A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
----
''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
=========valor ...ria...nine
folha gmail df1lkrha
***
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
EDUCAÇÃO [In:] ''TABLETS'' ... ?
Visão do Correio :: Tablets para professores
Correio Braziliense - 06/02/2012 |
Distribuir tablets aos professores da rede pública constitui passo importante mas não suficiente. A inclusão digital é, sem dúvida, uma das urgências nacionais. Sem domínio das novas tecnologias, a pessoa fica à margem da modernidade — privada de informações e de oportunidades no mercado de trabalho. O assunto ganhou tal relevo que se criou o termo analfabeto digital em analogia ao analfabeto funcional. Este, apesar de alfabetizado, é incapaz de ler e escrever textos simples. Aquele, apesar de dominar o código linguístico nas duas modalidades, não tem condições de navegar na internet nem de se beneficiar dos recursos que a rede mundial de computadores proporciona. Prover as escolas dos modernos recursos tecnológicos é o caminho para sintonizar a nova geração com o novo paradigma que se impõe. Mas, embora essencial, deve ser acompanhado de outras medidas. Uma delas é a qualificação dos professores. Experiências comprovam que existem resistências no corpo docente. Sobretudo os profissionais mais velhos — acostumados à didática tantas vezes repetida — ignoram a necessidade dos avanços. Preferem manter o certo a apostar no duvidoso. O resultado, surpreendente no primeiro momento, mostrou-se coerente. A meninada não progrediu no uso dos novos recursos. Impõe-se, pois, qualificar os mestres. Não significa apenas ensiná-los a ligar, desligar e acessar este ou aquele conteúdo predeterminado. Significa familiarizá-los de tal forma com a novidade que a internet venha se tornar indispensável instrumento para responder a questões, suscitar perguntas e satisfazer curiosidades. Outra providência é o material didático. Escolas da rede privada têm adotado o tablet como substituto do livro impresso. Em vez de ler no papel, o estudante lê na tela o mesmo texto. Seria forma de poupar crianças e adolescentes de carregar pesadas mochilas. Convenhamos: sem modernizar o sistema, fica-se no faz de conta — muda-se pra ficar na mesma. Encontrar respostas novas e criativas desafia o mundo desenvolvido e subdesenvolvido. A era digital põe em xeque o modelo de escola vigente. Crianças sentadas uma atrás da outra, currículo único, professor expositor, material didático, avaliação de conteúdo determinado — tudo precisa ser revisto. Novo paradigma se impõe. Sem ele, o tablet e outros recursos eletrônicos repetirão mais do mesmo. |
PT/PSD-ELEIÇÕES 2012 [In:] ''QUERO VER QUEM PAGA..." III
Petistas querem Kassab para ter voto estratégico
Ala do PT busca Kassab para superar teto histórico de votos em São Paulo |
Autor(es): Julia Duailibi e Daniel Bramatti, |
O Estado de S. Paulo - 06/02/2012 |
Petistas entusiastas da aliança com o prefeito avaliam que ele pode ajudar partido a exceder limite de 30%
