à declaração de Lula e diz que não foi ao depoimento de Dilma para brilhar

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) rebateu nesta quinta-feira as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que foi "abafado" pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em seu depoimento no Senado depois de citar o período em que ela foi torturada na ditadura militar. Agripino disse que não participou do depoimento da ministra para "brilhar", mas sim para questioná-la sobre o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Eu não participei da reunião para tentar obter nenhum brilho especial nem abafar. A minha presença na reunião teve o objetivo claro de ter respostas para o que o Brasil quer saber: quem fez o dossiê, com que objetivo foi feito e se havia alguma intenção política", afirmou. Depois de participar de cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, Lula afirmou que Agripino pensou que iria "abafar" no depoimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no Senado ao colocá-la sob constrangimento. Mas, segundo o presidente, o senador é que acabou "em situação delicada" uma vez que não deveria ter adotado comportamento agressivo. Agripino disse que, "se as respostas foram dadas de forma enviesadas" pela ministra, isso é "outra conversa". O senador reiterou que Dilma fez papel de vítima e direcionou a resposta para o campo emocional com o objetivo de sensibilizar os parlamentares. "Acho que o presidente Lula enviesou mais uma vez ao debitar a mim a tentativa de brilhar que eu não tive. Hora nenhuma eu tentei constranger a quem quer que seja. O dossiê é próprio do regime de exceção, o que eu quero é esclarecer esse dossiê", disse.
Emoção
Dilma ficou emocionada ontem ao responder à pergunta de Agripino durante depoimento prestado à Comissão de Infra-Estrutura do Senado que durou nove horas. Agripino pediu que a ministra revelasse todos os detalhes da montagem do dossiê sem usar da mesma postura adotada por ela para fugir as torturas no período da ditadura. O senador leu trechos de uma entrevista de Dilma na qual ela afirmou que "mentia muito" naquele período, por isso insinuou que não repetisse a mesma prática. Em resposta, a ministra disse que sente orgulho de ter mentido para escapar de torturas durante a ditadura. "Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador". Dilma afirmou que "não há possibilidade de diálogo" quando se tem pela frente o "pau de arara, o choque elétrico e a morte". Numa referência indireta à possibilidade de Agripino ter apoiado os militares na ditadura, Dilma disse que os dois não estavam "no mesmo momento" quando ela enfrentou a luta armada para combater o regime. O senador afirmou que não está disposto a pedir desculpas à ministra uma vez que, na sua avaliação, foi mal interpretado porque não teve o objetivo de constranger a ministra. "Cabe a mim corrigir e repor o meu pensamento. Era um esclarecimento do dossiê para que não ficássemos com um assunto que envolve o uso privilegiado de informações de Estado em benefício de um governo, encostando no canto da parede pessoas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher."
GABRIELA GUERREIRO; da Folha Online, em Brasília. 0905.

LULA & AGRIPINO [In:] "SITUAÇÃO DELICADA"

Lula ironiza Agripino e diz que senador ficou em "situação delicada"