Os bairros dessa área demarcam as zonas eleitorais onde o PT teve votação de 30% ou menos, em média, nas cinco eleições realizadas desde 2002. Eles formam uma mancha que parte da região central e chega a pontos extremos das zonas oeste e norte, mas não adentra a periferia do leste e do sul. Essa área do mapa é a responsável pelo fato de todos os candidatos do PT à Presidência, ao governo e à Prefeitura terem sido derrotados na maior cidade do País nos últimos dez anos. Foi nesse enclave que Kassab colheu seus melhores resultados na última eleição, quando derrotou a petista Marta Suplicy. "O PT nunca ganhou em São Paulo sem o apoio da elite", afirmou um líder petista que defende a aliança com o prefeito, ao comentar a vitória de Marta em 2000, quando ela teve o apoio do PSDB. A mando de Lula, o partido deflagrou operação para diminuir a resistência que a aliança desperta. A ação será feita pelos petistas com bom trânsito com o prefeito, como o presidente do PT estadual, Edinho Silva, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Eleitorado Entre os que resistem à ideia estão o presidente do PT, Rui Falcão, ex-secretário de Governo de Marta, e o ex-presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini. "Não é o problema de passar internamente", disse Carlos Zarattini, ex-secretário de Transporte de Marta. "É ver se o eleitorado vai achar uma coisa boa." A orientação de Lula é para Fernando Haddad, pré-candidato do PT, não se envolver diretamente na negociação, deixando a articulação política para as lideranças do partido. Haddad já teve um encontro com Kassab. A ideia é que também seja feita uma convergência programática com o PSD, acatando propostas dos petistas. Além de afirmar que o acordo com Kassab é fundamental para romper o teto de votos no PT, Lula e outros petistas citam outros argumentos a favor da aliança. Primeiro, avaliam que ela consolida a aproximação nacional com o PSD, que apoia a presidente Dilma Rousseff. Acreditam ainda que, com dinheiro em caixa, cerca de R$ 7 bilhões, o prefeito conseguirá fazer sua aprovação, que ronda os 20%, subir pelo menos dez pontos porcentuais até a eleição. O terceiro argumento - talvez o mais estratégico - é a ação comum na capital para fechar uma aliança na eleição para o governo do Estado em 2014. Aliado ao PT, Kassab pode ser candidato a governador, a vice ou a senador. Também é dada como certa a entrada do prefeito num ministério de Dilma no próximo ano. A proposta de aliança do PT com o PSD deve ser aprovada no congresso municipal do partido, em junho, segundo petistas ouvidos pelo Estado. Até lá o PT contratará uma pesquisa qualitativa para medir a receptividade da proposta nas bases do partido e na classe média, da qual o PT quer se aproximar nesta eleição. Perfil As áreas onde o PT não superou os 30% dos votos nos últimos dez anos são contíguas, mas de perfil heterogêneo. Vão desde bairros de elite, como Jardim Paulista e Pinheiros - as zonas eleitorais com maior renda per capita da cidade, acima de R$ 4 mil por mês - até regiões onde convivem bolsões de classe média e média-baixa, como Jaçanã e Casa Verde. A zona norte é um dos principais focos de resistência aos petistas, juntamente com a zona oeste, onde o PSDB costuma alcançar altos porcentuais. |
MINISTÉRIO DA SAÚDE/SAÚDE PÚBLICA [In:] ''QUERO VER QUEM PAGA ..." II
FALTA REMÉDIO PARA DOENTES DE CHAGAS
E AINDA FALTA REMÉDIO |
Autor(es): » Vinicius Sassine |
Correio Braziliense - 06/02/2012 |
Brasil é o único país que produz o medicamento. Indústria farmacêutica despreza a doença porque não dá lucro Durante sete meses, entre abril e outubro de 2011, o laboratório brasileiro deixou de fabricar o benznidazol, fórmula usada no tratamento da doença em fase crônica e aguda. Apesar de o Ministério da Saúde garantir que "não há registro de falta localizada" do remédio, até hoje o abastecimento não foi de todo regularizado. Em Posse (GO), por exemplo, o posto de saúde não tem recebido o medicamento, como revela a série de reportagens que o Correio publica nesta semana.