Irônico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que o senador Agripino Maia (DEM-RN) pensou que iria "abafar" ontem no depoimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no Senado ao colocá-la sob constrangimento. Mas, segundo o presidente, o senador é que acabou "em situação delicada". Para Lula, Agripino não deveria ter tido tal atitude.
"Em relação às declarações do Agripino, eu acho que ele fez o que não deveria fazer. Mas de qualquer forma, um homem com a experiência política dele achou que certamente iria abafar, que iria colocar a Dilma em uma situação delicada, mas no fundo, no fundo eu acho que ele é que ficou em uma situação delicada", disse o presidente, após cerimônia no Palácio do Planalto.
Lula se referiu à intervenção de Agripino, que durante o depoimento de Dilma insinuou que ela poderia mentir porque admitiu em uma entrevista que faltou com a verdade no período da ditadura. No entanto, o presidente reiterou os elogios ao comportamento dos parlamentares na comissão, repetindo em parte o que disse pela manhã. "Eu quero ressaltar que foram nove horas de debate e o Congresso se portou como um Congresso civilizado, da forma mais democrática possível e a ministra respondendo aquilo que ela tem que responder, as perguntas sobre o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento)", disse. Depois de elogiar a ministra publicamente, em solenidade de manhã, o presidente voltou a destacar o desempenho de Dilma ao depor ontem, por mais de nove horas, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. "Acho que houve duas coisas importantes: primeiro, a Dilma é muito segura das coisas que tem que fazer, segundo, eu acho que o Senado foi muito democrático, não houve nenhuma ofensa e nem nenhuma pergunta desaforada", afirmou o presidente. Em tom de brincadeira, ao ser questionado se havia acompanhado a sessão inteira, Lula reagiu: "Eu não acompanhei o depoimento da ministra Dilma, porque quando alguém presta depoimento pro Senado, alguém tem que trabalhar nessa República. Mas eu vi as notas da imprensa hoje, da imprensa ontem." Segundo Lula, as perguntas sobre o dossiê serão permanentes e infindáveis. "As perguntas sobre o dossiê eu já sabia, eles vão passar a vida inteira perguntando sobre dossiê e nós vamos passar a vida inteira fazendo o nosso cadastramento e o nosso banco de dados porque nós temos a obrigação de fazer isso", disse ele.
RENATA GIRALDI; da Folha Online, em Brasília. 0905.

BRASIL/TELEFONIA: " 'OI' NÓIS AQUI TRAVEIS..."


Sem alarde, o empresário Carlos Jereissati (La Fonte) e o executivo Otávio Azevedo, lugar tenente de Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez), desembarcaram em Brasília nesta quinta-feira (8). Estavam acompanhados de Luiz Eduardo Falco, presidente da telefônica Oi (antiga Telemar).
A trinca reuniu-se reservadamente com o ministro Hélio Costa (Comunicações). Foram pedir que o governo apresse a mudança da norma legal que impede a efetivação de um negócio de mais de R$ 12,3 bilhões: a compra da Brasil Telecom pela Oi.
Anunciada com pompa em 25 de abril, a criação da supertelefônica não tem, por ora, amparo legal. Esbarra no PGO (Plano Geral de Outorgas). Trata-se de um conjunto de normas concebido em 1998, nas pegadas da privatização do sistema Telebras. O PGO proíbe a junção de telefônicas que operam em regiões diferentes do país. Se não for alterado, mandará ao vinagre a transação já anunciada. Os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez têm vivo interesse em que o governo lhes estenda a mão. As duas empresas controlam a Oi, por meio da Telemar Participações.Carlos Jereissati e Otávio Azevedo lembraram a Hélio Costa, segundo apurou o blog, que o contrato de aquisição da Brasil Telecom pela Oi contém uma cláusula com aparência de espada de Dâmocles: se o negócio não for efetivado em 365 dias, vai impor à Telemar Participações o pagamento de uma multa de R$ 500 milhões. Em negociações subterrâneas iniciadas em 2006, o governo vem se mostrando disposto a eliminar o entrave legal que embaça a efetivação da nova gigante da telefonia. Porém, dois detalhes deixam os interessados de cabelo eriçado: a alegada morosidade da burocracia do Estado e a composição da diretoria da Anatel, a agência responsável pela análise da mudança do plano de outorgas da telefonia. Daí a visita a Hélio Costa.
Vão abaixo os principais lances da negociação:

1. Para conferir ares institucionais à alteração legal que interessa à Oi, incumbiu-se a Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo) de enviar ofício à Anatel solicitando a alteração do PGO, o plano de outorgas. Deu-se em 8 de fevereiro de 2008, dois meses e meio antes de a Oi anunciar ao mercado a compra da Brasil Telecom;
2. Em 11 de fevereiro, três dias depois de ter recebido a carta da Abrafix, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, enviou a Hélio Costa o ofício nº 75/2008. No texto, pede ao ministério das Comunicações que se manifeste sobre a proposta de alteração da regra que proíbe telefônicas que operam numa região de adquirir congêneres de outras regiões;
3. Já no dia seguinte, 12 de fevereiro, Hélio Costa endereçou a Sardenberg, o mandachuva da Agência Nacional de Telecomunicações, o ofício 11/2008. Nele, o ministro manifesta-se integralmente favorável à mudança da regra. Escorou-se em estudo do ministério segundo o qual o PGO “deve ser adequado à evolução do setor e às mudanças das condições de competição, com o objetivo de garantir benefícios ao consumidor e o desenvolvimento social e econômico do país”;
4. Até aí, tudo caminhava com celeridade. Seguindo a praxe, nomeou-se um dos diretores da Anatel para relatar o processo. Chama-se Pedro Jaime Ziller de Araújo. Não há prazo para que ele conclua a tarefa. E a coisa está demorando mais do que gostariam os controladores da Oi. Sensibilizada, a cúpula do governo espera que o relatório fique pronto em, no máximo, 30 dias. Do contrário, cogita-se uma providência extrema: a substituição do relator. Algo que não soaria bem. Um detalhe pode dar novo impulso à caneta de Pedro Jaime. O mandato dele na Anatel expira no final de novembro. Insinua-se no subsolo de Brasília que, se tiver interesse em renová-lo, o diretor talvez precise exibir mais agilidade;
5. O relatório de Pedro Jaime terá de ser aprovado pela diretoria da Anatel. Integram-na cinco pessoas: o presidente Sardenberg e quatro diretores. Aqui, surge novo problema: há, desde novembro de 2007, uma cadeira vaga na agência. O que reduz a quatro o número de votantes. Como a alteração do Plano de Outorga depende da concordância de pelo menos três votantes, os sócios da Oi levaram o pé atrás;
6. De acordo com o que apurou o repórter, o ministro Hélio Costa busca um nome para ocupar a cadeira vazia da Anatel. Chama-se Emília Ribeiro a candidata mais cotada. Ligada ao PMDB, o partido do ministro, ela é funcionária do Ministério da Ciência e Tecnologia. No momento, encontra-se cedida ao gabinete do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Noves fora o vínculo partidário, conta a seu favor o fato de já integrar o conselho consultivo da Anatel. O nome precisa ser indicado por Lula e aprovado pelo Senado, uma casa legislativa em que a maioria governista é frágil;
7. Há, por último, um detalhe político a intoxicar a mudança legal pretendida pela Oi. Trata-se de um empecilho doméstico, por assim dizer. Em 2005, ano em que começou a cogitar a ampliação de seus negócios telefônicos, a Telemar de Sérgio Andrade e Carlos Jereissati, irmão do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), injetou R$ 5,2 milhões na empresa Gamecorp, uma produtora de TV e de joguinhos para celular que tem como sócio Fábio Luís, o Lulinha, filho de Lula. Hoje, as invesrsões na produtora de Lulinha alçam a casa dos R$ 10 milhões;
8. Em diálogos reservados, o presidente mencionou o risco de exploração política da mudança legal que vai beneficiar a Oi (ex-Telemar). Ouviu argumentos de natureza técnica. Por exemplo: a supertelefônica que nasce da aquisição da Brasil Telecom segue uma tendência mundial. Argumentou-se que, com a junção das duas telefônicas, a empresa, de capital nacional, ganharia escala. Que levaria a uma redução de custos. Que resultaria em melhoria do serviço prestado à clientela e em redução nos preços das tarifas. De resto, a supertele teria condições de competir, aqui e alhures, com duas multinacionais: a espanhola Telefônica e o grupo mexicano que controla a Claro e a Embratel. Lula deu-se por convencido.
9. A certeza de alteração das regras é tão densa que o BNDES animou-se a participar da operação financeira montada para viabilizar a compra da Brasil Telecom. Uma participação de R$ 2,57 bilhões, a ser materializada por meio da compra de ações e de títulos de dívida que serão emitidos pelos controladores da Oi e adquiridos pelo BNDESpar, o braço que administra a participação do bancão oficial em empresas.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online. 0905.