Portadores da doença de Chagas sofrem com a carência de medicamentos. O único disponível teve a fabricação interrompida entre abril e outubro de 2011 Posse (GO) — A enfermeira Rúbia Rodrigues da Silva coordena o posto do Programa Saúde da Família (PSF) na cidade goiana, na divisa com a Bahia. Está acostumada a atender moradores de Posse com a doença de Chagas e a tentar encaminhamentos para centros médicos especializados, em Brasília e em Goiânia. "Aqui, é difícil achar uma família que não tenha Chagas." Os pais e um irmão de Rúbia têm a doença. A família da enfermeira, a exemplo dos pacientes da unidade do PSF, não teve privilégios: ninguém consegue o medicamento indicado para casos agudos e crônicos. "O que nos dizem é que não está fabricando mais. Fico preocupada com meus pais e meu irmão." O que "dizem" a Rúbia e o que vive sua família são o reflexo de uma falha grave do governo brasileiro e do desinteresse da indústria farmacêutica por uma doença associada exclusivamente à pobreza, nada lucrativa. Por sete meses, pelo menos, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) deixou de produzir o benznidazol, praticamente o único medicamento utilizado no tratamento de casos agudos e até mesmo crônicos da doença de Chagas. A interrupção da produção ocorreu entre abril e outubro do ano passado. Os problemas gerados pela paralisia quase passaram despercebidos, não fosse o manifesto de setores da comunidade científica e de entidades do terceiro setor, como os Médicos sem Fronteiras. A indústria farmacêutica desistiu de mais uma doença da pobreza, e isso já faz nove anos. Desde 2003, a Roche Farmacêutica não fabrica o rochagan, nome ainda usado por quem tem Chagas para denominar o benznidazol. A licença foi transferida para um laboratório público, o Lafepe, que só produziu os primeiros lotes do medicamento cinco anos depois. Suspensa a fabricação no ano passado, o problema ganhou contornos internacionais. O Lafepe é o único no Brasil e no mundo a produzir o benznidazol. Praticamente todos os pacientes do mal de Chagas, a maioria deles na América Latina, dependem do medicamento produzido em Pernambuco. "A situação chegou a um ponto crítico", admite o diretor-presidente do Lafepe, Luciano Vasquez Mendez. "Se a matéria-prima não chegasse, haveria colapso no abastecimento." O Correio apurou que houve, sim, desabastecimento. Municípios do interior do país, como Posse, deixaram de receber o benznidazol ao longo do ano passado. São exatamente locais com grande quantidade de doentes crônicos e com possibilidade de novos casos da fase aguda da doença. O acompanhamento, o custeio da produção e a regulação dos estoques de benznidazol são responsabilidades do Ministério da Saúde. Apesar de o presidente do Lafepe ter admitido ao Correio que a produção do benznidazol foi paralisada por sete meses, o Ministério da Saúde diz que "não é verdade" que o medicamento deixou de ser produzido. "Não há desabastecimento e, até este momento, não há registro de falta localizada do referido medicamento", sustenta, por meio da assessoria de imprensa. Fila de espera
"Iniciou-se uma ruptura de estoque mundial, que pode ser comprovada pela existência, só na América Latina, de uma lista de espera de 12 países que pagaram pelo benznidazol e que hoje aguardam sua distribuição", cita o documento. "Considerando o grave contexto mundial de aumento progressivo da demanda pelo medicamento, essa situação compromete de forma dramática o tratamento de indivíduos acometidos pela doença de Chagas." Estimativa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) aponta a existência de 8 milhões de doentes crônicos na América Latina e 55,1 mil casos novos a cada ano. Diante da falta do benznidazol e da distribuição exclusiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS), muitos médicos deixam de prescrever o medicamento, que combate o protozoário causador do mal de Chagas. "Como saiu de mercado e só há distribuição por farmácias de hospitais públicos, o acesso ficou limitado", afirma a médica cardiologista Dayse Campos, que atua no ambulatório de Chagas do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Em dezembro, o Ministério da Saúde se comprometeu a aumentar a produção para 3,2 milhões de comprimidos e garantir o abastecimento dentro e fora do Brasil. Desde 2008, uma parceria do Lafepe com a DNDi, uma organização sem fins lucrativos de pesquisa de medicamentos para doenças negligenciadas, tenta garantir a fabricação e distribuição de um comprimido pediátrico do benznidazol. Hoje, para uso infantil, o comprimido precisa ser fracionado. O diretor-presidente do Lafepe garante que a produção foi normalizada a partir de outubro, com a mudança do fornecedor da matéria-prima. Os primeiros lotes para crianças estão prontos desde dezembro, segundo ele. Em pacientes na fase aguda, o índice de cura do benznidazol é de 60% a 80%. Na fase crônica, varia de 10% a 20%. |
INSTITUTO LULA/OKAMOTTO [In:] ''QUERO VER QUEM PAGA PRÁ GENTE FICAR ASSIM''*
Instituto Lula quer arrecadar R$ 70 milhões
Instituto Lula busca R$ 70 milhões junto a empresários |
Autor(es): Cristiane Agostine | De São Paulo |
Valor Econômico - 06/02/2012 |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pouco tem frequentado o Instituto Lula desde outubro, quando teve diagnosticado um câncer, mas a articulação política mantém-se intensa no que tornou-se uma espécie de PT paralelo. No comando do instituto, Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae, diz que a preocupação agora é arrecadar R$ 70 milhões entre empresários para manter a entidade, contratar mais 8 funcionários - hoje são 20 - e tirá-la do sobrado do bairro do Ipiranga. Lula disputará financiadores com quem concorrer na eleição municipal. Okamotto não diz quanto arrecadou para o instituto em 2011. Informa apenas que foi "um pouco mais do que o suficiente" para cobrir as despesas, estimadas em R$ 2 milhões. No instituto, há poucos projetos em andamento para a África e América Latina, apesar de esse ter sido o mote da sua criação O retrato oficial da presidente Dilma Rousseff, com uma dedicatória carinhosa escrita à mão, tem destaque na sala de escritório. Na mesa, um papel de risque-rabisque registra encontros recentes com os ex-ministros Fernando Haddad (PT) e Carlos Lupi (PDT) e divide espaço com o caderno de Esportes de um jornal. Atrás da mesa de despachos, há uma coleção de livros sobre educadores. Em uma das paredes está emoldurado o diploma de um dos prêmios que ganhou, o World Food Prize, por seus trabalhos de combate à fome a à pobreza no Brasil. Na sala ao lado, um grupo de petistas reúne-se para discutir projetos, problemas de São Paulo e eleições. O dono da sala, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem tido uma presença intermitente no instituto que leva seu nome desde outubro do ano passado, quando teve diagnosticado um tumor maligno na laringe. Na tarde da última quinta-feira, seu irmão mais velho, Frei Chico, era recebido no Instituto Lula como "presidente", dada a semelhança física com o irmão político, e ouvia brincadeiras do tipo: "Você tem que voltar a fazer palestras!". É a articulação política que mantém o instituto movimentado nas ausências de Lula. No comando do instituto, Paulo Okamotto, amigo antigo do ex-presidente, preocupa-se em explicar a reunião que acontece ao lado da sala de Lula, com o ex-ministro Luiz Dulci, também diretor do instituto, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, e o prefeito de Diadema, Mario Reali (PT). "Não falamos só de eleições não. Lá estão discutindo problemas de São Paulo, fazendo um debate amplo", diz. O instituto tornou-se uma espécie de PT paralelo, frequentado pelo grupo ligado ao ex-presidente. "Aqui a gente se reúne com quem pensa parecido com a gente. Lá no PT tem muita divergência, muita discussão. Aqui conseguimos fazer com que a discussão vá para frente", comenta informalmente Okamotto. Meses antes, enquanto o PT promovia debates entre os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi no instituto que Lula recebeu quatro dos cinco postulantes e deixou claro que o candidato seria Haddad. No instituto, há poucos projetos em andamento para a África e América Latina, apesar de esse ter sido mote da criação da entidade, segundo Okamotto As viagens internacionais de Lula foram suspensas por conta do tratamento contra o câncer. Segundo o diretor-presidente do instituto, como quase todos os projetos estão vinculados à imagem do ex-presidente, não há um cronograma de projetos, nem de viagens. A preocupação de Okamotto, ex-presidente do Sebrae, é arrecadar R$ 70 milhões entre empresários até 2013. Os recursos irão para um fundo patrimonial para manter o instituto. A meta é arrecadar 98% do valor neste ano, apesar de Lula ter que disputar financiadores com quem concorrerá na eleição municipal. Okamotto não diz quanto arrecadou para o instituto no ano passado. Informa apenas que foi "um pouco mais do que o suficiente" para cobrir as despesas, estimadas em R$ 2 milhões. Afirma que o instituto demorou