PF/DOSSIÊ: ENFIM, O BOI TEM NOME! (e manada)

Ex-assessor de José Dirceu vazou o dossiê da Casa Civil

A Polícia Federal e a sindicância interna da Casa Civil identificaram o secretário de Controle Interno do órgão, José Aparecido Nunes Pires, como o vazador do dossiê elaborado no Palácio do Planalto com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
As investigações detectaram troca de e-mails entre José Aparecido e um assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Aparecido foi o único dos cinco secretários e diretores da Casa Civil a ter o computador apreendido pela sindicância aberta por Dilma Rousseff.
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Aparecido é militante histórico do PT.
Foi levado para a Casa Civil por José Dirceu, o antecessor da ministra Dilma.
Funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União, assessorou vários deputados petistas em CPIs, incluindo Dirceu, cassado em 2005 no escândalo do mensalão.
Aparecido chegou a disputar em 1994 uma vaga de deputado federal pelo PT de Goiás, mas não foi eleito.
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Os e-mails entre Aparecido e André Fernandes -consultor concursado do Senado, lotado na segunda vice-presidência (cujo titular é Álvaro Dias)- trazem conversas de natureza pessoal. Não fazem menção ao dossiê e ao levantamento das contas do governo tucano.
Mas, segundo a Folha apurou, a PF e a sindicância interna têm provas de que foi anexada a uma dessas mensagens, datada de 20 de fevereiro, a planilha em Excel de 27 páginas com gastos de FHC, Ruth Cardoso e ex-ministros. A planilha registrava uma semana do trabalho de levantamento de dados do governo tucano, iniciado em 11 de fevereiro.
A Folha obteve cópias da correspondência eletrônica. Mas o formato dessas cópias, em HTML, não permite a leitura de arquivos anexados.
Aparecido nega ter vazado o dossiê. "Nunca faria um negócio desses", falou à Folha.
Fernandes, por sua vez, confirmou ter recebido o e-mail contendo o documento e disse ter informado o senador. "Não é sigilo meu, nunca pedi, nunca solicitei, não passei para órgão de imprensa nenhum. Resolvi comunicar o fato ao senador e dei um fim a essa história." Eles disse ter apagado as mensagens de Aparecido há "uns dois meses". Ambos são amigos e trabalharam juntos no TCU.
"O dossiê saiu do Palácio do Planalto e chegou ao computador do servidor [Fernandes]. No estrito cumprimento de seu dever, ele comunicou o fato. Se não o fizesse, teria cometido uma infração administrativa", disse Álvaro Dias. "O nome mais importante, no entanto, não é do Aparecido, mas sim de quem mandou fazer o dossiê, quem fez e por quê", ressaltou.
A Casa Civil disse que não se manifestaria até a conclusão da sindicância, prevista para o fim do mês. Dirceu não falou.
A Folha apurou que Dilma busca um desfecho o menos desgastante possível. A idéia é evitar tratar o episódio como crime -com isso, poderia aplicar apenas uma punição administrativa e afastar Aparecido. Se não for obrigado a responder na Justiça, avalia o Planalto, o servidor não teria motivos para detalhar a ordem dada pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, para a elaboração do dossiê. A estratégia do governo está amparada em recente parecer confeccionado pelo general Jorge Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Em documento encaminhado à PF e cujo conteúdo foi tornado público anteontem pela ministra Dilma no Senado, o GSI avalia que os gastos do governo FHC não são mais sigilosos. O prazo para documentos reservados teria expirado em 2007. Essa nova estratégia do governo não exime a Casa Civil de explicar o viés político na organização dos gastos de FHC. O material em poder da sindicância confirma a informação, publicada pela Folha em 4 de abril, de que o dossiê saiu pronto da Casa Civil. E contraria versão de Dilma, de que o documento publicado poderia ser uma montagem, a partir de informações da Casa Civil. A investigação também afasta a possibilidade de um espião ter invadido os computadores da pasta, como cogitou Dilma. Aparecido não teve participação direta na confecção do dossiê. Em reunião convocada por Erenice em 8 de fevereiro, foi solicitado a ele, ao secretário Norberto Temóteo Queiroz (Administração), à chefe-de-gabinete de Erenice, Maria de La Soledad Castrillo, e a Gilton Saback Maltez, da Diretoria de Orçamento e Finanças, que cedessem dois funcionários para participar da força-tarefa incumbida de preparar o dossiê. O papel de Aparecido foi só escalar seus funcionários.
LEONARDO SOUZA. MARTA SALOMON, da Folha de S.Paulo, em Brasília. 0905.