para ser criado formalmente e, por isso, atrasou a arrecadação. Os R$ 70 milhões serão usados na expansão do instituto, que deve sair de um sobrado do bairro do Ipiranga para uma sala de cerca de 1 mil metros quadrados, ainda sem local definido. Há cerca de 20 pessoas trabalhando no instituto e o número de funcionários deve crescer 40%. O montante a ser arrecadado será usado só para o instituto. Os salários de Lula e de Okamotto não estão vinculados à entidade: são compostos pela aposentadoria e pelos cachês das palestras feitas pelo ex-presidente. Os dois são sócios na empresa L.I.L.S. (de Luiz Inácio Lula da Silva), de palestras. No ano passado foram mais de 30, a maioria no exterior, com um custo estimado entre R$ 200 mil e R$ 300 mil cada. A renda pode ter chegado até R$ 9 milhões. O Memorial da Democracia, projeto de Lula paralelo ao instituto, deve ser ter sua construção patrocinada por empresas e bancos, em uma nova rodada de doações. Okamotto diz que o Instituto Lula deve custear apenas o "plano de negociação", que seria o projeto inicial do museu em que o ex-presidente pretende contar as lutas democráticas do Brasil e o movimento sindical, do qual foi protagonista. A equipe que está trabalhando no projeto é a mesma que atuou na construção de um memorial interativo em Minas Gerais e a estimativa é de custos de até R$ 3 milhões. Nos planos de Okamotto, cada sala do memorial será patrocinada por um grupo econômico. Depois de pronto, deve ser transformado em fundação e doado para um governo gerir. O memorial será erguido na Cracolândia, na região central de São Paulo, em terreno doado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD). A negociação do memorial fez com que Lula e Okamotto se reunissem algumas vezes com Kassab e facilitou as conversas entre PT e PSD, com vistas à eleição municipal. No dia da doação do terreno ao instituto, a aliança entre os dois partidos era dada como certa. As diferenças entre Kassab e PT, que foi derrotado em 2004 e 2008 e fez oposição ao prefeito, são superáveis, segundo Okamotto. "Ele já derrotou o PT duas vezes. É sinal de que é bom e que podemos aprender com ele", ironizou. |
(*) Cazuza.
---
EDUCAÇÃO [In:] ''TABLETS''? Quando não sabemos sequer escrever nosso idioma !
Tablets vão à sala de aula
A era dos tablets |
Autor(es): » MANOELA ALCÂNTARA |
Correio Braziliense - 06/02/2012 |
Alunos de três colégios de Brasília começaram o ano letivo com os aparelhos como material didático obrigatório. Pais, professores e especialistas, no entanto, ainda têm dúvidas quanto à eficácia pedagógica da ferramenta. Pelo menos três escolas particulares do DF inauguram o uso dos equipamentos na sala de aula. Educadores, pais e especialistas revelam preocupação quanto ao aprendizadoNotíciaGráfico
No lugar de lápis, papel e livros, computadores sensíveis ao toque. Após conquistar os jovens do mundo todo com as inúmeras possibilidades de aplicativos, jogos e interatividade, os tablets começam a invadir as salas de aula das escolas particulares do Distrito Federal. A ferramenta possibilita aos alunos buscarem informações em diversas fontes, ter acesso ao conteúdo explicativo por meio de vídeos e músicas, além de levar a modernidade do conteúdo virtual. Porém, a introdução do instrumento no processo de aprendizado de crianças e adolescentes na capital ainda é tratado com cautela por pais e educadores. As dúvidas referem-se a segurança, eficácia do sistema e dispersão que as ferramentas como a internet podem provocar dentro das instituições de ensino (veja arte). Uma semana após o início das aulas nas unidades privadas de ensino, pelo menos três colégios apresentaram alternativas para inserir a nova tecnologia na realidade de estudantes do 1º ano do ensino médio. Sigma, Marista e Leonardo da Vinci usam maneiras diversas para que a inovação integre o ensino. Com um investimento alto em criação de aplicativos, instalação de redes sem fio e a capacitação de professores, um ponto é indiscutível: os estudantes se mostraram empolgados com a novidade. O Correio acompanhou a primeira aula com tablet no Sigma. No local, os livros impressos das 16 matérias foram substituídos por material digital, criado especificamente para o aparelho. Em mesas de tamanho diferenciado, o tablet e o caderno compunham todo o cenário de ensino para a disciplina de espanhol. Olhos atentos à professora e ao novo equipamento. Os adolescentes ouviam o que a educadora falava e logo perguntavam: "Em que página?", "Como acho esse vídeo?" Em 50 minutos, os estudantes tiveram contato com a língua estrangeira, conheceram músicas no idioma e ainda tiveram a oportunidade de interagir com outra cultura. Enquanto ouviam melodias, pesquisavam sobre os países que têm a língua como idioma oficial. Com mais alguns cliques, entenderam um pouco mais sobre a história e a geografia de nações que falam espanhol. Tudo isso por meio de um aplicativo desenvolvido pela professora da instituição. O livro virtual contém links, com informações adicionais em determinados pontos do texto. Na parte de gramática, por exemplo, é possível clicar no local indicado e ter acesso a questões usadas no Programa de Avaliação Seriada (PAS), no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no vestibular. "Começamos a primeira etapa do processo em 2010, quando observamos experiências de outros países com o equipamento. Decidimos, então, fazer um projeto pedagógico próprio, voltado para a necessidade de vestibular da região. Cada professor produziu o material interativo para as matérias, contratamos uma empresa de informática e ela topou o desafio", explicou o coordenador da área de física do Sigma, André Frattezi. No início do ano, os pais levaram um susto ao perceber que o tablet e o conjunto de aplicativos faziam parte da lista de material escolar. O aparelho custa entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, e os livros virtuais para estudo ao longo do ano, R$ 1,1 mil. O desafio começou com 1,2 mil alunos do 1º ano e aumentará paulatinamente, com expansão no ano que vem para os do 2º período. Os links informativos são parte integrante do sistema e muitos não precisam de internet para revelar as informações adicionais. Porém, a escola dispõe de rede sem fio, o que não impede os alunos de entrarem na rede. Receio Keille Vacerman, 38 anos, tem um filho de 14. O garoto começará a utilizar a nova tecnologia. Ela acha a ideia interessante, mas confessa que, se o colégio não tivesse exigido na lista de materiais, a compra do tablet para o adolescente não seria feita tão cedo. "Não estava nos meus planos. A meninada adora, mas a gente não deixa de se preocupar. Será que esse conteúdo vai funcionar? Eles vão aprender? E a segurança, como fica? Tenho muitas dúvidas." Outro ponto levantado pela mãe é quanto à fiscalização no acesso de sites fora do conteúdo da sala de aula. O medo é que os estudantes entrem em redes sociais e outros portais e não prestem a atenção no conteúdo. "Conversei com a escola e eles disseram que vão aumentar a fiscalização. Também educo em casa e acredito que os professores estarão atentos", disse. O especialista na área de tecnologias da educação na UnB Gilberto Lacerda acredita que a ferramenta é inerente à evolução, um encontro marcado entre as escolas e a tecnologia, mas o risco de dispersão existe. "A pertinência das aulas será o diferencial para reter a atenção do aluno. A conscientização e o acompanhamento dos pais também é importante nesse e em todos os outros processos", disse. Para ele, se houver capacitação dos professores, aliada a boa infraestrutura, os resultados surgirão com rapidez. Rafael Assis, Mikhaela Hanae, ambos de 14 anos, e Pedro Henrique Lima Cardoso, 15, admitem a possibilidade de dispersão, mas garantem que o voto de confiança dado a eles não será desperdiçado. "Acho, sim, que vai ter gente na internet, sempre tem uma exceção. A responsabilidade de garantir um futuro promissor agora é nossa. Achei o aplicativo claro, vai ficar mais fácil e interessante aprender", afirmou Mikhaela. Pedro Henrique também comemora a mochila mais leve. "Na minha antiga escola, tinha que carregar oito livros e o caderno de 12 matérias. Agora, está bem melhor." Empolgado com a novidade, o rapaz acredita que o professor fará a diferença na hora de prender a atenção dos alunos. "O educador é o maestro. É ele que vai dizer o ritmo da orquestra. Com aulas interessantes, com certeza ficaremos concentrados." Segurança Para evitar imprevistos, quem tem o tablet não deve ostentar o material fora da escola. O indicado é sair da sala, colocá-lo na mochila e não tirar até chegar em casa. "Temos hoje 500 policiais para fiscalizar 1.080 escolas, não podemos estar em todas. Por isso, os alunos devem andar por locais claros, só mexer nos aparelhos dentro das salas ou em casa, andar em grupos e não reagir a assaltos", orientou. Uma outra dica para que não haja prejuízo é fazer um seguro do aparelho. As próprias escolas e as empresas que vendem o tablet oferecem propostas atrativas, que custam em média R$ 150 reais. |